sagonTHX 23/06/2011NÃO ME CONTAGIOUConsidero obin Cook um excelente escritor. Penso que ele merece reconhecimento, pois a maioria dos seu livros figuram na lista de best sellers internacionais. Praticamente, Cook é o "pai dos thrillers de suspense médico". Em vários de seuslivros, Cook ataca veementemente a exploração da medicina por grandes empresas de convênios, administradas por burocratas (e não por médicos), que visam
exclusivamente o ganho em detrimento da qualidade dos seriços Prestados. E isso já atrás, nos idos dos anos 1980. Problemas que nós, aqui no Brasil, começamos a enfrentrar nas duas últuimas décadas do século passado.
Robin Cook tem um profundo conhecimento da área médica e seus livros giram sempre em torno de temáticas relacionadas a sua área de especialição: a medicina. Contágio não é uma excessão. Neste aspécto Cook se sai muito bem, esmiuçando os diversos tipos de doenças viróticas que vão surgindo no decorrer da história, dando detalhes
precisos acerca de cada surto epidêmico queaflora em Nova Iorque.
A ideia é boa. A narrativa e carregada de espectativas, os personagens traduzem com exatidão o clima proposto pelo autor, porém até metade do livro. A partir daí a coisa toda começou a ficar muito cansativa, repetitiva. A maioria dos termor médicos
relacionados a pequisa das doenças e dos vírus não "traduzidos" pelo autor, pelo tradutor ou pelo editor, em forma de nota, e algumas consultas ao Google se fazem necessárias para entender um pouco do que os patologistas estão falando.
A história se divide em duas partes distintas e que converge gradativamente no decorrer da trama. De um lado, Jack Stampleton, como protagonista, e seus amigos do IML do município de Nova Iorque, fazendo necrópsias; do outro lado, Teresse, uma
publicitária lutando para manter o contrato com uma grande empresa de convênios médicos que disputa o mercado com uma outra empresa. Aparentam ser situações diferentes acontecendo ao mesmo tempo, mas Jack e Teresse acabam se conhecendo e ambas situação mesclam-se em uma só. A partir dai o suspense vai crescendo quando a descobertas de novos surtos de contágio vão surgindo no Hospital Geral, cada uma mais
grave que a antetior, as quais deixam Jack com a pulga atrás da orelha, levando-o a investigar por conta própria os acontecimentos pouco comuns e que, mesmo contra a determinação de seus superiores, acaba atraindo a atenção dos administradores do hospital que, aparetemente, não querem que ele leve adiante a sua investigação.
O chato nisso tudo, apesar da curiosidade nos manter fiel à narrativa para saber se a pandemia vai eclodir, é que mais da medade do livro Jack passa correndo entre o IML e o Hospital Geral, entre necrópsias e investigações hospitalar e laboratorial. A situação me fez lembrar dos seriados de TV ao estilo CSI. Mas, as situações ficam muito repetitivas e cansativas. A participação de Teresse a a disputa interna na agência publicitária em que ela trabalha pelo controle do contrato de publicidade com uma das empresas de convênio médico não torna a trama mais interessante.
Apesar de minha simpatia por Jack e sua vida nada convencional, e de todo o seu carisma e esforço para elucidar o que está acontecendo nos bastidores do Hospital Geral, Contágio não conseguiu me cativar.
Contágio não deixa de ser um bom livro, porém não é o melhor de Robin Cook. Tinha a espectativa de que, ao ler Contágio, estaria me deleitando com uma história no estilo do filme Epidemia, mas o que se vê é Jack correndo de um lado para o outro em uma sucessão
de acontecimentos repetitivos que não sustentam o clima de suspense por muito tempo.
Recomento o livro se voce é fã do autor e já leu quase todos os seus livros.