Coruja 16/06/2023Quando anunciaram que a exposição interativa do Van Gogh chegaria por aqui, comprei meu ingresso com três meses de antecedência e fui atrás de ler as cartas que ele escreveu para o irmão como preparação. Mas eu já tinha uma longa história de amor e compaixão pela figura do pintor - na época da escola, uma amiga que era quase obcecada por ele convenceu-nos a tê-lo como tema do nosso trabalho da feira de ciências, e o grupo inteiro acabou caindo de cabeça na história.
Não sou pintora, só desenho boneco de palitinho; nem entendo o suficiente de teoria de cores ou estilo de pincelada para falar com precisão sobre as características pelas quais Van Gogh ficou tão conhecido no mundo da arte. Mas sei da emoção que me inspira ver seus quadros, o que senti quando tive oportunidade de visitar alguns deles pessoalmente no D’Orsay. E essa carga emocional se torna muito maior quando entendemos o contexto em que tais obras foram criadas.
Conhecer Van Gogh por suas cartas foi agridoce. Sua sensibilidade artística era apurada não apenas para as telas, mas também para as palavras - há trechos dessas epístolas que são pura poesia. Por outro lado, o sofrimento e melancolia que acompanharam-no por toda a vida são visíveis em cada linha, e é possível perceber o declínio de sua sanidade.
Cartas a Théo é um livro pungente, que convida a várias reflexões, e abre uma brecha na psiquê de um dos maiores artistas modernos. Emocionante.
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