Dois irmãos

Dois irmãos Milton Hatoum




Resenhas - Dois Irmãos


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Marília 28/04/2021

Existem Limites Para Amar?
Pais que não estavam preparados para terem filhos acabam tendo dois filhos gêmeos e uma filha. Zana é uma mãe superprotetora, mas somente com o gêmeo mais novo e isso gera uma rivalidade entre os dois irmãos, o que pode acabar destruindo e desgastando a relação familiar de todos.
.

Trama familiar de tirar o fôlego, com intrigas e ódios mortais entre os personagens que nos fazem refletir sobre os limites que devem ser postos, afim de criar uma relação harmônica entre quem amamos. Os gêmeos, Omar e Yaqub, passam a história inteira em conflito e o leitor teme a todo momento que o pior possa acontecer.
O narrador explora momentos não cronológicos da intimidade dessa família; uma pessoa que sempre esteve presente, mas era quase que invisível.
Obra incrivelmente cheia de detalhes, onde é possível vislumbrar a sociedade manauara do século XX, como se estivéssemos presentes, além de trazer elementos da cultura libanesa para a história, o que contribui para a nossa imersão no mais íntimo dos personagens.

04/02/2021
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Laura 20/04/2021

"Meus filhos já fizeram as pazes?"
O livro começa no final, com a morte de Zana, mãe de gêmeos, Omar e Yaqub. Depois de uma disputa amorosa por Lívia, uma história de rivalidade e rancor se inicia entre os irmãos. Mesmo a distância, Manaus-Líbano, não foi capaz de amenizar essa richa. Ao voltar para o Brasil, Yaqub decide se mudar para São Paulo, ficando cada vez mais distante de sua família e nos pequenos encontros ele faz de tudo para esconder sua nova vida, enquanto Omar vive sobre os cuidados de um amor doentio da parte de sua mãe. Mas após o aparecimento de uma Mulher Prateada, Zana manda seu caçula para São Paulo, onde o mesmo desaparece.

Nesse livro, narrado por Nael, o filho de Domingas, além da rivalidade entre os gêmeos, temos casos de abusos, estupro, vinganças e um declínio da família por perdas. A história como podemos ver, é cheia de gatilhos o que a tornam pesada e intensa. Os capítulos do livro são muito grandes o que torna a leitura cansativa e foi o que me desanimou muito para o livro.
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nattyeon 30/09/2023

Versão brasileira de Caim e Abel
Sinto que esse livro bate de frente com Dom Casmurro, de Machado de Assis, em relação à qualidade (mesmo ambos tendo assuntos totalmente distintos). O livro de Milton Hatoum tem uma linguagem fluida e simples, apesar de ser literatura dos anos 2000, com diversos tópicos que remetem à época e que deixam qualquer pessoa atônita. Logo nos primeiros 7% do livro eu já estava totalmente inerte na história, descobrindo o caos da família e ficando toda hora "meu Deus, como assim?".

O livro em si conta a história dos problemas familiares dos gêmeos Yaqub e Omar, e como todas as brigas e desavenças entre eles refletem na família e empregados da casa. Entre todo o amor e ódio desse "Caim e Abel" de Manaus, somos apresentados à empregada da casa e seu filho, que assistem a todos os dramas e confusões na casa e redondezas, e ainda envolvem o leitor.

??ALERTA DE SPOILER ABAIXO??

Fiquei chocada em como o Yaqub me cativou e depois se rebelou e devolveu tudo o que o Omar fez ele passar, prendendo o irmão. Mas, apesar disso, o YAQUB É INJUSTIÇADO!!!! E ainda me atrevo a dizer que ele estava certo em agir assim. O caçula fez coisas erradas do início ao fim do livro, uma hora ele precisava pagar pelos seus atos!
Fiquei muito triste em todas as mortes, especialmente a do Halim, Domingas e o professor Laval ? sem contar o impacto que essa parte tem para o momento histórico da época.

??FIM DO SPOILER??

Fiquei especialmente triste com muitas partes da obra, sem contar os momentos chocantes que a minha cara ficava ? e só pioravam! Acho que podemos considerar que a família dos gêmeos é uma família bem comum até, levando em consideração que muitas pessoas sofrem o que eles sofreram, desde a bebedeira de Omar até o sumiço do mesmo (que, inclusive, SOME A DROGA DO LIVRO TODO).

Deixo explícito aqui todo o meu ódio pelo Omar, o cara simplesmente conseguia ficar mais babaca à cada página. Mas é bom enaltecer o Yaqub e citar como o pobre querido sofreu tanto nas mãos dessa família de malucos. O livro é muito bom, e foi a leitura obrigatória mais gostosa de ler! Recomendo demais.

°? ? ?°

"A loucura da paixão de Omar, suas atitudes desmesuradas contra tudo e todos neste mundo não foram menos danosas do que os projetos de Yaqub: o perigo e a sordidez de sua ambição calculada."
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Isabela Zamboni | @resenhasalacarte 21/07/2020

Sempre ouvi falar muito bem de Dois Irmãos, do escritor brasileiro Milton Hatoum. Já tinha lido resenhas na internet, uma professora minha da Pós já havia mencionado o livro (assim como toda a história de Hatoum) e sabia que deveria ser uma obra indispensável. E não deu outra: a partir do momento que comecei a leitura, não queria mais largar. O estilo envolvente do autor nos faz viajar pela história de uma família cheia de conflitos e dissabores. Cada personagem é importantíssimo para a trama e é construído com cautela.

Acompanhamos a história de dois gêmeos, Yaqub e Omar, que desde crianças não se bicam. Eles são de origem libanesa e vivem em Manaus com a mãe Zana, o pai Halim, a irmã Rânia e a empregada Domingas. A trama de Dois Irmãos é intensa, mostrando com detalhes situações complexas dessa família, desde momentos de paz e tranquilidade até as piores situações. A escolha do narrador é bem interessante, já que só descobrimos quem ele é no meio da história. Não vou contar para não estragar, mas a partir do ponto de vista desse narrador, descobrimos detalhes e características únicas desses personagens que tentam sobreviver no caos da cidade.

A narrativa de Hatoum é envolvente, descrevendo cada aspecto, nome de rua e detalhe de Manaus, além da cultura local, desde o linguajar até a culinária. O autor escreve com propriedade, revelando minúcias de uma cidade em desenvolvimento e que, entre o período da segunda Guerra até o Golpe de 64, tenta se manter com seus comerciantes locais, pescadores, turistas e outros trabalhadores. Juro que durante a leitura eu só pensava em como queria conhecer Manaus e como a cultura brasileira é rica e diversa.

Porém, ao mesmo tempo em que encontrei descrições incríveis (do jeito que mais gosto: sem excessos), a construção psicológica das personagens é fenomenal. A estrutura da narrativa também é interessante, já que o autor cita um acontecimento importante, mas faz um certo suspense e distrai o leitor, que demora algumas páginas até conseguir respostas. E quando encontramos algumas delas, é sempre um baque emocional.

Resenha completa no resenhasalacarte.com.br

site: www.resenhasalacarte.com.br
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Manuella_3 01/11/2013

O ódio que o tempo não dissolve
DOIS IRMÃOS – Milton Hatoum – Companhia das Letras, 2007.

Vencedor do prêmio Jabuti, o livro conta a história de dois irmãos gêmeos que se reencontram após cinco anos. Há uma ruptura entre eles e um mal estar familiar prestes a ser revelado.
A narrativa em primeira pessoa deixa o leitor curioso para saber quem está contando a história da família libanesa que vive em Manaus. Com avanços e recuos do tempo, sem seguir uma ordem cronológica dos fatos, o narrador vai lembrando de situações conflituosas vividas na família, que tem como ponto dramático o desentendimento entre os gêmeos Omar e Yaqub. Há também a relação incestuosa da irmã Rânia com os irmãos, a preferência da mãe por Omar e o ciúme que o pai, Halim, tem da esposa Zana. Nesse emaranhado de emoções estão inseridos a empregada índia Domingas e seu filho, cujo nome só saberemos no final. Ele narra a história.
À medida que relembra tudo que viveu junto à família, o narrador parece buscar respostas para seu drama pessoal: saber quem é seu pai. Domingas nunca lhe contou e, ao longo do livro, vamos conhecendo cada personagem e a influência que exercem sobre o narrador. Com Halim, o patriarca, tem uma relação de proximidade e afeto, sendo seu confidente. E nutre uma paixão por Rânia, a irmã que nunca casou e tomou a frente do comércio da família. Halim conta sobre seu grande amor pela mãe dos gêmeos, Zana, e de como os filhos lhes roubaram os momentos íntimos e intensos.
Se por um lado o ressentido gêmeo Yaqub avança nos estudos e cresce profissionalmente, fazendo carreira como engenheiro e casando com o amor de infância de ambos, Omar é o gêmeo irresponsável e mulherengo, vive de farras e é protegido pelo cuidado obsessivo de Zana.
Ao reunir as lembranças do que observou na convivência com a família, o narrador tenta costurar a sua vida com os pedacinhos que lhe sobraram. Sua mãe trabalhou até o fim na grande casa dos imigrantes libaneses e a ele restou um quarto nos fundos.
Gostei muito do narrador, sua mãe e Halim, personagens carismáticos e suaves. Zana é a matriarca que rege a família com sua força e vai decidindo a vida dos filhos. Senti mesmo raiva de Omar e sua vida desregrada, sua agressividade e despeito.
O autor traz uma importante reflexão sobre o ódio que permanece, que a distância e o tempo não podem dissolver. Mágoas que vão se sobrepondo na história dessa família que vê o infortúnio chegar e levar Halim, Zana e Domingas. E com as sobras os irmãos carregam seus erros e dores, desconstruindo sonhos e inquietando o leitor, que os vê despidos de suas defesas. Humanos demais.
Com belos trechos da obra, termino o livro com lágrimas nos olhos. Linda e comovente leitura, profunda e sensível, tão real e próxima que chega a doer.
'Alguns dos nossos desejos só se cumprem no outro, os pesadelos pertencem a nós mesmos.' (p. 264).
'Naquela época tentei, em vão, escrever outras linhas. Mas as palavras parecem esperar a morte e o esquecimento; permanecem soterradas, petrificadas, em estado latente, para depois, em lenta combustão, acenderem em nós o desejo de contar passagens que o tempo dissipou. E o tempo, que nos faz esquecer, também é cúmplice delas. Só o tempo transforma nossos sentimentos em palavras mais verdadeiras.' (p. 244)
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Naty 22/08/2021

Acho que boa parte dos problemas dessa família seriam resolvidos com diálogo
Mas a proposta de trazer como narrador, alguém que ao menos tempo está e não está na família foi genial
Não é uma leitura fácil, mas posso dizer que é bem interessante
Agora estou com vontade de conhecer Manaus...
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y o o n e 06/10/2022

A melhor coisa desse livro é que ele é extremamente brasileiro. Poucos livros que se passam no norte/nordeste do nosso país se destacam, e esse é sem dúvidas excelente ambientado.
A gente odeia genuinamente os personagens, alguns mais que outros, tenta entender sem sucesso a linha de pensamento de alguns.


Os filhos sempre serão resultado da criação que tiveram.
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Liv 17/11/2022

é até que bom, mas é um livro bem confuso e complicado e também tenho várias perguntas sobre e achei um pouco problemático também
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Valvelvilvolvul 21/12/2023

Genuinamente gostoso de ler
A escrita é ótima, super fluida, e a história te prende!! Adorei o livro, odiei o Omar, a Zana e a Rânia.
Leitorconvicto 21/12/2023minha estante
O cara é bom




pfbibiana 04/04/2021

Sobre intimidade, ruídos e quebras familiares
"Alguns dos nossos desejos só se cumprem no outro, os pesadelos pertencem a nós mesmos." Essa frase é do final do livro e acredito que resume bem o caminho que o autor vai nos levando ao longo da história.

Poderia dizer que é sobre uma família de descendentes de libaneses em Manaus em meados no século XX, mas é sobre mais que isso. É sobre uma trajetória de relações de parentescos que se constroem e se quebram no desenrolar da vida.

Adorei a forma que o autor nos leva nesses meandros de sensações, nos mostra Manaus e seus formatos tão inéditos pra quem vive no Sul do Brasil como eu.

Um livro excelente. Recomendo!
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Caioflc_ 28/09/2023

"Alguns dos nossos desejos só se cumprem no outro, os pesadelos pertencem a nós mesmos"
Não vou falar muito, é um livro bastante profundo que precisa ser lido para entender. Além disso, se passa em Manaus - minha cidade natal onde eu moro. Então, é bastante importante e cativante pra mim.

"Dois Irmãos" é uma obra-prima da literatura brasileira contemporânea escrita pelo autor amazonense Milton Hatoum. O livro narra a história de uma família de ascendência libanesa que vive em Manaus, no coração da Amazônia, ao longo de várias décadas. O enredo gira em torno dos dois irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, cujas vidas seguem caminhos radicalmente diferentes, marcados por rivalidades, segredos de família e uma paixão proibida.

Karen612 30/09/2023minha estante
Arrasou na resenha, best ???




caroline 09/09/2023

do ca ralho
o autor precisa ter uma mente genial para ter escrito isso, serio.
é incrivel, é uma obra que exige raciocínio, voce precisa desvendar a obra.
infelizmente nao tenho capacidade pra isso, ent varias partes fiquei perdida e meio desinteressada.
mas tecnicamente, é uma lindeza de literatura
cadelinhadosnow 15/09/2023minha estante
KKKKKKK adorei a resenha




Lore.dossn 03/03/2022

?Nada disso, são iguais, são gêmeos, têm o mesmo
corpo e o mesmo coração?.

"Eu não sabia nada de mim, como vim ao mundo, de onde tinha vindo. A
origem: as origens. Meu passado, de alguma forma palpitando na vida dos
meus antepassados, nada disso eu sabia. Minha infância, sem nenhum sinal
da origem. É como esquecer uma criança dentro de um barco num rio
deserto, até que uma das margens a acolhe. Anos depois, desconfiei: um dos
gêmeos era meu pai. Domingas disfarçava quando eu tocava no assunto;
deixava-me cheio de dúvida, talvez pensando que um dia eu pudesse descobrir
a verdade. Eu sofria com o silêncio dela; nos nossos passeios, quando me
acompanhava até o aviário da Matriz ou a beira do rio, começava uma frase
mas logo interrompia e me olhava, aflita, vencida por uma fraqueza que coíbe
a sinceridade. Muitas vezes ela ensaiou, mas titubeava, hesitava e acabava
não dizendo. Quando eu fazia a pergunta, seu olhar logo me silenciava, e
eram olhos tristes."
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Paulinha 10/04/2023

Maravilhoso!
Que livro incrível.
Hatoum aos poucos vai nos contando o que destruiu essa família.
A má relação entre os gêmeos, a obceção da Zana (a mãe) pelo Omar (O gêmeo mais moço), o amor intenso de Halim por sua esposa, os sentimentos doentios de Rânia por seus irmãos, o narrador e sua mãe que são tragados para esse redemoinho de relacionamentos tóxicos que envolvem a família, e Yaqub, que assim que tem a oportunidade abandona tudo isso, mas não ileso e não sem causar dores a todos.
Não há inocentes nessa trama, todos fazem algo reprovável, o que é normal, afinal de contas, há alguém perfeito na vida real?
Não é a toa que esse livro ganhou o prêmio Jabuti.
Leiam, leiam, leiam!!!
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