Ju 23/03/2013A LinhagemEm A Linhagem, a trama gira em torno de Evangeline Bennett, uma garota linda, rica e com dons especiais. Ela pode controlar os elementos: água, fogo, terra e ar. O livro se passa no século XVIII, então esses dons precisam ser escondidos, pois o único destino para alguém assim era a fogueira.
"Imagine o que poderia fazer por nosso país com seu incrível dom? Poderia curar milhares de pessoas, ajudar incontáveis homens e mulheres; mesmo assim, ele tinha que se esconder, pelo medo que pessoas ignorantes tinham do desconhecido."
Evangeline perdeu a mãe ainda muito nova e, desde então, foi criada por Morgana, a criada em quem confia completamente. Mor sabe do que ela é capaz, e faz o possível para protegê-la e para colocar algum juízo na sua cabeça.
A garota vive com o pai, Julian Bennett, o marquês de Winchelsea, que tem o costume abominável de espancá-la. Ela aguenta calada, mas sonha com o dia em que não terá mais que conviver com ele.
"Eu sabia como ninguém que lamentar-se nunca adiantara, então por que fazê-lo?"
Sua irmã, Margaret, é sarcástica e nada ligada a ela. Já é casada, apesar de ser a mais nova, o que faz com que o casamento de Evangeline se torne algo urgente a ser providenciado. O pai a promete a Hector Callum, o primo do rei.
"Com o meu aniversário de vinte anos tendo sido há semanas, era claro que eu estava a passos de me tornar uma solteirona e precisava me casar com urgência, como Eleanor, a mulher de meu pai, me lembrava, mas eu decidiria meu futuro."
Bom, o que acontece é que Hector não é a pessoa com quem Evangeline pretende estar. Ele emana uma energia super negativa, e é uma pessoa que, aparentemente, lhe proporcionará uma vida ainda pior.
No início do livro, Evangeline não tem noção exata de quem é. Mas acaba descobrindo que é um talento, e que existem várias pessoas como ela. A partir daí, ela faz várias descobertas relacionadas a esse novo mundo, e terá a ajuda de alguns amigos fiéis para fazer o que é preciso.
A Linhagem é bem gostoso de ler, apesar de alguns detalhes, como não ser completamente fiel ao período histórico em que é ambientado e ter vários erros no texto. Isso me incomodou um pouco, mas não se tornou insuportável.
A protagonista é uma garota extremamente corajosa, mas chega a ser um pouco suicida... rs... ela tem algumas atitudes bem absurdas. Na minha opinião, causadas pela prepotência da garota. Quanto mais ela descobria sobre os seus poderes e adquiria autoconfiança, mais se tornava antipática aos meus olhos. Apesar de ela ser do bem, chegou a me irritar. Sei lá, não consegui ir totalmente com a cara dela, principalmente depois que ela começou a sentir melhor o poder que tinha.
Em compensação, amei outras personagens, como Genevieve, a amiga artista de Evangeline; Albert, um amigo de infância e Henry. Ah, Henry! *-* Tão fofo, tão encantador! Ele aceita Evangeline como é, desde o princípio. E faz tudo o que pode para ajudá-la a controlar seus dons e a usá-los da melhor forma possível.
Esses três fizeram o livro se tornar muito mais interessante para mim.
No final, acontecem várias reviravoltas, algumas realmente surpreendentes, outras que me fizeram chamar a Evangeline de lerda... rs... Gente, teve uma coisa que ela não percebeu que foi inaceitável!! hehe... Foi um fato tão destacado no início, que não achei nada convincente ela não ter notado.
Achei a capa mais que linda mas, depois de ler, gostaria que tivesse uma pessoa diferente nela... É claro que a intenção era representar a Evangeline, mas a mulher escolhida para retratá-la não é nem um pouco parecida com o que imaginei. Ela é loira, e imaginei aquele loiro bem amarelo mesmo... Fora que pra mim a mulher da foto não parece ter 20 anos, e a roupa não se parece com as descritas no livro. A protagonista reclama várias vezes que seus trajes cheios de anáguas não são adequados para correr, acho bem difícil que ela arrumasse um vestido como o da foto, que ainda deixasse as pernas totalmente à mostra... rs... A parte legal é que a floresta, que tem um papel tão importante na história, não foi deixada de lado.
No geral, gostei da leitura. Foi estranho - me empolguei muito no início, no meio me desinteressei um pouco. Mas, quase no final, me envolvi com a história novamente e cheguei a chorar!! Não é comum minhas emoções seguirem por esse caminho.
Adorei o fato de algumas pessoas se redimirem no fim. Afinal, todo mundo merece uma segunda chance, não é? =)
Postada originalmente em: http://entrepalcoselivros.blogspot.com.br/2013/03/resenha-linhagem.html