Os Bruzundangas

Os Bruzundangas Lima Barreto




Resenhas - Os Bruzundangas


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Krishnamurti 07/05/2021

A BRUZUNDANDA QUE SE ETERNIZA
ESCREVI ESTE TEXTO HOJE. 07/05/ 2021
Um sujeito atira a esposa do quarto andar de um prédio e leva 3 anos para ir a julgamento, em Salvador dois sujeitos (quase pretos), roubam carne em um supermercado, são flagrados e entregues no mesmo dia a traficantes que matam os dois e atiram os corpos no meio da rua, caixas eletrônicos são explodidos país afora, a criminalidade não conhece limites, segue incólume estabelecendo verdadeiros Estados paralelos.

As grandes cidades do país não passam de tristes cenários invertidos de nosso passado. Casa Grandes cercadas por favelas de todos os lados, que terminam reproduzindo infindáveis chacinas como a de ontem no Jacarezinho (Rio de Janeiro), que deixou um saldo de 25 pessoas mortas. O país vive hoje uma miséria generalizada a níveis nunca vistos com desemprego ou subemprego à larga, a espera que o cidadão seja “empreendedor”.

Enquanto isto, um ex-presidente da República que foi acusado de todo tipo de roubalheira, é preso, julgado, condenado e cumpre pena, para mais adiante, a mesma justiça (que tem vários desembargadores presos por corrupção), anular o julgamento (?). Em Brasília os excelentíssimos senhores senadores da república discutem acaloradamente sobre o sexo dos anjos no caso da CPI da Covid, pandemia que já matou 400.000 brasileiros. Tudo isto nos leva a enlaces entre ficção e a realidade.

Para quem não sabe, Os Bruzundangas são os habitantes de um país imaginário criado pelo escritor Lima Barreto em obra publicada em 1922. Naquela sociedade, “Tendo crescido imensamente o número de doutores, eles, seus pais, sogros etc. trataram de reservar o maior número de lugares do Estado para si.” “A primeira cousa que um político de lá pensa, quando se guinda às altas posições, é supor que é de carne e sangue diferente do resto da população. O valo de separação entre ele e a população que tem de dirigir faz-se cada vez mais profundo.” “Tratam, no poder, não de atender as necessidades da população, não de lhes resolver os problemas vitais, mas de enriquecer e firmar a situação dos seus descendentes e colaterais.”

Ninguém tem muito amor pela própria terra. “O ideal de todo e qualquer natural da Bruzundanga é viver fora do país.” O líder nacional, conhecido como “mandachuva”, “É escolhido entre os advogados, mas não julguem que ele venha dos mais notáveis, dos mais ilustrados, não: ele surge e é indicado dentre os mais néscios e os mais medíocres. Quase sempre, é um leguleio da roça”. Escreve ainda Lima Barreto: “Os preponderantes e influentes têm todo o interesse em não fazer subir os inteligentes, os ilustrados, os que entendem de qualquer cousa; e tratam logo de colocar em destaque um medíocre razoável que tenha mais ambição de subsídios do que mesmo a vaidade do poder.”, e aquela república imaginária: “Pode ser definida a feição geral da sociedade da Bruzundanga com uma palavra – medíocre.”

Eis a nossa belíssima democracia, a nossa política safada, a nossa eficientíssima justiça, o nosso degredo moral que nos coloca na rabeira das nações do planeta! O pior é que ao longo do tempo, estamos nos tonando uns medíocres violentos... violentíssimos.
Madu 07/05/2021minha estante
Não conhecia esse livro e depois dessa resenha quero ler agora mesmo


Krishnamurti 07/05/2021minha estante
Leia. Você vai gostar. Abração.


Murilo.Garcia 04/03/2023minha estante
O livro é mais atual do se imagina.

E percebe-se que nao avançamos muito na política (se é que avançamos).





Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: Os Bruzundangas, de Lima Barreto
“São assim como nós que temos grande admiração pelo Barão do Rio Branco por ter adjudicado ao Brasil não sei quantos milhares de quilômetros quadrados de terras, embora, em geral, nenhum de nós tenha de seu nem os sete palmos de terra para deitarmos o cadáver.”
*
“Uma das curiosidades da Armada daquele país é a indolência tropical dos seus navios que, às vezes, por mero capricho, teimam em não andar.
Enfim, a força armada da Bruzundanga é a coisa mais inocente deste mundo. Em face dela, todo o pacifismo ou humanitarismo é perfeitamente ridículo.”
*
“Os médicos da Bruzundanga imaginam-se sábios e literatos.
Pode-se afirmar que não são nem uma coisa nem outra.”
*
Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2008/12/os-bruzundangas-lima-barreto.html
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Davi 18/07/2020

Retrato tragicômico do que não podemos ser
Lima Barreto, aqui, registra suas visitas e obervações acerca da caricata Bruzundanga, lugar fictício e extremamente provinciano. As críticas e olhar ácido e sarcástico retratam uma terra onde impera burocracia mal utilizada, políticos ocupados com bobagens, povo inculto e despreparado, elite fútil, vazia, vaidosa. E permeando todas essas anomalias expoentes, inteligentes e artistas de valor, calados, postos à margem.

Claro, é um retrato cômico e trágico que pode ser considerado um futuro possível (mas não provável) se continuarmos com a síndrome do vira-lata, com a super-simplificação de que o problema do Brasil é nossa "gentilidade" ou "jeitinho brasileiro", como bem apontou Jessé Souza. Não podemos esquecer as palavras de Machado de Assis quando separa o Brasil real do Brasil oficial. É uma extrapolação, claro, mas, antes, um alerta do que devemos evitar. E isso, Lima Barreto também o faz. Com seu conhecimento enciclopédico (que ora cita filósofos gregos, ora cita Newton) e criativo nos propõe uma sociedade e modelo de Estado que devemos evitar. É um grito de alerta, com linguagem pré-moderna, do que devemos evitar, do que não somos e do que não seremos. Mas é preciso estar atento para não cairmos em tais armadilhas.

Livro extremamente relevante, clássico da literatura brasileira. Não se engane em achar que está lendo sobre o Brasil: estás lendo sobre Bruzundanga, sobre o recado de alerta. O Brasil real tem Jorge amado, Castro Alves, Lima Barreto, Belchior, César Lattes, Quintana, Leminski, Aleijadinho, Portinari, Suassuna, Veríssimo, Machado de Assis, Adélia Prado, Graciliano Ramos, Drummond, Cruz e Souza, Bertha Lutz, Carlos Chagas, Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Milton Santos, Florestan Fernandes, Cora Coralina, Vital Brazil, Matias Aires, Tarsila do Amaral, Milton Nascimento, Villa-Lobos, Noel Rosa, Cartola, Pixinguinha, Aracy de Almeida, Chiquinha Gonzaga, Beth Carvalho, Maria Mouzinho, Vinícius de Moraes e mais algumas centenas.
Daniel.Malaquias 23/12/2020minha estante
Excelente crítica, porém não pude evitar de relacionar a República da Bruzundanga com o Brasil.




Larissa2526 14/08/2022

Os Bruzundangas
Lima Barreto, desculpa ter falado mal do livro nas primeiras 10 páginas, eu não sabia o que estava fazendo! Você é genial e eu imploro pelo seu perdão.

Esse livro>>>

Tudo bem, agora sério.
O estilo de escrita dele é satírico e irônico, então tem muitos xingamentos eruditos e expressões de descaso e depreciamentos incríveis. Alhos com bugalhos!!

Os capítulos também são bem pequenos, os maiores devem ter 4 ou 5 páginas, e cada um é um assunto diferente. Por exemplo, tem um capítulo especialmente para os mandachuvas da Bruzundanga, que no caso seriam os presidentes, e ele menciona que a única coisa que eles precisam saber é ler e escrever e não ter nenhuma opinião própria (palavras dele) e que aquilo, desde o início do governo em formato de república vinha sendo seguido de forma quase religiosa.

Há capítulos para falar o quanto a sociedade é medíocre e a nossa incapacidade de manter um teatro nacional e não apreciar as artes do próprio país. Lima Barreto, eu te venero, genial.

Posso contar o plot Twist??? A BRUZUNDANGA É O BRASIL!!! bummm, destruição, choro, gente em pânico.

Sim, L.B, 1922, plenos século XX fazendo críticas sociais, raciais e históricas, como é caso do capítulo dedicado a Anita Garibaldi e o capítulo para os secretários dos mandachuvas (nunca ri tanto em tão poucos parágrafos).

Assim, eu particularmente recomendo muito esse livro, não imaginava que seria tão bom, super transformador, me fez pensar em muitas coisas e refletir sobre muitas outras.
Roberta 14/08/2022minha estante
Gostei da sua resenha




Leticia 19/09/2020

Os Bruzundangas, um relato tragicômico do Brasil. Lima Barreto apresenta através de Bruzundanga, um país fictício, críticas ácidas ao Brasil nos seus primeiros anos de República, e suas críticas permanecem extremamente atuais. Em cada capítulo o autor descreve alguma característica de Bruzundanga, tais como a sociedade, a religião, o sistema eleitoral, a constituição, etc.

" A constituição da Bruzundanga era sábia no que tocava às condições para a elegibilidade do Mandachuva, isto é o Presidente. Estabelecia que devia unicamente saber ler e escrever; que nunca tivesse mostrado ou procurado mostrar que tinha alguma inteligência; que não tivesse vontade própria; que fosse, enfim, uma mediocridade total."

A leitura é fluída e fácil, em algumas partes me peguei rindo, e são inevitáveis os paralelos com o governo atual, uma verdadeira Bruzundanga. Ao todo achei uma leitura bastante interessante, excetuando algumas "barrigas" que o livro apresenta, alguns capítulos são bem maçantes.
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Luis 24/11/2012

Es tú, Brasil ?
Lima Barreto está na moda.
Escrevo sob o impacto da realização da primeira FLUPP, a Feira Literária das UPP`s, evento que aproveitou a iniciativa marcante da pacificação de boa parte dos morros e comunidades do Rio de Janeiro, para discutir e descobrir a literatura fora dos salões acadêmicos. E o que o nosso Lima tem a ver com isso ? Tudo, visto que em sua época, o escritor teve uma postura quase obsessiva em desnudar o mundo literário de seus rapapés e cerimônias e trazê-lo o mais perto possível da vida real, da poeira do asfalto, do povo, enfim. Não por acaso, o autor de Os Bruzindangas foi o patrono do evento.
A minha relação com a sua obra data de 1989, quando D. Umbelina, uma professora de Geografia, exótica e lendária, que lecionava no Pedro II da Tijuca, me presenteou, sem nenhuma razão aparente, com um volume de “Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Nos meus imberbes 14 anos, nunca tinha ouvido falar do livro, tão pouco de Lima Barreto. Só bem mais tarde, em 1992, resolvi me aventurar pelas páginas do escritor e, qual não foi a minha surpresa, descobrir um autor ímpar, com uma prosa de difícil de ser classificada e uma biografia marcada por intenso sofrimento. Um gênio incompreendido.
“Os Bruzundangas” é uma sátira mordaz ao Brasil de então e que, lamentavelmente, não difere tanto do atual. Discriminado por ser mulato, pobre e sem curso superior, Lima Barreto se vinga traçando um retrato cruel das elites em todas as suas vertentes : política, econômica e acadêmica. Talvez, a lente do ressentimento, embora legítima, não tenha feito tão bem à pena do escritor, já que o livro, embora fruto de um profundo senso de observação jornalística (atividade que Lima desempenhou com regularidade) não está no mesmo nível das obras de ficção que gravariam o seu nome na eternidade, como o já citado “Triste Fim” , “Clara dos Anjos” e “ Recordações do Escrivão Isaías Caminha”.
Ainda assim, a flecha certeira e envenenada que atinge em cheio a República Velha é uma prova irrefutável da atualidade de seu pensamento e inconformismo crônico. Não poderia deixar de destacar ainda o belo bônus da edição da Ática, Série Bom Livro (2011), que traz um ensaio espetacular de Carlos Faraco, especialista na vida e na obra do escritor.
Passados 90 anos de sua morte, Lima Barreto, finalmente, parece ter o destaque de que sempre mereceu.
Marta Skoober 07/12/2012minha estante
Como sempre suas resenhas são muito boas, Luis.


Luis 02/01/2014minha estante
Eu que agradeço a gentileza do seu comentário, Marta. Um abraço.




poor_lizzy 26/04/2022

Mesmo que seja um livro que eu li para a escola, gostei bastante. Não achei a leitura travada e Lima Barreto explica muito bem cada ponto da Bruzundanga.
Achei as sátiras muito boas e ele faz críticas sociais muito bem elaboradas.
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Herica.Kalyne 15/01/2023

Lima Barreto foi genial ao tratar de assuntos do Brasil de sua época de uma forma tão única. Tão genial que sua forma de ver e explicar o país em sua época vale ainda para os dias atuais em que vivemos, principalmente no quesito que se refere a política nacional e ao cinismo e hipocrisia da população.
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Beatriz 20/01/2024

Excelente e pertinente
Com certeza entrou pros melhores livros e agora passo a amar Lima Barreto.

Após inventar um país, Brunzundanga, Lima Barreto tece uma crítica geral e bem humorada ao Brasil da República velha, q se parece demais com o Brasil atual.

"Pobre terra da Bruzundanga! Velha, na sua maior parte, como o planeta, td a sua missão tem sido criar a vida e a fecundidade para os outros, pois nunca os que nela nasceram, os que nela viveram, os que a amaram e sugaram-lhe o leite, tiveram sossego sobre o seu solo!"

Para mim esse livro é um daqueles q agradaria a gregos e troianos. Mas espero, q assim como o intuito do Lima Barreto ao escreve-lo, esse livro seja capaz de nos livrar dessas figuras tragicomicas q nos governam e nos subjugam.
Emerson Meira 21/01/2024minha estante
Parece bom e divertido ? Vai pra lista de leitura ?


Beatriz 21/01/2024minha estante
É excelente esse livro. Eu recomendo MT, pq é um livro e divertido e tranquilo pra ler, mas q traz uma carga foda de questões pra relacionar com a realidade.


Emerson Meira 21/01/2024minha estante
O famoso "tudo mudou e nada mudou" de nossa época ? Já tá na lista ?




Marcos774 23/05/2022

Parece que esse livro é dos dias atuais.
Um livro que pela sinopse eu estava muito afim de ler. Na verdade, gostei do que li. Parecia que estava lendo assuntos na nossa atual sociedade. Bom, recomendo a leitura dessa obra que mostea, através de metáforas, o que se passava na sociedade brasileira daquela época, que não é muito diferente da atual.
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Paulo Augusto 13/12/2021

Um bom livro
Não é uma leitura fácil, mas mostra que o país sempre foi bagunçado. Nunca houve governo técnico, somente indicações políticas a fazer asneiras.
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Jhoelious 15/03/2021

Tragicomico
"Os bruzundangas" de Lima Barreto é um clássico atemporal. Narrado através de notas sobre o país Bruzundanga, Lima Barreto tece críticas em relação a forma como se organiza o Brasil. Apesar de ter sido escrito nos anos 20. Há diversos acontecimentos e críticas que valeram para todo o século XX e valem até hoje.
Um importante trecho, relevante até hoje, dessa obra é: "Quando às eleições, os bruzundangalenses tem como objetivo eleger os candidatos menos aptos para o cargo."

Além disso, há críticas aos parnasianos, medidas econômicas, transferência da capital gerando gastos desnecessários e muito mais...
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amanda 16/06/2022

Bruzundanga ou Brasil?
Uma leitura obrigatória da escola que me fez refletir muita coisa. Lima Barreto escreveu uma obra atemporal que é capaz de fazer o brasileiro acordar para a vida!
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Aline.Armond 21/05/2023

Muito bom!
Eu amo quando um livro se propõe a fazer críticas sociais e é exatamente isso que Os Bruzundangas faz. E de uma forma divertida, que me fez rir várias vezes. Claro, tem mts momentos meio chatinhos, mas isso acontece exatamente pelo formato do livro, que é como uma ?enciclopédia? do país fictício, então inclui mts explicações. Mas acho super divertido alguns detalhes que o Lima Barreto coloca como se tudo aquilo fosse verídico, sendo que não é kk e o livro todo é bem irônico. Enfim, excelente!
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Fernanda Sleiman 30/07/2021

Lima Barreto
mesmo depois de tanto tempo, o Brasil muito se parece com esse país fictício que Lima Barreto nos apresentou.
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