O animal agonizante

O animal agonizante Philip Roth




Resenhas - O Animal Agonizante


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Tito 20/06/2010

O testemunho de um macho liberto diante do fim. Cínico, cru e genial.
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DIRCE 01/11/2013

Não dá para remar contra a maré.
O animal agonizante é o quarto livro que leio de Philip Roth, um número suficiente para eu poder afirmar que, positivamente, Roth não tem o menor pudor de ferir o leitor com a crueza das palavras que emprega nas suas narrativas, talvez até seja esse o seu propósito: o de ferir o leitor. Nesse caso, no que se refere a minha pessoinha, ele pode comemorar.
Li que David Kepesh, o protagonista do romance, protagonizou dois livros anteriormente publicados: “O Seio” e “O Professor do Desejo”. Este último, eu o tenho na minha Estante dos livros que irei ler, porém tão cedo ele não deixará essa Estante, pois não tenho a menor intenção de me deparar com Kepesh por um bom tempo- muito cínico e machista para o meu gosto.
No “ O animal agonizante”, Kepesh, aos 70 anos de idade, rememora quando aos 62 anos de idade, em plena fervilhante década de 60, conheceu Consuelo, uma de suas alunas do Curso de "Crítica Prática", e que ele transforma em uma espécie de doceria: uma fonte inesgotável prazer. Ocorre, que o “feitiço virou contra o feiticeiro” e Kepesh se tornou refém desse prazer.
Ao rememorar suas peripécias sexuais Kepesh deixa transparecer o quanto era avesso ao Convencional: casamento era uma gaiola, filhos: amarras. É...: parece que Kepesh desconhecia que não dá para remar contra a maré: as doenças, os reflexos da idade e a morte são inexoravelmente CONVENCIONAIS.
Apesar de descrever os aspectos sociais e politico da década de 60 e suscitar reflexões pertinentes às relações e condições humana, o linguajar utilizado pelo devasso professor “feriu” meus olhos e apequenou a obra: 3 estrelas.
bruna m. 04/06/2015minha estante
Eu tive exatamente o mesmo mal estar a respeito do David Kepesh


Iva 06/07/2016minha estante
Kepesh não desconhecia que não dá para remar contra a maré: ele apenas escolheu a sua maré, e tem de lidar com ela. Pelo menos ousou viver como achava melhor.




spoiler visualizar
04/07/2020minha estante
Vi a adaptação na adolescência, quando ainda nem sabia quem era Philip Roth. Li o livro anos depois e amei! Philip odeia o filme, mas eu gosto porque tem a Penélope Cruz kkk


04/07/2020minha estante
Odiava* ops...


Maria 04/07/2020minha estante
Não vi o filme ainda, mas gostaria de assistir; embora a chance de concordar com o autor sobre a adaptação seja grande haha




Alexandre Kovacs / Mundo de K 17/05/2010

Philip Roth - O Animal Agonizante
Editora Companhia das Letras - 127 páginas - Publicação 2006 - Tradução de Paulo Henriques Britto.

Philip Roth, talvez o maior escritor norte-americano da atualidade, é apontado como favorito a cada ano para o Nobel de Literatura, não sem merecimento. Recebeu o Prêmio Pulitzer na categoria de ficção pelo romance Pastoral Amercana em 1998, Prêmio PEN/Faulkner por três vezes, PEN/Nabokov em 2006 e o PEN/Saul Bellow em 2007 para citar apenas alguns.

David Kepesh, protagonista do romance "O Animal Agonizante", é uma personalidade conhecida no meio cultural de Nova York, professor de literatura, apresenta um programa na TV e leciona um concorrido curso por ano que normalmente termina com uma festa em seu apartamento. Nestas festas Kepesh, amante da música clássica e razoável pianista, sempre escolhe uma jovem e bonita aluna para um rápido relacionamento amoroso.

A vida de David Kepesh, chegando aos setenta anos, está perfeitamente equilibrada até que ele conhece Consuela Castillo. A seguinte descrição demonstra o fascínio que a bela e sensual aluna cubana desperta no professor: "Duas coisas no corpo de Consuela chamam a atenção. Em primeiro lugar os seios. Os seios mais magníficos que jamais vi — e olhe que eu nasci em 1930: a esta altura, já vi muitos seios. Os dela eram redondos, cheios, perfeitos. O tipo de seio com um mamilo que parece um pires. Não o que parece um úbere, porém aquele mamilo grande, de um tom claro de rosa pardacento, que é tão excitante. A segunda coisa era o fato de que seus pêlos pubianos eram lisos. Normalmente são encaracolados. Os dela pareciam cabelo de asiático. Lisos, estendidos, e parcos".

Consuela Castillo chega para destruir toda a ilusão de segurança que Kepesh havia construído através dos anos, para lembrá-lo de que a eternidade é apenas uma ilusão, uma distração que nos faz esquecer da realidade. Kepesh descobre que é somente um velho: "Para aqueles que ainda não são velhos, ser velho significa ter sido. Porém ser velho significa também que, apesar e além de ter sido, você continua sendo, e a consciência de continuar sendo é tão avassaladora quanto a consciência de ter sido. Eis uma maneira de encarar a velhice: é a época da vida em que a consciência de que a sua vida está em jogo é apenas um fato cotidiano. É impossível não saber o fim que o aguarda em breve. O silêncio em que você vai mergulhar para sempre. Fora isso, tudo é tal como antes. Fora isso, você continua sendo imortal enquanto vive".

David Kepesh, durante os quase dois anos de relacionamento, passa a conhecer a insegurança emocional e o ciúme, sentimentos que não faziam parte do seu mundo equilibrado e egoísta e este é apenas o menor dos sinais, coisas piores ainda estão por vir, quando anos mais tarde Consuela o procura para lhe contar uma trágica revelação. Não sei se a poesia abaixo de Yeats influenciou Roth neste romance, mas sem dúvida, representa a essência do tema:

Death
(William Butler Yeats)

Nor dread nor hope attend
A dying animal;
A man awaits his end
Dreading and hoping all;
Many times he died,
Many times rose again.
A great man in his pride
Confronting murderous men
Casts derision upon
Supersession of breath;
He knows death to the bone -
Man has created death.

Morte
(Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos)

Medo não tem, nem esperança,
Um animal a agonizar:
Aguarda um homem o seu fim,
Tudo a temer, tudo a esperar;
Já muitas vezes morreu ele,
As muitas vezes retornando.
Em seu orgulho, um grande homem,
Homens que matam enfrentando,
Sobre a substituição da vida
Atira um menosprezo forte;
Sabe ele a morte até os ossos
- Foi o homem quem criou a morte.

MK 18/01/2011minha estante
Fiquei curiosa com Roth por conta das contendas que armam nas comparações entre ele e Bolaño, que já li e gostei muito. Comprei este livro na última feira do livro e ainda não o enfrentei... tua resenha me empurrou um bocadinho.




uepa 16/12/2022

Cancelado? Prazer, Philip Roth.
Entre levar um banho de rosas ou de tijoladas está o autor norte-americano do século XX, Philip.
Muito conhecido por uma história de relações bizarras com diversas companheiras e casamentos amargurados, o autor transparece em sua narrativa boa parte do seu espírito filosófico e social pelo personagem principal, David, que além de ser um pai ausente ( e bem medíocre lol) também tem relações com suas alunas da faculdade.
Confesso que de certa forma o personagem me lembra o progenitor que narra O Pai da Menina Morta, de Tiago Ferro, pela admiração duvidosa sobre o ato do sexo. A filosofia que os personagens têm sobre transar é tão reticente que se você está desprevenido é de se espantar. Entretanto não entenda que o livro é somente divagações sobre sexo, na verdade é mais sobre como essa doutrina foi/é aplicada na vida do personagem em diferentes passagens de tempo. Especialmente em O Animal Agonizante, David teve a capacidade de acompanhar a mudança da ação feminina entre algumas gerações ( ganharam voz e suas atitudes mudaram , mas entenda que o foco não é esse, é sobre comer mulheres )
O protagonista não será uma fonte de ódio para a sua leitura, porém acredito que o fato de como ele age com certas companheiras ( e elas com ele!!!) e ser tão indiferente com seu filho são bons tópicos para se refletir e amadurecer a qualquer momento do dia, afinal, é uma leitura simples e de certa forma vai te intrigar
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Hada 11/04/2020

O Animal Agonizante
Esse livro é um monólogo de David, um crítico de arte conhecido e respeitado no meio, que ministra um curso de crítica para turmas lotadas de mulheres. Em todas as edições do curso, ele procura uma aluna para se tornar sua presa e, depois que as aulas acabam, a moça se encontra em sua cama. Ele tem certeza que sua vida será para sempre isso, até que conhece Consuela, uma moça cubana-americana cujo corpo faz o desejo carnal de David se tornar paixão.
Um pouco mais sóbrio que os personagens de Bukowski e um pouco mais obsessivo que Cauby, de Marçal de Aquino, David tenta nos convencer que Consuela é a mulher mais impressionante do mundo, falhando para aqueles que buscam algum resquício de caráter nas pessoas impressionantes. Em contrapartida, todas as mais belas formas de elogiar a aparência de alguém aparecem em alguns trechos da obra, como por exemplo,
Eu a havia elevado à categoria de grande obra de arte, com toda a influência mágica de obra de arte. Não a artista, mas sim a própria obra. Não havia nada que ela pudesse não entender — bastava-lhe estar ali, à vista, e era só olhar para mim que ela compreendia sua importância. (p. 37)
ou
Você entra no ônibus. Há uma criatura tão linda que todo mundo tem medo de se sentar ao lado dela. O lugar da garota mais linda do mundo — está vazio. (p. 39)
O desejo irracional de David é claro em todos os momentos, e nós realmente só conseguimos conhecer a personalidade de Consuela nas últimas páginas do livro, nas palavras de seu surto acerca da consciência sobre corpo e a morte. Imaginei que talvez seria interessante um outro livro, sob o ponto de vista dela acerca de toda a narrativa.
Mas é claro que o livro todo não apresenta apenas sobre dois personagens, mas sim diferentes tipos de relações. Entre David e seu filho, suas outras mulheres, seus talentos e seu melhor amigo. Esta, em particular, me comoveu mais do que as outras, uma vez que não era esperado o futuro dessa amizade, o que resultou na cena mais bonita de toda a história, na minha opinião. É um personagem que, apesar de não ser nem muito abordado nem muito complexo, permitiu um dos trechos que mais me tocou em toda a história, uma de suas únicas falas.
As pessoas pensam que quanto se apaixonam elas se completam? A união platônica das almas? Pois eu não concordo. Eu acho que você está completo antes de se apaixonar. E o efeito do amor é fracionar você. Antes você está inteiro, depois você racha ao meio. Ela era um corpo estranho que havia se introduzido na sua integridade. E que você passou um ano e meio tentando incorporar. Mas você só vai conseguir ficar inteiro depois que expelir esse corpo estranho. Ou bem você se livra dele ou bem você o incorpora, distorcendo a si próprio. E foi isso que você fez, e foi por isso que você enlouqueceu. (p. 85)
Tenho a impressão de que a narrativa com muito apelo sexual tenta despertar os sentidos do leitor a qualquer custo, e quando está próximo disso, apresenta uma situação impossível de se obter qualquer tipo de prazer. Como alguém constantemente provocando outra pessoa em um momento que não se pode agir assim. Não sei se foi a partir disso que veio o título do livro, mas pode ser um possibilidade, afinal, uma das coisas mais naturais do ser humano sendo interrompida incessantemente.
Acredito que as experiências de leitura podem ser extremamente diferentes conforme o gênero e idade do leitor, uma vez que ela trata da decadência moral e física conforme o passar da vida. É o tipo de livro que deve ser começado só quando você tiver um tempo sobrando, porque não dá para parar até saber em que fim vai dar toda essa mistura de desejo, razão e sensibilidade.
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Biblioteca Álvaro Guerra 15/02/2023

O animal agonizante é o monólogo de um homem inteligente movido por uma obsessão sexual, dirigido a um interlocutor que só no final se pronuncia. Apesar de alguns toques de humor, trata-se essencialmente de uma tragédia. Para Kepesh, sensualista assumido, o envelhecimento em si já é trágico: "ser velho significa também que, apesar e além de ter sido, você continua sendo [...] e a consciência de continuar sendo é tão avassaladora quanto a consciência de ter sido.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535908435
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Aguinaldo 31/01/2011

O Animal Agonizante
Já li vários livros de Philip Roth. Sempre instigante ele é um de meus favoritos. Lembro sempre do impacto da leitura de "O teatro de Sabbath" e das diversões de "O complexo de Portnoy". Noutro dia achei perdido na estante este "O animal agonizante", sua capa vermelha, vibrante, parecia mesmo me chamar atenção. Li rápido e com muito prazer (são pouco mais de 150 páginas). Acho mesmo que serve para um leitor conhecer o ritmo e os temas do sujeito. Não que seja um livro fácil, longe disto. Os temas principais são duros, tratados sem dó pelo autor, afinal ninguém fala de educação, sexo e morte sem deixar marcas indeléveis pelo caminho. Não li os livros anteriores dele onde o personagem principal (David Kepesh) também aparece (O seio, O professor do desejo, publicados no Brasil em meados da década de 1970). De qualquer forma "O animal agonizante" se explica sozinho: um professor universitário bastante respeitado descreve como uma aluna de seios generosos muda radicalmente sua forma habitual de envolvimento afetivo e amoroso (sempre com moçinhas muito mais jovens do que ele). Escrito retrospectivamente, lembra algo de Proust, não o Proust de "O caminho de Swann" (óbvio demais), mas o Proust de "O fim do ciúme", um conto de "Os prazeres e os dias". Ao envolver-se com a ex-aluna o personagem principal fica dividido e impotente entre o turbilhão da paixão e o porto seguro da razão. Claro, Philip Roth, sem otimismo e sempre exagerado, não deixa apimentar um tanto o enredo incluíndo a descoberta de um câncer e seus desdobramentos, uma cruel descoberta que no fundo gera uma chance de redenção pessoal. Não somos mesmo apenas humanos afinal de contas?
"O animal agonizante", Philip Roth, tradução de Paulo Henriques Brito, editora Companhia das Letras, 1a. edição (2006) brochura 14x21cm, 128 pág., ISBN: 978-85-359-0843-5
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carlos.figueiredo.581 13/01/2015

Sobre o desejo e a morte
O livro retrata as conquistas sexuais de um professor universitário que cultiva casos com suas alunas. Já sexagenário, o protagonista acaba criando uma obsessão por uma de suas alunas, e passa a refletir sobre seu envelhecimento e as decisões que tomou durante sua vida para manter sua liberdade sexual.
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Mari 13/04/2015

Lembrou-me o estilo de Kundera em "A Insustentável Leveza do Ser"
Meu primeiro livro de Philip Roth, tornou-se um dos meus grandes favoritos. Lembrou-me o estilo de Kundera em "A Insustentável Leveza do Ser".
Trata-se de um monólogo do professor aposentado David Kepesh, no qual somos apresentados a suas aventuras sexuais, sua vida de intelectual e, principalmente, seu grande amor por Consuela, uma de suas ex alunas.
David fora, outrora, um homem comum. Casou-se, teve um filho e tentou a muito custo ser um "homem de família". Mas o David real era um espírito livre, ansioso por provar a liberdade, e o fez. Essa escolha rendeu-lhe muitos e intensos amores - carnais, diga-se -, mas lhe rendeu também o distanciamento e amargura do filho.
Consuela lhe aparece como mais uma de suas alunas e admiradoras, mas lhe causa um sentimento diferente, que beira a dependência, no início, e termina por sugar-lhe toda a tranquilidade. O velho animal, outrora selvagem, torna-se quase domesticado diante da força que Consuela exerce sobre ele sem intenção. David torna-se escravo do ciúme, do peso do amor e do desejo.
Iva 06/07/2016minha estante
E para mim, na verdade o animal agonizante não era o professor...




Lívia 17/06/2021

O animal agonizante
"Argumentos e contra-argumentos - é assim que se faz a história. Ou bem você impõe suas ideias ou bem aceita as ideias que lhe são impostas."
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Mario Miranda 06/04/2019

O Animal Agonizante retoma uma temática já apresentada por Roth em outras obras, e que será novamente relembrada em ?A Humilhação?: as relações entre homens maduros - pós 60 anos - com jovens mulheres.

Como na maior parte de suas obras, especificamente nas últimas escritas por Roth, o tema sexualidade sempre é apresentado de maneira obsessiva, compulsiva. E em O Animal Agonizante não é diferente: um professor de Literatura relaciona-se com diversas ex-alunas ao longo de sua carreira, mas finalmente acaba por ficar seu desejo, e futura obsessão, em uma filha de imigrantes cubanos: Consuela.

Mais do que uma simples obra com toques eróticos, ou um livro sobre relacionamentos obsessivos, O Animal Agonizante é um livro sobre a decadência do ser humano: decadência tanto moral quanto física. As questões atreladas à sexualidade, sem duvida relevante é extremamente presentes, compõe um pano de fundo para aquilo que realmente preocupava Roth naquele momento: o inexorável envelhecer a que ele próprio - e consequentemente os seus personagens, estavam submetidos.
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MK 30/01/2011

Acidez monocromática
O livro é um safanão bem dado no leitor que inicie a leitura de modo distraído. Não gostei dos parênteses excessivos que o narrador faz ao longo do monólogo para teorizar sobre a revolução político-sexual, mas no correr da narrativa admito que se encaixa perfeitamente. Funciona, ao fim.

O professor vai se expondo para um interlocutor (que me pareceu mal resolvido na estrutura do texto, aliás... ) apenas complacente, mas provavelmente desinteressado numm crescendo de descontrole.

O orgulho inicial de conquistador imune ao sentimento cede lugar ao domínio da obsessão e a vida que no começo da narrativa se reveste de tonalidades ordenadas, bem sucedidas em muitos aspectos, revela um cotidiano sombrio e assombrado pelos fantasmas da mesma culpa que ele procura rechaçar em seu discurso. Não se trata de uma história de amor ou do currículo de um libertino, penso que é, antes, um retrato do desespero extremo que a perda das supostas potências vai aguçando, do medo da morte e da crueza da solidão incorrigível de qualquer ser humano.
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Nícolas 26/10/2012

O tempo passa para todos
O monólogo de Kepesh aborda muito a subjetividade das relações humanas, assumindo um caráter quase universal se não fosse a compulsão sexual do protagonista. Kepesh percebe tardiamente que não se pode estabelecer relações insossas para sempre, pois acaba machucando a si mesmo e aos que estão ao seu redor.
Consuela é quem desperta Kepesh para a realidade. Ela o faz perceber que ele ainda é um ser humano com sentimentos, e quando estes afloram em sua totalidade é de maneira tal que, somando-se a sua "síndrome de ser sempre o certo", acaba afastando-a.
Além disso, a todo momento há a menção do tempo, carrasco implacável do ser. A noção do ter sido, o sendo e o será é ampla e brilhantemente abordada pelo autor.
A cena de certa forma romântica no finalzinho do livro deixará impressões permanentes em mim. Certas situações nos fazem amadurecer, a mudar nossas concepções. Logo, todos podemos mudar. Para pior. Ou para melhor.
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