Breves entrevistas com homens hediondos

Breves entrevistas com homens hediondos David Foster Wallace




Resenhas - Breves Entrevistas com Homens Hediondos


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Guilherme.Marques 25/06/2018

Ótimo livro, PÉSSIMA tradução
Um ótimo livro, com alguns contos sendo verdadeiras obras primas (as "Entrevistas", o da pessoa deprimida, os Adult World, os "exemplos da porosidade", etc), arruinado de ponta a ponta por uma PÉSSIMA tradução. A edição que li é da Companhia das Letras, de 2005, cuja tradução ficou a cargo de José Rubens Siqueira. Sem querer discutir o mérito de outros trabalhos desse tradutor, aos quais não tive acesso e talvez nem sejam tão ruins, mas claramente "Breves entrevistas" exigia outra pessoa. Em diversos pontos, a leitura ficou travada, arrastada, por causa da tradução "sem pé nem cabeça", seja por simplesmente errar termos básicos (no conto Tri-Stan, na nota do tradutor [p. 281], ele se referiu às sitcoms como "sitting comedy", quando o correto era situational; no conto "A pessoa deprimida", se referiu aos computer headphones - ou seja, fones de ouvido de computador, ou do computador - como "telefone de cabeça de computador" [?????????]; são apenas dois exemplos dentro de uma grande lista), ou traduzir literal e individualmente cada termo, desfazendo o sentido e coesão de frases inteiras e dificultando a compreensão das histórias.

Sei que DF Wallace pode não ser o autor mais fácil de traduzir. Seu vocabulário e escrita são de difícil compreensão mesmo no inglês, é verdade. Mas de qualquer forma, a obra merece uma tradução MUITO mais cuidadosa, o que me faz tirar duas estrelas da minha avaliação, por causa do desleixo da editora e do tradutor - apesar da obra "em si" merecer uma nota bem melhor do que essa.
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Mônica 27/09/2016

Os contos são escritos de maneira eloquente e admirável. Alguns não me interessaram muito, não prenderam minha atenção, outros me deixaram extremamente interessada, porém todos com uma escrita magnífica. Tenho os meus contos prediletos, mas não os direi, leia e tenha você os seus.
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Olgashion 20/01/2022

Façam o que fizer, não escolham esse livro como próxima leitura. Meu Deus, que livro ruim, terminei na força sei nem de quê... São contos, totalmente desconexos entre si. Você vai com a expectativa por conta do título recebe outra coisa muito diferente.
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arthur966 12/12/2022

desde quando ela consegue se lembrar, essa futura mãe tinha repulsa por si mesma. via tudo na vida com apreensão, como se cada ocasião e oportunidade fosse uma espécie de exame terrivelmente importante para o qual ela era preguiçosa ou burra demais para se preparar convenientemente. a sensação era que tinha de ter um resultado perfeito em tal exame para evitar algum castigo avassalador. ela tinha medo de tudo e medo de demonstrar isso.
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Cristina Henriques 02/10/2013

Fiquei com a impressão que o livro foi uma grande viagem de seu autor, um grande experimento do qual eu participava sem muita noção.
Primeiro achei que meu cérebro havia sido danificado por ler tantos romances e livrinhos felizes, que não conseguia mais entender um livro mais cabeça. Talvez. Mas esse livro foi mesmo muito estranho. Li por indicação de John Green, que havia dito que Foster era um dos autores que o inspirava. Além disso, achei o título instigante. Que decepção! Eu nunca desisto de um livro mas esse quase foi o primeiro. Difícil mesmo.
O livro é composto de vários contos narrados pelos "entrevistados" sobre alguém que fez ou faz parte da vida deles. A premissa é interessante mas o estilo não me agradou. Mas, enfim, sempre se aprende algo.
Rafael 09/12/2016minha estante
realmente é um livro muito pesado e difícil...uma obra de ostentação intelectual, do meu ponto de vista. Ele escreveu o livro para ele mesmo. Vários contos são ótimos (o do trampolim é um deles), mas a grande maioria é desnecessariamente complicada e massiva. Indico pra você outro livro do Foster Wallace, que não tem um cunho tão literário: Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio Que Longe de Tudo (sim, esse é o título). É um compilado de textos "jornalísticos" dele. São textos muito mais fáceis de ler e que ironizam a sociedade de forma mais direta e humorada, sem muitos exageros. Mostra que o cara realmente é um gênio, tinha uma visão apurada e diferente da humanidade.




Achados e Lidos 07/02/2017

A monstruosidade em cada um
Ler a ficção de David Foster Wallace é conhecer uma nova literatura. O escritor americano, considerado um dos grandes autores contemporâneos, usa e abusa de experimentalismos de forma e linguagem para compor uma narrativa que parece exigir do leitor quase o mesmo esforço que o próprio Wallace empreendeu para escrevê-la.

No livro de contos Breves Entrevistas Com Homens Hediondos, há histórias curtas, outras mais longas, todas orbitando em torno do mesmo tema: a monstruosidade que pode existir dentro de uma pessoa.

Na série de textos que dá título ao livro, por exemplo, os personagens são homens que dão entrevistas a uma interlocutora mulher, que nunca aparece. Em seus depoimentos, eles expõem toda a imoralidade de seus pensamentos e atitudes.

O tom confessional das narrativas mostra, além dos fantasmas desses personagens hediondos, a necessidade que eles têm de compartilhar os desejos tortos que os habitam. Em alguns momentos, fica a impressão de que se trata apenas de um exibicionismo frio e perturbador. Em outros, os personagens aparecem como pessoas vulneráveis que encontraram na narrativa uma possibilidade de dividir o fardo que carregam e de buscar a redenção.


No conto A Pessoa Deprimida, o meu preferido da coletânea, Wallace descreve com exatidão o que é essa ânsia por compartilhar, ao destrinchar um tema que lhe é muito próximo: a depressão (o escritor suicidou-se em 2008, depois de anos lutando contra essa doença). Um narrador em terceira pessoa esmiúça a consciência de uma vítima da depressão e ironiza a ineficácia dos tratamentos que fingem entender o que se passa com o paciente. O primeiro parágrafo já mostra que, embora pareça fria e calculista, a pessoa deprimida é, na verdade, um indivíduo vulnerável que sofre, sobretudo, pela impossibilidade de expressar sua angústia:

A pessoa deprimida estava com uma dor terrível e incessante e a impossibilidade de repartir ou articular essa dor era em si um componente da dor e fato de contribuição para o seu horror essencial.
Outra característica da ficção de Wallace, bastante presente nesses contos, é a metanarrativa. Em um dos textos curtos intitulados Pop Quiz 9, o autor expõe a agonia de um escritor de ficção que se desdobra para agradar o leitor:

Você é, infelizmente, um escritor de ficção. (…) Existem meios certos e frutíferos de tentar uma relação de “empatia” com o leitor, mas ter de tentar se imaginar como o leitor não é uma delas; na verdade isso fica perigosamente perto da pavorosa armadilha de tentar prever se o leitor “gostará” de alguma coisa em que você está trabalhando e tanto você como os poucos escritores de ficção de quem você é amigo sabem que não há meio mais rápido de se amarrar com nós e matar qualquer urgência humana na coisa que você está trabalhando do que tentar calcular previamente se essa coisa será “apreciada”.
A relação de Wallace com a escrita, pelo que contam as pessoas próximas a ele, era de uma busca incessante pela perfeição. A cada obra, por mais brilhante e original que ela fosse, ele queria se superar. Sua obsessão pelo uso correto e preciso da língua inglesa, muito evidente nos seus textos, é apenas um sintoma dessa necessidade. No aniversário de oito anos de sua morte, em 2016, o autor de livros infantis Mac Barnett, escreveu um artigo para o The Guardian sobre Wallace, que foi seu professor e mentor:

Ele estava sempre falando sobre as responsabilidades do escritor: a responsabilidade de ser claro, a responsabilidade de ser interessante. É justamente porque a obra de Wallace pode ser difícil, porque ele exige que o leitor trabalhe, que ele queria ter certeza de que estava fazendo seu trabalho também, dizendo exatamente o que ele pretendia, de maneira envolvente. Outra fala dele que guardo anotada em meu caderno é: “Se você está mais interessado no que você está dizendo do que a pessoa que lhe ouve está, você é a definição de uma pessoa entediante.”
A ficção de Wallace é desafiadora. Em um primeiro momento, os temas pesados, a enxurrada de notas de rodapé, o vocabulário rebuscado, as frases intermináveis, os neologismos parecem uma barreira instransponível. Mas vale a pena resistir e se dedicar, porque em meio a páginas e páginas de uma leitura difícil, você encontra trechos que pagam todo esforço pelo brilhantismo de conteúdo e linguagem. Wallace era exigente consigo mesmo, não poderia ser diferente com seus leitores.

ps.: Para um iniciante em Wallace, não recomendo começar por sua ficção. O livro de ensaios Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio que Longe de Tudo, que comentamos bastante por aqui, é a melhor escolha para conhecer a escrita do autor americano. Seus textos não-ficcionais são uma ótima amostra do estilo que ele aprofunda e aprimora em seus contos e romances.

site: http://www.achadoselidos.com.br/2017/01/25/resenha-breves-entrevistas-com-homens-hediondos/
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igsuehtam 09/02/2021

Primeiro que leio do autor
Antes de ler Piada Infinita, ou Graça Ifinita do autor, eu queria primeiro conhece a escrita do autor. Então decidi ler esse. Nem de longe esse livro se tornou um dos meus preferidos. Mas confesso que me surpreendi em muitos contos, me fez pensar em coisas muito importantes. E também coisas que eu já tinha pensado há tempos David Foster Wallace também pensou e fez um conto disso.

Aqui são contos para ler com calma, cuidado. Ele tem uma correria nas palavras, que as vezes embaraçar a cabeça, mas não tem nada. De mais. Nesse livro só achei um conto chato, e o último poderia ser chato, mas de qualquer forma não sei o que foi aquilo.
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Karen Garbo 09/07/2016

Ácido e translúcido
Eu costumo marcar meus livros com post-its coloridos para sentir a lombada irregular me dizendo que a leitura valeu. Essa lombada está em branco. Mas não pelo nada e sim pelo tudo que ele contém, porque cada página, cada linha nele é perfeita, e de alguma forma eu sabia de antemão que isso aconteceria. Eu só tenho a agradecer pela profunda aspas verdade que esse livro me trouxe, por toda a dor e todo o delírio e toda a redenção que me causou. Doentio, torpe, catártico. Consigo ver Wallace fruindo aqueles anos 90 em suas páginas, com uma capacidade de retratar perfeita aquele momento em que vivia. Fui plena na fina lâmina que separa a loucura psicótica do êxtase religioso onde esse livro se encontra. Terei especial carinho pelos contos: para sempre em cima, a pessoa deprimida, adult word I e II e o último breve entrevistas. Por me trazer algo que eu não sentia há muito tempo, por ser tudo o que precisava no momento em que te peguei nas mãos, por me fazer ver algo único, por ter existido, Wallace, obrigada. Te amo para sempre te recomendo loucamente.
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Rafael Flores 25/03/2022

Não é um livro simples de ler. O leitor pode odiar muito o livro ou vai gostar muito. Uma parcela do livro, os contos apresentados demandam muita imaginação e precisa ter uma mente aberta pra se deixar levar. Dessa parte eu consegui avaliar que o livro em si tem uma boa escrita, pode-se arriscar o elogio genial ao autor.
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Rodrigo Tejada 10/01/2015

Espírito DFW
Demorei a engrenar no espírito DFW, se é que existe um.
Três contos em especial me impressionaram: "A pessoa deprimida" e as Breves Entrevistas "N 59 - 04 98 - Instituto de Cuidados Contínuos, Harold R. e Phyllis N. Engman, Eastchester, NY" e a N20 - 12 96 New Haven CT.
Detalhados, virtuosos, sutis, filosóficos - impressionantes.
Júnior 21/02/2015minha estante
Como você conseguiu o livro? Queria muito comprar, mas não acho em lugar nenhum.




zizica 27/08/2013

Um livro muito bem escrito. Às vezes irritante - acredito que propositalmente. Trata de temas densos que nem sempre param de envolver os pensamentos mesmo depois da leitura - e acredito ser esse o grande mérito de David Foster Wallace.
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