Ale245 26/06/2023
Paris do século XIX
Naná é prostituta desde os 15 anos, filha de um bêbado e de uma lavadeira. É uma personagem extremamente inconstante, meio sem profundidade psicológica, que fica cada vez mais insuportável: caprichosa, tem prazer em destruir as fortunas dos homens, que considera desprezíveis. Também rivaliza com mulheres. Vira atriz e possui uma sexualidade feroz.
O livro mostra a prostituição das ruas e a "de luxo", a ação da polícia, o lesbianismo na alta sociedade francesa da época, os bastidores imundos e lamacentos do teatro (cujas atrizes são, muitas vezes, prostitutas), a violência masculina, a objetificação da mulher, o fanatismo religioso cheio de repressão sexual, o adultério, a situação política no fim do império, etc.
A primeira metade do livro é bem arrastada. Descrições chatas, desnecessárias, repetitivas e intermináveis, como Zola achava que tinham que ser. Na segunda metade, o ritmo fica frenético e as descrições mais interessantes, embora ainda se repitam um pouco.
Bem determinista: aquela que nasce na podridão, apodrece tudo que toca, como se fosse predeterminado pelo sangue. Muita lama, mau cheiro, barulho e morbidez.