O pavilhão dourado

O pavilhão dourado Yukio Mishima




Resenhas - O Templo do Pavilhão Dourado


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Juliana 26/02/2022

Um passeio pela Beleza
É incrível a maneira como Yukio Mishima pinta quadros com suas palavras. A cada página de O Pavilhão Dourado não somente sabemos mais da história do personagem principal, mas também somos convidados a imaginar as mais complexas imagens.
Para além disso, recomendaria este livro para todos aqueles que não se contentam com histórias superficiais e gostariam de ler um livro de aborda temas não tão comuns.
Definitivamente a obra entrou para a minha lista de favoritos, me fazendo sentir a necessidade de ler outros livros de Mishima.
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Silvio 07/01/2013

Assim como a maioria dos livros de Yukio Mishima, O Templo do Pavilhão Dourado traz desconforto, às vezes tão insuportável que é difícil continuar a leitura.
Muitos consideram essa característica um defeito do autor, mas é justamente a sua maior qualidade: apresentar a "pequenez" humana sem medo de ser cínico ou sórdido, e nos convidar a se revoltar contra essa condição. As grandes diferenças da cultura e dos hábitos japoneses (e do estilo narrativo) causam uma estranheza ainda maior, mas como toda obra de arte oriental, exige paciência e meditação para se chegar ao seu compreendimento.
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Karina599 24/11/2022

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Bom, a história é interessante, mas o livro é muito parado, demorei muito pra terminar a leitura. O livro tem uma escrita impecável, o autor descreve o cenário com muitos detalhes, vc realmente imagina o pavilhão, mas achei um pouco cansativo e de fato não me prendeu. Só terminei pela qualidade da escrita.
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Lasse_ 31/07/2021

Iconoclastia
Eis aqui um livro com apenas um personagem, ou um protagonista e seis personagens coadjuvantes, dependendo de como você olha a coisa. Escrito em tom de conversa íntima, o protagonista d'O Pavilhão Dourado é um jovem gago, aspirante a monge, cuja gagueira rendeu-lhe a alienação social e uma aguda introversão. Mizoguchi faz de sua incompreensibilidade sua personalidade, num esforço para virar o paronama social desfavorável, pelo menos em sua própria mente.

A verdade é que ele não compreende os próprios sentimentos, muito menos os de outras pessoas. Sua reclusão e constantes embates mentais sobre moralidade contribuem para uma falta de empatia patológica que culmina nas outras pessoas representando meros símbolos para si. Por isso coloco o próprio kinkaku-ji como um personagem no livro, visto que seu aparecimento é indistinguível em termos narrativos de Uiko, a jovem rebelde que só aparece na história, de fato e fora das lembranças do protagonista, no começo do livro.

Os dois representam figuras opostas na mente de Mizoguchi. De um lado a rebeldia e devassidão, do outro ascetismo e aquilo que o impede de ser um jovem normal. Esses símbolos se digladiam no seu interior, da mesma maneira que seus amigos Kashiwagi e Tsurukawa mostram-se como facetas diametralmente opostas em suas interações e filosofias de vida. Um abismo separa o puro Tsurukawa, que filtra a malícia das reflexões do protagonista, expondo a pureza que ainda há em seu interior nu aos seus olhos, e o perverso Kashiwagi, ao qual o protagonista vai recorrer para suas tentativas de incursão no hedonismo.

As duas figuras finais a serem mencionadas são o pai e o prior do templo. A primeira vez que Mizoguchi fala algo resolutamente, sem gaguejar, é quando um soldado o pergunta o que ele quer ser. Sua ambição monástica é herdada do pai, que lhe inspirou a admiração pelo pavilhão dourado desde pequeno, antes de o ver de fato. Mizoguchi nunca deixa claro o real motivo de sua aspiração, mostrando a ambiguidade principal que define seu personagem. E o prior é a autoridade religiosa que atua no seu papel de autoridade religiosa.

À medida que a narrativa avança, assistimos ao protagonista se movendo de um lado ao outro, todos os símbolos se remexendo e sua psicologia se moldando conforme suas relações com as figuras próximas se desenvolvem. Esse desenvolvimento é o ponto central da obra, cujo estilo de escrita belo e poético apresenta o dilema moral principal: "O mal é possível?". Remontando ao pensamento do próprio Mishima, temos a tradição como ponto importante de fundação de um indivíduo, representado pelo pavilhão em sua resistência às manchas do tempo, ascetismo como elevada moralidade, e o templo como a união dos dois. O mal consistiria na profanação desse símbolo milenar.

E finalmente, se você não terminou de ler este livro, recomendo que termine para evitar o spoiler que não é spoiler. Agora mesmo. Não é spoiler pois este livro é baseado num fato real, o incidente em que um homem ateou fogo de verdade no pavilhão dourado. Inspirado por esse fato, Mishima parecer ter quisto explorar os pontos psicológicos que levariam uma pessoa a um ato de loucura assim. Mizoguchi assiste aos principais pontos de apoio da sua ambição ascética se desmoronando lentamente, desde a atitude do prior até a verdade sobre Tsurukawa. Também sente uma maior e maior frustração nas suas tentativas de hedonismo ao ser impedido pelo símbolo do pavilhão, que tem vontade própria e personalidade que evolui no panorama mental do protagonista. É delicioso como seu estilo narrativo muda lentamente, de forma extremamente sutil, adquirindo um aspecto cada vez mais tenebroso e negativo, à medida que é barrado nos dois mundos que tenta adentrar. A consumação do ato final se configura como a liberação de sua alma cativa em todas as direções, um último recurso de revolta quando nada mais é possível.
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matchilla 21/12/2023

Se tornou meu livro favorito por conta da escrita poética e por ser introspectivo, explorando com profundidade os sentimentos de Mizoguchi

A reflexão sobre a "Beleza" e a associação com a maldade me tocou profundamente, visto que tenho uma certa obsessão com a estética. Ler um livro que expressa, em partes, o que sinto e penso, cura onde dói.

Histórias que possuem personagens corrompidos, imorais, e mostram a crueldade humana são as melhores
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pete_7 07/06/2024

Pt. 1 - Resenha de (quase) tudo o que já li
Imagine um pavilhão de ouro, com a estátua de uma fênix no topo queimando a todos com seu olhar. Um jovem desenvolve uma obsessão por este lugar, que cresce de uma centelha até se tornar plasma solar. Este é o Kinkaku-ji (Templo do Pavilhão Dourado). Ele existe em Kyoto e foi queimado por um monge aprendiz em 1950.
Mishima se baseou nesse acontecimento para escrever este livro. Visceral, insano, doentio, uma das leituras mais pesadas que já fiz. O livro é curto, mas é mais denso que uma estrela de nêutrons.
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Aline330 26/07/2023

Mishima repete com maestria seu hábito de nos transportar para a mente humana, mas nesse caso é a mente de alguém que vamos odiando cada vez mais. Creio que isso acaba tornando o livro não empolgante, ainda mais com descrições tão detalhadas de ambientes.
As discussões formam o ponto mais interessante do livro: o que é a beleza? Podemos alcançá-la? O que é mais importante, o conhecimento ou a ação?
Acredito que no fundo o protagonista seja um exagero daquilo que todos nós somos um pouquinho, e por isso ele vai ficando cada vez mais feio de se acompanhar.
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Marcos606 24/03/2023

Um relato fictício do incêndio real de um templo de Kyoto por um acólito budista perturbado em 1950, o romance reflete as preocupações de Mishima com a beleza e a morte. O narrador, Mizoguchi, um jovem acólito zen, está alienado do mundo ao seu redor; nascido fisicamente pouco atraente e frágil e em uma pobreza desoladora, ele gagueja muito e se mantém distante dos outros.

A maestria de Mishima em construir a patologia do personagem principal, Mizoguchi, levanta questões perturbadoras sobre dependência emocional, alienação, o valor da arte e da herança e o papel que as experiências e traumas da infância desempenham na distorção do comportamento adulto.

Foi a ostentação do edifício, a inveja de sua adoração pelo público ou um capricho destrutivo na mente de um acólito mergulhado na doutrina, mas forçado a viver no presente material que trouxe o piromaníaco nele?
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Júlio 19/01/2015

Estranhamente belo, ainda que vil, é um livro de linguagem fácil mas de conteúdo denso, o que torna a leitura um pouco arrastada. A trama da história é simples e direta, somente uns 15% do livro é trama, a parte intrincada reside na narração do protagonista e nas ideias filosóficas que aparecem toda hora, as vezes na forma de diálogo, as vezes na forma de reflexão.

Uma ótima história sobre o peso que um símbolo de imensa beleza pode ter sobre a mente de um indivíduo.
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Ari Marinho Bueno 11/08/2011

Obra-prima?
Mais um grande livro de Mishima, embora pense que possua alguns problemas estéticos - a começar pela tradução do original. Em alguns momentos, me pareceu que o estilo foi "maquiado".
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Eduardo 18/01/2012

bonito, triste, pesado.
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