Pablo1930 23/04/2017
A criação do Estado sionista constitui um dos episódios mais lamentáveis da história do século XX e um dos grandes crimes contra a humanidade. Um Estado sustentado por uma concepção racista de mundo, o sionismo – condenado pela ONU como racismo em diversas resoluções –, e fundamentado por um pseudo direito do povo judeu à “terra santa” (que historicamente não se sustenta), além de braço do imperialismo no Oriente Médio. É interessante notar que desde o surgimento do sionismo no fim do século XIX até a criação do Estado de Israel, todos os planos de expansão e de tomar os territórios palestinos já estavam bem claros para qualquer observador crítico. Um estado fundado com base em uma tragédia humanitária, no terrorismo, na guerra, na violência, no racismo e na mentira. Ao olharmos os mapas da Palestina de 1948 até os dias de hoje, fica claro que a intenção do estado sionista é dominar todos os territórios através de assentamentos judaicos e da limpeza étnica contra a população local. Desde a vitória sionista na Guerra dos Seis Dias a postura de Israel é de desrespeito para com todas as medidas da ONU e a ocupação sistemática de territórios estrangeiros (Colinas de Golã, Monte do Sinai [devolvido ao Egito], Faixa de Gaza e Cisjordânia).
O livro faz um bom apanhado histórico sobre a Questão Palestina desde o nascimento do sionismo político até a segunda intifada, fugindo do senso comum – que costuma, deliberadamente, tratar os problemas da região como questões étnicas e religiosas tirando o aspecto político – e das análises tendenciosas da imprensa ocidental, dominada pelo poderoso lobby sionista e sempre pró-Israel. Creio que o poder do lobby sionista é fundamental para entender o respaldo que Israel tem perante a comunidade internacional para praticar o genocídio palestino. Autores como Noam Chomsky e Norman Finkelstein, ambos judeus, tratam de forma séria a questão e são fundamentais para se compreender a postura da entidade sionista desde sua criação. Do lado palestino, Edward Said contribui bastante sobre o conflito com posições contundentes.
Depois de mais de 70 anos, de tantas mortes empreendidas pela entidade sionista e de territórios roubados/ocupados, a mediação do conflito mostrou-se falha e inútil porque Israel vem descumprindo todas as resoluções da ONU desde 1967. Quem é solidário a brava resistência palestina, penso eu, deve apoiar indubitavelmente a resistência armada do povo palestino, hoje capitaneada pelo Hamas, e a destruição de Israel para a criação de um estado democrático e laico.