As Aventuras de Pi

As Aventuras de Pi Yann Martel




Resenhas - As Aventuras de Pi


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Regis 16/06/2023

Lições, reflexões e lágrimas...
"(... ) Perdido em meio ao oceano Pacífico, ele precisa dividir o pouco espaço disponível com um tigre-de-bengala, chamado Richard Parker, que Pi aprende a domar, tornando a fera sua aliada para resto da viagem."
Essa é parte da sinopse do livro que começa lento e despretensioso relatando a infância de Pi em Pondicherry, na Índia antes da fatídica viagem, e quando nos damos conta estamos no mar com ele dentro de um bote salva-vidas rodeados pelo perigo, empoleirados em um remo tentando sobreviver.

Piscine Molitor Patel, um garoto indiano que segue três religiões, apesar de ser filho de pais ateus, ficou à deriva por 227 dias, sete meses, e nunca abandonou nem por um instante a vontade de viver.
Essa obra é uma grande alegoria cheia de significados e reflexões. O autor consegue através da história de vida desse personagem ministrar valiosas lições e ao mesmo tempo encantar e fazer chorar em vários momentos.
E ao final da história tivemos uma jornada que passa por uma inacreditável fantasia que oculta uma horrenda e nefasta realidade. Do bote que atraca na praia de uma cidade no México desembarca um garoto completamente mudado; que perdeu a família, a inocência e descobriu muito cedo do que o ser humano é feito e o quanto de sofrimento é capaz de suportar e ainda assim permanecer vivo.

O livro é narrado por Pi em primeira pessoa através de uma entrevista cedida a outro personagem, o autor tem uma escrita bem poética que deixa mais fácil acompanhar as tragédias da história, tornando a leitura agradável apesar de toda tristeza e lágrimas que ela desperta.

As Aventuras de Pi: fala do que há de mais profundo e primitivo guardado no âmago do nosso ser. Os últimos dez por cento do livro me embrulhou o estômago e encheu meu coração de comiseração... tive que parar de ler por várias vezes o relato em busca de fôlego. Terminei o livro com o coração pesado e me debulhando em lágrimas diante daquele final.

Eu já havia assistido ao filme, mas confesso que o livro foi muito mais do que eu esperava.
Pi é um personagem corajoso e inocente, bondoso e resiliente... mostra uma admirável forma de encarar o mundo e as adversidades que se apresentam. Aprendi muito com ele, principalmente: que as vezes é necessário enganar a nós mesmos para conseguir manter a esperança e continuar vivendo.

Recomendo para todos.
Gessyka.Loyola 17/06/2023minha estante
Suas resenhas são maravilhosas. ?
Li este livro há muitos anos e acabei dando, preciso comprá-lo novamente e fazer uma releitura!


Regis 17/06/2023minha estante
Obrigada, Géssyka. É realmente um livro para se ter e reler. ?


mpettrus 17/06/2023minha estante
??? que resenha incrível ??? é aquele tipo de livro escrito para fazermos e divagarmos sobre muitas questões. Mas acredito que a premissa central do livro é sobre o quão resiliente podemos ser frente a tantas adversidades e, como você bem falou, falar sobre a nossa admirável capacidade de encarar o mundo quando ele desmorona diante de nossos olhos ???


Max 17/06/2023minha estante
Ótima resenha, Regis!?


Regis 17/06/2023minha estante
Obrigada, mpettrus. ?
O livro realmente nos faz digressionar por nossas mentes vasculhando por todos os cantos em busca de saber se também seríamos capazes de suportar tudo que Pi suportou e seguir em frente.


Regis 17/06/2023minha estante
Obrigada, Max! ??


HenryClerval 17/06/2023minha estante
Resenha mais que perfeita, Régis. Parabéns! ???


CPF1964 20/06/2023minha estante
Outra resenha impecável, Regis. ???


Regis 20/06/2023minha estante
Obrigada, Leandro. ?


Regis 20/06/2023minha estante
Valeu, Cassius! ?


Carolina.Gomes 05/07/2023minha estante
Gostei muito do filme. Nunca pensei em ler o livro. Excelente resenha.


Regis 05/07/2023minha estante
Obrigada, Carolina. O livro é tão bom quanto o filme, recomendo. ??




L.Gustavo 22/01/2013

É um livro sobre coragem e força que nem mesmo nós sabemos que possuímos.
O livro conta a história de Pi Patel, um garoto indiano, com três diferentes religiões. Ele vive em um maravilhoso zoológico, com a mais variada lista de animais, até que seus pais decidem vendê-lo e se mudar para o Canadá. Enquanto estão indo para o novo lar, eles sofrem um naufrágio - sem causa definida - e Pi Patel se vê no meio do oceano Pacífico preso em um bote salva-vidas com um tigre-de-bengala.
Ele apresenta para o leitor uma história linda e sagaz, em cada novo desafio uma solução, e em cada novo sofrimento uma esperança.
Ao final da história ele nos narra uma outra história, sem o extraordinário excepcional que havia contado anteriormente. As duas histórias se cruzam em vários pontos, e nas duas ele sofre, a explicação para o naufrágio não é apresentada e de nada serve para o leitor se não para ele próprio. Porém é impossível de provar qual das duas é verdadeira.
E é assim que é com Deus. Na vida, existirá uma única história, mas sempre dois meios de contá-la. Em ambas histórias sofreremos e venceremos. Em ambas será impossível definir com clareza a causa do sofrimento. E em ambas elas serviram apenas para nós próprios. Então qual é a melhor forma de contá-la? A que sofremos, porém temos sempre Deus ao nosso lado ou a que simplesmente sofremos sozinhos e perdidos? Mesmo sendo impossível determinar qual delas é realmente a verdadeira história, é mais fácil optar pelo extraordinário do que pelo não extraordinário.
Keila Gonçalves 11/12/2013minha estante
Amei a sua resenha! Linda.


Luana Nunes 25/07/2015minha estante
O livro e a resenha são maravilhosos. Parabéns L. Gustavo!


Marcio Maciel 27/01/2016minha estante
Show de resenha!!!! Amei o filme e com certeza vou ler o livro!




iamdudis 05/02/2022

Que história linda e reflexiva!
Seguindo meu projeto de indicações de livros favoritos de amigos, tive a indicação desse livro pela @Lucygomes.

Que livro maravilhoso, tocante e revelador. Eu amei desde o primeiro capítulo toda a construção sobre a vida do Piscine Molitor Patel.

O livro faz você questionar suas próprias convicções e te deixa fora da sua zona de conforto, onde o errado pode ser tão certo em várias situações. Quem não assistiu o filme, terá uma surpresa, para quem assistiu o filme acredito que também se emocionou e se auto questionou.

O Pi é um indiano pacífico, estudioso e muito religioso, no primeiro contato temos o personagem questionando as religiões e porque elas não podem ser universais para todos sem separar por grupos e porque uma pessoa não pode ter mais de uma religião também.

Pi cresceu ao meio de um zoológico na Índia que nos anos 70 era o auge da moda esses lugares com animais para apreciação turística. Ele aprendeu muito com seu pai sobre os animais e desenvolveu também respeito por eles.

Após o naufrágio na mudança para o Canadá com a sua familia, Pi encontra-se em uma jornada que leva o ser humano ao limite, onde a moral e crenças entram em conflito com a sobrevivência. O interessante do livro é sobre o quanto nós humanos podemos ser diferentes daquilo que sempre acreditávamos ser.

Os animais que estão no bote com o Pi tem uma simbologia na estória que é o ponto principal do livro.
Sem Richard Parker para manter a sanidade dele intacta, o Pi já teria sucumbido a loucura e a morte.

O livro fala sobre religião, direito dos animais, sobrevivência e instinto. Super indico para quem está afim de se aventurar em uma estória repleta de tapas na cara e auto reflexão.
Luciana 05/02/2022minha estante
Que bom que gostou amiga ????




Lista de Livros 24/12/2013

Lista de Livros: As aventuras de Pi, de Yann Martel
“A primeira vez que fui a um restaurante indiano no Canadá, comi com as mãos. O garçom me olhou com um ar de crítica e disse: “Acabou de desembarcar, não é mesmo?” Fiquei lívido. Os meus dedos, que, um segundo antes, eram papilas gustativas, saboreando a comida ainda meio longe da boca, ficaram sujos diante daquele olhar. Estancaram como bandidos apanhados em flagrante. Não ousei lambê-los. Culpadíssimo, usei o guardanapo para limpá-los. Aquele garçom não podia imaginar o quanto as suas palavras me magoaram. Elas foram como pregos penetrando na minha carne. Peguei o garfo e a faca. Praticamente nunca tinha usado esses utensílios. As minhas mãos tremiam. O meu sambar ficou completamente sem gosto.”
*
“A presença de Deus é a melhor das recompensas.”
*
“Há uma coisa mais perigosa que um animal saudável: um animal ferido.”
*
Mais em:

site: www.listadelivros-doney.blogspot.com.br/2013/12/as-aventuras-de-pi-yann-martel.html
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FrankCastle 10/01/2013minha estante
Boa resenha, Caique!

Cara, desde a primeira vez que vi o anúncio do filme, fiquei maravilhado e querendo assistí-lo no cinema. Soube que o livro seria um suposto plágio de Max e os Felinos (que não li) do autor Moacyr Scliar. Fiquei meio receoso, mas ainda assim pensei "Ang Lee não tem nada com isso". Porém, estou retornando ao mundo da leitura graças aos ebooks e vendo um vídeo de Scliar (que não quis processar o autor canadense, mas ficou chateado pelo comentário que ele teria feito):

http://www.youtube.com/watch?v=jIQitu5oYWw

Pensei em boicotar o livro ou até ler ele e depois pedir reembolso da Amazon, hehehe (ainda estou em tempo disso, pois li em 6 dias).

O li e gostei muito da narrativa e das descrições, mas da metade para o final, comecei a ter um certo estranhamento e não sabendo onde aquilo iria chegar. Pensei numa suposta dualidade de histórias, mas no final das contas, acabei não acreditando em nenhuma, hahahah. Apesar disso, como você bem observou, apesar de a história com os animais ser meio fantasiosa, tudo é explicada de maneira bem plausível, o contato de Pi com o tigre em nenhum momento é feita como se ele fosse um gatinho de estimação, o perigo é constante. Talvez por isso senti uma quebra tão grande de "veracidade" da parte do bote para a ilha. Minha linha de pensamento é que ele tinha se entregado a morte e delirou até ser salvo no seu destino final... Dei 3 estrelas, mas sou péssimo para avaliações, difícil condensar uma leitura de 424 páginas em 6 dias numa simples nota. Ela pode vir a mudar. Mas não curti a reta final. Estou pensando em ir, agora mesmo, ver o filme no cinema, creio que eu vá curtir mais a projeção.

*Faço o mea culpa de também poder ter ficado empolgado com o filme. E também sou ateu. Mas concordo em parte com você, que esse slogan que fizeram, pode ter sido bem errôneo. Desculpa o comentário grande, um abraço!


Carlos Ralize 10/01/2013minha estante
Frank,
Sua tese do delírio é muito interessante. Quando li o livro pela primeira vez, isso não me passou pela cabeça. Achei que toda a parte sobre a ilha era uma alegoria acrescentada a tantas outras criadas por Pi para reforçar a hipótese da fé. Quando assisti ao filme, talvez pela forma como Ang Lee montou essa cena, acabei ficando com a mesma impressão. De fato, o delírio seria uma explicação muito plausível para a história toda.
Obrigado pelo comentário.


FrankCastle 10/01/2013minha estante
Caique,

Voltei a pouco do cinema.Gostei muito do filme. Claro que, tendo lido o livro, foi impossível não ficar o tempo todo prevendo o que viria a seguir e reparando o que foi cortado, acrescentado e adaptado. Mas achei que ficou muito bem adaptado, principalmente no que se refere ao tigre.

Para o filme, dou nota 4, mas não acho exagero uma nota 5. E para o livro, parte da minha avaliação menor, talvez seja por minha culpa mesmo em não ter interpretado tão bem algumas coisas da parte visual. No filme, acho que fizeram isso muito bem!

Não sei se já assistiu o filme "A Tentação" (The Ledge). Mas nele, há uma frase, que não remete exatamente a este filme, mas que pode auxiliar no seu entendimento do final: "Você como ateu, diria a uma criança em fase terminal de câncer que Deus não existe?". Afinal, ela já vai morrer mesmo, que diferença faria isso agora?

Um abraço!


Daniel 11/01/2013minha estante
Bela resenha, parabéns. Li o livro há uns 7 anos, mas me lembrava muito bem de tudo, de tão marcante que é... Achei o filme bastante fiel, surpreendente e emocionante.


Diego 05/02/2013minha estante
Primeiro parabéns pela resenha eu achei ótima.
Eu li recentemente o livro e no final realmente me surpreendeu a outra versão da história. Eu comecei a ter duvidas sobre a realidade do que estava acontecendo no momento que ele encontra o outro bote com o Cozinheiro cego, e depois a ilha, eu passei a pensar que seria um delírio dele mas quando ele conversa com os Japoneses eles confirmam que encontram alguns ossos de roedores no barco e o Pi afirmava que eram dos suricatos. Vocês tem alguma teoria para isso ? Pois para mim é a unica ponta solta na historia de que a ilha seria delirio.


Carlos Ralize 07/02/2013minha estante
Pois é Diego, não sei também. Nem tudo tem que fazer sentido. De fato é necessário que haja pontas soltas pra que a história funcione melhor. Não dá pra saber se havia ou não suricatos no zoológico, se os ossos são mesmo de suricatos ou de outros roedores. Pode ser que a história nem seja um delírio, mas uma invenção conveniente. São muitas possibilidades. É até possível que um rapaz tenha sobrevivido ao mar com um tigre selvagem. Ninguém nunca saberá...




Caroline 17/08/2021

Uma linda história! Mais brutal que no filme.
A história é linda, com muitas mensagens para refletir, porém não prende a atenção, li em 7 dias mas levei 1 mês para concluir. Tem longos debates cansativos apesar de serem sobre temas que gosto (humanidade e transcedência e animais). Foi minha última leitura de 2019! ???
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-natalia 26/01/2021

Acredite no extraordinário.
As Aventuras de Pi é um livro incrível, com uma grande aventura, e que inspirou o filme indicado ao Oscar. A narrativa inicial foi um pouco cansativa pra mim: a primeira parte (cerca de um terço do livro) consiste na vida de Pi antes do naufrágio, focando em suas diversas religiões. A segunda parte conta a aventura que fez a fama da história: Pi e o tigre Richard Parker num bote salva-vidas, além dos outros três animais inicialmente presentes. É então que o livro adquire grande emoção: fiquei super animada, ansiosa pra saber o que aconteceria a seguir (e isto mesmo já tendo assistido ao filme!). A terceira e última parte conta o que aconteceu a Pi depois, como sua história foi recebida pelos outros.
Foi, para mim, uma leitura muito agradável. Vários dos pensamentos de Pi me fizeram rir, e descrições de algumas outras cenas me deixaram muito triste. Acho que livros assim, que nos causam várias emoções, se provam maravilhosos! A mensagem da leitura é também muito bonita, e o final me surpreendeu. Já estou com saudades do Richard Parker hahaha
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Ogaiht 26/04/2023

Acredite no Extraordinário
As Aventuras de Pi, escrito pelo espanhol Yann Martel, é um belo relato de coragem, determinação e fé.
A narrativa tem início na Índia, onde o menino Piscine Molitor Patel, ou simplesmente Pi, vive com sua família dona de um zoológico. Por ter crescido em tal ambiente o garoto adquire um grande conhecimento sobre animais. Apesar de ser de família hindu, ainda que não praticante, o garoto desenvolve um interesse em duas outras regiões: no cristianismo e no islamismo. É realmente hilária a passagem em que o menino se encontra com um padre que lhe explica porque Jesus morreu pela humanidade e logo após vai a um templo hindu e agradece ao deus Krishna por ter colocado Jesus em sua vida!
Porém, desiludida com os rumos que o país está tomando sob o governo de Indira Gandhi, a família Patel decide vender os animais do zoológico e ir tentar a vida no Canadá. E, para isso, a família viaja no cargueiro Tsumtsum com os animais numa longa viagem através do Pacífico. E então, o navio afunda misteriosamente, e Pi se vê sozinho no meio do oceano num bote, acompanhado de de uma zebra de perna quebrada, uma hiena, a orangotango Suco de Laranja, e Richard Parker um tigre de bengala! Assim, Pi terá uma verdadeira prova de vida pela frente, não apenas pelos perigos que o oceano carrega, ou pela escassez de comida e água, mas também pelo perigo que há dentro do bote na figura do temível Richard Parker. Pi deverá encontrar uma forma de superar a todas essas adversidades pela sua sobrevivência.
A premissa da estória pode parecer absurda a princípio, mas é carregada de simbolismo religioso e de uma mensagem de fé e coragem ante as dificuldades que a vida nos impõe. Este livro ganhou uma bela adaptação cinematográfica em 2012 dirigida pelo lendário cineasta taiwanês Ang Lee. É uma adaptação bem fiel à obra, apesar de o simbolismo religioso ser deixado meio de lado no filme, mas ainda sim filmada com muito sensibilidade pelo diretor.
Esta obra traz uma mensagem muito bonita de crer em algo e critica de maneira elegante os céticos que acreditam em apenas o que olhos deles veem. Afinal, como disse Pi, ?o mundo não é apenas do jeito que ele é. É também como nós o compreendemos? E, ao compreendermos alguma coisa, trazemos alguma contribuição nossa? Isso não faz da vida uma história??
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Carolina Del Puppo 30/08/2021

É pessoal
Quando eu vi o filme, eu era criança, mas havia algo nessa história marcada por um mistério que me fascinou, nunca mais esqueci. Li esse livro para esquecer de mim mesma, para me perder no oceano, e saber as sensações que eu ia experimentar e eu tive tantas emoções que não posso nem indicar esse livro para outras pessoas porquê o que eu busquei nesse livro, não sei se outra pessoa vai buscar. Serão motivos diferentes então a experiência pode não ser boa como foi comigo.
Essa história mexeu comigo, e foi maravilhoso acompanhar essa jornada, sinto-me parte dessa história. Posso ficar aqui sem parar, mas, nunca vou conseguir falar tudo o que eu queria dizer.
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Amanda 30/03/2021

Sobre Bravura
Difícil descrever as emoções e as sensações que esse livro me trouxe enquanto lia ele. Fala sobre Bravura, sobre coragem, sobre resiliência,sobre amor e sobre Deus. Sobre como a sua presença é forte e inabalável. Pi Patel é um menino incrível, que viveu os piores momentos da sua vida sozinho no meio do mar, e conseguiu superar, conseguiu seguir em frente. A forma como a história é contada é maravilhosa, algumas partes são difíceis de se ler, mas o livro é um deleite. Vale a pena ser lido!!!
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@APassional 26/01/2013

As Aventuras de Pi * Resenha por: Elis Culceag * Arquivo Passional
Oi pessoal! Assisti As Aventuras de Pi no cinema antes de ler o livro e fiquei encantada. Saí do cinema realmente comovida e com muita vontade de iniciar a leitura, para descobrir o que estava escondido nas entrelinhas.

O livro possui dois narradores que atuam de formas distintas. O primeiro narrador é o protagonista - Pi Patel - que em 1ª pessoa nos conta sobre sua infância e adolescência em Pondicherry (Índia) e os 227 dias que passou à deriva no Oceano Pacífico. O segundo narrador - O Escritor - é um personagem anônimo, que em capítulos curtos, utiliza-se da 3ª pessoa para expor suas impressões sobre o Pi adulto (aparência, comportamento, casa e família), pois o está observando enquanto ouve e anota a história que ele está contando. Conforme a narrativa se intensifica, O Escritor "dá uma sumida", como se estivesse tão entretido que se esquecesse de observar a cena em volta, mas retorna na última parte.

A história é dividida em três partes:

Na Parte um - Toronto e Pondicherry (capítulos 1 a 36), mergulhamos na infância de Pi, que nos conta um pouco sobre a origem de seu nome e os problemas que teve na escola, sobre o Zoológico de Pondicherry e seu conhecimento a cerca dos hábitos e cuidados com os animais, a convivência com a família e a decisão de venderem os animais do Zoo e mudarem-se para o Canadá, seu contato com o hinduísmo, cristianismo e islamismo e como buscava e sentia a presença de Deus de diferentes formas em cada uma dessas religiões. Uma prosa gostosa, divertida e interessante.

" - Bapu Gandhi disse: "Todas as religiões são verdadeiras." Eu só quero amar a Deus - retruquei, meio sem pensar (...)"

A Parte dois - O oceano Pacífico (capítulos 37 a 94), começa com o naufrágio do navio japonês Tsimtsum que rumava para o Canadá, e narra a luta de Pi por sobrevivência. A necessidade que se sobrepõe ao choque da perda da família, a constante vigilância, o esforço para conseguir água potável e comida para si e para Richard Parker, o tigre. A escassez de tudo em comparação com a imensidão do oceano e a vontade de viver. Uma narrativa dramática, mas que evidencia o lado prático e inteligente de Pi, que coloca-se em ação e não abandona a fé e a esperança.

"(...) parte de mim estava feliz com a presença de Richard Parker. Parte de mim não queria absolutamente vê-lo morrer porque, se isso acontecesse, eu ficaria sozinho com o desespero, um adversário muito mais assustador que um tigre."

Na Parte três - Centro Médico Benito Juárez, Tomatlán, México (capítulos 95 a 100), O Escritor transcreve o encontro de Pi com os agentes do Departamento Marítimo do Ministério dos Transportes do Japão, que foram entrevistá-lo no centro médico em que ficou internado após o resgate, a fim de investigar o que tinha acontecido com o navio. Ficamos conhecendo uma segunda versão da história, rápida e chocante. Nesse momento, temos que escolher em qual versão queremos acreditar.

" - O mundo não é apenas do jeito que ele é. É também como nós o compreendemos, não é mesmo? E, ao compreender alguma coisa, trazemos alguma contribuição nossa, não é mesmo? Isso não faz da vida uma história?"

Como já tinha visto o filme, fiz a leitura de forma lenta e contínua, sem pressa, à deriva, aproveitando cada gota. A narrativa é ótima, é como se estivéssemos escutando um "contador de causos" que nos envolve, independe da situação inusitada que esteja narrando.

O filme deixou uma pergunta no ar, procurei por respostas e as encontrei. A história possui uma dualidade que nos instiga a refletir e mexe com a imaginação, o coração, o estômago, o raciocínio e a fé. Nos deixa com vontade de acreditar no EXTRAORDINÁRIO.

Resenha publicada no Blog Arquivo Passional em 25/01/2013:

http://www.arquivopassional.com/2013/01/livro-filme-as-aventuras-de-pi-yann.html

** Acesse a postagem para ler a opinião sobre o filme e a comparação livro/filme.
Silvia 11/03/2013minha estante
Resenha maravilhosa :)


Ana Claudia Car 14/01/2015minha estante
Livro maravilhoso!!




Pappa 14/08/2010

"Tenho uma história que vai lhe fazer acreditar em Deus"
Piscine Molitor Patel é um indiano filho de donos de um zoológico. Quando eles decidem vender os animais, tomar um navio e se mudar para o Canadá, sua vida sofre uma mudança muito brusca: o navio afunda e acaba em um bote salva-vidas com uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre de bengala. A hiena mata a zebra e o orangotango, porém o tigre acaba matando a hiena, e assim ele e o menino passam mais de duzentos dias à deriva.

O livro começa um pouco lento, a primeira parte conta com explicações de como o autor chegou a história que teoricamente lhe é narrada pelo próprio Pi Patel, a origem do nome do personagem, sua vida na Índia, como ele acabou se convertendo em hindu, cristão e muçulmano ao mesmo tempo e como chegam à decisão de vender os animais e se desfazer do zoológico. O personagem principal tem uma empatia fora do comum, apesar dessa primeira parte ser mais como uma introdução, ela prende por estarmos conhecendo e nos acostumando a Pi e sua curiosa vida e forma de pensar.

A partir do início da segunda parte do livro, ele toma corpo. A tensão é uma constante, pois o menino é obrigado a tomar as rédeas da própria vida e se superar dia a dia para sobreviver.

"Eu não vou morrer. Me recuso. Vou até o fim deste pesadelo. Vou derrotar os obstáculos por maiores que sejam. Sobrevivi até agora milagrosamente. Agora vou transformar o milagre em rotina. O sobrenatural será visto todos os dias." Este trecho é o ponto de virada na história. A partir dai, Pi passa a mostrar que com sua inteligência e esforço pode superar qualquer barreira que lhe seja imposta, mesmo sobreviver com um tigre em alto mar.

A história é cheia de detalhes de como ele passa a maior parte dos dias, como é sua relação com o tigre, como consegue sobreviver e manter o tigre também vivo (e porque ele o mantém vivo). Em alguns momentos parece até um manual de sobrevivência em alto mar, mas tocante. Pi é um personagem que atrai a admiração e faz com que prendamos a respiração com cada perigo por que passa.

A parte final fecha a história de maneira perfeita. Deixa algo em que pensar que toca profundamente (como nos protegemos dentro de nós mesmos em casos extremos, tão cruéis e traumáticos). De certa forma até traz uma reviravolta na trama. Em suma, parece um conto de fadas moderno. Tudo por que passa, os personagens e situações, parecem ter um segundo ponto de vista, quase como uma alegoria ou metáfora (e no fim muito é explicado e mais ainda é deixado pendente para que os leitores analisem).

Recomendado, com toda a certeza. Vai para a minha lista de favoritos de todos os tempos.
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Léo 24/02/2022

Uma experiência incrível!
O livro é um daqueles cujas páginas voam sem que o leitor perceba, tanto pela escrita do autor que é leve e flui muito bem, quanto pelos capítulos que são curtos, geralmente tendo entre 3 e 6 páginas.
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O ritmo da história varia entre a narrativa das memórias do protagonista, quanto a menção de eventos externos que eu pessoalmente gostei bastante, como o dia a dia dos administradores de um zoológico e episódios curiosos em tais localidades em diferentes locais do mundo.
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O protagonista, Pi, é certamente um dos personagens que mais conquistou minha admiração de todos os tempos. Tanto pela sua coragem, astúcia e persistência na luta pela sua vida, quanto por sua mentalidade. Pi é o tipo de pessoa que eu mais vejo como necessária para a construção de um mundo melhor: alguém aberto a conhecer e respeitar as demais religiões e culturas de outros povos; que se importa apenas em praticar sua fé, independente das nomeclaturas.
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Embora a atmosfera de aventura, o livro proporciona momentos angustiantes e que causam embrulho no estômago, retratando de forma crua e claustrofóbica em uma jornada degrada de como uma pessoa chega ao limite de suas opções, no intuito apenas de continuar existindo.
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É uma ótima leitura, uma excelente aventura que voa, ainda assim fica marcada na memória.
Glaucia 25/02/2022minha estante
Eu amo o filme,e amei sua resenha,vai entrar para minha listinha agora,kk.




Larissa 13/12/2013

MAX E OS FELINOS X AS AVENTURA DE PI
Confesso que até ver toda a popularização do filme “As Aventuras de Pi” e sua indicação para o Oscar, desconhecia por completo a polêmica envolvendo o livro de Yann Martel com o livro de Scliar. Como boa brasileira fiquei ofendidíssima antes mesmo de entender o que estava acontecendo, principalmente depois de ler uma declaração onde Martel dizia apenas ter “aproveitado uma boa ideia mal utilizada por um pequeno escritor brasileiro”.

Vi o filme e não achei grande coisa. É claro tem cenas lindas! A fotografia mereceu mesmo o Oscar, Ang Lee foi fantástico, mas a história em si…

Resolvi ler o livro do Scliar: “Max e os Felinos”. Logo no prefácio Scliar explica toda a polêmica envolvendo seu livro e o de Martel, dizendo que não se ofendeu com o posicionamento do autor, não se sentiu plagiado e por isso optou por não processá-lo. Achei digno e compreendi o posicionamento do autor. Quando peguei pra ler “As Aventuras de Pi”, Martel também explica de onde veio sua inspiração e diferente das outras notícias que vi, li ali um pequeno elogio e dedicatória a Scliar.

Depois de ler os dois livros, fica extremamente claro que Martel usou a ideia de Scliar no seu livro, nenhum novidade até aí, mas o livros são muito diferentes. Martel usou a ideia do tigre com o menino do barco como história central do seu livro, enquanto o menino e o jaguar é apenas uma pequena passagem no livro de Scliar.

“Max e os Felinos”, conta a história de Max, um jovem alemão que foge da Alemanhã em pleno nazismo para chegar até o Brasil. O barco que ele estava naufraga e ele passa poucos dias à deriva com um jaguar. Após ser resgatado e chegar ao Brasil, Max vive assombrado pelo nazismo, nunca chegando a ter paz. No livro os nazistas são retratados figurativamente como um felino, um jaguar que está sempre a espreita, destruindo toda a segurança que Max conquista.

Em “As Aventuras de Pi”, Martel conta a história de Piscine Patel, um jovem indiano que muda para o Canadá com sua família e boa parte dos animais do Zoológico administrado pelo pai. O barco deles naufraga, PI é o único humano sobrevivente e divide o barco com 4 animais: uma hiena, uma zebra, um orangotango e um tigre. Ele fica quase 1 ano a deriva no barco, tendo como companhia apenas o tigre. É uma história de sobrevivência com apelo religioso, visto que Pi pratica o hinduísmo (origem), cristianismo e islamismo.

Não sei se por já ter visto o filme ou o que, mas achei o livro de Martel muito chato. Parecia que os capítulos iam crescendo pra fazer o livro render, muitos detalhes desnecessários. Se a intenção era fazer o leitor sentir que passou os mais de 200 dias no barco com Pi, bom pra mim funcionou!! Enfim achei cansativo e forçado. No fim, não entendi o porquê do livro ter se tornado um grande sucesso e percebi que a “boa ideia”, acabou não sendo muito bem utilizada pelo cansativo Yann Martel. Enfim, gosto é gosto, conheço pessoas que amaram o livro. Já o livro de Scliar eu não sabia bem o que pensar quando terminei já que o fim foi meio brusco, quando eu peguei o clima da história, Scliar simplesmente coloca um ponto final. (Yann x Scliar = opostos).

Indico o filme de Ang Lee. Tem cenas lindas! Indico o livro de Scliar, para que possamos conhecer mais a literatura brasileira que estrangeiros copiam achando que vão melhorar, mas não conseguem.

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Outras resenhas em: www.literaturapessoal.wordpress.com
Marcio Maciel 15/02/2016minha estante
Gostei!!!




André 25/12/2012

Prepara-se para aprender sobre zoologia e botânica. Descubra uma nova perspectiva sobre zoológicos e religião. Tenha em mãos um verdadeiro guia de sobrevivência. E no final, surpreenda-se.
Já imaginou uma história como esta? Um garoto indiano que sobreviveu a um naufrágio e passa a viver em um bote salva-vidas no meio do Oceano Pacífico com uma zebra, uma hiena, um orangotango e um tigre-de-bengala adulto. Parece até roteiro de história da Disney, uma aventura fantástica onde animais e o ser humano irão se unir e vencer as barreiras da vida, uma linda história, não é? Mas ATENÇÃO. Este livro não é nada disso. É uma história extremamente real, uma onda gigantesca de verossimilhança que abala e revira de ponta cabeça o mente do leitor.

O Livro é dividido em uma nota do autor e mais três partes com a história em si. Na nota do autor consta: "Uma história que vai fazer você acreditar em Deus". Chegando ao fim do livro não pude tirar conclusões definitivas quanto a isso, será que é porque eu já acredito em Deus? De qualquer forma o livro deixa uma profunda reflexão, uma constatação muito mais limpa e ampla sobre Deus eclode na mente e no coração. Mas não posso deixar de perguntar se o livro seria realmente capaz de convencer o mais cético Ateu? Acredito que o livro não chega a tamanho poder, de qualquer forma, aguardo um relato de algum ateu que tenha lido, coisa que ainda não encontrei.

A primeira parte do livro chama-se "Toronto e Pondicherry". Toronto é onde Piscine Patel passa sua vida após ser resgatado do mar, lá ele concluiu o ensino médio e fez duas graduações. Ciências da Religião e Ciências Biologicas, uma estranha e interessante combinação de fé e método cientifico. Começamos a desvendar as peculiaridades desse jovem indiano que desde criança tinha uma forma cativante de pensar, movida com a dose perfeita de razão e fé, e é exatamente essa forma de pensar a principal responsável por sua sobrevivência em alto-mar. Com uma carga pesada de informações, essa primeira parte deve ser lida com muita calma e atenção. Considero a parte mais massante do livro, não querendo dizer que seja chata, pelo contrário, é muito interessante se você for lendo com cuidado e eventualmente pesquisando um pouco sobre o hinduísmo e islamismo.

O ponto que te prende no livro e não te faz querer largá-lo de maneira nenhuma é a partir da segunda parte. Ela mostra como Piscine sobrevive no bote salva vidas em companhia dos animais selvagens. Essa parte é extremamente envolvente, um drama psicológico que emociona tanto de forma positiva quanto de forma negativa. Presenciar através das páginas do livro a determinação de Pi em manter-se vivo é magnifico e assustador. Os extremos que o ser humano pode chegar quando encontra-se em uma situação de risco são muito bem explorados e construídos. E a relação do garoto com o tigre-de-bengala é o pico de qualidade da história.

Finalmente, na parte final do livro temos a conclusão, uma conclusão multi-interpretativa que deixa o leitor pensativo pelas horas e talvez até dias seguintes após a leitura. Incrível como toda a história passa pela mente do leitor e deixa uma sensação de que o livro precisa imediatamente ser relido. Eu mesmo não aguentei e comecei a reler alguns trechos.

A Vida de PI enquadrou-se como um dos melhores livros lidos por mim. O segundo melhor do ano. É, eu gosto de classificar. Leiam!
Carlos Ralize 30/12/2012minha estante
André, se quiser mesmo ler o relato de um ateu, leia o meu aqui mesmo na página do livro. Sintomaticamente, minha resenha se chama "Esse livro não vai te fazer acreditar em deus". Explico lá minhas razões. Mas nem por isso acho o livro menos fascinante. Pelo contrário, acho que Martel foi genial em colocar em uma história profundamente religiosa elementos que podem atrair a todos, independente de suas crenças.


André 31/12/2012minha estante
Acabei de ler sua resenha, Caique. Um ponto de vista interessantíssimo que só endossa a qualidade de multi-interpretatividade do livro.




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