Resenhas - Introdução ao Pensamento Complexo

ernestodiniz 13/12/2009

Mudando a forma de pensar a ciência
O livro Introdução ao Pensamento Complexo é um tratado epistemológico sobre o conhecimento.

Edgar Morin introduz o leitor aos meandros da sua filosofia científica, questionando os paradigmas reducionistas da ciência clássica e mostrando, a partir de exemplos e reflexões sobre várias áreas do conhecimento (Biologia, Física Clássica, Física Quântica, Psicologia, Linguística, Literatura, Sociologia, Metafísica, Informática), que o fazer científico e a abordagem de questões científicas modificaram-se e continua sendo modificadas num processo dialógico transdisciplinar.

O pensamento complexo (que nada tem a ver com complicação) figura como uma abordagem inclusiva, pluralizante e não-reducionista sobre a organização do conhecimento, colocando em cheque a separação dita soberana entre sujeito (observador) e objeto (observado) e revelando uma ciência que leva em conta os princípios da incerteza e do acaso.

Essa nova episteme é abordada no livro com metáforas interessantes e argumentos sólidos, que perpassam reflexões sobre pensadores como Hegel, Descartes, Piaget, Chomsky, Bertalanffy, Einstein, Gödel, entre outros.

É um livro indipensável para quem gosta de filosofia da ciência e quer ampliar seus horizontes em qualquer tipo de pesquisa acadêmica.

Caren Gabriele 25/08/2016

Breve Comentário
A primeira e mais importante coisa a se falar sobre esse livro (e que eu levei pelo menos umas cinco páginas para entender) é que ele vem falar sobre a construção da ideia. Eu sei, parece meio óbvio, mas é que textos filosóficos não são bem a minha praia (mentira, fui eu que escolhi esse entre as leituras obrigatórias, como que não seria?) e eu não sabia absolutamente nada a respeito do assunto até começar a leitura.

Não que eu saiba muito mais agora, é claro, mas uma introdução é uma introdução certo? Pois bem. Morin vem nos falar em seu texto sobre como estamos acostumados e atrelados ao método simplificador de pensar e em como nosso pensamento é mutilado devido as inúmeras tentativas de reduzir e simplificar ao máximo as coisas. Só que chegamos a um ponto em absolutamente todos os campos da ciência (e sim, ele fala bastante sobre isso - o que me mostra que eu sei vários nadas sobre coisa nenhuma), como a biologia, física clássica e quântica, psicologia, sociologia e companhia ilimitada, em que de tanto reduzir fomos encarados de frente por uma complexidade a qual não sabemos como lidar.

E é ai que entra a necessidade de estar aberto a um pensamento desconstrutor e complexo. Um pensamento que consiga levar em consideração os organismos auto-eco-organizadores, exemplo claro e natural de que a desordem é tão importante quanto a organização normal das coisas. E o mais incrível é que ele exemplifica o que está falando com o seu próprio texto. Suas ideias são organizadas do mesmo modo como ele propõem o pensamento complexo. Nada está pronto. É um construir e desconstruir de conceitos que, a um leitor desatento, é bem fácil de confundir, mas que na realidade é apenas o processo da construção da ideia se formando bem na frente de nossos olhos.

Falar e ler sobre o método do pensamento científico é tão difícil quanto o próprio pensamento em si, mas entendo porque precisar desse texto para a aula de Educação e Comunicação (que sim, outra optativa que escolhi por acaso e acabei me dando muito bem

Alvinho 25/05/2020

Indispensável!
Conhecer as ideias de Morin sobre o pensamento complexo é uma urgência da humanidade, especialmente no Brasil. Vivemos a era da bipolarização da sociedade, do conflito de Poderes, da construção de grupos sociais edificados sobre discursos de ódio. Tudo se deve a uma má compreensão da realidade em que vivemos, a partir da nossa forma sinplista de pensar e refletir o mundo. A ideia de complexidade nos faz enxergar que não temos as respostas que tanto ansiamos, e que não precisamos delas tanto quanto achávamos. É uma proposta de acolhimento do diverso e de inclusão do marginal dentro de um processo de criação da realidade, sempre temperada pelo imponderável. Compreender Morin pode até ser que não nos faça melhores cientistas, politicos, cidadãos, mas certamente já nos torna mais humildes.

Kevin 01/08/2020

Incrível, sobretudo para quem tem interesse por filosofia da ciência, história da ciência, etc., e se já leu "O discurso do método", além de Kuhn e Popper, simplesmente vai adorar.

Mariana113 18/02/2021

Para começar a entender a complexidade
Assim que iniciei os estudos de complexidade com meu professor o primeiro capítulo deste livro me foi muito difícil, não conseguia entender muita coisa do que ele estava falando, tinha que reler o mesmo parágrafo algumas vezes e não conseguia avançar muitas páginas.
Agora que já estou um pouco mais familiarizada, ele avançou de uma forma muito instigante. Me fez refletir bastante sobre muitas coisas, fazer várias anotações e entender melhor o princípio da complexidade, terminei animada e com a sensação de que é um livro que trás uma visão diferente de como nosso mundo funciona.

Elias.Fernando 09/02/2021

A beleza da incerteza
Edgar Morin é ótimo em dar nós na nossa cabeça. A ideia de complexidade é fundamental para nosso tempo, tempo em que as pessoas buscam resposta simples para problemas complexos, muitas vezes sem resposta. No livro Morin escreve sobre a incerteza das nossas convicções e sobre como as coisas se inter-relacionam umas com as outras. É muito interessante, recomendo.

Albuk 20/12/2021

Necessário
Simplesmente mudou toda a minha visão sobre as coisas. Edgar Morin revolucionou a ciência com o a Teoria da Complexidade.

lari 13/08/2022

que loucura
Li o livro por conta da matéria de teoria sistêmica na faculdade de psicologia. Apesar de achar toda a teoria muito longe dos meus interesses tais na psicologia, pude entender melhor a vertente. Morin escreve muito bem e me vi completamente convencida por ele em todos os capítulos.

Camila 21/01/2024

Esse livro serviu de bússola para o alinhamento da minha concepção de mundo que estava quebrada em meio a tantas respostas alternativas para o que é o caos da vida. No fundo, sempre soube que não há uma resposta definitiva, e Edgar Morin explica isso muito bem nessa obra. Organizou minha cabeça. Critico ainda o padrão de pensamento da sociedade atual que busca apenas respostas simples e rápidas para as coisas que são, na verdade, complexas; esse reducionismo nunca me satisfez. O raso nunca bastou para mim. Essa leitura me permitiu compreender o que estava implícito nos campos mais irracionais de meu ser, e o fato de não ser uma resposta absoluta e (justamente por isso) fazer sentido é a melhor parte.