Andre Luiz 19/12/2012
Algumas passagens marcantes do livro: "Temor e Tremor" 1
"E houve grandes homens pela sua energia, sabedoria, esperança ou amor - mas Abraão foi o maior de todos: grande pela sua energia cuja força é fraqueza, grande pelo saber cujo segredo é loucura, pela esperança cuja forma é demência, pelo amor que é ódio a si próprio 202/450
"Amar à Deus sem fé é refletir-se sobre si mesmo, mas amar à Deus com fé é refletir-se no próprio Deus". 220/450
"A perspectiva trabalhada em Temor e Tremor é de cunho religioso e, na dialética existencial de Kierkegaard apresenta o homem ético representado pela figura bíblica de Abraão que a medida que se coloca a acreditar no em Deus, dá o salto de fé, onde vivencia o crer sem ver, e o viver pela experiência de com o próprio Deus".
"Abraão creu na palavra divina de que todas as nações seriam abençoadas em sua posteridade, e continuou a crer nela ainda quando, após ser pai na velhice, lhe foi exigido o sacrifício de seu único filho, Isaac, ora tal sacrifício, que tirava todo sentido racional à promessa, significou, para Abraão, a fé no absurdo, a certeza de que Deus o estava provando e a sua disposição de sacrificar, se necessário, Isaac (com certeza de que este lhe seria restituído), realiza-se, assim, o movimento que parte da resignação infinita (pela qual renuncia a Isaac), em que se adquire a consciência do seu próprio valor eterno, e chega-se, pelo absurdo, à fé, em que se readquire o finito (a retomada de Isaac); Tal movimento implica a angústia e o paradoxo pois, se é preciso coragem puramente humana para renunciar a toda a temporalidade a fim de obter a eternidade, é preciso a coragem da fé para, em razão do absurdo, encontrar a alegria na temporalidade finita e transformar assim, um crime moral em algo santo e agradável".