Bruna Fernández 21/05/2013Resenha para o site www.LivrosEmSerie.com.brInfinity Ring chega às livrarias com a mesma proposta da série 39 Clues: uma série que acompanha um casal de jovens super inteligentes em grandes aventuras pelo mundo, com uma vasta coleção escrita por vários renomados autores e jogos online complementares. Estava com um pouco de medo de esse livro ser mais do mesmo, mas felizmente isso não aconteceu. Apesar de todas essas semelhanças – que não são por acaso: ambas as séries são da mesma editora americana, a Scholastic – Infinity Ring traz para os leitores um ponto de vista completamente diferente: a viagem no tempo.
Esse foi outro ponto que me deixou um pouco apreensiva, falar de viagem no tempo é sempre muito delicado. Se o autor não tomar cuidado e seguir algumas regras a coisa toda acaba virando uma grande farofada e a história se perde. Porém James Dashner conseguiu criar um livro de estreia a altura de toda a propaganda que vem sendo feita em torno da série. Um motim no tempo nos leva a uma Terra um pouco diferente da que existe em nossos dias. Uma sociedade que existe desde os primórdios, chamada SQ, está dominando o mundo e a sua sede pelo poder é cada vez maior. Quando os amigos Dak e Sera descobrem o Anel do Infinito (um dispositivo que possibilita a viagem no tempo), os dois embarcam em uma aventura através dos séculos para consertar a nossa história, que, por causa das desastrosas escolhas da SQ, saiu dos eixos e não seguiu seu curso. Os dois devem voltar no tempo e arrumar essas Fraturas – fatos que aconteceram e não deveriam ter acontecido, ou vice-versa.
“Todos eles exibiam sorrisos esperançosos no rosto, e pela primeira vez Dak sentiu a pressão da tarefa que tinha em mãos. “Salvar o mundo. Não é nada de mais, certo?” – pág. 98″
Como se não bastasse o mundo estar em um estado catastrófico por culpa de todas essas mudanças da história feitas pela SQ, ainda existe o problema das Reminescências. Essas Reminescências são sentimentos arrebatadores e incontroláveis que algumas pessoas têm, mas não sabem explicar exatamente o que estão sentindo e nem o porquê. São sentimentos que simplesmente chegam e você sente falta de alguém que deveria estar ali, mas não está, só que você não faz ideia de quem seja essa pessoa e nem porque ela faz falta na sua vida. É um conceito muito forte e eu fiquei imaginando como seria horrível se sentir assim.
Além da parte científica temos também uma enorme quantidade de abordagem sobre fatos históricos. Nesse primeiro volume, Sera e Dak acabam indo para a Espanha em 1492, ano em que saíam os navios que descobririam a América. Assim como em 39 Clues, esses fatos relacionados à história do mundo fazem do livro um ótimo título para ser trabalhado em sala de aula, até mesmo com propósitos interdisciplinares.
O livro é curtinho e começou um pouco devagar, mas fiquei com essa impressão somente nas primeiras páginas, pois o autor ainda estava nos situando no universo do livro, depois disso as coisas começam a acontecer rapidamente, em um ritmo frenético. Fizeram muito bem em deixar o livro de estreia nas mãos de um autor tão competente quanto Dashner, que muitos devem conhecer da incrível trilogia Maze Runner, confesso que estou com “medo” dos outros autores não conseguirem manter o padrão definido por esse volume, espero que eles me surpreendam, assim como essa estreia.
O próximo volume da série foi escrito pela autora Carrie Ryan e está previsto para ser lançado em julho desse ano 2013.