Jackson 22/07/2023
O livro não é de todo desinteressante, de um lado é importante a exposição das evidências acerca dos interesses geopolíticos dos países hegemônicos, a qual estão mascarados pela preocupação da preservação e conservação que se propaga pelo pensamento do movimento ambientalista. Porém o autor vai além ao flertar com ideias conspiratórias, como, a inexistência da crise climática, e citações a qual são ditas como falsas à perca da biodiversidade, e consequentemente a extinção de espécies que compõem a fauna e a flora dos biomas, ocasionadas pelos processos em decorrência aos impactos da expansão capitalista, o que não entra em consenso com a realidade, à vista de que se trata de um assunto recorrente a qual temos comprovação científica de sua impactação.
Ao decorrer da leitura é observado que as ideias estipuladas pelo autor detém influência dos pensamentos estabelecidos pelos dogmas cristãos. De fato sabemos que enquanto contextualizamos um posicionamento este será imbuído com às ideias a qual assentimos, contudo nota-se uma incoerência na defesa exposta pelo autor e a sua crítica, visto que, o livro faz repúdio a uma suposta manipulação por parte do movimento ambientalista, mas ao decorrer da leitura nos deparamos com um desenvolvimento a qual à uma tentativa de aproximação ao seu pensamento de caráter religioso onde é consistido seus fundamentos teóricos. Caracterizado no livro como a verdade, e o movimento ambientalista seria uma maré contra essa verdade, autenticidade está discorrida pelo autor de que o ser humano seria a imagem e semelhança a Deus, sendo a natureza o recurso proporcionado por este criador para a determinação do desenvolvimento socioespacial, a qual o domínio sobre esse meio natural é o que nos diferenciaria dos animais irracionais, nessa concepção tudo que se contrapõe a este dogma seria ir contra os propósitos de Deus. Neste ponto o autor utiliza-se de uma narrativa tendenciosa a manipular o leitor, fazendo com que este passe a olhar o movimento ambientalista como algo de virtude ruim. A utilização desse elemento retira a seriedade que se tem da leitura, ao misturar sua religião com a defesa de seu pensamento frente a um movimento de cunho político e econômico inserido na contextualização da história.
Outro ponto negativo, está referido a preocupação do autor em apenas evidenciar o lado desfavorável das ONGS, se abstendo de sua faceta positiva, o que reforça novamente a sua incoerência de criticar um sistema de possível manipulação, visto que o autor usufrui do processo. Ademais, ao decorrer da obra somos expostos a comentários de cunho preconceituosos, como racismo ambiental e intolerância religiosa.