Resenhas - As egípcias

Clio0 04/04/2021

Mais conhecido por seus romances históricos, Christian Jacq é pouco considerado em terras tupiniquins justamente por trabalhar com algo que tem pouca visibilidade nas faculdades de História - por motivos óbvios.

As Egípcias é um livro didático sobre o papel social-econômico (e até mesmo político) das mulheres no Antigo Egito.

Embora seja uma obra historiográfica, o texto é fácil, amigável, de pequenos capítulos com mini-tópicos e ilustrações; é óbvia a capacidade do autor em produzir algo de fácil acesso para o leitor leigo, mesmo que esse não tenha sido seu público alvo.

Janaina Vieira - Escritora 17/03/2014

As grandes mulheres do Egito Antigo
Estou ainda espantadíssima... Talvez, como a maior parte das pessoas, meu conhecimento sobre o Egito Antigo se resumia à história da descoberta do túmulo de Tutancâmon, a alguns documentários, filmes e leituras mais ou menos esparsas sobre o assunto. Por isso, quando cheguei na segunda metade da leitura desse livro, mal pude acreditar no que estava lendo!

A condição feminina, durante praticamente 4.000 anos e 30 dinastias, foi a mesma. Ou seja, de total respeito, muito mais até do que se pratica hoje em muitos aspectos. Os exemplos são muitos: não havia preferência pelo nascimento de meninos em detrimento de meninas e ambos eram muito bem aceitos pelos pais; as crianças eram amamentadas até os 3 anos, de modo que não havia casos de desnutrição no Egito Antigo; a mulher não era obrigada a se casar contra a sua vontade e os pais nunca a obrigavam a isso; a virgindade era desejável, mas não obrigatória e não havia castigo caso a jovem não fosse mais virgem ao se casar; não existia cerimônia religiosa ou civil para celebrar casamentos, as pessoas simplesmente escolhiam uma à outra como companheiros e o casamento passava a valer quando iam morar juntas debaixo de um mesmo teto; era comum que os casais formalizassem um contrato de casamento entre as partes para o caso de virem a se separar algum dia, e desse contrato constavam detalhes sobre como seriam divididos os bens após a separação; o adultério era muito condenado, mas ninguém matava ninguém por causa disso; a mulher viúva ou separada não perdia os bens e ninguém podia tomá-los dela, que dispunha deles como bem quisesse; as mulheres iam à escola regularmente, ocupavam cargos importantes na religião e na vida pública, sem problema algum.

Enfim... Há muitos outros detalhes, mas essa resenha ficaria muito longa, de modo que basta descrever as principais características. Em síntese, a condição feminina no Egito faraônico era muitíssimo valorizada e respeitada, o que é surpreendente, sim, dada a distância que nos separa dessa civilização fantástica, que brilhou no mundo durante milênios. Penso que muito de sua cultura deveria ser imitada nos dias de hoje, pois, se pensarmos bem, a humanidade regrediu - e muito - em vários aspectos.

Um excelente livro, que deveria ser lido por homens e mulheres de hoje, com certeza! Recomendadíssimo!

Nat 11/06/2012

Este livro fala de cada mulher egípcia (de sangue ou não) que desempenhou um papel importante na história faraônica. A primeira, é claro, é Ísis, Mãe e Rainha de todo o Egito. Da primeira (talvez) faraó do Egito, até Cleópatra, passando pelas famosas Hatchepsut e Nefertiti; falando dos aspectos e grupos sociais aos quais as mulheres pertenciam como mães, amantes, esposas; abordando as vidas das mulheres trabalhadoras, iniciadas e sacerdotisas. Com este livro, o autor faz se propõe a fazer: revive cada mulher egípcia, tenha ela sido célebre ou não.

Todo livro sobre o Egito e sua história vira uma obra de arte na mão deste renomado escritor. Não canso de me admirar com a capacidade que Christian Jacq tem de escrever a fundo sobre essa sociedade que ainda hoje tem um quê de mistério. Neste livro, Jacq fala de cada mulher notável, conhecida ou desconhecida com a mesma habilidade com que escreve seus romances sobre este povo intrigante.

site: http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com.br/2012/06/as-egipcias-christian-jacq.html