Leonardo 16/10/2022
Um grande clássico
Gostei muito do livro, é o tipo de livro que merece algumas releituras para ser grokado em plenitude. Na primeira metade do livro achei chato, arrastado, vi erroneidade; mas a partir da metade para o fim... vi que a espera preencheu! Há muitas reflexões sobre religião, monogamia, sexo, paixão, arte, filosofia, amor, moral, ética, desapego etc. Este é um livro que te faz pensar muito. Tem toques de humor, surrealismo! Questões polêmicas como algum preconceito aqui e ali devem ser vistas como algo fruto da época em que o livro foi escrito. De forma alguma ofuscam a obra. O livro é um verdadeiro manual de como montar uma religião para enganar incautos (nesse sentido a obra é muito honesta, porém, perigosa rsrs). É engraçado como o protagonista nos mostra que religião, política ou circo têm muito em comum em se tratando de algo que tem um potencial muito grande para induzir ao engano. Tudo requer um líder carismático que saiba fazer uns truques e, acima de tudo, uma boa encenação. Na obra, o narrador disseca muito bem uma religião (o culto fosterista). Essa religião fictícia (ou nem tanto) é uma crítica satírica a muitas religiões ou seitas americanas que tem em um líder charlatão a imagem de um messias enviado por Deus. O autor usa muito bem e de forma muito bem contextualizada algumas poucas palavras da língua e pensamento marcianos. É engraçado como gradativamente todos os humanos que são “irmãos de água” de Mike vão, aos poucos, de forma hesitante, se apossando dessas palavras e pensamentos. Por sua vez, é engraçado e comovente como Mike, com muito esforço, vai tentando se apropriar da lógica humana. Esse é mais um grande clássico que representou, para mim, um desafio a ser vencido. Bom, acho que falei direitamente sobre a obra. Ah, e não se esqueça: tu és Deus! rsrs