Rio 2054

Rio 2054 Jorge Lourenço




Resenhas - Rio 2054


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Clio0 28/02/2015

Rio 2054 é Mad Max e Anime em terras tupiniquins.

Para quem não conhece, lá vão maiores explicações:

Mad Max é um cenário pós-apocalíptico onde os humanos sobrevivem em guetos, encurralados por regiões inóspitas e/ou radiotivas e a sociedade é composta basicamente por flagelados e gangues.

Animes são muitos, mas o gênero futurístico normalmente traz um adolescente pacato que com poderes especiais tenta mudar a ordem mundial; sempre faz isso com a ajuda de uma adolescente que normalmente é bonita, mas não propriamente sexualizada.

Então, Rio 2054 é uma fusão dos dois. Mas, e um grande "mas" aqui, não é isso que me fez dar uma nota baixa para o livro. Na verdade, o livro quase mereceu um "regular" - trata-se de clichês, porém o autor caprichou na ambientação.

Miguel, junto com um bando de amigos, vive naquela região carioca entre os bairros chiques e as favelas (que de zonas e linhas passaram a guetos) e descobre Alice, uma androide senciente - sensibilizado, entra em uma gangue e dispõe seus poderes psíquicos nascentes para tentar comprar uma bateria que permita a Alice sobreviver.

Mesmo que não conhece o Rio, ou a realidade brazuca, vai conseguir se situar rapidamente. Há boas explicações sobre os locais onde a ação se desenrola, tudo entremeado com muita ação e diálogo.

O que causou a nota baixa, então? O fato de que o autor em 374 páginas não conseguiu desenvolver a narrativa. Infelizmente, somos apresentados de bandeja com uma explicação a la Deus Ex-Machine no final do livro e coisas que teriam sido muito mais interessantes vindas aos poucos, guiadas pelo próprio autor, foram despejadas em mais 10 páginas que tiraram todo o tesão da leitura.

Parece um erro bobo, mas coisas assim acabam com qualquer aventura.
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Guilherme Souza 12/02/2015

Um Cenário Improvavelmente Real
Li Rio 2054 viajando pelas citações magistrais que o autor empregou. Para mim, nascido e criado no Rio de Janeiro caótico e segregado, lugares como "Praça da Bandeira", "Cascadura", "Madureira", assim como o Centro e a Zona Sul, me deram um ar de familiar angústia. Como morador de Campo Grande (O Que integraria a parte dos Escombros), me senti um morador daquela parte isolada da cidade. Em uma obra extremamente bem feita, vi os muros fictícios citados pelo livro erguidos em nossa realidade. Uma realidade não tão evidenciada, mas presente em uma cidade partida entre o Rio de Janeiro turístico e o Rio de Janeiro metrópole.
O único ponto que senti falta foi a dimensão do que seria o Rio Beta, mas não que isso influísse no enredo e na história que promete e entrega de forma muito satisfatória.
Ao autor, espero as próximas histórias.
Aos leitores, que se interessem pelo distópico e pela aventura, indico este livro.
Sucesso, Jorge.

site: http://cofredeideias.blogspot.com.br/
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Fred 20/07/2014

http://cacadores-de-historias.tumblr.com/post/87313326131/rio-2054-os-filhos-da-revolucao
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Rahmati 21/04/2014

Excelente narrativa!

A única coisa que tenho para a obra de Jorge Lourenço são elogios.

Quando vi o livro na livraria Nobel, e li a sinopse, não pensei duas vezes em levá-lo. A capa foi muito bem feita, assim como a qualidade geral da obra - ponto para a editora Novo Século e seu selo Novos Talentos da Literatura Brasileira. E Jorge Lourenço é um talento.

A habilidade do escritor em contar sua história - uma ótima história, diga-se de passagem - é admirável. Uma trama rica, ótimas cenas de ação, personagens verossímeis, que erram - e como erram! - e que pagam por seus erros.

Outra coisa que também é notável é a evolução da narrativa do autor, ainda dentro do próprio livro. Não sei se ele demorou muito tempo para escrevê-lo, mas essa é a impressão que passa. Do meio para o final ele para de cometer pequenos (pequenos mesmos) vícios de construção frasal, como repetição de termos e informações, mas a história te prende tanto que isso não interfere no desfrutar da leitura. Todas as questões humanitárias e sociais foram abordadas realisticamente, sem ressalvas.

Não há como não simpatizar pelos personagens, não há como não entendê-los, mesmo os "vilões". Assim como não há como não sentir o mundo da obra, muito bem descrito. Meus parabéns a Jorge Lourenço pela obra, e agora só resta aguardar a próxima (quem sabe a que o personagem japonês menciona na última linha?).

site: www.oblogdorahmati.blogspot.com.br
Jorge 03/05/2014minha estante
Rodrigo, obrigado pela resenha! Fico feliz que você tenha curtido justamente um dos meus principais objetivos: fazer um livro com antagonistas, e não vilões. Mesmo quem está "do outro lado" também tem as suas motivações e objetivos.

Sobre o tempo para escrever o livro, na verdade foram dois anos para escrever o começo - do início até a missão no Morro dos Macacos - e a segunda metade foram dois meses escrevendo dia e noite.

De novo, que bom que você gostou do livro e obrigado pela resenha!




spoiler visualizar
Jorge 03/05/2014minha estante
Obrigado pela resenha SENACIONAL de vocês!

Sobre o desfecho dos personagens, era meu desejo não me aprofundar muito em como terminou cada um deles. Minha ideia é que os leitores ficassem com esse papel. Como Nicolas e Nina se viraram? Os acordos no fim do livro foram cumpridos? Miguel e Alice seguiram em frente? É uma conclusão que eu deixo para cada um

:)


Acad. Literária 03/05/2014minha estante
Olá, Jorge! Ficamos contentes que você tenha gostado da resenha.
Humm... entendo. Queria mesmo saber se foi mesmo intenção sua. Agora que tenho certeza, vou ficar imaginando o que aconteceu com cada um deles. :)




Dani Cabral 25/01/2014

Fantástico!
Já se passaram uns dias desde que terminei de ler o livro. Engraçado que quando eu acabei não sabia como escreveria a resenha. Esperei a poeira abaixar, estava empolgadíssima com a história.

Identifiquei-me muito com tudo que foi escrito, apesar de não conhecer um ou outro lugar citado no livro eu já ouvi falar sobre, então não me era completamente desconhecido.

O que eu senti realmente quando acabei de ler o livro? Um sentimento de “porque não sou roteirista de cinema neste exato momento para eu roteirizar esse livro”, não sei se é fácil assim, mas foi o que senti: ESSE LIVRO DÁ UM FILME!

Alguns dias depois de ler eu entrei em contato com o autor para fazer algumas perguntas que estarão na entrevista no final do post.

O livro se passa num Rio de Janeiro destruído por uma guerra civil. A guerra começou na década de 2020 quando foi encontrado um grande poço de pré-sal no litoral do Rio de Janeiro e os estados vizinhos entraram com o pedido de divisão dos royalties desse poço. A população da cidade se revoltou. As forças de seguranças nacionais e da OTAN foram muito rígidas na retaliação e acabou bombardeando a cidade.

A cidade sitiada foi dividida em duas (separadas pelo Túnel Rebolsas) o lado rico, revitalizado, com muitos prédios e ilhas artificiais era o Rio Alfa (conhecido como Luzes), pela descrição do autor é fácil comparar com imagens de Times Square em Nova Iorque. O lado pobre, destruído consistia no Centro e zona Norte da cidade era o Rio Beta (conhecido como Escombros), também pela descrição do autor é fácil comparar a alguma cena de algum local atingido por tremores, como o Haiti.

A história é sobre Miguel, um rapaz de que ao longo do livro só faz uma coisa, você se apaixonar por ele (risos).

Agora falando sério... Miguel é um rapaz sério que é ainda apaixonado pela ex-namorada mesmo que não explicitamente colocado, mas claramente percebido. Tem seus princípios de não se meter com drogas e bandidos muito rígidos, mas ao longo da história um desses princípios é colocado de lado.

A ex-namorada, Nina, uma garota que me pareceu muito bonita, mas muito destruidinha pela droga e obsessão de sair dos Escombros e ir para as Luzes.

Outro personagem muito interessante é Nicolas, um negro franzino que não concluiu o curso de medicina, mas por conta do pai ter sido médico tem habilidades cirúrgicas e ganha dinheiro com implantes, conseguidos por Miguel no centro da cidade. Detalhe aqui a ser revelado; o centro da cidade é mostrado como um local radioativo, por conta de uma lenda de uma bomba que a OTAN explodiu no local. Proibindo a circulação de pessoas lá, mas Miguel nunca se importou com isso e sempre que podia fazia passeios no centro.

Mais adiante no livro conhecemos Anderson, amigo de infância de Miguel que entrou para o mundo das gangues. Ele é líder da gangue dos Engenheiros, um grupo de motoqueiros que brigam com rivais em competições na Praça da Bandeira.

Outros motoqueiros são muito importantes na história Juan e Fred, cada um desses líderes de uma gangue, mesmo não tendo uma idade muito avançada, me lembra muito o pai de um amigo. Engraçado que só conseguia visualizá-lo neste papel. (risos)

Bem, personagens apresentados, vamos à parte do livro de tirar o fôlego. Por um motivo que não vou contar, os líderes das três gangues, Nicholas e Miguel se unem. A partir daí o livro tem ares de filmes de Bruce Willians.

Emocionante e com cenas de tirar o fôlego. Cenas sim, o livro é especialmente separado por capítulos, mas esses são divididos em algumas cenas.

Só uma coisa não gostei, CADÊ A CONTINUAÇÃO DO LIVRO? (risos)

Estou esperando roendo unhas pela sequencia, espero que o Jorge Lourenço tenha pena dos meus dedinhos, (gargalhada)

Se você gosta de uma boa ação vai adorar o livro.
Jorge 03/05/2014minha estante
Dani, de novo, MUITO obrigado pela resenha sensacional! São relatos como esse que fazemos nós escritores continuarem escrevendo!




JGNuers 01/01/2014

Um livro para todos os gostos
Para mim que sou carioca é chocante imaginar esse cenário pós-apocalíptico da sua cidade destruída após uma guerra Civil.

O livro se passa após uma guerra civil pelo pré-sal 2 na qual, o Rio, insatisfeito com uma nova partilha dos royalties tenta a emancipação. Após anos de guerra a ONU resolveu intervir e cria a primeira ZI (Zona Internacionalizada) da América Latina que é governada por três grandes empresas.

Pós guerra a cidade é partida em Rio Beta (Escombros) e Rio Alfa (Luzes). Escombros é onde toda a população pobre e miserável do rio mora, onde seus moradores vivem a base de comida podre e falta de segurança. Luzes é onde a população rica vive, onde se tem tudo do bom e do melhor, alta tecnologia e vivem alheias ao que acontece do outro lado.

A trama é muito bem ambientada, para mim que sou carioca por vezes me peguei pensando e lamentando a destruição do cenário que faz parte do meu cotidiano. A leitura flui fácil, comecei a ler no sábado e terminei no domingo de manhã e fiquei com um gostinho de quero mais.

As relações entre as personagens são muito interessantes, as personagens se equilibram sobre a fina linha entre o certo e o errado (se é que essa linha existe nesse mundo).

Durante a leitura me peguei sentindo raiva de alguns personagens, torcendo pelo romance de uns, chorando com outros. Apesar de tudo isso, você sente falta de um desenvolvimento melhor do autor acerca dos coadjuvantes e antagonistas, como se houvesse um corte no livro nessa parte, algo que fica bem visível no final, onde você anseia por saber mais, para saber o que aconteceu depois de todos os fatos e é interrompido pelo epílogo (que,apesar de tudo, fecha muito bem essa obra).

O mais marcante do livro é que no final de tudo você olha ao redor e percebe que o livro não é uma total ficção.

Rio 2054 é uma excelente obra para os que curtem Ficção Científica e para os que não curtem. Um livro com ação, aventura, androides, poderes psíquicos, romance e tudo mais que um bom livro deve ter.
Jorge 03/05/2014minha estante
Nuers, obrigado pela excelente resenha!Sobre o final, a segunda edição de Rio 2054 está no forno e, para atender a alguns pedidos, vou colocar um novo epílogo. No início, queria dar aos leitores a possibilidade de imaginar o que aconteria aos personagens - como Nina, Nicolas, Alice e Miguel terminaram, se os contratos foram cumpridos, que fim levaram os motoqueiros.

No entanto, as pessoas pediram tanto uma atualização que vou colocar um epílogo novo na segunda edição. E, claro, para quem leu a primeira vou deixá-lo disponível na internet.

Fico muito feliz que tenha gostado do livro!

Abraço,




Emmanuel de Sou 29/12/2013

Distopia + solo nacional + super enredo = Rio 2054
Descobri Rio 2054 pela internet e quando vi que se tratava de uma distopia brasileira - ainda mais, EM solo nacional - não perdi tempo. Rio 2054 é um dos livros mais sensacionais que já li no ano (e olha que 2013 foi um ano de boas descobertas literárias).

O livro conta a história de Miguel, um jovem que vive da compra e venda de artefatos encontrados em um Rio de Janeiro completamente destruído por uma guerra civil. Há até um lado rico e que explora os mais pobres, mas a maioria da população vive em um estado precário. Nessa cidade sem lei, uma mulher com poderes psíquicos e uma misteriosa gangue de motoqueiros começa a tocar o terror na cidade, mas logo suas verdadeiras intenções aparecem e esse Rio abandonado e explorado fica à beira de uma revolução. Poderes psíquicos, andróides, belíssimos diálogos - o livro tem de tudo. E as últimas 60~70 páginas, MEUDEUS, não dá para parar de ler. É uma série de eventos desconcertantes e uma revelção que se encaixa minuciosamente em toda a trama.

Vou parar por aqui, senão vou começar a spoilear a história.

LEIAM Rio 2054. É sensacional.
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Sci Fi Brasil 29/12/2013

Sci-fi brasileiro de tirar o fôlego!
Devo confessar que "Rio 2054: Os Filhos da Revolução" me surpreendeu. E muito. Já há algum tempo conversei com blogueiros e fãs de sci-fi que faltava algo de novo gênero, que ninguém inovava. Pois foi aí que fiquei sabendo desse livro de ficção científica que se passa num Rio de Janeiro pós-guerra civil e a primeira coisa que me veio à cabeça foi "mais uma distopia nada criativa".

Ledo engano meu.

"Rio 2054" prende do início ao fim com uma excelente narrativa, bons diálogos (bem longe daquelas conversas engessadas que a gente vê em boa parte dos escritores de primeira viagem) e um intrincado quebra-cabeça na trama que só vai se desfazer, de maneira surpreendente, na reta final da história.

Isso sem falar da ambientação. O Rio de Janeiro pós-guerra civil construído pelo autor é assustadoramente convincente. Apesar de morar em SP, fui algumas vezes ao Rio e a imagem do centro destruído ou da Ponte Rio-Niterói partida ao meio ficam presas à memória. A desolação do lado pobre também é sensacional e essa separação social é o combustível que alimenta a trama. Infelizmente, se eu falar um pouco mais da Angra, antagonista e melhor personagem da história, eu vou acabar dando spoilers pesados. Só posso falar que essa tensão entre ricos e pobres, incluídos e excluídos, cresce aos poucos até a tão esperada revolução.

Sobre o estilo, é cyberpunk do início ao fim. Inteligências artificiais, uma avançada androide sem memória do passado, anarquia, empresas inescrupulosas, alta tecnologia em contraste com vidas miseráveis, heróis que não são exatamente heróis e vilões que não são exatamente vilões (no fim, acho que gostei mais da "vilã" do que de qualquer outro personagem). E tudo isso junto numa trama muito bem amarrada.

Para mim, "Rio 2054" é, de longe, o melhor livro de ficção científica que o mercado nacional já teve. Não é exclusivo para fãs de FC, não tem idade para gostar. É uma aventura bem escrita, cheia de reviravoltas e com um pouquinho de crítica social. E, como mais de uma pessoa já disse aqui, deixa um gostinho de quero mais.

Mais do que recomendado.

Ps.: bela capa, diga-se de passagem!
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Luciano Luíz 22/12/2013

Um livro bacana voltado ao público jovem que ainda não leu uma obra nacional.
RIO 2054 – OS FILHOS DA REVOLUÇÃO de JORGE LOURENÇO é uma visão distópica da Cidade Maravilhosa no futuro, como se percebe pelo título.
Lá por 2020 explodiu uma guerra civil por causa do petróleo. Com isso, poderosas empresas não apenas tiveram domínio completo sobre a fonte de energia, como também decidiram por fazer a divisão social que resultou em mais violência e o aumento assustador das diferenças sociais do que para muitos pode ser considerado o fim de tudo.
Ou até mesmo uma fração do Inferno, já que ter de sobreviver em meio à gangues de motoqueiros, saques, estupros, procura por alimentos e as tentativas fracassadas de tentar entrar em Luzes (Rio Alfa) mostra-se praticamente como o pesadelo mais terrível que se pode ter de olhos abertos.
No geral o enredo gira em torno da divisão do Rio de Janeiro entre ricos e miseráveis. Alfa e Beta (este também apelidado de Escombros pelos moradores).
O protagonista é o jovem Miguel. Ele tem a ex-namorada que simplesmente mergulhou nas drogas e sonha em poder viver nas Luzes. Já Miguel apenas trata de procurar peças e próteses para vender ao amigo Nicolas, que tenta a vida como restaurador e comerciante de equipamentos para pessoas com deficiências físicas.
Resultado da violência que a pobreza em grande escala proporciona à população.
Miguel faz suas buscas no centro abandonado da cidade. Onde dizem que uma bomba nuclear foi explodida por rebeldes há muitos anos. E que aquela área era imprópria para se morar por causa da radiação...
Mas, a vida não é apenas isso.
Gangues de motoqueiros fazem disputas para angariar grana e status nos Escombros. Além do espetáculo que proporcionam aos habitantes, estas gangues ainda conseguem missões de empresas das Luzes, que pagam muito bem, e ainda oferecem motos, armas e equipamentos mais avançados do que se encontra nos Escombros.
Em uma de suas buscas por peças no centro da cidade, Miguel encontra uma androide sem bateria. E resolve então ser um motoqueiro para poder dar uma chance de vida à boneca.
Ele conhece Angra. Uma garota com poderes psíquicos, acompanhada por dois gordos e um magricela. Juntos formam a Éden. A gangue mais perigosa dos Escombros. E nunca derrotada...
Miguel se assusta ao ver Angra em ação. Com seus poderes ela facilmente derrota os adversários nos combates de moto. E ainda mata sem piedade.
Logo depois, Miguel e os amigos recebem a oferta de um cara conhecido por Comandante. O sujeito não mostra o rosto e sempre fala com os motoqueiros por uma tela onde a imagem de alguma personalidade histórica de tempos “antigos”, como Chê Guevara.
Ele dá missões para o grupo, como descobrir quem é Angra.
Depois de algumas desventuras, o enredo vai seguindo e mostrando várias reviravoltas. Acontece muita ação e conversas sem fim.
Não vou seguir adiante para que você não tenha nenhum spoiler.
Agora, se você quer spoiler criticamente foda, então continue lendo. Porém, não vou me ater a contar a estória, mas sim, apontar uma série de curiosidades que me chamaram a atenção.
A narrativa é simples. Sem muitos detalhes. Nem personagens ou cenários são ricos visualmente falando. O que em hipótese alguma interfere. Já que a visão de uma cidade em ruínas é algo que é facilmente identificado no enredo.
Porém, a narrativa visual do Rio Alfa não impressiona. Até parece mais pobre que os Escombros...
Os personagens têm falas bacanas. Em alguns pontos, muito próximas da realidade. Aliás, algumas frases são filosoficamente atraentes. E aí podemos constatar um personagem inteligente não apenas no pensar, mas no agir.
Em certos momentos a narrativa peca porque simplesmente acaba por se mostrar confusa. Como os flashbacks, que aparecem de repente... sem intervalo... Mas é somente em dois ou três lugares. Depois é melhor organizado.
Os combates entre as gangues que usam motos, são fracos. Não passa a sensação de realidade. Ali o autor fez um trabalho que decepciona. Poderia ser muito melhor. É tudo pobre quando se trata das brigas e a narrativa simplesmente faz até o enredo perder qualidade.
E o mais engraçado: os motoqueiros usam tacos de basebol e hóquei.
Sei lá, poderiam ser só correntes, porretes ou qualquer outro objeto. Talvez os utensílios usados signifiquem que estes esportes tenham alguma popularidade no Rio do futuro...
O comandante não tem firmeza em suas palavras. Mais parece como qualquer um dos motoqueiros. Mas isso é explicado mais adiante. Porém, o personagem em si, devia ter se esforçado mais. Suas falas como comandante são um pé no saco e o leitor mais antenado logo percebe que tem algo errado...
Afinal, um mafioso pedir, “por favor” é patético de tão surreal...
A estória seria mais original sem os poderes psíquicos. Os personagens que fazem uso desta habilidade chegam a irritar, pois aquele esquema de usar as mãos como lâminas, ficou um tanto trash... lembra Terminator 2...
E o chato é que o narrador repete sempre a mesma coisa nas batalhas: “Lançou contra a parede usando seus poderes psíquicos.”
Outro negócio que irrita é que toda vez que Angra e Miguel usam sua habilidade especial, o narrador fala didaticamente: “Usou seus poderes” ou “Usando a telecinesia”.
Puxa, como se o leitor já não soubesse o que está lendo...
E quando Miguel descobre seus poderes, a narração está tão confusa que o leitor tem de voltar uma página para ter certeza da confusão das palavras. Pois o herói joga um dos caras pro ar de uma forma um tanto tola... Dá a impressão de que ele ainda estava com o carrinho de mão...
Aliás, com relação ao enredo, Angra nem precisava da bomba nuclear. Pois seus poderes mostrados nas últimas páginas ao fazer na torre onde está Miguel e a ogiva, mostram-se poderosos... ou pode ter sido somente o nervosismo dela...
Sobre o detalhamento visual dos personagens, é bem pobre como eu já disse, mas repetir três vezes que a Angra está de sobretudo cinza é dose...
Existe um interlúdio onde é apresentado um psíquico japonês. Mas sinceramente. O texto ali não é dos mais interessantes, e quem chegar ao final do livro, vai perceber que aquele “capítulo extra” em verdade é totalmente desnecessário...
E ainda, toda vez que o cara aparece, o narrador repete: “Se tem um psíquico por perto, sua habilidade de prever o futuro fica embaralhada.” Puxa, não tem necessidade de falar isso toda hora...
O que me deixou profundamente puto, foi a personagem Oráculo. Tudo bem que ela é negra, tem visual de mãe de santo. Muito legal. Mas... em MATRIX, a oráculo é mulher, é negra... o autor devia ter feito algo totalmente diferente...
O livro deixa claro, que a Oráculo é uma lenda. Ou uma pessoa extremamente difícil de ser encontrada. Que ela é quem decide com quem vai se encontrar. Mas o assassino japonês acha ela facinho, facinho...
Ok, tem a ver com o enredo, explicado no final, mas assim mesmo...
Acho que o grande defeito de RIO 2054 é sua previsibilidade.
Obviamente não serão todos os leitores que conseguirão saber o que acontece com algumas páginas de antecedência. Mas as surpresas maiores ficaram reservadas somente para as últimas páginas.
Mesmo com todas as reviravoltas, o enredo não é tão cativante.
O que prende mesmo a leitura, são as conversas relacionadas às diferenças sociais. Isso o autor fez com maestria e merece aplausos. O problema é que talvez não seja o suficiente para prender os leitores e leitoras.
Outro fato que ficou um pouco sem graça, foram sobre as bonecas no estilo do mangá, CHOBITS e até GUNN...
Uma cena que mostra um pastor evangélico usando um garoto com sua telecinesia como se fossem poderes de Deus para angariar fiéis ficou muito bacana.
Alguns capítulos exibem uma data no início. Dia, mês e ano, e até horário. Porém, o ano é totalmente desnecessário no caso, já que o leitor sabe exatamente “quando” está a narrativa... E seria mais funcional se todos os capítulos tivessem estes detalhes... ou nenhum tivesse...
A personalidade do Miguel mostra no início que ele nada mais sente pela ex-namorada. Mas pelo fato da boneca poder ser apenas uma máquina o fez pensar em se arrepender. Ficou bastante estranho isso...
O personagem muda muito rápido de personalidade. Ou seria no quesito sentimentos. Ou emoções.
O livro mais parece em alguns momentos, como um romance teen. Tem até o triângulo amoroso tão comum... de certa forma, claro...
O Oráculo, Miguel achava que fosse um homem, como Neo em Matrix... É estranho o Oráculo dizer que Angra não representa algo bom... no mínimo idiota por parte dela... como se ninguém mais disso soubesse.
Enredísticamente falando, a Oráculo não serviu pra nada...
Quando Miguel leva a boneca (Alice) para o amigo Nicolas conferir, achei estranho fazer uma conexão virtual através de um avatar. Ou seja, a boneca estava desligada. E acessar o “computador” dela com ela sem qualquer energia fica um tanto desconexo. A não ser que o aparelho e programa utilizados nesse esquema fossem extremamente avançados.
Mas assim mesmo... Apesar de que no final do livro, outro programa inteligente já fazia o mesmo com Alice abandonada no centro da cidade, antes de Miguel encontrá-la...
No primeiro capítulo, onde Miguel conversa com Nicolas, juntam-se a uma garota. É a ex-namorada do herói, Nina. Ali a vemos magra, com olheiras, resultado do uso de drogas, e principalmente pela frustração de viver (ou sobreviver) na parte pobre do Rio e não conseguir ir para Alfa... como já dito no início da resenha...
Logo após a conversa deles, o negão vai embora, e o ex-casal caminha por uma hora. E enquanto eles conversam sobre o cotidiano, de repente, estão sobre a moto...
É uma quebra de narrativa e enredo.
Ou caso tenha sido intencional, o autor exagerou nesse ponto. Pois fica algo totalmente inexplicável como a moto apareceu...
Não sei se foi apenas impressão, mas ao ler esse livro, tive lembranças do filme, GUERREIRO AMERICANO. O mais curioso que apesar do enredo se passar no Rio, mais parece que estamos lendo uma narrativa em território estadunidense... mesmo com todas as referências cariocas...
O livro tem palavrões, o que faz os diálogos soarem com naturalidade. Também é violento. Mas nada que seja considerado realmente macabro.
Também tem alguns errinhos de ortografia. Mas são quase invisíveis. A turma da Novo Século precisa investir mais nos revisores...
Mas não é só críticas fudidas não.
A capa é um show à parte. A visão dos prédios em ruínas, a visão em primeira pessoa (deve ser) do protagonista em sua moto. As fontes utilizadas para o título também são caprichadas.
O miolo tem ótima diagramação. Porém, somente o nome do autor e o título que ficaram um tanto estranhos nos cantos das páginas. E os títulos dos capítulos tem uma fonte grande demais, assim como a paginação.
Bom, é isso. O livro é bom. Vale à pena. Apesar de parecer um remendo de vários filmes e quadrinhos que você já assistiu e leu...
A obra de Jorge Lourenço é para o público jovem.
Principalmente aquele que nunca leu ficção científica brasileira ou qualquer livro nacional, independente o gênero.
Enfim, são poucos os escritores brasileiros que dedicam suas palavras onde temos um ambiente genuinamente nosso.
O Belo Rio de Janeiro.
O qual mostra uma força descomunal quando inserido em uma obra de ficção.

Nota: 5/10

L. L. Santos

PS – andei fazendo umas pesquisas e achei dois outros livros com títulos “iguais” e somente subtítulos diferentes.

RIO DE JANEIRO, 2054 de HORACIO CANALE – não sei o conteúdo. Não achei sinopse em lugar algum. Ou no máximo, textos sem qualquer sentido onde absolutamente nada pode ser considerado como uma amostra do enredo. Apenas consta que é uma ficção muito diferente da realidade carioca, e que todos gostariam que fosse verdade... O interessante é que o autor é argentino.

2054 – CONTOS FUTURISTAS, de vários autores. Encontrei algumas sinopses e resenhas que elogiaram muito bem. Todos são de ficção científica. Alguns contos são bizarros e por isso chamam muito a atenção.

Juro que eu queria saber por que diabos esses autores colocam o ano de 2054 como destaque em seus títulos e enredos. Em RIO 2054 de Lourenço, ao menos isso nós sabemos...

Curiosidade: comprei esse livro por R$ 6,90 e frete grátis na Saraiva e um mês depois meu irmão recebeu um exemplar do autor para resenhar. Pois bem, fiz a minha resenha primeiro. ^_^

site: https://www.facebook.com/pages/L-L-Santos/254579094626804
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Rafa 10/12/2013

Rio 2054
Jorge Lourenço nome que vai marcar a literatura nacional, um escritor ousado que soube criar um Rio de Janeiro totalmente devastado por uma guerra civil em um futuro próximo, você vai conferir no thriller cyberpunk “Rio 2054 – Os filhos da revolução” lançado pela editora Novo Século.
Não a nada melhor que ler um livro e saber que toda uma trama passa em território Brasileiro e claro prestigiar nossos escritores nacionais, que a cada dia que passa está conquistando um espaço entre os escritores internacionais e marcando que aqui também é lugar de excelentes escritores.
Um dos principais personagens da trama é conhecido como Miguel um jovem que vive no lado do Rio Beta que passa a maior parte do seu tempo recolhendo restos de peças e próteses junto com seu amigo que tem um nível de entendimento sobre medicina e a alta tecnologia e com isso acabam ganhando dinheiro para poderem sobreviver.
O que me chamou mais atenção quando peguei o livro em mãos foi à capa que está bem trabalhada e muito bem acabada. A narrativa do livro nos prende do começo ao fim com bons diálogos, deixando a história mais dinâmica e fluida. Outro aspecto é em relação aos personagens o autor soube trabalhar com cada detalhe mostrando as qualidades e defeito de cada um. O leitor encontrara altas doses de aventura, adrenalina e muita ação, além de uma trama que vai envolver não somente humanos.
Se prepare leitor para uma leitura agradável junto com os personagens e conhecer os dois lados da Cidade Maravilhosa e boa leitura.
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Dani 02/12/2013

Hasta la victoria siempre!
Uma surpresa muito gratificante da literatura nacional.

Não é preconceito com autores nacionais, alguns são realmente bons, mas outros brincam com a situação, ou simplesmente não estão preparados e fazem os clássicos como Machado e Alencar revirarem no tumulo! Entretanto, minha opinião é que, com Rio 2054, eles cantaram um glória a plenos "pulmões".

Com muita ação, cenários aterradoramente incríveis, personalidades marcantes e uma veia histórica fascinante, Rio 2054 cativou minha atenção desde o prólogo .

A história se passa num Rio de Janeiro mais segregado do que o de hoje. Depois de um levante separatista pelos Royalties do petróleo do “Pré-sal 2” que o Governo brasileiro não foi capaz de conter, a cidade do Rio foi dividida em Rio Alfa e Rio Beta e, depois de um acordo da ONU, passou a ser uma Zona Internacional (ZI) comandada por 3 multinacionais, a Tríade.

O que temos aqui chega a lembrar a situação de Berlim durante a Guerra Fria. A Rio Alfa (Luzes) foi a parte reconstruída e é onde está a sede da Tríade, é muito desenvolvida e uma referência na América Latina. Separa-se da Rio Beta por um muro, fortemente monitorado, além da cadeia de morros do relevo natural. A Rio Beta (Escombros) é o lado mais pobre – dizer isso é quase uma gentileza.

Na verdade, as semelhanças com Berlim terminam aqui. Os Escombros são uma “terra sem lei” dominada pelo narcotráfico nos portos, pelos traficantes nos morros e favelas e pelas gangues de motoqueiros nas demais áreas. Lá a população convive com o crime e sobrevive ao descaso da Rio Alfa como pode, além de alguns trabalharem em unidades de fábricas das multinacionais lá instaladas para explorarem a mão de obra barata. Isso sem falar que o centro da cidade é lendário e inóspito por uma suposta contaminação radioativa nos tempos da guerra civil. Drogas, religião, desespero, prostituição, solidariedade, miséria, sonhos, violência, lealdade... tudo isso se mistura na Rio Beta. Esse é o principal cenário da história que é cheia de surpresas.

É arriscado selecionar um personagem principal, mas eu diria ser Miguel. Sobrevivente nos Escombros ele vive de fazer incursões ao “proibido” centro da cidade para conseguir próteses para seu amigo Nicolas, um médico prático. A vida de Miguel vira de ponta-cabeça quando após uma desastrosa batalha de gangues de motoqueiros - o circo dos escombros, já que lá o pão dificilmente chega – ele tenta salvar o amigo de infância, Anderson.

A verdade é que os Escombros está passando por algo inusitado e as coisas ficam mais incertas com o passar do tempo. Miguél se vê em meio a algo que ele sempre negou e com muitas questões rondando sua vida.

Questões é o que não falta nessa estória. De tirar o fôlego a cada página, a obra de Jorge Lourenço tem uma narrativa densa, dinâmica e cativante. As personagens, mesmo sendo pouco descritas, possuem personalidades marcantes e de fácil figuração. Questões políticas também permeiam a estória e as inovações tecnológicas apresentadas são tão fascinantes quanto os cenários, além disso as nuances históricas espalhadas pela obra dão uma excelente sensação de veracidade ao enredo. Com constantes surpresas a estória reserva um excelente final com todas as pontas essenciais bem atadas.

Rio 2054 – Os filhos da revolução foi uma experiência de leitura extraordinária! Sem dúvida entrou para a lista dos favoritos e recomendo muito que leiam. Vi muitos comentários de que o livro daria uma excelente produção cinematográfica ou em (mini)série, e concordo que pelo imaginário que a obra traz seria incrível, desde que a adaptação fosse num nível respeitável como a inspiração. Sou meio cismada com adaptações. Enfim, mas teria todo o meu apoio.

Queria parabenizar o Jorge Lourenço. Uma obra-prima por uma mente brasileira! Abençoada seja sua criatividade, meu caro.

Daniela Martins
27/11/ 2013
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Jorge 15/12/2013minha estante
Daniela, muito obrigado pelos elogios. Achei a sua resenha sensacional! Sem brincadeira, ler ela me deu vontade de voltar a escrever umas boas histórias nos Escombros. Aquela desigualdade, as ruas destruídas, a sensação de desesperança no meio dos prédios semi-destruídos. Saudades de narrar histórias naquelas bandas de novo :)




Assis 30/11/2013

Um futuro não muito distante
Rio de Janeiro.
Ano: 2054.
Cidade Maravilhosa! Não mais!
O que já era uma realidade dura e cruel para muitos, tornou-se ainda pior e atingiu ainda mais pessoas. No entanto, a minoria favorecida, continua a ostentar suas posições.

Rio 2054 é uma narrativa dinâmica que te leva por uma cidade antes tida como maravilhosa e agora, claramente dividida entre um lado rico e atraente chamado de Rio Alfa e um lado pobre e decadente chamado de Rio Beta, mais conhecido como Escombros. O primeiro é um local de luxo e tecnologia e atualmente a Zona Internacional das Américas; é possível encontrarmos até mesmo inteligências artificiais neste lado da cidade. Enquanto nos Escombros, as pessoas pouco sabem o que é tecnologia e ainda menos tem contato com o saber. Vivem dominadas pelo medo e pela miséria, a mercê de traficantes, gangues e mercenários. Controlados involuntariamente pelo lado rico. Que impede cruelmente a ligação entre os dois mundos, mantendo o lado pobre em seu “devido” lugar com a ajuda das forças especiais, que bloqueiam a única passagem para o Rio Alfa, chamado pelo povo dos Escombros de, Luzes.
Com um pano de fundo baseado em um Rio pós-guerra: a guerra civil derivada da disputa pelos royalties do petróleo; Miguel é o personagem central da história e faz o que pode para sobreviver ao mundo que lhe é oferecido. Porém, sua vida muda de perspectiva quando ele descobre possuir estranhos poderes; e tudo se complica ainda mais quando ele encontra uma jovem que nada sabe sobre o próprio passado e ele se vê entrando para um mundo que antes ele enojava para conseguir respostas para ajudar á nova “amiga”.
Para recuperar a memória dela e descobrir mais sobre seu dom recém-descoberto, ele aceita trabalhar junto com uma gangue sob o comando de um homem conhecido apenas como Comandante. Daí em diante, a adrenalina passa a tomar conta da narrativa, pincelada com pequenas cenas de romance. Atingindo um desfecho que eu só posso considerar como inteligente. Colocando cada peça do quebra-cabeça no lugar (não falo mais para não dar spoilers).
Rio 2054 é não só uma aventura como um romance e uma incrível critica social que fala de nossos problemas atuais utilizando-se de um futuro não muito distante.
Este é um presente imaginário de Jorge Lourenço para a sociedade, onde ele faz um apelo através da literatura para que a sociedade acorde enquanto ainda há tempo.
Meus parabéns pelo excelente trabalho.
Jorge 15/12/2013minha estante
O elogio de um colega de ofício literário sempre cai muito bem. Obrigado e abraço forte, Anderson!




Vanessa 12/10/2013

Surpreendente. Inovador... Você precisa ler esse livro !
É complicado fazer uma resenha sobre um livro que você gostou muito , estou a quase um mês escrevendo essa resenha ( comecei a escrever dia 13/09) e finalmente eu consegui terminar , espero que eu tenha expressado bem o que eu senti enquanto lia.



Assim que vi a capa do livro e li a sinopse alguns meses atrás fiquei bem empolgada, pois são poucos os livros nacionais que abordam temas diferentes. Uma parte bem grande dos nossos livros tem como foco um romance. Felizmente aos poucos nossos autores vão começando a escrever sobre assuntos diferentes, autores como André Vianco , Barbara Morais e Renata ventura me fazem sentir orgulho da atual literatura brasileira.
Vamos a resenha….
Neste distópicos o Rio de Janeiro se divide em dua partes : Alfa e Beta. A Alfa é a parte “rica” da cidade ( Com muita tecnologia , infraestrutura…quase uma superpotência.) que também é chamada de “luzes “. Já a parte beta( também conhecido como escombros) é o lado pobre da cidade .
O autor nos apresenta um universo não muito diferente do que acontece hoje em dia : O lugar está dividido entre dois estremos , a riqueza e a pobreza ,fartura e miséria , saúde e doença. Meio familiar não ?
E é no lado pobre da cidade não-tão-maravilhosa que conhecemos Miguel, um jovem que quer apenas viver de maneira digna e não tem muitos planos para o futuro. É também nos escombros que conhecemos as gangues, grupos de motoqueiros ( entre outras coisas) que luram entre si por poder e reconhecimento.
E é em uma dessas batalhas que tudo muda para Miguel, quando a gangue de Anderson , seu amigo de infância, vai lutar contra outra pouco conhecida e poderosa com um líder que supostamente tem poderes.
A partir dai a vida de Miguel da um giro de 360. Tudo o que ele queria era continuar procurando novas tecnologias e talvez ajudar sua ex namorada a vencer um vício que a mesma mantinha.
O jovem é convidado a fazer parte da gangue do amigo mas Miguel se recusa até que se vê diante de algo que não pode recusar.
Eu simplesmente amei esse livro. É o tipo de livro que quando você começa a ler não consegue parar. Jorge soube manter o leitor preso do inicio ao fim. Não sou nenhuma profissional no assunto mas… O CARA ESCREVE MUITO BEM !
Outra coisa que eu gostei bastante foi a explicação que autor deu para o surgimento desse novo Rio de Janeiro, usando um assunto bem atual que é a disputa pelos royalties do petróleo, uma história que fez sentido e que foi bem pensada ao contrário do que podemos ver em alguns distópicos onde nada nos é explicado ou quando a uma explicação mas a mesma não faz sentido algum.
O livro não tem como foco o romance , que está presente de maneira bem sutil mas por diversas vezes intensa,inclusive, influenciando as ações de Miguel em momentos de extrema importância.
Os personagens são adoráveis , bem escritos e humanos , ninguém é perfeito e todos comentem erros , eu achei bem legal que o autor não tenha colocado um monte de personagens perfeitos e heroicos em todos os momentos.
Com um ritmo alucinante, cheio de ação e reviravoltas o livro está mais do que recomendado.


site: http://literariajornada.wordpress.com/
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