Mansfield Park

Mansfield Park Jane Austen




Resenhas - Mansfield Park


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Andreia Santana 17/10/2011

Mistérios insondáveis de Fanny
Fanny é uma protagonista irritante, sem dúvida. Não é audaciosa, ao contrário, é covarde, submissa, ingênua. Ao menos, essa é a primeira impressão ao ler Mansfield Park: que Fanny não passa da avó da Polianna.

No entanto, na medida em que o livro avança, a jogada de gênio de Jane Austen fica mais clara. Fanny é uma boa moça, sem dúvida, para os padrões do século XVIII, mas tem seus momentos de maus pensamentos. É implacável no julgamento dos outros, não faz concessões, tem seus desafetos, permite-se sentir inveja dos que estão em melhor situação que a sua. Morando de favor na casa dos tios ricos, para onde foi levada aos 12 anos, se humilha porque acredita que deve manter-se em seu lugar, mas guarda ressentimentos (é humana afinal!). Equilibra-se a um passo entre a santidade e a amargura e é isto que faz dela uma personagem tão estimulante.

Através da doce Fanny, Jane Austen consegue reunir diversos conflitos da alma humana numa única pessoa. Apesar da atividade freqüente, Fanny é indolente, pois tem preguiça (mais do que medo) de encarar sua vida e dissabores de frente, ela prefere arrumar desculpas convenientes para as desditas. Prefere acomodar-se na posição do patinho feio da família. Age na sombra, influencia a todos sem que eles percebam que estão sendo influenciados.

Ao longo das mais de 300 páginas, nós leitores somos levados a amar Fanny profundamente e a odiá-la com todas as forças por ela ser tão patética. Não conseguimos compreender porque ela agüenta as maldades da tia Norris, uma viúva amarga e cruel; ou porque se submete a ser a escrava de luxo de sua tia Bertram, uma matrona tolinha, leviana e completamente subjugada pelo marido.

Lady Bertram acomoda-se na posição de grande dama e não emite uma única opinião sem que consulte Sir Thomas, sem que ele lhe diga o que é e o que não é adequado. Acostumada que decidam tudo por ela, passa os dias bordando sentada no sofá, com um cachorrinho no colo. Com essa personagem, Austen descreve exatamente o que era uma mulher bibelô naqueles tempos em que a beleza física era o maior atributo de mulheres que serviam apenas de adorno e objeto sexual.

Todos os personagens de Mansfield Park trazem em si as controvérsias de ser humano. O bom vivant Henry mostra-se capaz de atos de grande cavalheirismo, mas como o escorpião, não consegue fugir da própria natureza; enquanto o cavalheiro, quase padre (anglicano), Edmund, é capaz de entregar-se à maledicência e ao julgamento pelas aparências. Não são raras as passagens em que ele e a prima Fanny entregam-se com prazer à arte de falar mal das atitudes alheias, condenando todos com base no ideal de comportamento que tem por padrão eles mesmos! Em alguns momentos, Fanny parece hipócrita.

Já a leviana Mary divide-se entre o desejo de dar o golpe do baú e o de ser livre, de ter o direito de pensar por conta própria. Liberdade e mulher eram palavras mais do que opostas no século XVIII e através de Mary Crawford, a autora mostra o quanto era difícil fugir do script traçado pela cultura e educação recebidas. Mary até tenta, mas não passa de outra caçadora de maridos, maldosa e maliciosa.

A autora britânica critica o jogo de aparências em todas as suas obras, mas nesta, mostra uma sociedade inteiramente construída sobre a imagem projetada e as expectativas sociais. Não é à toa que projetos vivem sendo frustrados, porque ninguém age em Mansfield Park sem lançar mão da dissimulação. Fanny mais que todos, faz da dissimulação uma arma poderosa de sobrevivência.

Mansfield Park foi publicado em 1814, quando Jane Austen estava com 39 anos. É um dos livros mais intrigantes da autora, embora eu considere inferior a Razão e Sensibilidade, por exemplo, e anos luz da obra prima dela, Orgulho e Preconceito (estou apaixonada por este livro e por Elisabeth Bennet, a melhor heroína da escritora, sem sombra de dúvida!).

O que desafia em Mansfield é justamente o caráter de Fanny, a cada página ela se revela de uma forma. Seu retorno para casa, após ser criada na mansão dos tios, e o desprezo que parece nutrir pela própria família, considerada pobre e mal-educada, dizem muito mais sobre seu caráter do que qualquer outra passagem do livro. Embora tenha boas intenções e uma alma mais propensa à sensatez, Fanny também não consegue fugir da educação recebida e das expectativas sociais.

Esta é a obra de Jane Austen considerada a mais autobiográfica. Todo o universo da autora descreve o cotidiano da sua infância e juventude (ela morreu aos 42 anos, relativamente jovem), da Inglaterra rural e o mundo das caçadoras de marido, dos dotes, dos contratos de casamento, das convenções sociais e da dissimulação. Mas Mansfield Park pode ser considerado o tratado de Austen sobre o ato de dissimular e talvez seja o livro onde ela menos usa o humor e mais se entrega a amarga decepção de constatar que o seu mundo era uma prisão de grades douradas.
brunacaroline.s 21/09/2020minha estante
Não concordo inteiramente, mas gostei de sua resenha.
O ponto é: Fanny tem a oportunidade de elevar-se socialmente sendo ?criada pelos tios


brunacaroline.s 21/09/2020minha estante
Mas justamente por isso, vê-se sempre inferiorizada, principalmente pela Tia viúva. Por outro lado, a família natural não lhe dá o devido valor e as chances que lá teria não seriam melhores. Não acho Fanny santa, mas muito correta e ciente de seu lugar, como foi educada para ser. Mas o inteligente, crítica e firme quando necessário.
Gosto muito dessa obra de Austen pois é bem diferente, inclusive ao mencionar situações meio ?ousadas? e adultério


Andreia Santana 21/09/2020minha estante
O bacana da leitura é que ninguém lê um livro da mesma forma. Interpretação de texto é algo subjetivo e vai da maturidade e das experiências de cada leitor. Obrigada por compartilhar seu ponto de vista e por respeitar o meu. Abraços


brunacaroline.s 22/09/2020minha estante
Concordo com você Andreia. E gostei muito do seu comentário. Você é uma mulher inteligente!


Kamilli 13/01/2022minha estante
Você conseguiu perceber a obra de Jane Austen muito além da personalidade de Fanny, fazendo uma conexão com o cenário de infância da autora, por exemplo. Quero escrever e analisar os livros assim também hahaha parabéns


Andreia Santana 13/01/2022minha estante
Obrigada, Kamilli. Comece a praticar e logo logo você fará ótimas análises também.


Kamilli 13/01/2022minha estante
Muito obrigada, Andreia!


Vanessa.Cristina 04/03/2023minha estante
Ótima resenha! Estou no começo da leitura. Vamos ver se terei percepções semelhantes ao final.




spoiler visualizar
Vanessa 05/03/2024minha estante
Amiga vc foi boazinha na nota ? depois daquela parte em que a Fanny visita a família não consegui ter mais nenhuma simpatia por ela.


Michela Wakami 06/03/2024minha estante
Amiga, eu caí de paixão pela Fanny!??




Sara 13/01/2011

Meu Austen favorito
É o meu Austen favorito... Por quê? bem é uma história em que a personagem principal é uma das pessoas mais invisíveis em seu ciclo social... uma das menos importante... mas, a mais virtuosa... Na vida real percebemos que as pessoas, de uma certa forma, tem uma tendência a substimar as pessoas tímidas e achar que sua maneira reclusa de se portar é sinônimo de alguma fraqueza ou debilidade... Bom, Jane Austen aqui aposta em uma personagem que desmente essa crença; é claro que todas regras tem excessões, mas Fany é o exemplo de singularidade e discrição... gosto dela assim... sua ousadia é algo mais profundo e interior que tem força para suportar afrontas, preconceitos e desdém sem perder a beleza de uma personalidade tranquila, respeitosa e ademais muito forte... sua força não é a que muita gente consideraria como força... pois para essa gente ser forte é fazer o que lhes dá na telha para se impor ao outro ou ao ofensor... Fany nos ensina sobre a existencia ou possibilidade de uma outra força... da tolerância e passividade... que do contrário ao que muitas pessoas acham não tem nada a ver com fraqueza... precisa-se ser muito forte para agir por esse método pois dá muito mais trabalho... mas deixa qualquer um bem mais bonito!!!
Lena 23/11/2014minha estante
Nossa, gostei do seu comentário. Muito profundo, verdadeiro e belo.


brunacaroline.s 06/07/2020minha estante
Nossa! Também gostei muitíssimo do seu ponto de vista.




DeniseSC 31/10/2022

Um lugar que transforma as pessoas
Eu li Mansfield Park a muito tempo, já não me lembrava do enredo e acabei lendo como se fosse a primeira vez.
Peguei ranço de certos personagens, me compadeci da Fanny pelo tratamento que ela recebia e aprendi a amar certos personagens.
Eu adoro o fato de descobrir o significado dos títulos dos livros da autora, todos são friamente escolhidos, e vemos que Mansfield Park é um lugar que tem um efeito nas pessoas, seja pelo habitantes ou as belezas do campo, vemos como esse lugar fez bem a Fanny fora do lar problemático de sua família.
Minha única crítica é que como característica de Jane Austen, ela tende a desenvolver pouco o final da história, o romance do casal e o desenrolar dos personagens secundários foi resolvido nas últimas 10 páginas.
Recomendo este livro para quem já tiver lido outros clássicos da autora como Orgulho e Preconceito ou Persuasão, assim já estão mais acostumados com essa característica da escrita dela.
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beatriz 22/02/2024

"I was quiet, but i was not blind"
Mansfield Park atualmente ocupa o último lugar na minha lista de lidos entre os livros de Jane Austen.
E eu sinto em dizer isso porque no início da leitura eu estava realmente apreciando a história, e estava curiosa sobre o desenrolar dos acontecimentos e desenvolvimento dos personagens e seus arcos.

Entretanto, em dado momento o livro foi se tornando cada vez mais enfadonho, os personagens irritantes, e os acontecimentos sucedidos davam a impressão de não estarem indo a lugar algum. A história deu um pequeno salto com a partida das irmãs Bertram e o reforço na participação da Fanny nas ocorrências, mas devo confessar que a essa altura o meu interesse como um todo já estava por um fio.

Não fui capaz de criar laços com nenhum dos personagens, principalmente com a nossa protagonista... No início, eu realmente senti por ela certa empatia em decorrência do modo como ela era tratada por todos da família, e esperava acompanha-la em sua evolução e torcer por um desfecho digno para sua trajetória. Contudo, foi difícil manter essa opinião quando a Fanny se mostrou uma personagem totalmente sem carisma, audácia e confiança.
Por mais que ela tivesse fortes princípios e opiniões, ela nunca era capaz de pronuncia-las em voz alta, o que acabava tornando-a uma pessoa vulnerável e complacente.
E a verdade é que eu consigo compreender os motivos por trás de sua personalidade, mas isso não a torna uma personagem fácil de gostar. Por mais que ela seja a descrição perfeita de uma boa moça para aquela época, em seu interior ainda é humana, e isso é evidenciado inúmeras vezes em seus pensamentos, que em alguns momentos chegam até a ser hipócritas e com motivos nem tão nobres por trás (como as opiniões dela sobre a Srt. Crawford, que apesar de terem se comprovado como corretas eram motivadas por ciúme).

E é claro que o desfecho do romance foi a parte mais decepcionante para mim. Talvez se não tivesse sido tudo descrito tão rapidamente ou se houvesse um desenvolvimento melhor das mudanças de sentimentos entre os personagens então as coisas teriam se encaixado melhor? Não tenho certeza. Fanny e Edmund não me convenceram como casal, penso que teria sido bem mais interessante para história se a Jane tivesse trabalhado o caráter de Henry Crawford e seu relacionamento com a Fanny de forma diferente (mas já percebi que ela adora escrever em seus livros um plot twist onde o bom moço se mostra um cretino).
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mirrorbel 04/07/2022

longe de ser o melhor da jane austen
fanny é uma protagonista indiferente e sem reação, totalmente desinteressante, é um livro que eu tive que me esforçar muito para terminar e que no final nao valeu tanto a pena seria melhor ter largado no meio mesmo
amanda 04/07/2022minha estante
N me arrependir de ler mas com toda a certeza a Fanny é a mocinha mais chata de todas


Amanda 04/07/2022minha estante
Só falta esse p eu finalizar os livros da jane, mas até agora a leitura que menos gostei foi "persuasão". Mas ja vi comentários meio ruins de mansfield park, falando que a fanny eh bem chatinha mesmo


mirrorbel 04/07/2022minha estante
ai amg vai em mansfield park que se você passou por persuasão vai conseguir passar por ele


amanda 04/07/2022minha estante
Gente eu amoo persuassão é um dos meus favs kkkk serio


mirrorbel 04/07/2022minha estante
ai eu enrolei muito pra ler persuasão não consegui ficar presa quase cai na ressaca


Amanda 04/07/2022minha estante
Persuasão acho mto chatoo perto de emma e razao e sensibilidade, por exemplo !! Emma eh uma obra prima p mim




Giulipédia 28/05/2021

Precisamos entender, aceitar e saber quando dizer NÃO!!
De todos os livros de Jane Austen, esse de longe foi o mais difícil pra mim de se ler, não perde o encanto que as obras de Austen carregam, mas muito provavelmente pela própria história do livro e pela construção da personagem, acabei achando a leitura bem arrastada, porém longe de dizer que foi um tempo mal gasto, porque não foi e muito menos um arrependimento, como jaja vocês iram notar!!

Fanny Prince é uma jovem tímida, dotada de extrema sensibilidade, que vai morar com os tios em Mansfield Park. Ela vem de uma família simples e cheia de irmãos e por isso mesmo, por intermédio de uma de suas tias, Sra. Norris, ela recebe as boas graças de ser a escolhida aos 10 anos de idade para ser criada com as primas Bertram na grande propriedade da família. Longe de ser um sonho realizado, Fanny tem uma adaptação difícil no primeiros anos, devido a sua personalidade tímida e saúde frágil, mas com a ajuda do seu primo mais querido, Edmund, a jovem aos poucos vai se adaptando.
E assim inicia-se a trajetória de Fanny em Mansfield Park.

Achei bem interessante a proposta da autora ao escrever esse livro, pois mesmo não sendo sua intenção, ela só reforçou, desde lá de 1800 e bolinha, que mulher não é UTI de homem nenhum. Não importa o quão maravilhosa você seja amor, se ele não é bom pra você agora, não é depois que irá ficar!! Se liguem meninas!!

Outra coisa interessantíssima que queria muito comentar também é a respeito da personalidade de Fanny. Admito que de todos os livros de Austen que li, esse foi o mais difícil, justamente pelo comportamento da própria personagem. Fanny é extremamente tímida, sensível e reservada, não há nada de errado em ser assim, porém ela é extremamente dócil também e é aí que entra o problema. Pessoas dóceis são as que mais sofrem, justamente por não conseguirem se defender, seja por medo, insegurança, ou obediência exagerada devido a criação dada a essa pessoa. Mas tenho que me retratar com Fanny também, pois como havia citado acima alguns adjetivos atribuídos a ela, um que não posso atribuir é a fraqueza, pois ela fez algo que até mesmo as mais raivosas e indomáveis pessoas não fazem. Foi fiel a si mesma! Quando realmente foi posta a prova, Fanny se mostrou com uma determinação implacável, mesmo sendo vitima de todas as formas de coerção para se fazer domar sua vontade, ela não cedeu e por isso aqui nesse mesmo parágrafo me retrato com Fanny e digo que de todas protagonista de Jane Austen, ela foi a que mais me surpreendeu e com certeza é uma das mais fortes!

E outra coisa que tenho que agradecer a tia Austen por exemplificar tão bem, mesmo que também não tenha sido sua intenção na época, é que quando uma pessoa, mais especificamente uma mulher (sim, sofremos muito mais com isso do que homens!), diz não, é NÃO e acabou! Digo que muito provavelmente não era a intenção da autora exemplificar esse tipo de situação assim, pois até pouco tempo (e ainda hoje em alguns casos...) acreditava-se que a insistência do outro era um gesto romântico, a conquista, luta pelo afeto do outro e tal. Não meus amores, isso NÃO é um gesto romântico, o nome disso é ABUSO e falta de respeito para com a vontade de outro, que fique bem claro. Ninguém é território, nem objeto pra ser conquistado, se você quer, fica e pronto, nada de joguetes de sedução, isso é cansativo e infantil, se você não quer, fale e pronto e o outro lado que respeite a decisão tomada, antes de mais nada, somos seres humanos!

Então assim, só pra concluir, foi uma leitura, não vou mentir, bem arrastada e em alguns pontos cansativa, mas nem por isso menos enriquecedora e produtiva, até porque o resultado das minhas reflexões estão bem explícitos acima. Não me digo detentora da razão, mas gosto de problematizar alguns casos e nos fazer refletir sobre aquilo que estamos lendo, e logicamente tenho que adaptar para a época atual que nos encontramos né, no mais é isso, apesar de tudo, recomendo muitíssimo e boa leitura a todos e todas!
Guilherme.Augusto 28/05/2021minha estante
??????




Cássia 02/05/2021

Mansfield Park
Um dos maiores livros de Jane Austen que já li, uma obra interessante e completa, detalhando os sentimentos dos personagens e te fazendo torcer e ao mesmo tempo ter medo pelos protagonistas.
Mii Lima 02/05/2021minha estante
e pq da nota 2,5???


Mii Lima 02/05/2021minha estante
e pq da nota 2,5???




@LuanLuan7 31/08/2022

A insondável Fanny Price
Adotada por sua tia (Lady Bertram), Fanny Price cresceu com seus primos (Tom, Edmund, Maria e Júlia) na mansão de Mansfield Park.

Sempre em segundo plano por ser a prima pobre, além de sua própria predisposição pessoal à timidez, Fanny cresceu em absoluta resiliência e submissão aos tios e primos.

Apesar de tímida, mostrou-se capaz de decidir-se sobre o que era moralmente correto, não esquivando-se de julgar (ainda que em pensamento) pessoas ou fatos de acordo com o que entendia aceitável.

? spoiler - Desde sua chegada à mansão, sempre foi acolhida por seu primeiro Edmund, que será seu amor platônico por toda a obra. - spoiler ?

Com infindáveis jantares e passeios por bosques Jane Austen nos apresenta uma personagem diferente daquelas que vimos em outros romances: fortes e destemidas.

Aqui temos uma personagem tímida, de saúde frágil e de compleição doce e afável. Sempre pronta a ouvir, nunca disposta a falar em excesso. A perfeita ?boa moça?, branca, razoavelmente bela e educada, que ama ler e passear no bosque.

Porém, muito se engana quem pensa ser ela integralmente submissa. Ao ser objeto da obsessão de Henry Crawford, a boa moça mostrou sua toda sua inteligência, perspicácia e determinação para desprezar esse amor tão súbito.

Mais à frente, diante da tragédia entre sua prima Maria e Henry, Fanny confirmou que estava certa em sua rejeição.

No final, com as reviravoltas que um escândalo pode gerar, a autora conseguiu aquecer o coração do leitor que já estava desesperançado de qualquer final feliz.
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weasleyouth 13/03/2021

Mansfield Park
Certamente não é o meu livro favorito da Jane Austen mas é um bom livro.

O que mais me marcou foi o fato da Fanny não ser nem um pouco como as outras protagonistas da autora (como a Elizabeth e a Emma) ela é mais submissa e pouco impõe ou até mesmo compartilha as suas opiniões com os outros.

Não acho que eu recomendaria o livro para quem ta começando a ler Jane Austen agora, ele é bom mas não te faz querer outros livros dela.
Ste 13/03/2021minha estante
Foi exatamente o que aconteceu comigo. Comecei com esse livro e abandonei no meio, não consegui terminar.
Qual você me indica para voltar a ler Jane Austen?


Joy 29/03/2021minha estante
Acho que para começar, o melhor é Orgulho e preconceito que, na minha opinião, não tem como não gostar!!




Camilendo_ 29/09/2020

Uma grata surpresa
Acredito que do mesmo modo que Fanny foi uma grata surpresa aos moradores de Mansfield Park, a leitura desse livro foi uma grata surpresa pra mim.

Muito diferente de Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade, com uma protagonista muito mais reservada, graciosa e sensível, Mansfiel Park começa de uma maneira desagradável, mas persistir na leitura e insistir com a Fanny faz com que toda essa caminhada se justifique e valha a pena.

Ouso dizer que agora, amo muito mais Mansfield Park do que Orgulho e Preconceito, MP possui um dos melhores antagonistas dos romances e toda a trama final do livro só nos faz dar mais credibilidade aos poderes de percepção e sensibilidade da nossa protagonista e assim, entender por completo essa criaturinha tão encantadora.

Jane Austen, só posso te amar.
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Amanda Ladislao 01/04/2021

O livro é bem o estilo de Jane Austen, criticas a sociedade inglesa de sua epoca, com seu preconceitos e regras. E um livro mais lento, sem grandes emoções. A historia começa a ter um climax mais para o terço final, mas é bom. Não é o meu favorito da autora. A leitura não é tão fluida e interligada quanto Orgulho e preconceito, mas e um gostoso romance de epoca.
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Marcos 11/02/2012

Falsa caridade, falso feminismo.
A caridade é um dos princípios morais do cristianismo, ou uma das virtudes teologais como é estudada na tradição católica. Trata-se de ajudar ao próximo, do amar os inimigos. Sem a caridade, o cristianismo perde todo seu significado como observou Jesus ao afirmar que fora da caridade não há salvação.

O ato de criar a filha de uma irmã pobre deveria ser um ato de caridade. Não por acaso, a autora da proposta foi uma terceira irmã, casada com um pároco. Só que a intragável Mrs Norris acaba deixando claro que é a irmã rica, já com 4 filhos, que deveria criar a menina e não ela, sem filhos, que teve a idéia. É o famoso fazer caridade com os outros. Pior, Mrs Norris deixa claro que a menina não deve ser tratada da mesma maneira que as outras crianças da casa, evidenciando sua situação social, e que deve ser constantemente lembrada da sorte que teve em ser recebida em Mansfield Park.

Alguém já falou que toda a literatura ocidental encontra correspondência nos esquemas bíblicos. Nesse caso, de cara me chamou atenção as palavras de Jesus da ostentação da caridade, famosa no sermão sobre a mão direita e a mão esquerda. A caridade feita com o propósito de se sentir bem consigo mesmo e conseguir a aprovação social é uma falsa caridade, além de ser desumano pois coloca a pessoa ajudada na obrigação de ser grata a um ato que na origem não tem nada de bondade.

Outro tema abordado por Austen é a fortaleza necessária para praticar a virtude. Henry Crawford, um dos personagens mais fascinantes do livro é um jovem impetuoso, inteligente e frívolo. Depois de brincar com os sentimentos das duas filhas de Lady Bertran, resolve fazer o mesmo com Fanny e acaba se apaixonando por ela. Decidido a conquistá-la, resolve reformar sua vida e colocar-se digno dela. É difícil não torcer para que Henry consiga de fato dominar seus vícios, mas Fanny recusa-se a se convencer da mudança do pretendente. Ao mesmo tempo, o leitor percebe que ele deve ter força suficiente para se reformar e fica se perguntando até onde vai o compromisso do rapaz com a virtude.

Fanny Price é uma das personagens mais criticadas pelas próprias fãs de Jane Austen. Ao contrário de suas outras heroínas, não possui o carisma e força de expressão que tanto fascinam suas leitoras. Acredito que a frustração é com certas características como um julgamento moral baseado na tradição, a posição de submissão que se coloca em relação à casa e ao próprio amor pelo primo Edward, tornam difícil vê-la como uma heroína feminista, como erroneamente é visto as demais como Lizzy ou Emma. Fanny é apenas uma jovem que resolve ser fiel ao seu amor e tem a fortaleza de manter esse sentimento, o que é muito mais feminino ou feminista do que supões as feministas.

A verdadeira liberdade não está em se livrar da moral e fazer o que se quer como pretendem algumas. A verdadeira liberdade está em seguir o que acha certo e se submeter a critérios morais que se escolheu para viver uma vida. Não por acaso, Fanny se apaixona por Edward sem ser correspondido por ele, uma inversão da tradição romântica em que o mocinho conquista a mocinha, como é o caso de Henry em relação a ela. Aqui é a mocinha que tenta consquistar seu pretendente.

Esse é o feminismo de Jane Austen. Muito mais sutil e muito mais real do que o que vemos hoje em que a expressão da liberdade da mulher parece ser o divórcio, aborto e silicone. Talvez a expressão da liberdade da mulher seja fazer suas escolhas, mesmo que seja pelo casamento, filhos e amor. E ser feliz com essa escolha.
brunacaroline.s 06/07/2020minha estante
Muito bom seu comentário! Liberdade é o poder de escolha, seja ela qual for. Adorei!




Carine 24/11/2020

Leitura de Mansfield Park
Doce Fanny, menina introvertida, tímida e muito maltratada pela família.

Inicialmente não consegui me simpatizar com a personagem, mas depois encontrei muitas características positivas (as negativas permaneceram lá, mas ela me cativou com o tempo).

Separada muito cedo de uma família que já a colocava de lado em meio a tantos filhos e poucas condições, vemos Fanny sofrer por alguns anos as tristezas da solidão e falta de carinho (negligência por parte dos tios que assumem o papel de tutores).

Menina que cresceu se tornando uma mulher que permaneceu frágil em sua saúde, sempre foi muito "protegida" mesmo sem se dar conta disso. Porém possui um bom coração e muita fibra, supera as adversidades com muita calma e gratidão.

O livro me pareceu um prelúdio de um crescimento maior da nossa Fanny, ainda com 18 anos apenas, tinha muitas coisas para aprender.

Foi como conhecer uma heroína antes dela mesma se tornar uma.
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Eliza.Beth 16/09/2022

Difícil amigos.....
É, não rolou! Não gostei de quase nada nesse livro.
Algumas poucas partes foram interessantes: eu diria q o começo e algumas partes próximo de 60-70% do livro.
Se não fosse escrito pela Jane Austen, seria mais analisado criticamente.
Inclusive, senti falta do estilo da Jane... algumas críticas sociais melhor construídas, parágrafos para contemplação, acontecimentos sociais melhor descritos.

Achei q é um livro meio q sem história... acho q metade do livro não aconteceu grandes coisas.... e o que acontece na segunda metade não é suficiente para uma boa história.
Achei o livro muito chato.

Personagens principais extremamente moralistas e achando q o mundo tem que seguir conforme suas convicções. Não surpreende que acabam casando. Merecem-se. Dois chatos.

Queria ter gostado mais desse livro.
Primeira decepção com Jane Austen.
Quem já leu Orgulho e Preconceito, Persuasão, Emma..... fica difícil não ver as falhas desse.
Deixou a desejar.
Carolina.Gomes 16/09/2022minha estante
A nota ta boa ?


Eliza.Beth 17/09/2022minha estante
Hahahaha
Não é ruim, só chato kkkk


Michela Wakami 18/09/2022minha estante
Eu até hoje só gostei de Orgulho e preconceito da autora. Mas pretendo reler os outros um dia, para ver se mudo de opinião.


Michela Wakami 18/09/2022minha estante
Mas ainda não li esse, e não sei se quero kkkkkkk.
Medo kkkkkk.


Alan kleber 20/09/2022minha estante
Queria saber fazer resenhas tão boas como essa.


Eliza.Beth 21/09/2022minha estante
Michela, todos q li dela gostei muito, mas esse realmente foi difícil de engolir ??


Eliza.Beth 21/09/2022minha estante
Obrigada Alan? gosto bastante das suas reflexões tbm ?




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