Quando a Seguinte anunciou o lançamento da série "Infinity Ring" fiquei muito feliz porque o tema da série era fabuloso e estava torcendo para que fosse tudo tão perfeito quando o tema prometia. Só estava um pouco cética porque é uma série infantojuvenil, mas felizmente o universo apresentado por Dashner nesse primeiro volume consegue superar as expectativas e conquistar com uma mitologia inovadora e rica.
Dak e Sera vivem em um mundo controlado pela SQ, uma grande corporação que age em diversas áreas e funciona como uma grande mantenedora para a sociedade. O preço é alto, e a falta de liberdade, os abusos e o clima tenso em que todos vivem são sumariamente ignorados. Os pais de Dak mantêm um laboratório trancado a sete chaves, mas para satisfazer a curiosidade de sua melhor amiga Sera, que é viciada em física ele consegue a chave que leva ao laboratório. Ele mesmo não tem o menor interesse no assunto. Sua área é a história e ele vive fazendo discursos constrangedores em lugares impróprios sobre pessoas que há muito já morreram. Sera e Dak acabam descobrindo muito mais do que gostariam no laboratório. A garota que é apaixonada por física acaba por enxergar a resolução para o trabalho dos pais de Dak e agora eles possuem o Anel do Infinito, um dispositivo capaz de levá-los a qualquer parte da história. Sera e Dak descobrem a verdade inimaginável por trás do poder da SQ. E se Colombo não tivesse descoberto a América? E se Hitler tivesse ganho a segunda guerra mundial? E se Alexandre, o Grande nunca tivesse sido imperador de Roma? No mundo dos dois isso tudo aconteceu. Dak e Sera são arrastados para a triste realidade que a história está toda errada. A partir daí eles precisam partir para corrigir essas mudanças, chamadas fraturas, antes que seja tarde demais...
A premissa é essa e fiquei absolutamente encantada com a ideia, além de ter ficado imaginando como seria ver uma premissa dessa em uma série mais adulta. A narrativa de Dashner é rápida e fluida, desenvolvendo a história em um ritmo único, sem quebras e que leva o leitor de uma vez só as cenas de ações finais. Isso incomodou um pouco, esse fôlego único, mas como eu disse a série é infantojuvenil mesmo, sem pretensões nenhuma de ganhar outro público. Toda a parte de Sera e Dak na Espanha teria rendido muito mais se o autor, se a série tivesse essa pretensão. A forma como o autor apresentou as fraturas no tempo e a nova versão da história mundial é fantástica. Espero que essa seja uma daquelas séries que amadureçam com os protagonistas e que venhamos a ter fraturas mais complexas e explicadas...
É engraçado você pensar que Dak é apaixonado por história já que naquela versão de mundo tudo saiu completamente diferente. Como boa amante da história eu vivo sonhando acordada com outras versões. O que mais os autores da série vão trazer? Hitler é claro, mas o que mais? E se os Tudors não tivessem ganho o poder na Inglaterra? E se a Revolução Francesa não tivesse acontecido? São tantas possibilidades que estou ansiosa demais para ler os próximos volumes. E o autor não capricha apenas nessa parte, Sera com sua paixão por física também é bem desenvolvida e o conteúdo, digamos científico é bastante crível. E para fechar o autor ainda traz um personagem que é expert em idiomas.
Vi muitas pessoas reclamando de crianças de 12 anos sabichonas demais, mas eu não acho isso um problema. Conhecem o termo QI acima da média? Fico claro que é exatamente isso e nada mais. Dak e principalmente Sera se enquadram no termo. Conheço histórias reais de crianças menores que fizeram coisas que nem adultos sonharam. Por isso não vi problema em Sera finalizar o Anel do Infinito. Física quântica para crianças com QI alto não é nada. Quando a Dak gostar da história, qualquer um com boa memória pode despejar centenas de dados históricos em um minuto.
Leitura rápida, até demais, instigante e com um universo rico, que prende a atenção e desperta a curiosidade. James Dashner acertou em cheio ao construir a mitologia da série. Lembrando que ela é multi-plataforma, contando uma um site interativo com jogos, cardes e outras coisas. A Seguinte trouxe (...)
Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/03/resenha-um-motim-no-tempo.html