Sandra 13/09/2015minha estanteConfesso que resenhar sobre Paraíso, da autora nacional Deyse Ramos Nicoli é um grande prazer e uma honra, principalmente porque sou fã número um da escritora e, também, me tornei sua amiga. Sim, amiga literária e de bater altos papos pelo messenger. Eu a conheci em 2013 e é tão simpática quanto seus personagens.
Bom, em Paraíso nós iremos conhecer Débora, uma mulher que está em busca de paz interior, já que sofreu muito em sua vida e precisa mudar o rumo de seu destino e vê essa possibilidade ao se candidatar à uma vaga para professora em uma fazenda em Vila Paraíso, cidade interiorana bem tranquila.
Débora consegue o emprego, mas para isso ela terá que deixar sua família e seguir sozinha rumo ao desconhecido, morar com pessoas as quais ela não conhecia. Havia mil perguntas em sua mente, principalmente depois de saber que teria de lidar com Marcos, um dos proprietários da Fazenda Boa Vista.
Assim que chegou à Vila Paraíso, a professora conhece uma jovem que a alerta sobre o que encontrará pela frente:
"- Boa Vista é uma fazenda imensa, quase um feudo. Os donos são ótimas pessoas...ficarão felizes com sua chegada.
- Tenho medo de não me adaptar... O homem que falou comigo ao telefone foi... Frio.
- Sim. Sei quem falou com você...ele chama-se Marcos e...é um pouco diferente dos outros."
Pronto. Até eu teria vontade de sair correndo de volta pra casa, para os braços de minha família, mas Débora sabia que teria de enfrentar seus medos e, para isso, nada melhor do que mudar de emprego, de cidade, de vida.
Logo que volta ao carro, a professora encontra o caminho que a levará para seu destino e, ao chegar, é recebida por dona Carmem, proprietária da Fazenda Boa Vista, juntamente com seus três filhos, Marcos, Max e Léo e sua nora, Eva.
Débora é super bem recebida por alguns membros da família, porém essa "bela" oportunidade que a vida lhe deu trará com ela Marcos, o filho mais velho de dona Carmem. E mais uma vez é alertada sobre a personalidade dele, sim, de Marcos.
"- Débora, eu.... Preciso lhe falar sobre o Marcos. ..talvez você estranhe o jeito como ele vai lidar com sua presença aqui.
- Co...como assim?
- Calma. O Marcos não é como Léo e Max. Não vai brincar com você ou dizer que é bem-vinda. Mais não tem nada a ver com você...ele só é mais quieto e calado. Não se deixe intimidar por ele."
UAU!!!! Pra falar a verdade, eu sendo Débora sairia correndo pela segunda vez no mesmo dia. Rsrsrs. Mais como não poderia ser diferente, nossa protagonista acaba ficando com receio de Marcos, porém nada do que falaram à ela poderia alertá-la para os próximos acontecimentos...
E quê acontecimentos!!!
Conhecem o Hugh Jackman?
Sim, aquele homem lindo que faz o papel do Wolverine? Então, é bem isso. Marcos é a personificação desta belezura em pessoa. e "nossa" professora, mesmo tendo medo da própria sombra, não pôde deixar de sentir um choque daqueles de 220 Watts de potência.
Como nem só de beleza podemos viver, Marcos é super rude com Débora, fazendo-a se sentir a pior das espécies. Ele é grosso, até mesmo insuportável, mais tudo isso é para afastá-la dele. A questão é: será que ela quer se afastar assim tão rápido ou os opostos se atraem?
"- Marcos era rude, antissocial e....lindo de morrer."
Nossa!!! Que calor!!!!
Já em seu primeiro dia, Débora esquece de pegar alguns pertences em seu carro e o faz durante à noite, mais como o destino não poderia deixar de dar sua colaboração, a professora acaba trombando (literalmente) em quem? Marcos, em carne e osso. (E que belo filé!!!)... Os dois acabam caindo no chão, e a vergonha que Débora sente é descomunal.
Passado essa primeira parte, Débora percebe que Marcos é um sujeito estranho, mas a professora se vê incomodada com a sua presença , isso quando ele aparece para realizar as refeições junto à família. Por ele, Débora estaria morando num ambiente bem distante da casa principal.
A Fazenda Boa Vista é um lugar onde tudo parece perfeito, ou quase... Mas ao longo do enredo, a autora Deyse Nicoli vai descrevendo as cenas de tal forma que convida o leitor a entrar na história. Pode-se dizer que conseguimos sentir os aromas que vem da cozinha de dona Carmen, sentir o amor que essa família emana.
Como foi bastante difícil contratar uma professora para trabalhar na Fazenda Boa Vista, os proprietários realizam uma grande festa para apresentar Débora aos demais funcionários, mas não pensem que a vida dela será de flores, porque não vai mesmo. Há muito mais para acontecer nessa jornada. Romance, amizade, lealdade e confiança são os sentimentos que permeiam esse enredo lindo.
A capa do livro pode não chamar sua atenção logo de início, mas sabe aquele ditado que diz: não julgue um livro pela capa? Pois é, ele se aplica aqui.
Paraíso é uma daquelas histórias que você "acha" que não irá gostar, mais você está enganado, pois irá AMAR.
Eu mesma já li e reli essa história mais de DEZ vezes. Já dei mais de 30 exemplares de presente e, todas, absolutamente todas as pessoas amaram Paraíso.
É um romance que te emociona e me senti parte da família. Chorei com Débora, quis matar o Marcos muitas vezes. Me senti amiga da Eva, tive muita vontade de estar nas festas da fazenda, me esconder naquele casarão, andar pelos vinhedos...Cavalgar no cavalo do Wolverine...ops... do Marcos e... domar aquele homem lindo de morrer e malcriado também.
"- Está fugindo de alguém? O que aconteceu? Você fala tanto e agora perdeu a língua?
- Você sumiu.
- Mais agora estou aqui, não estou? "
Eita, cabra danado!!! Eita, que essa fera vai aprontar poucas e boas com a nossa bela professorinha.
Ah! vocês devem estar se perguntando: por que uma pessoa sai de sua casa e vai trabalhar num lugar onde sua paciência é testada constantemente?
E o amor? Onde ele cabe nessa história? Wowww. Suspiro até hoje ao relembrar cada página.
Só posso dizer que sim, vale a pena conhecer essa obra maravilhosa e logo que você se envolver com o enredo vai arrepender por nao tê-la conhecido antes.
A fonte usada é super agradável e dá pra ler numa boa, os espaçamentos são ótimos. O cuidado com a diagramação é visível e impecável.
Dou nota 10 para a história da Deyse. E sou suspeita para falar, mas como não amar Débora e Marcos? Leiam e me falem depois.