vitinho 22/07/2023
Não é um Jogador N°1, mas vale a pena
Bom, voltando um pouco no tempo porque no dia que terminei Armada, esqueci de fazer a resenha, daí fui adiando e só tive tempo e disposição hoje. Como o título diz, o livro não é um Jogador N°1, mas vale a pena. Não é difícil de fazer essa comparação na cabeça de ninguém, porque os livros inegavelmente são muito parecidos, tirados de faculdades mentais muito parecidas do autor.
A história fala sobre o (tive que ir no livro procurar o nome do protagonista porque nem lembro mais, e acho que isso já diz alguma coisa) Zack Lightman, um jovem naquela fase de transição, no final da adolescência e início da vida adulta. Isso traz umas questões existenciais muito legais (com as quais me identifiquei) no início da trama, quando ele fala que acredita que está destinado a grandeza e não suporta a vida chata de ter que ir pra escola e, bom, ser uma pessoa normal. É um foreshadowing bem óbvio, mas divertido.
Zack perdeu o pai quando era só um bebê, e isso influencia muito na sua personalidade e nas suas vivências, especialmente quando ele é chamado pelo governo dos Estados Unidos para lutar uma guerra interplanetária a qual ele estava sendo preparado desde que se conhecia por gente, e nem sabia disso. Ao longo do livro pensei muito sobre como essa narrativa abre espaço para *muita* propaganda militar ser feita, e realmente é (um estadunidense não consegue escapar tanto de suas raízes, né), mas é dosada em um ponto não tão perceptível, então dá pra passar um paninho.
Toda a temática de videogames dos anos 80, fliperamas e teorias da conspiração é muito divertida de se ler sobre, principalmente porque o Cline se mantém num clima muito legal de mistério na primeira parte do livro, e os plot twists, apesar de alguns serem previsíveis, são espalhados durante os últimos 40% do livro, e isso prende bastante o leitor, faz com que você não queira parar de ler.
Queria muito desenvolver aqui a RAIVA que eu fiquei pelo Cline ter matado 2 personagens em específico, que definitivamente não precisavam ter morrido, mas que morreram só porque ele QUIS. Dito isso, foram mortes bem emocionantes, eu só fiquei com raiva porque acho que eram personagens interessantes que dava pra ter tido um desenvolvimento legal, mas obviamente não rolou.
O livro não é, na maioria das vezes, chato. Nos momentos que a narrativa fica um pouco parada realmente é difícil acompanhar, mas logo já dá uma guinada legal, e a história volta a ser interessante. Sobre o final: ele não é corrido, o plot twist é legal, e foi emotivo na dose bem certa, mas na minha opinião foi bem utópico e fora da realidade demais (não que uma guerra interplanetária contra alienígenas saídos de videogames de fliperama não sejam, mas tudo tem limite também). Não posso elaborar o que exatamente quero dizer com "utópico", por que seria spoiler, mas se vc ler o livro com certeza vai concordar comigo.
Dito isso, gostei bastante da maioria do livro. Os personagens são legais (o protagonista, nem tanto, mas outros sim) e a história é envolvente na maioria dos momentos. Não tenho muito mais o que falar sobre porque sinceramente, não lembro muito mais sobre o livro haha. 4/5 estrelas bem sólidas, e até a próxima!