Dois irmãos

Dois irmãos Milton Hatoum




Resenhas - Dois Irmãos


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Thiago 10/02/2015

Romance magnífico de Milton Hatoum narra a história de uma família de imigrantes libaneses e particularmente as do gêmeos Omar e Yaqub e o ódio que um nutria pelo outro, romance com trama semelhante as de "Esaú e Jacó" do Machado de Assis, "lavoura arcaica" do Raduan Nassar, e que deixa no final a dúvida de quem seria o pai do narrador: Omar, Yaqub ou o pai dos gêmeos.
Nanci 10/02/2015minha estante
Adoro esse livro!


Thiago 18/11/2015minha estante
Também gosto muito Nanci.




Tamires 13/01/2017

Dois Irmãos, de Milton Hatoum
Milton Hatoum é um escritor brasileiro, nascido em Manaus-AM em 1952, descendente de libaneses e considerado um dos maiores escritores brasileiros em atividade. Seus livros foram bastante premiados, com destaque para o romance Dois Irmãos, vencedor do prêmio Jabuti no ano de 2001 e traduzido para oito idiomas. Este romance foi adaptado em série pela TV Globo, sendo transmitida atualmente.

Dois Irmãos, conta a história dos gêmeos idênticos Yaqub e Omar, este último o Caçula. Os dois possuem personalidades bem diferentes e viverão em conflito por toda a vida, muito em razão da preferência que a mãe, Zana, tem pelo Caçula, nascido quase morto devido a complicações no parto.

A narrativa é feita por Nael, filho da empregada Domingas e de um dos gêmeos, e não é nada linear. O livro foi concebido como uma espécie de relato de memórias do personagem narrador, desta forma, à medida que ele lembra ou narra certos eventos, muitas vezes nos conta o que aconteceu no passado para explicar sua narrativa. Particularmente gostei muito desse estilo de escrita, pois o autor está sempre nos surpreendendo com alguma revelação sobre os personagens. A história começa com a morte de Zana, questionando se os filhos já fizeram as pazes, e o silêncio que antecede sua morte nos mostra que não.

O primeiro capítulo mostra a volta de Yaqub para o Brasil, depois de uma temporada no Líbano. Seu retorno, conclui-se, acontece no ano de 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial, pela movimentação no porto do Rio de Janeiro, “apinhado de parentes de pracinhas e oficiais que regressavam da Itália”. Posteriormente vemos o episódio que é o estopim para a viagem do gêmeo mais velho, numa tentativa de evitar um conflito maior entre os irmãos: ambos estavam apaixonados pela mesma moça, Livia, e Omar, por ciúme, dá uma garrafada no irmão, cortando-lhe a face e deixando uma cicatriz no local. Em um primeiro momento, Halim, pai dos Gêmeos, tem a ideia de enviar os dois para o Líbano, mas Zana convence-o a enviar apenas Yaqub, pois não conseguiria separar-se de Omar.

“Aconteceu um ano antes da Segunda Guerra, quando os gêmeos completaram treze anos de idade. Halim queria mandar os dois para o sul do Líbano. Zana relutou, e conseguiu persuadir o marido a mandar apenas Yaqub. Durante anos Omar foi tratado como filho único, único menino.”

“O que mais preocupava Halim era a separação dos gêmeos, ‘porque nunca se sabe como vão reagir depois…’ Ele nunca deixou de pensar no reencontro dos filhos, no convívio após a longa separação.”

Zana tinha três filhos. Além de Yaqub e Omar, havia também Rânia. Mas Omar era o rei absoluto em seu coração. O amor dela por este filho rompia barreiras, beirava o incesto. Mimava-o e sempre o protegia como se ainda fosse aquele bebê acometido por uma pneumonia logo ao nascer. Mesmo ficando separada de Yaqub, não chegou nem perto de tratá-lo com o mesmo carinho que dispensava a Omar.

“O rosto de Zana se iluminou ao ouvir um assobio prolongado – uma senha, o sinal da chegada do outro filho. Era quase meia-noite quando o Caçula entrou na sala. Vestia calça branca de linho e camisa azul, manchada de suor no peito e nas axilas. Omar se dirigiu à mãe, abriu os braços para ela, como se fosse ele o filho ausente, e ela o recebeu com uma efusão que parecia contrariar a homenagem a Yaqub. Ficaram juntos, os braços dela enroscados no pescoço do Caçula, ambos entregues a uma cumplicidade que provocou ciúme em Yaqub e inquietação em Halim.”

Ela sempre achava uma maneira de justificar algum ato de Omar, colocando-o como um pobre indefeso, desprovido de capacidade para cuidar de si próprio. Yaqub apenas teve o apoio do pai e da empregada Domingas durante o tempo que viveu em Manaus.

“Não queria morrer vendo os gêmeos se odiarem como dois inimigos. Não era mãe de Caim e Abel. (…) Então que Yaqub refletisse, ele que era instruído, cheio de sabedoria. Ele que tinha realizado grandes feitos na vida. Que a perdoasse por tê-lo deixado viajar sozinho para o Líbano. Ela não deixou Omar ir embora, pensava que longe dela ele morreria.”

O centro da história, obviamente, são os conflitos entre os irmãos, mas há muito mais em Dois Irmãos, que também comprovam a qualidade desta história e do autor. Como exemplo, o cenário manauara que foi lindamente bem descrito; também a história de Domingas, a índia que foi adotada para servir como ajudante de Zana, mostrando a realidade de muitos indígenas que foram retirados de suas aldeias, tendo sua liberdade e cultura arrancados de si, escravizados e, no caso das mulheres, violentadas; vemos ainda o saudosismo dos imigrantes libaneses que vieram fazer a vida em uma terra tão distante e diferente como o Brasil; uma rápida menção de como era a vida no norte do país nos tempos da ditadura militar; e a mistura, a sedução e a falta de limites com os quais estamos acostumados nas relações familiares. Tudo isso o leitor verá em Dois Irmãos. É um orgulho ter um autor como Milton Hatoum em terras brasileiras e ainda em atividade. Eu e, acredito, os leitores brasileiros em geral, precisamos conhecer e prestigiar nossos autores, especialmente aqueles que estão vivos e em atividade.



“Naquela época, tentei, em vão, escrever outras linhas. Mas as palavras parecem esperar a morte e o esquecimento; permanecem soterradas, petrificadas, em estado latente, para depois, em lenta combustão, acenderem em nós o desejo de contar passagens que o tempo dissipou. E o tempo, que nos faz esquecer, também é cúmplice delas. Só o tempo transforma nossos sentimentos em palavras mais verdadeiras.”

site: http://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-dois-irmaos-de-milton-hatoum/
Carolina 13/01/2017minha estante
Ótima resenha! Não sei se tenho mais nojo da Zana ou do Omar - isso a julgar pela série, pois no livro a relação de ambos deve ser muito mais exacerbada. Eu também acho que beira ao incesto, especialmente depois da reação da mãe no capítulo de ontem.


Tamires 16/01/2017minha estante
Obrigada, Carolina! Acho que comecei bem meu 2017, gostei bastante de "Dois Irmãos". Não estou acompanhando a série, infelizmente, pois no horário já estou no sétimo sono... Não sei se eles vão abordar um outro caso do livro, mas tem mais uma breve relação fora dos padrões familiares "aceitáveis" no enredo...




José 16/09/2017

Um dos maiores romances brasileiros
Que livro espetacular! Denso. Rude. Forte. Contundente. Lírico. Muito de Gênesis - de Esaú e Jacó (bem mais que de Caim e Abel). Muito de Pedro e Paulo (de Machado de Assis - do Esaú e Jacó dele). É ódio demais entre irmãos (Yaqub e Omar, gêmeos). É uma família desorientada no meio desse ódio infinito (libaneses no Amazonas do período que vai do começo do século passado ao final dos anos 60). É Manaus mudando no entorno disso (o Brasil que o Brasil não conhece...). É o Líbano ancestral envolvendo tudo (a referência a Biblos não pode ser acidental). É a luxúria no meio da selva (o texto é sensual em todos os capítulos; impressionante). É a pobreza no meio da farra (beber, cair, levantar, porque a vida não era fácil). É muita coisa em poucas páginas. Hatoum é o melhor escritor brasileiro vivo (disparado!). Sua Manaus lembra muito a Bahia de Jorge Amado (lembra; não é). Seus personagens são, todavia, mais complexos (leia-se: menos preto no branco; nem por isso os de Amado são menores). Livrão. Livrão. Livrão.
Lari 23/11/2017minha estante
Que olhar interessante você tem!


José 25/12/2017minha estante
Obrigado. O livro é ótimo. Uma das melhores leituras que fiz em 2017.




Murilo332 26/12/2023

Afetos extremos
Esse livro foi a última leitura minha, esse ano, posso dizer que fechei o ano com chave de ouro. Ler esse livro é um deleite para o/a  leitor/a, Milton Hatoum tem uma escrita primorosa capaz de fazer com que o leitor possa sentir toda a essência da cultura manauara. Entre outras coisas (como, por exemplo, a violência na ditadura), o livro, basicamente, trata das relações afetuosas em condições extremas. Esse livro, para mim, acabou fazendo jus ao reconhecimento que o autor possuí. Estou pronto para os próximos livros de Milton Hatoum.
Max 26/12/2023minha estante
Ótima resenha, Murilo! O livro é isso tudo mesmo!?


Murilo332 26/12/2023minha estante
Muito obrigado, Max!




Lore Cris 26/04/2017

As estórias retratadas em Dois Irmãos são narradas por Nael, que ouviu a vida toda os segredos e desabafos daqueles que convivem com ele, assim como, observa muito tudo o que se passa ao seu redor.
A trama principal do livro gira em torno do grande conflito que existe entre os dois irmãos gêmeos Yaqub e Omar. O "caçula", como é chamado pelos pais, Omar, é aquele típico filho mimado, sem rédeas, enquanto o mais velho é completamente diferente: calado, bem sucedido, centrado.

É interessante como cada detalhe da vida de um personagem influencia no desvendar de detalhes do comportamento do outro. Como por exemplo: quem seria o pai de Nael e por que ele é tão querido por Ralim (o pai dos gêmeos).
A briga entre Omar e Yaqub toma proporções exacerbadas no decorrer do livro e eu estava digerindo a leitura, quando me veio o questionamento: o afastamento dos irmãos teria sido por causa do temperamento completamente distinto de ambos ou Zana (a mãe) teria sido a grande responsável ao escolher um "preferido" desde sempre, meio que "excluindo" o outro?!

Eu me apeguei bastante à Domingas, a índia que trabalha como empregada da família, mãe de Nael. Ela sofreu tanto, guarda tantas marcas da infância interrompida, mas se mantém sempre fiel à família que a "acolheu". Pra mim, o final do livro ficou meio vago, de início, mas depois vi que não tinha como ser diferente. Foi surpreendente a reviravolta que aconteceu entre Omar e Yaqub, mas eu queria saber mais detalhes sobre tanta coisa...
Debora.Goncalves 26/04/2017minha estante
Amei a história


Lore Cris 28/04/2017minha estante
Também, Deby




Taisa 03/01/2017

Por que somos o que somos? Como nossa individualidade é construída? Sem dúvida infinitas variáveis vão compor a nossa singularidade, o que nos difere do outro é as escolhas que fazemos. E a quem devemos culpar pelas escolhas? Os pais? Suas bagagens e criação? Talvez a culpa seja da química, uma pessoa faminta faria a mesma escolha quando alimentada? E apaixonada? E desesperada? Essa é a grande maravilha do ser humano, somos imprevisíveis, quando os dados são lançados tudo é possível.

"Só o tempo transforma nossos sentimentos em palavras mais verdadeiras..."

Milton Hatoum vai colocar uma lupa em cima desta e tantas outras questões. A ideia de gêmeos nos remete a igualdade, teoricamente é a mesma pessoa em dois indivíduos distintos, e no caso desses "dois irmãos" bota distinção nisso.

Há normalmente um ar competitivo natural entre irmãos, mas aqui isso é elevado a um outro nível. O DNA compartilhado não é suficiente para fazê-los se entenderem e como na vida real foi difícil distinguir exatamente onde foi que tudo começou a dar errado.

A narrativa é feita de modo não linear, a todo momento uma nova verdade é revelada e vivemos sempre no limite, a tensão dessa família desestruturada é tão palpável que mesmo já sabendo como vai terminar (uma vez que a primeira cena é a final) fica difícil se desprender emocionalmente e não querer saber como eles chegaram aquele ponto.

"´Louca para ser livre'. Palavras mortas. Ninguém se liberta só com palavras"

Omar ( O Caçula) é o imprevisível, impetuoso e bon vivant , mas era o silencio de Yaqub que me deixava inquieta. Enquanto o primeiro deixava claro suas loucuras o segundo era uma incógnita, durante toda a leitura ficava questionando todas as suas ações, eram verdadeiras? Qual dos dois era o vilão? Existe um vilão?

Ninguém é totalmente bom nem totalmente mau e apesar de obter a maioria das respostas que eu queria muita coisa ficou no ar para reflexões. Fica claro o quanto a família pode corromper um ao outro, pais tentam justificar ações injustificáveis de seus filhos, o limite entre proteção e a lição é muito tênue e dolorosa, cada uma vai cobrar seu preço.

Por outro lado somos indivíduos, pensantes, conscientes e já sabemos distinguir o certo do errado, podemos colocar a culpa nos pais, na crianção, na química, na biologia em que quisermos, mas a escolha vai ser sempre NOSSA. E novamente o preço vai ser cobrado.

Além de todo essa drama familiar o livros possui o pano de fundo de uma cultura manauara riquíssima, somos imersos em uma Manaus linda com suas cores, pessoas e sabores em uma época triste e conturbada que era a ditadura no Brasil.

Eu amei! É um livro muito visceral que tirou muito de mim mas me deu também, foi uma troca maravilhosa. Altamente recomendado, orgulho de ser nacional ❤.

"Alguns dos nossos desejos só se cumprem no outro, os pesadelos pertencem a nós mesmos."

site: leiturasdataisa.blogspot.com.br
Sandra99 03/01/2017minha estante
Ótima Resenha .


Taisa 03/01/2017minha estante
Obrigada Sandra.
;)




spoiler visualizar
Esse livro é bom mesmo? 13/04/2023minha estante
Tbm tenho que ler esse livro pra prova, só que é pro final do mês que vem e não sei se leio esse ou outro que eu quero ?


_My 13/04/2023minha estante
Kkkkkkk, ele ate q n é mt demorado dps q vc pega um ritmo. Tenta dar uma lida pô




Stephania Tonhá 01/01/2010

Um dos meus favoritos, já perdi as contas de quantas vezes eu já li este livro.
Além de conhecer um pouquinho de um pedaço esquecido do Brasil, o enredo é todo construído com uma teia de tramas e suposições, você não sabe o que acontece, o narrador expõe e você tem que tirar as suas conclusões. Interessantíssimo...
E o livro, você pode fazer tanta análise, os gêmeos, um que é frio, calculista, até sua profissão diz respeito a este seu caráter; e o outro que é o oposto, quente, emotivo, etc.
E o melhor, é que você não sabe quem é o narrado no começo ou mesmo o seu nome, uma amostra da sua posição marginalizada no livro.
Pati 22/10/2011minha estante
A minha vizinha está lendo este livro, e está amando, vou ver se ela me empresta ;) hehehe
Bjs




Daubian 18/12/2021

A família flutuante
Manaus tem uma história interessante. Criada por ciclos de imigrantes e de progresso, se choca com a diversidade de espécies e povos que ali habitava. Você vê neste livro que a cidade tinha planos, mas foi se deteriorando, alterando-se. Assim como a família de Halim. Primeiro é muito interessante uma história do ponto de vista dessa família libanesa. O incesto paira no livro de forma bizarramente comum, pelo menos 3 elos problemáticos. A relação da mãe e a personalidade dos irmãos destruiu a família assim como as frágeis barcaças do rio foram demolidas. A sólida instituição familiar é deteriorada igual o casarão, emulando a metáfora de outras obras como Éramos seis. Ninguém ali é perfeito. Até mesmo o Yakub indiferente e cruel com laços com militares e a indiferença ao professor. Uma família destruída pelo amor. Amor de uma mãe e uma fixação doentia. Excelente visão de histórias pouco contadas.
Reh 13/05/2022minha estante
Já quero na minha estante




Juscelino L 04/11/2020

i'm feeling like a manauara
A resenha é só para elogiar essa obra incrível de Milton Hatoum, que livro! Do começo ao final curti bastante, vale a pena a leitura
ThaiRodrigues 04/11/2020minha estante
Tá chegando na meta!!! ?




deb 16/03/2021

Tenho tanto orgulho do Miltom Hatoum, não somente por ser manauara de corpo e alma e por tamanha representação, mas por ele ser o melhor autor vivo da literatura brasileira. Muitos podem dizer que a maior questão da literatura brasileira é se Capitu traiu ou não traiu Bentinho. Eu, afirmo, com tranquilidade que não é essa. A maior questão da literatura brasileira é: a paternidade de Nael.
O narrador é incrível, sagaz. A história é cheia de tensão, promiscuidade, altos e baixos. Fiquei desolada com a morte de Halim e depois de Domingas, juntamente com Nael, eles eram meus personagens favoritos. Adorava as histórias de Halim, a sua personalidade... embora muitas vezes a sua falta de posição e atitude tenham me tirado do sério.
Odeio Omar com todas as forças. Entendo que Yaqub não foi santo, mas eu ainda tenho um certo carinho por ele.
Eu nunca vou entender quem diz que literatura brasileira é chata, sem graça ou tediosa. Em Dois Irmãos temos: incesto, traição, pancadaria, romance, descrições de uma Manaus nascendo e se desenvolvendo. Tem bichos, o povão... personalidades reais que existem até os dias de hoje. Fofoca, gandaia e muitas frases marcantes, poéticas e memoráveis.
Esse livro é perfeito.
Katia Rodrigues 16/03/2021minha estante
Hatum é incrível mesmo ?. Quero muito ler mais livros dele.




Leti 20/11/2021

Uma narrativa inigualável
Como é bom poder explorar a literatura nacional e ter o prazer de ler essas obras com uma sensação de pertencimento. Sou nordestina, mas ainda assim vi tanto da vida, da cultura, dos costumes e, acima de tudo, da linguagem brasileira no livro que, mesmo extasiada com a história que evoca tantos sentimentos, pude ver muitos pedaços de um cotidiano que reconheço.
Não tenho nada além de elogios, a maneira que cada personagem é meticulosamente explorado e desenvolvido é o que completa uma história tão fascinante. Ainda estou extasiada com as histórias e com a narrativa do autor, e sinceramente acho que não posso escrever nada aqui que seja tão elogioso quanto o próprio livro. Recomendo sem medo.
Alê | @alexandrejjr 11/12/2021minha estante
Letícia, indico outro ótimo livro dele, o "Cinzas do Norte".




helo 28/02/2022

Estranhamente envolvente
Comecei esse livro sem saber ideia do que se tratava ou de qual era objetivo, literalmente às cegas. Porém, fui surpreendida primeiro pela leitura não muito rebuscada, não vou dizer fácil, mas de compreensão acessível, onde o leitor vai lendo e tentando ligar os pontos e entender a ordem dos fatos narrados.

Acredito que o grande charme de Dois Irmãos seja isso, a narração ser mais como um depoimento do que o narrador viu durante a vida/as coisas que lhe foram contadas pelos outros personagens. E não tendo uma ordem exata, ficam muitas perguntas durante a leitura que só vão sendo esclarecidas conforme o livro se desenrola.

O mistério de quem era o narrador foi algo que me pegou desde o começo, a narração em primeira pessoa sem deixar claro quem tava narrando me deixou curiosa, e depois que o leitor entende quem narra as coisas ficam ainda mais interessantes. Descobrir o nome dele apenas no final também foi bem legal, meio que o próprio personagem tava descobrindo a própria identidade durante a narração do livro.

Confesso que não gosto de finais em aberto, preferiria se todos os questionamentos tivessem sido respondidos, mas entendo que esse também era o objetivo do livro: trazer essas reflexões e deixar esses questionamentos de uma outra realidade para quem está lendo.

Enfim um bom livro, uma leitura gostosa e intrigante.
helo 01/03/2022minha estante
sem ter ideia*




Rafa 29/07/2020

Dois Irmãos é aquele tipo de leitura que o autor te obriga a sentir cada situação e palavra como se você estivesse presente no cotidiano das personagens. Isso se dá pela tensão estarrecedora da família, as intrigas, emoções, e o constante incômodo para descobrir junto com o narrador a sua própria identidade.

Um outro ponto alto é construção cultural e miscigenação brasileira narrada pelo autor. Nunca tive contato com uma leitura que proporcionasse de forma sútil e eficaz a ambientação da cidade, principalmente sendo brasileira. O choque cultural de um povo estrangeiro permeado pela brasilidade de índios, nos traz informações preciosas do que é a nossa pluralidade, e assim como a personagem principal ansiava por se conhecer, conhecíamos também um capítulo da história de Manaus.

Acredito que tudo se tornou mais claro com a escrita e fluidez da narrativa do autor. Colocando os pontos apenas como lembranças da personagem principal. Sendo providencial nas metáforas, referências e floreios, e procurando ser objetivo nos momentos certos!

Ótima leitura! Recomendo!!
Vinícius Alves 29/07/2020minha estante
Que massa.




Lala 08/09/2020

Instigante
Apesar de o livro ter uma trama simples, mais cotidiana, eu não conseguia o largar. Fui tomada por uma vontade de saber mais sobre essa família tão disfuncional e terrível, os segredos escondidos, pra onde as coisas iriam, quem é o pai do Nael, etc. A escrita é ótima e consegue nos colocar dentro de Manaus no século 20, os personagens são muito bem construídos, é uma história sobre gente de verdade, personagens duvidosos, cheios de problemas e complexidades, com conflitos realistas que nos causam revolta e repulsa muitas vezes. Gostei da forma como a narração foi conduzida, me lembrou muito aqls livros de um jornalista tentando buscar informações pq o narrador conta o que ele viu e o que os outros viram, contando o que os parentes disseram e tal, o livro também faz uma reflexão muito interessante sobre o tempo, as memórias e o esquecimento. Realmente me prendeu
Arthur 08/09/2020minha estante
Excelente livro!




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