As Aventuras de Pi

As Aventuras de Pi Yann Martel




Resenhas - As Aventuras de Pi


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Regis 16/06/2023

Lições, reflexões e lágrimas...
"(... ) Perdido em meio ao oceano Pacífico, ele precisa dividir o pouco espaço disponível com um tigre-de-bengala, chamado Richard Parker, que Pi aprende a domar, tornando a fera sua aliada para resto da viagem."
Essa é parte da sinopse do livro que começa lento e despretensioso relatando a infância de Pi em Pondicherry, na Índia antes da fatídica viagem, e quando nos damos conta estamos no mar com ele dentro de um bote salva-vidas rodeados pelo perigo, empoleirados em um remo tentando sobreviver.

Piscine Molitor Patel, um garoto indiano que segue três religiões, apesar de ser filho de pais ateus, ficou à deriva por 227 dias, sete meses, e nunca abandonou nem por um instante a vontade de viver.
Essa obra é uma grande alegoria cheia de significados e reflexões. O autor consegue através da história de vida desse personagem ministrar valiosas lições e ao mesmo tempo encantar e fazer chorar em vários momentos.
E ao final da história tivemos uma jornada que passa por uma inacreditável fantasia que oculta uma horrenda e nefasta realidade. Do bote que atraca na praia de uma cidade no México desembarca um garoto completamente mudado; que perdeu a família, a inocência e descobriu muito cedo do que o ser humano é feito e o quanto de sofrimento é capaz de suportar e ainda assim permanecer vivo.

O livro é narrado por Pi em primeira pessoa através de uma entrevista cedida a outro personagem, o autor tem uma escrita bem poética que deixa mais fácil acompanhar as tragédias da história, tornando a leitura agradável apesar de toda tristeza e lágrimas que ela desperta.

As Aventuras de Pi: fala do que há de mais profundo e primitivo guardado no âmago do nosso ser. Os últimos dez por cento do livro me embrulhou o estômago e encheu meu coração de comiseração... tive que parar de ler por várias vezes o relato em busca de fôlego. Terminei o livro com o coração pesado e me debulhando em lágrimas diante daquele final.

Eu já havia assistido ao filme, mas confesso que o livro foi muito mais do que eu esperava.
Pi é um personagem corajoso e inocente, bondoso e resiliente... mostra uma admirável forma de encarar o mundo e as adversidades que se apresentam. Aprendi muito com ele, principalmente: que as vezes é necessário enganar a nós mesmos para conseguir manter a esperança e continuar vivendo.

Recomendo para todos.
Gessyka.Loyola 17/06/2023minha estante
Suas resenhas são maravilhosas. ?
Li este livro há muitos anos e acabei dando, preciso comprá-lo novamente e fazer uma releitura!


Regis 17/06/2023minha estante
Obrigada, Géssyka. É realmente um livro para se ter e reler. ?


mpettrus 17/06/2023minha estante
??? que resenha incrível ??? é aquele tipo de livro escrito para fazermos e divagarmos sobre muitas questões. Mas acredito que a premissa central do livro é sobre o quão resiliente podemos ser frente a tantas adversidades e, como você bem falou, falar sobre a nossa admirável capacidade de encarar o mundo quando ele desmorona diante de nossos olhos ???


Max 17/06/2023minha estante
Ótima resenha, Regis!?


Regis 17/06/2023minha estante
Obrigada, mpettrus. ?
O livro realmente nos faz digressionar por nossas mentes vasculhando por todos os cantos em busca de saber se também seríamos capazes de suportar tudo que Pi suportou e seguir em frente.


Regis 17/06/2023minha estante
Obrigada, Max! ??


HenryClerval 17/06/2023minha estante
Resenha mais que perfeita, Régis. Parabéns! ???


CPF1964 20/06/2023minha estante
Outra resenha impecável, Regis. ???


Regis 20/06/2023minha estante
Obrigada, Leandro. ?


Regis 20/06/2023minha estante
Valeu, Cassius! ?


Carolina.Gomes 05/07/2023minha estante
Gostei muito do filme. Nunca pensei em ler o livro. Excelente resenha.


Regis 05/07/2023minha estante
Obrigada, Carolina. O livro é tão bom quanto o filme, recomendo. ??




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FrankCastle 10/01/2013minha estante
Boa resenha, Caique!

Cara, desde a primeira vez que vi o anúncio do filme, fiquei maravilhado e querendo assistí-lo no cinema. Soube que o livro seria um suposto plágio de Max e os Felinos (que não li) do autor Moacyr Scliar. Fiquei meio receoso, mas ainda assim pensei "Ang Lee não tem nada com isso". Porém, estou retornando ao mundo da leitura graças aos ebooks e vendo um vídeo de Scliar (que não quis processar o autor canadense, mas ficou chateado pelo comentário que ele teria feito):

http://www.youtube.com/watch?v=jIQitu5oYWw

Pensei em boicotar o livro ou até ler ele e depois pedir reembolso da Amazon, hehehe (ainda estou em tempo disso, pois li em 6 dias).

O li e gostei muito da narrativa e das descrições, mas da metade para o final, comecei a ter um certo estranhamento e não sabendo onde aquilo iria chegar. Pensei numa suposta dualidade de histórias, mas no final das contas, acabei não acreditando em nenhuma, hahahah. Apesar disso, como você bem observou, apesar de a história com os animais ser meio fantasiosa, tudo é explicada de maneira bem plausível, o contato de Pi com o tigre em nenhum momento é feita como se ele fosse um gatinho de estimação, o perigo é constante. Talvez por isso senti uma quebra tão grande de "veracidade" da parte do bote para a ilha. Minha linha de pensamento é que ele tinha se entregado a morte e delirou até ser salvo no seu destino final... Dei 3 estrelas, mas sou péssimo para avaliações, difícil condensar uma leitura de 424 páginas em 6 dias numa simples nota. Ela pode vir a mudar. Mas não curti a reta final. Estou pensando em ir, agora mesmo, ver o filme no cinema, creio que eu vá curtir mais a projeção.

*Faço o mea culpa de também poder ter ficado empolgado com o filme. E também sou ateu. Mas concordo em parte com você, que esse slogan que fizeram, pode ter sido bem errôneo. Desculpa o comentário grande, um abraço!


Carlos Ralize 10/01/2013minha estante
Frank,
Sua tese do delírio é muito interessante. Quando li o livro pela primeira vez, isso não me passou pela cabeça. Achei que toda a parte sobre a ilha era uma alegoria acrescentada a tantas outras criadas por Pi para reforçar a hipótese da fé. Quando assisti ao filme, talvez pela forma como Ang Lee montou essa cena, acabei ficando com a mesma impressão. De fato, o delírio seria uma explicação muito plausível para a história toda.
Obrigado pelo comentário.


FrankCastle 10/01/2013minha estante
Caique,

Voltei a pouco do cinema.Gostei muito do filme. Claro que, tendo lido o livro, foi impossível não ficar o tempo todo prevendo o que viria a seguir e reparando o que foi cortado, acrescentado e adaptado. Mas achei que ficou muito bem adaptado, principalmente no que se refere ao tigre.

Para o filme, dou nota 4, mas não acho exagero uma nota 5. E para o livro, parte da minha avaliação menor, talvez seja por minha culpa mesmo em não ter interpretado tão bem algumas coisas da parte visual. No filme, acho que fizeram isso muito bem!

Não sei se já assistiu o filme "A Tentação" (The Ledge). Mas nele, há uma frase, que não remete exatamente a este filme, mas que pode auxiliar no seu entendimento do final: "Você como ateu, diria a uma criança em fase terminal de câncer que Deus não existe?". Afinal, ela já vai morrer mesmo, que diferença faria isso agora?

Um abraço!


Daniel 11/01/2013minha estante
Bela resenha, parabéns. Li o livro há uns 7 anos, mas me lembrava muito bem de tudo, de tão marcante que é... Achei o filme bastante fiel, surpreendente e emocionante.


Diego 05/02/2013minha estante
Primeiro parabéns pela resenha eu achei ótima.
Eu li recentemente o livro e no final realmente me surpreendeu a outra versão da história. Eu comecei a ter duvidas sobre a realidade do que estava acontecendo no momento que ele encontra o outro bote com o Cozinheiro cego, e depois a ilha, eu passei a pensar que seria um delírio dele mas quando ele conversa com os Japoneses eles confirmam que encontram alguns ossos de roedores no barco e o Pi afirmava que eram dos suricatos. Vocês tem alguma teoria para isso ? Pois para mim é a unica ponta solta na historia de que a ilha seria delirio.


Carlos Ralize 07/02/2013minha estante
Pois é Diego, não sei também. Nem tudo tem que fazer sentido. De fato é necessário que haja pontas soltas pra que a história funcione melhor. Não dá pra saber se havia ou não suricatos no zoológico, se os ossos são mesmo de suricatos ou de outros roedores. Pode ser que a história nem seja um delírio, mas uma invenção conveniente. São muitas possibilidades. É até possível que um rapaz tenha sobrevivido ao mar com um tigre selvagem. Ninguém nunca saberá...




Ariela Oliveira 30/07/2016

Melhores frases do livro
"Não tenho a intenção de defender os zoológicos. Podem fechar todos eles, se quiserem (e esperemos que o que resta dos animais selvagens possa sobreviver no que resta da natureza)"

" Escolher a dúvida como filosofia de vida equivale a escolher a imobilidade como meio de transporte."

" O principal campo de batalha para o bem não está no espaço aberto da arena pública, mas na pequena clareira de cada coração."

" As coisas não correram como se esperava, mas o que se pode fazer? Temos de encarar a vida do jeito que ela se apresenta e tentar tirar o melhor proveito dela."
Thalles.Henrique 30/07/2016minha estante
" Escolher a dúvida como filosofia de vida equivale a escolher a imobilidade como meio de transporte."


Ariela Oliveira 30/07/2016minha estante
: D


Lu 31/07/2016minha estante
Ariela, em qual página está a última frase?


Ariela Oliveira 02/08/2016minha estante
Lucia, está no último parágrafo do capítulo trinta e cinco.


Lu 02/08/2016minha estante
Obrigada!! Li semana passada esse livro, vou marcar essa frase e ficar mais atenta para não perder frases marcantes como essas rsrs


Ariela Oliveira 04/08/2016minha estante
Esse livro tem muitas frases marcantes mesmo : D




Bruno 14/01/2013

Esperava mais...
Li o livro pouco antes de ver o filme no cinema, após ouvir bons comentários deste último....

Infelizmente não era tudo o que eu esperava.

A narrativa chega a empolgar em alguns momentos mas começa a ficar massante após algumas folhas.

O final é bom e pensei que ele fosse salvar a adaptação cinematográfica... triste ilusão (esta parte foi retratada em forma de narrativa e não dramatizada/encenada - penso que por razões de classificação etária - já que iria ficar muito pesado para a criançada).

Concluo que de maneira geral o livro proporciona boas reflexões... mas não está na minha lista de preferidos.
Rafa P. 08/08/2013minha estante
Bruno eu não li este livro, mas assisti ao filme. Fiquei surpresa com a história e impressionada com o final. Filme muito bem dirigido e com passagens belíssimas.
Por fim, acho que nem vou ler o livro, pois ouvi várias pessoas dizendo que o livro é bom , mas não empolga. O que vc achou do filme? Bjs


Bruno 08/08/2013minha estante
Oi Rafa. O filme é cheio de efeitos e na versão 3D impressiona mais ainda. Só acho que pecou por um tópico: o final.... Ao ler o livro pensei que na telona o final seria encenado, com os "bichos" da história "virando" gente (mãe do Pi, cozinheiro, mortes, etc), ocorre que esta parcela do enredo ficou resumida a uma narrativa contada do Pi aos japoneses. Um beijo.


Rafa P. 09/08/2013minha estante
HAHAHAHA .. Bruno, se o final fosse desta forma que descreveste seria épico !!


Jessé 06/02/2014minha estante
Valew pelo spoiler!


Bruno 06/02/2014minha estante
Não vi spoiler nesta resenha (sequer citei nomes ou qual seria o final, apenas fiz alusão a este último em termos genéricos e valorativos). Mas de todo modo: de nada!




tefa.alves 09/04/2024

Muito lindo
O começo é muitooo parado e chatinho mas depois que resta apenas o pi e o tigre no mar você consegue sentir tudo o que ele estava sentindo naquele momento.. surreal demais. deu vontade de assistir o filme de novo.
pena que é plágio de uma obra brasileira
Evelyn.Marchioro 15/04/2024minha estante
De qual obra ? Fiquei com vontade de ler


tefa.alves 15/04/2024minha estante
max e os felinos


Evelyn.Marchioro 15/04/2024minha estante
Obrigada ?




L.Gustavo 22/01/2013

É um livro sobre coragem e força que nem mesmo nós sabemos que possuímos.
O livro conta a história de Pi Patel, um garoto indiano, com três diferentes religiões. Ele vive em um maravilhoso zoológico, com a mais variada lista de animais, até que seus pais decidem vendê-lo e se mudar para o Canadá. Enquanto estão indo para o novo lar, eles sofrem um naufrágio - sem causa definida - e Pi Patel se vê no meio do oceano Pacífico preso em um bote salva-vidas com um tigre-de-bengala.
Ele apresenta para o leitor uma história linda e sagaz, em cada novo desafio uma solução, e em cada novo sofrimento uma esperança.
Ao final da história ele nos narra uma outra história, sem o extraordinário excepcional que havia contado anteriormente. As duas histórias se cruzam em vários pontos, e nas duas ele sofre, a explicação para o naufrágio não é apresentada e de nada serve para o leitor se não para ele próprio. Porém é impossível de provar qual das duas é verdadeira.
E é assim que é com Deus. Na vida, existirá uma única história, mas sempre dois meios de contá-la. Em ambas histórias sofreremos e venceremos. Em ambas será impossível definir com clareza a causa do sofrimento. E em ambas elas serviram apenas para nós próprios. Então qual é a melhor forma de contá-la? A que sofremos, porém temos sempre Deus ao nosso lado ou a que simplesmente sofremos sozinhos e perdidos? Mesmo sendo impossível determinar qual delas é realmente a verdadeira história, é mais fácil optar pelo extraordinário do que pelo não extraordinário.
Keila Gonçalves 11/12/2013minha estante
Amei a sua resenha! Linda.


Luana Nunes 25/07/2015minha estante
O livro e a resenha são maravilhosos. Parabéns L. Gustavo!


Marcio Maciel 27/01/2016minha estante
Show de resenha!!!! Amei o filme e com certeza vou ler o livro!




Joice (Jojo) 10/02/2016

“A presença de Deus é a melhor das recompensas.”
Não vou traçar paralelos de "As aventuras de Pi" com "Max e os felinos", do brasileiro Scliar. Para isso, há diversas resenhas aqui mesmo no Skoob.

Adorei o livro de Yann Martel. Jamais saberei como é ler "As aventuras de Pi" sem as referências do filme de Ang Lee, mas o fato é que ter assistido o filme antes não prejudicou em nada minha percepção do livro, pelo contrário. Após a leitura, finalmente entendi porque as desventuras desse simpático indiano "me fariam acreditar em Deus".

Sem os fantásticos efeitos especiais e fotografias do filme, o livro de Yann Martel é muito mais que uma aventura de um garoto que ficou mais de 200 dias no Pacífico na companhia de um tigre-de-bengala, é uma história de fé, de superação e até de bom humor (não como Mark Watney, de "Perdido em Marte", mas ainda assim). A fé, aliás, é um dos alicerces da narrativa do autor canadense.

Pi é um hindu, mas também cristão e muçulmano. Essa característica do personagem, que foi meio deixada de lado no filme de Ang Lee provavelmente para não gerar polêmicas, é o que o permite aguentar todas as provações, mesmo nos momentos de maior desespero. É nesse aspecto em que o livro dista bastante de sua versão cinematográfica, ao defender a fé como elemento essencial e modificador na vida do ser humano.

Como aventura, o livro também funciona muito bem. No início, a verborragia técnica sobre zoologia chega a ser enfadonha, mas tudo funciona para contextualizar o mundo de Pi - aquele que ele abandona, o "entremundos" e o destino final.

"As aventuras de Pi" me entregou mais do que eu esperava, e isso é uma virtude apenas dos bons livros.

Recomendo.
Laís Schwarz 26/07/2016minha estante
Gostei muito da sua resenha! :)


Joice (Jojo) 27/07/2016minha estante
Obrigada, Laís! ;)




@APassional 26/01/2013

As Aventuras de Pi * Resenha por: Elis Culceag * Arquivo Passional
Oi pessoal! Assisti As Aventuras de Pi no cinema antes de ler o livro e fiquei encantada. Saí do cinema realmente comovida e com muita vontade de iniciar a leitura, para descobrir o que estava escondido nas entrelinhas.

O livro possui dois narradores que atuam de formas distintas. O primeiro narrador é o protagonista - Pi Patel - que em 1ª pessoa nos conta sobre sua infância e adolescência em Pondicherry (Índia) e os 227 dias que passou à deriva no Oceano Pacífico. O segundo narrador - O Escritor - é um personagem anônimo, que em capítulos curtos, utiliza-se da 3ª pessoa para expor suas impressões sobre o Pi adulto (aparência, comportamento, casa e família), pois o está observando enquanto ouve e anota a história que ele está contando. Conforme a narrativa se intensifica, O Escritor "dá uma sumida", como se estivesse tão entretido que se esquecesse de observar a cena em volta, mas retorna na última parte.

A história é dividida em três partes:

Na Parte um - Toronto e Pondicherry (capítulos 1 a 36), mergulhamos na infância de Pi, que nos conta um pouco sobre a origem de seu nome e os problemas que teve na escola, sobre o Zoológico de Pondicherry e seu conhecimento a cerca dos hábitos e cuidados com os animais, a convivência com a família e a decisão de venderem os animais do Zoo e mudarem-se para o Canadá, seu contato com o hinduísmo, cristianismo e islamismo e como buscava e sentia a presença de Deus de diferentes formas em cada uma dessas religiões. Uma prosa gostosa, divertida e interessante.

" - Bapu Gandhi disse: "Todas as religiões são verdadeiras." Eu só quero amar a Deus - retruquei, meio sem pensar (...)"

A Parte dois - O oceano Pacífico (capítulos 37 a 94), começa com o naufrágio do navio japonês Tsimtsum que rumava para o Canadá, e narra a luta de Pi por sobrevivência. A necessidade que se sobrepõe ao choque da perda da família, a constante vigilância, o esforço para conseguir água potável e comida para si e para Richard Parker, o tigre. A escassez de tudo em comparação com a imensidão do oceano e a vontade de viver. Uma narrativa dramática, mas que evidencia o lado prático e inteligente de Pi, que coloca-se em ação e não abandona a fé e a esperança.

"(...) parte de mim estava feliz com a presença de Richard Parker. Parte de mim não queria absolutamente vê-lo morrer porque, se isso acontecesse, eu ficaria sozinho com o desespero, um adversário muito mais assustador que um tigre."

Na Parte três - Centro Médico Benito Juárez, Tomatlán, México (capítulos 95 a 100), O Escritor transcreve o encontro de Pi com os agentes do Departamento Marítimo do Ministério dos Transportes do Japão, que foram entrevistá-lo no centro médico em que ficou internado após o resgate, a fim de investigar o que tinha acontecido com o navio. Ficamos conhecendo uma segunda versão da história, rápida e chocante. Nesse momento, temos que escolher em qual versão queremos acreditar.

" - O mundo não é apenas do jeito que ele é. É também como nós o compreendemos, não é mesmo? E, ao compreender alguma coisa, trazemos alguma contribuição nossa, não é mesmo? Isso não faz da vida uma história?"

Como já tinha visto o filme, fiz a leitura de forma lenta e contínua, sem pressa, à deriva, aproveitando cada gota. A narrativa é ótima, é como se estivéssemos escutando um "contador de causos" que nos envolve, independe da situação inusitada que esteja narrando.

O filme deixou uma pergunta no ar, procurei por respostas e as encontrei. A história possui uma dualidade que nos instiga a refletir e mexe com a imaginação, o coração, o estômago, o raciocínio e a fé. Nos deixa com vontade de acreditar no EXTRAORDINÁRIO.

Resenha publicada no Blog Arquivo Passional em 25/01/2013:

http://www.arquivopassional.com/2013/01/livro-filme-as-aventuras-de-pi-yann.html

** Acesse a postagem para ler a opinião sobre o filme e a comparação livro/filme.
Silvia 11/03/2013minha estante
Resenha maravilhosa :)


Ana Claudia Car 14/01/2015minha estante
Livro maravilhoso!!




André 25/12/2012

Prepara-se para aprender sobre zoologia e botânica. Descubra uma nova perspectiva sobre zoológicos e religião. Tenha em mãos um verdadeiro guia de sobrevivência. E no final, surpreenda-se.
Já imaginou uma história como esta? Um garoto indiano que sobreviveu a um naufrágio e passa a viver em um bote salva-vidas no meio do Oceano Pacífico com uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre-de-bengala adulto. Parece até roteiro de história da Disney, uma aventura fantástica onde animais e o ser humano irão se unir e vencer as barreiras da vida, uma linda história, não é? Mas ATENÇÃO. Este livro não é nada disso. É uma história extremamente real, uma onda gigantesca de verossimilhança que abala e revira de ponta cabeça o mente do leitor.

O Livro é dividido em uma nota do autor e mais três partes com a história em si. Na nota do autor consta: "Uma história que vai fazer você acreditar em Deus". Chegando ao fim do livro não pude tirar conclusões definitivas quanto a isso, será que é porque eu já acredito em Deus? De qualquer forma o livro deixa uma profunda reflexão, uma constatação muito mais limpa e ampla sobre Deus eclode na mente e no coração. Mas não posso deixar de perguntar se o livro seria realmente capaz de convencer o mais cético Ateu? Acredito que o livro não chega a tamanho poder, de qualquer forma, aguardo um relato de algum ateu que tenha lido, coisa que ainda não encontrei.

A primeira parte do livro chama-se "Toronto e Pondicherry". Toronto é onde Piscine Patel passa sua vida após ser resgatado do mar, lá ele concluiu o ensino médio e fez duas graduações. Ciências da Religião e Ciências Biologicas, uma estranha e interessante combinação de fé e método cientifico. Começamos a desvendar as peculiaridades desse jovem indiano que desde criança tinha uma forma cativante de pensar, movida com a dose perfeita de razão e fé, e é exatamente essa forma de pensar a principal responsável por sua sobrevivência em alto-mar. Com uma carga pesada de informações, essa primeira parte deve ser lida com muita calma e atenção. Considero a parte mais massante do livro, não querendo dizer que seja chata, pelo contrário, é muito interessante se você for lendo com cuidado e eventualmente pesquisando um pouco sobre o hinduísmo e islamismo.

O ponto que te prende no livro e não te faz querer largá-lo de maneira nenhuma é a partir da segunda parte. Ela mostra como Piscine sobrevive no bote salva vidas em companhia dos animais selvagens. Essa parte é extremamente envolvente, um drama psicológico que emociona tanto de forma positiva quanto de forma negativa. Presenciar através das páginas do livro a determinação de Pi em manter-se vivo é magnifico e assustador. Os extremos que o ser humano pode chegar quando encontra-se em uma situação de risco são muito bem explorados e construídos. E a relação do garoto com o tigre-de-bengala é o pico de qualidade da história.

Finalmente, na parte final do livro temos a conclusão, uma conclusão multi-interpretativa que deixa o leitor pensativo pelas horas e talvez até dias seguintes após a leitura. Incrível como toda a história passa pela mente do leitor e deixa uma sensação de que o livro precisa imediatamente ser relido. Eu mesmo não aguentei e comecei a reler alguns trechos.

A Vida de PI enquadrou-se como um dos melhores livros lidos por mim. O segundo melhor do ano. É, eu gosto de classificar. Leiam!
Carlos Ralize 30/12/2012minha estante
André, se quiser mesmo ler o relato de um ateu, leia o meu aqui mesmo na página do livro. Sintomaticamente, minha resenha se chama "Esse livro não vai te fazer acreditar em deus". Explico lá minhas razões. Mas nem por isso acho o livro menos fascinante. Pelo contrário, acho que Martel foi genial em colocar em uma história profundamente religiosa elementos que podem atrair a todos, independente de suas crenças.


André 31/12/2012minha estante
Acabei de ler sua resenha, Caique. Um ponto de vista interessantíssimo que só endossa a qualidade de multi-interpretatividade do livro.




Thamyres 21/02/2023

Acredite no extraordinário
Assisti à adaptação cinematográfica quando era criança, em 2012, quando estava sendo exibida nos cinemas, e foi algo que me marcou. Anos depois, lembrando dessa obra, com um toque de nostalgia, enfim li esse livro incrível. É uma fantástica história de aventura, coragem, superação e fé. Fé talvez seja a principal palavra para esse livro, tendo em vista as crenças do nosso protagonista, que são seus alicerces e seu porto seguro; são a sua principal fonte de força e perseverança enquanto enfrenta sua sofrida via crucis no meio do Oceano Pacífico.

Pi é um personagem cativante, um jovem inteligente, devoto e corajoso. Sem falar de Richard Parker, um personagem que rouba a cena, mesmo sendo um tigre-de-bengala, um majestoso tigre-de-bengala, diga-se de passagem.

O livro traz muitas reflexões e o final nos faz pensar bastante. Acredito que a ambiguidade da história seja um paralelo que o autor quis fazer com a crença no divino. Existem "A pura factualidade seca, sem fermento" e "A melhor história". "É exatamente o que acontece com Deus..."
Regis 21/02/2023minha estante
Amo o filme e adorei sua resenha. ???


Thamyres 21/02/2023minha estante
Obrigada, Regis. Adoro o filme também. ?




warley torres 18/08/2013

Memoravel!!!
As aventuras de Pi é um livro sensacional, com poucos personagens, poucos dialogos, mas que pela narração detalhista do personagem nos leva para um naufrágio diferente, entre um garoto e um tigre-de-bengala. Olha, o comecinho dele é meio parado, quando o Pi nos narra a sua vida trabalhando em um zoologico, porem depois que o barco afunda, lá por volta das paginas 100 e ele fica sozinho no bote com o tigre, acontece tanta coisa emocionante que é impossivel a gente querer abandonar o livro.
Aline Natália 01/05/2014minha estante
oi Warley, fiquei curiosa, quantas estrelas você da para esse livro??? =)




Larissa 13/12/2013

MAX E OS FELINOS X AS AVENTURA DE PI
Confesso que até ver toda a popularização do filme “As Aventuras de Pi” e sua indicação para o Oscar, desconhecia por completo a polêmica envolvendo o livro de Yann Martel com o livro de Scliar. Como boa brasileira fiquei ofendidíssima antes mesmo de entender o que estava acontecendo, principalmente depois de ler uma declaração onde Martel dizia apenas ter “aproveitado uma boa ideia mal utilizada por um pequeno escritor brasileiro”.

Vi o filme e não achei grande coisa. É claro tem cenas lindas! A fotografia mereceu mesmo o Oscar, Ang Lee foi fantástico, mas a história em si…

Resolvi ler o livro do Scliar: “Max e os Felinos”. Logo no prefácio Scliar explica toda a polêmica envolvendo seu livro e o de Martel, dizendo que não se ofendeu com o posicionamento do autor, não se sentiu plagiado e por isso optou por não processá-lo. Achei digno e compreendi o posicionamento do autor. Quando peguei pra ler “As Aventuras de Pi”, Martel também explica de onde veio sua inspiração e diferente das outras notícias que vi, li ali um pequeno elogio e dedicatória a Scliar.

Depois de ler os dois livros, fica extremamente claro que Martel usou a ideia de Scliar no seu livro, nenhum novidade até aí, mas o livros são muito diferentes. Martel usou a ideia do tigre com o menino do barco como história central do seu livro, enquanto o menino e o jaguar é apenas uma pequena passagem no livro de Scliar.

“Max e os Felinos”, conta a história de Max, um jovem alemão que foge da Alemanhã em pleno nazismo para chegar até o Brasil. O barco que ele estava naufraga e ele passa poucos dias à deriva com um jaguar. Após ser resgatado e chegar ao Brasil, Max vive assombrado pelo nazismo, nunca chegando a ter paz. No livro os nazistas são retratados figurativamente como um felino, um jaguar que está sempre a espreita, destruindo toda a segurança que Max conquista.

Em “As Aventuras de Pi”, Martel conta a história de Piscine Patel, um jovem indiano que muda para o Canadá com sua família e boa parte dos animais do Zoológico administrado pelo pai. O barco deles naufraga, PI é o único humano sobrevivente e divide o barco com 4 animais: uma hiena, uma zebra, um orangotango e um tigre. Ele fica quase 1 ano a deriva no barco, tendo como companhia apenas o tigre. É uma história de sobrevivência com apelo religioso, visto que Pi pratica o hinduísmo (origem), cristianismo e islamismo.

Não sei se por já ter visto o filme ou o que, mas achei o livro de Martel muito chato. Parecia que os capítulos iam crescendo pra fazer o livro render, muitos detalhes desnecessários. Se a intenção era fazer o leitor sentir que passou os mais de 200 dias no barco com Pi, bom pra mim funcionou!! Enfim achei cansativo e forçado. No fim, não entendi o porquê do livro ter se tornado um grande sucesso e percebi que a “boa ideia”, acabou não sendo muito bem utilizada pelo cansativo Yann Martel. Enfim, gosto é gosto, conheço pessoas que amaram o livro. Já o livro de Scliar eu não sabia bem o que pensar quando terminei já que o fim foi meio brusco, quando eu peguei o clima da história, Scliar simplesmente coloca um ponto final. (Yann x Scliar = opostos).

Indico o filme de Ang Lee. Tem cenas lindas! Indico o livro de Scliar, para que possamos conhecer mais a literatura brasileira que estrangeiros copiam achando que vão melhorar, mas não conseguem.

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Outras resenhas em: www.literaturapessoal.wordpress.com
Marcio Maciel 15/02/2016minha estante
Gostei!!!




spoiler visualizar
Bruna 11/03/2014minha estante
Também fiquei pensando a mesma coisa quando acabei de ler... hahah mas, será???!




Thais 28/11/2013

Autossuficiente
Quando comecei a ler o livro eu pensei que nada poderia superar os recursos visuais usados no filme, mas, no entanto o que percebi foi que o livro é autossuficiente, ele não necessita de mais nada além das palavras para ser incrível.

A promessa do livro (como a feita para o escritor canadense) era um história que nos faria acreditar em Deus. Quem não acreditaria? a impossibilidade do ocorrido é tanta e tão inacreditável que a única forma de aceitar que alguém possa ter sobrevivido a algo como isso é a pura e simples fé.

A história desse menino indiano é de tanta bravura, coragem e determinação que mal consigo dizer que é inspiradora porque eu não consigo imaginar que consiga sobreviver, e por tanto tempo, à mesma situação.

"Há em todas as coisas vivas uma dose de loucura que as leva a ter atitudes estranhas, por vezes inexplicáveis..."

site: http://idream-aboutit.tumblr.com/
Biasak 11/01/2014minha estante
Gostei muito da sua colocacao sobre o livro ser autossuficiente. Tive exatamente a mesma impressao sobre o livro. O modo como a historia é construida é diferente e criativa. Apesar do filme ser lindo, gostaria de ter tido a primeira impressao sobre a historia atraves da leitura. No meu caso, foi um erro ter visto o filme antes de ler o livro.




Ni 22/08/2013

Um início cansativo

Antes de começar a ler esse livro, a única informação que eu tinha era de um garoto que, após o naufrágio de um navio, sobrevive com um tigre em um pequeno bote. Fiquei muito curiosa para saber como alguém pode conseguir algo assim.

Então, eu comecei a minha leitura. O livro começa com os detalhes da vida do Pi. Passado dez capítulos e o assunto continuava o mesmo. Vinte capítulos depois e o tédio começou a tomar o lugar da curiosidade. Trinta capítulos, e já pensava em abandonar o livro. O naufrágio começa no 37º capítulo, ou melhor, na segunda parte. A primeira parte foi tão detalhista e entediante que acabei levando um mês para lê-lo. Pensei até em abandonar o livro. Na verdade, já estava decidido: eu ia abandonar o livro. Isso não aconteceu porque meu irmão me contou o final.

Mas, ele me contou de uma forma que não fez muito sentido. Mesmo assim, um pouco de curiosidade voltou e serviu para continuar lendo. Foi bom ter continuado. A segunda parte e a terceira são mais interessantes e terminei em menos de uma semana.

Esse não foi o melhor livro que li e não o lerei novamente. Ao terminar, fiquei com a sensação de que se eu lembrasse o que li no começo, o final me faria mais sentido, mas a última coisa que eu iria querer era ler a primeira parte novamente.

Katy Fiama 02/01/2014minha estante
Ótima sua resenha pois agora já tenho uma noção do que esperar do livro, comecei a ler hoje e tô percebendo que ele enrola muito,gastou um capítulo bem extenso falando que aprendeu a nadar com um tio e descrevendo todas as piscinas públicas só pra explicar o porquê desse nome louco que ganhou... Mas eu decidi ler esse livro pois li ano passado Max e os Felinos e gostaria de poder compara-los...Vamos ver se consigo terminar.




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