spoiler visualizarJulio.Argibay 27/08/2020
Debba
Nossa estória se passa, depois da II Grande Guerra, no Quênia, África (antiga possessão britânica). O Sr Percival (Pop) é um amigo do narrador. Ele faz o tipo inglês colonizador. Acredito que de meia idade, caçador (depois de um tempo percebo que essa estória eh um diário do autor, uma meia ficção, talvez). Vamos adiante, ele vive com uma mulher (quarta em sua vida) que o acompanha nessa empreitada, chamara Miss Mary. Ele, também, tem um caso com uma nativa, viúva, de nome Debba (uma relação pouco explorada na estória, e de conhecimento da matriz. Será que as minúcias dessa relação foram retiradas pelo filho do autor na edição?). Papa, utiliza o informador, nativo massai, um sujeito que tem essa ingrata função mesmo. Ele eh o intermediário para manter contato com a jovem (além de contar os mexericos das redondezas, ou intrigas mais sérias, mais ou menos isso). Eles vão á caça de um grande leão, que causa alguns problemas na região e que está á espreita do acampamento deles (e por vontade de Mary, seu grande objetivo). Nessa região há várias tribos nativa, convivendo nem sempre de forma harmoniosa (como não poderia deixar de ser): Watu, kambas, massaí, buanas, etc. Nesse romance temos nativos, orientais, ingleses. alguns trabalham para Papa e outros são empregados do Safari, sendo que um grupo deles ajudam na caça do leão de Miss Mary: Ngui; Charo ? pisteiro, velho e devoto; Mithuka, Mwindi (cuidava das roupas, dinheiro, etc), G.C., Keiti, Msembi - criado de mesa e Arap Meina. Eles são, guardas, pisteiros, criados, motoristas, etc. No final do livro, todos eles são apresentados com suas funções no Safari (li, mas já esqueci). Todos partem a caçar algo para comer e Mary atira com sucesso num gnu. Mais uma aventura na savana: sobrevoar as redondezas para localizar elefantes, que supostamente atacaram uma shamba, próxima. Umas das responsabilidades de Papa, nesse período. (Tô tentando resumir ao máximo pra vocês. Willie piloto do avião e os tripulantes sobrevoam a região e se deslumbram com a beleza da paisagem magnífica: montanhas, rio, floresta, savana, shambas, elefantes, gnus. Depois da tarefa/diversão eles voltam para o acampamento. O tempo muda e chove bastante. Temos agora um lugar bem diferente. Mary e Papa conversam sobre o leão e a expectativa da caça aumenta, já são três meses de tentativas. Mary deseja esse animal (há uma metáfora ai nessa vontade de abater o leão). Alguns personagens interessantes poderiam ser mais desenvolvidos na trama (talvez seja só uma pretensão). (Acho que tô com preguiça de escrever pormenorizadamente, como fiz com Gente Pobre ? Dostoievsk, fui mais atuante, confesso). Continuando, numa manhã ensolarada, nossos caçadores foram atrás do leão (hoje é o dia): Mary, GC, Papa, Charo, Mithuba, Ngui. Bom, e assim, finalmente ocorreu o que já esperávamos, a caçada foi quase um sucesso. (Vamos ver agora o que essa estória nos apresenta de novo, já que para mim o clímax da trama foi supostamente atingido e estamos na metade da obra). Pronto... voltei uma semana depois, já com o livro lido (foi mal, nem parece né? O tempo é fluido). Como não aconteceu nada de muito relevante, ninguém morreu, etc e tal, vamos as considerações finais, agora. Gostei muito, não é um livro de reviravoltas, vilões, mocinhos, longe disso (acho que não é uma vibe do autor (ele é um escritor da rotina, da vida cotidiana, das relações entre os sujeitos). Para mim eh um livro sobre um período da vida de um grande personagem da nossa literatura, a rotina num safari africano. Por que Verdade ao amanhecer? Gostei também de saber quem é quem na trama, pois como sou muito lerdo, muita coisa se passa sem que eu compreenda direito. Assim, no final do livro se apresenta a descrição de todos os personagens, pra mim foi muito satisfatório. Finalizando, é uma bela obra, fiquei integrado ao ambiente e aos personagens, No entanto, é difícil aceitar que uma vida cheia de experiências extraordinárias em diversos países e culturas e sendo um personagem ativo em momentos históricos incríveis da humanidade naquele período pode se extinguir de uma forma tão inaceitável e incompreensiva. Viva Hemingway. Qual será a próxima aventura de um dos mais interessantes escritores que já li?