A Menina Que Fazia Nevar

A Menina Que Fazia Nevar Grace McCleen




Resenhas - A Menina Que Fazia Nevar


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Regiane 03/03/2013

Singelo e tocante!


“ Não tinha muita gente com quem conversar, além do Pai, então comecei a falar com Deus. Sempre achei que era só uma questão de tempo até Ele responder. Pensava nisso como uma chamada telefônica de longa distância. A linha era ruim, havia passarinhos sentados em cima dela, caía uma tempestade, então eu não conseguia entender o que a outra pessoa estava dizendo, mas nunca duvidei de que, no fim, iria ouvir. Aí um dia os pássaros saíram voando, a chuva parou e eu ouvi . ”

Esse livro me chamou a atenção logo de cara. Tanto a sinopse, quanto a capa são bem atrativas, o que me fez criar muitas expectativas, que felizmente foram superadas. A Menina Que Fazia Nevar (The Land of Decoration), possui uma leitura singela e bonita, mas que ao mesmo tempo também é bem tensa.

Judith é uma garota de 10 anos, que leva uma vida bem diferente da maioria das outras crianças da sua idade. Ela vive em uma casa cheia de lembranças da mãe que ela nem conheceu, ao lado do seu pai. Sua rotina é simples e as únicas pessoas que ela mantém convivência, são os fieis da igreja, de qual faz parte. Na escola ela não tem o respeito por nenhum de seus colegas, pelo contrário, ela sofre deboches e o único lugar que ela encontra felicidade é em seu quarto, onde a imaginação não tem limites. Lá Judith cria um mundo, em uma maquete com bonecos de panos, utilizando todo tipo de sucata para completar o cenário, a qual ela chama de Terra Gloriosa.

Judith enxerga com os olhos da fé, algo que é bem incomum na maioria das pessoas. Ela é capaz de identificar sinais divinos e possibilidades por trás. E quando ela resolve espalhar espuma de barbear sobre o seu mundo em miniatura, e sua cidade amanhece coberta de neve, ela chega a conclusão que esse e outros sinais, fazem parte de um pequeno milagre e como nem todos possuem a capacidade de reconhecê-los, muitas vezes, as pessoas podem confundi-los com mera coincidência. Mas o que Judith precisa dar conta, é que esses possíveis milagres nem sempre trazem apenas benefícios, porque por mais que sejam bem intencionados, eles podem resultar em desastres.

Esse livro me envolveu tanto, que quando percebi eu tinha terminado-o em poucas horas. Mas também não foi por menos, pois a escrita de Grace McCleen não só cativa, como fascina o leitor, transbordando beleza e sentimento. Ouso a dizer que a narração em 1° pessoa sob a visão de Judith é impecável. A autora soube muito bem trabalhá-la sob a perspectiva de uma garotinha de 10 anos - cheia de sonhos, medos e questionamentos.

Por ser o 1° romance de McCleen, ela se saiu perfeitamente bem para uma iniciante. Senti muita segurança e confiança através de sua obra. Fiquei demasiadamente encantada pelo toque poético que foi acrescentado na história. Apesar de não ter chorado ao terminar a leitura, fiquei muito emocionada - com um nó na garganta - e com uma necessidade enorme em refletir sobre as coisas que ocorreram a pequena Judith. A falta de carinho por parte do pai, a mãe que ela nunca conheceu, os insultos recebidos na escola me fizeram ter vontade de cuidar dessa menina.

Inicialmente esse livro pode soar simplório, mas ele é muito mais que um infanto-juvenil, por isso não o subestime. É uma história repleta de metáforas e mensagens que vão fazer o leitor passar um bom tempo pensando em como pequenas atitudes são capazes de mudar as nossas vidas.

Fiquei admirada pela fé da pequena Judith. Por mais árduo que tudo estivesse a sua volta ela estava lá, disposta a acreditar que as coisas ruins e tristes iriam passar, e que logo chegaria o dia em que ela seria contemplada por um milagre. E a partir desse momento, por um desejo tão cheio de esperanças, tudo começa a mudar.

“ A fé é igual a imaginação. Ela vê uma coisa onde não há nada, dá um salto e de repente você está voando . ”

Judith é uma criança doce, inteligente e muito criativa. É impossível não se render ao seu encanto. Seus desejos e anseios nada mais são tudo aquilo que uma criança da sua idade merece ter. O drama familiar é muito tocante. Existe uma barreira tão grande entre ela e seu pai, que quando finalmente começa a ser vencida, fez-me sentir muito comovida e tocada. É o ápice da emoção, e com certeza um dos momentos mais lindos.

O livro também aborda as consequências que o fanatismo religioso podem trazer, portanto que fique claro, que essa obra passa longe de ser uma pregação, pelo contrário. É um alerta de como não devemos deixar nossos corações se enganar por conta de uma crença. O embasamento de religião contido aqui, em parte foi vivenciado por Grace em sua infância. Ela usa de uma forma que não afronta as demais religiões e céticos. É uma leitura capaz de agradar a todos, independente do que acreditam ou deixam de acreditar.

A conclusão da história foi o que me desagradou um pouco, pois ficou algo no ar. As coisas aconteceram rapidamente, deixando uma sensação de vazio. Queria ter tido um pouco mais da Terra Gloriosa de Judith.

A obra criada por Grace McCleean é formidável e singela, que merece todo reconhecimento possível por parte daqueles que não são apenas capazes de terem seus corações balançados por uma bela história, mas como também de levarem para suas vidas uma incrível lição de esperança e reconciliação. Eu recomendo!
Kimberly G. B. 04/03/2013minha estante
Nossa, pela sua resenha, posso admitir, que o livro é quase como uma "Poliana", certo?
Acho que é capaz de eu ler!


Regiane 05/03/2013minha estante
Oi, Kimberly!

Digamos que é quase mesmo uma "Poliana". O livro é muito bom, recomendo a leitura ;)


Silvia 07/03/2013minha estante
Quero muito ler este livro, engraçado sempre ouvi falar de Poliana mas, nunca li o livro, então posso mergulhar de cabeça em A Menina que Fazia Nevar. \0/


M.M.JÚNIOR 20/03/2013minha estante
Só pela resenha me deu vontade de ler, parabéns Regiane!




Marcela Pires 03/02/2013

Maravilhoso!
"E então sei que sou imensa e sou pequena, ficarei para sempre e irei em um minuto, sou tão nova quanto um ratinho e tão velha quanto o Himalaia. Estou quieta e estou girando. E, se sou pó, sou também pó das estrelas." p.196

Uma obra fala muito sobre o seu criador, e acho que "A Menina que fazia nevar" tem muito da sua escritora Grace McCleen, que como Judith, nossa narradora e protagonista, foi criada na religião fundamentalista cristã dos últimos dias (Mórmons).

"A Menina que fazia nevar" conta a estória de Judith, uma menina de 10 anos que é criada pelo pai, sem contato com as pessoas de outras religiões, colecionadora de pequenas bugigangas que encontra na rua, e faz do seu quarto o seu mundo! Nele Judith fez uma maquete de mundo: Terra Gloriosa! A menina se vê sozinha a maior parte do tempo pois, seu pai, um homem fechado, taciturno e triste, trabalha a maior parte do tempo na fábrica da cidade e a rotina deles não passa de poucas palavras e estudos bíblicos, e pela espera do Armagedon (Fim do Mundo).
Judith é alvo constante de gozações na escola, mas a vida da menina começa a sair do eixo quando um colega de classe, Neil, promete enfiar a cabeça dela na privada. Crente que morrerá, com muito medo e sem ter com quem conversar, Judith se desespera, e vê na Terra Gloriosa a única oportunidade de diversão. No domingo após o culto, a garota pensa em como "os milagres podem ser tão pequenos que as pessoas nem percebem", e ela pensa que seria muito bom se nevasse, pois assim não precisaria ir na escola e nem "morrer" afogada na privada, como prometeu Neil. Então enche sua maquete de espuma de barba, e por "milagre" no dia seguinte, a cidade amanhece coberta de neve.
Nesse momento inicia a tensão no livro, pois Judith acredita ter poderes, começa a falar com Deus e seu pai anda preocupado demais com uma greve que é instalada na fábrica.
Eu tenho um carinho especial por livros que são narrados por crianças, pois o universo e a mente infantil é repleta de sonhos, medos, angústias, e uma palavra mal colocada vira uma bola de neve na cabeça e no coração de uma criança.

Judith é uma menina solitária, sem lembranças da mãe a não ser pelo amor que as duas tem pelo artesanato e 4 fotos espalhadas pela casa, julgando não ter o amor do pai e sem amigos ou parentes, ela cria seu mundo, e a religião é um alento perigoso em para seu coração. Ela vê no Armagedon a possibilidade constante de ser feliz e ver seus pais unidos novamente.
Esse livro expressa bem o que a imaginação pode causar em crianças que não tem liberdade para se comunicarem, e o que podem fazer e sofrer.

É um romance cheio de tensão, é comovente, em certas páginas você quer colocar a menina no colo e dizer que tudo ficará bem...Muito interessante como Grace McCleen conseguiu penetrar na mente de uma menina de 10 anos, e fazer tantos sentimentos se tornarem reais, chego a pensar se não era ela uma "Judith".

Informações:
Editora Paralela
310 páginas
Guigo 25/02/2013minha estante

Parabéns pela resenha , vou ler o livro pela estima de suas palavras .. Realmente parece muito emocionante ! Gosto muito de livros baseados na imaginação e no mundo livre e puro que vivem as crianças ... Obrigado !


Silvia 07/03/2013minha estante
Estou doida por este livro \0/
Ótima resenha!




Yasmin 11/04/2013

Quando o extremo se torna perigoso.

Quando escolhi esse livro para o mês através da parceria com a Paralela não sabia bem o que esperar. Uma romance que envolvia fantasia? Ou apenas um romance cheio de possibilidades e explicações? 312 páginas posso dizer que a história contada por Grace McCleen não foi feita para qualquer um ler. O que você tirar do livro é algo estritamente pessoal. A escrita da autora é subjetiva, cheia de metáforas e analogias, rica e sensível, por vezes cruel e extremamente penetrante.

Essa é a história de Judith. Uma menina de dez anos de idade que vive apenas com o pai desde que a mãe morreu. Eles são muito religiosos, acredita que o Armagedon está chegando e que a terra se tornou um Antro de Iniquidades. Frequentam o culto todo domingo, batem de porta em porta pregando e estudam a bíblia todo dia após o jantar. Não possuem televisão, não comem comidas comuns e mais um monte de coisas que toda criança normal faz. Judith só conhece esse mundo. Para ela o alívio é saber que o mundo vai acabar e ela vai encontrar sua mãe na verdadeira Terra Gloriosa. Tudo o que ela sabe da mãe é que ela gostava de artesanato e com o conteúdo do baú ela construiu uma maquete da própria cidade. Judith também é extremamente inteligente e está um ano à frente na escola, por ser religiosa tem que lidar com o odioso Neil Lewis, que bate nela quase todos os dias. Um dia com medo de ir à escola por causa de uma ameaça, Judith cobre toda a sua maquete de algodão e reza desesperadamente por um milagre. No dia seguinte a cidade amanhece coberta de neve e ela acredita que foi um milagre. O seu milagre. A partir daí a vida de Judith se complicada ainda mais quando uma voz surge e sua vida saí dos trilhos.

A premissa é essa. O que acontece é que muitas pessoas podem focar nessa parte "milagre" e esquecer o enredo por trás disso. Vamos esquecer o milagre e analisar por parte. Judith tem dez anos, um pai que usou a religião como escudo quando perdeu a esposa e teve que criar um bebê sozinho. Judith não tem amigos por só falar de religião. Judith começa a ouvir "Deus", o que nada mais é fruto de sua imaginação, um amigo imaginário perigoso que leva a criança, com sua fé ingênua a acreditar que tudo o de ruim que se sucede é culpa dela. Toda criança tem uma percepção diferente das coisas e Judith criada a vida toda nesse ambiente não sabe a hora de diferenciar o real do imaginário, porque acredita em Deus.

É complicado, mas por trás do conteúdo religioso que guiou toda a vida de Judith e por consequência a narração do livro temos temas como bullying, solidão e depressão infantil, ambiente familiar tenso e alquebrado. A menina sofre por ser diferente e por acreditar cegamente que o Armagedon está próximo. Judith acha que o pai não a ama porque ela foi a culpada da morte da mãe.

O mais triste é que as pessoas não percebem a crítica da autora. Religião demais é ruim. É um spoiler talvez, mas preciso dizer, a mãe de Judith morreu porque segundo a religião ela não podia receber transfusão e perdeu muito sangue durante o parto. A narrativa é bonita? Sim, muito. As mensagens de Deus na história são boas? Sim. Judith analisa de forma belíssima o nosso mundo e com sua voz infantil dá outra sentido a esperança e fé, mas tudo tem um limite. É cruel colocar uma criança na situação em que ela se encontra. Proibida de tudo, crendo, crendo e crendo. É triste e traz consequências terríveis, vide o que acontece com seu pai e sua família.

Leitura cadenciada, que prende o leitor pela curiosidade de como a vida da pequena Judith se resolverá, como os conflitos não ditos conduzirão a trama. Grace McCleen conseguiu baseando na própria infância dar uma voz única a protagonista, uma voz crível e que conquista e entristece o leitor. A edição da (...)

Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/03/resenha-menina-que-fazia-nevar.html

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Val 06/03/2014

Livro "A Menina Que Fazia Nevar"
Judith, protagonista, sofre muito bullying por seguir a religião que segue com seu pai. Eles batem de porta em porta pra falar que o fim está pra chegar. Ela tem uma vida solitária, a mãe morreu quando ela nasceu, e não tem amigos. Além disso, ela acha que o pai não a ama.
Neil é um dos colegas de classe que a atormentam, e é a partir de uma das situações que ela fica com medo que o livro começa a dar sentido ao seu nome. Quando Neil diz que vai por a cabeça dela na privada, ela começa a ter medo, e com isso acaba pedindo tanto, mas tanto, pra acontecer algo que faça ela não ter aula. Judith coloca espuma de barbear em sua maquete, imaginando ser uma grande nevasca e em como seria bom se aquilo acontecesse e fizesse ela não ter aula. Para sua surpresa, no dia seguinte a cidade inteira está envolta em uma nevasca.
Com isso, a garota acredita que, com sua fé, ela pode fazer milagres.
A história fala de problemas do cotidiano como bullying, falta de interação familiar, medos, perdas, etc.
Eu esperava mais do livro, infelizmente, mas é um livro de leitura gostosa!



E você? Já leu? O que achou?

site: http://www.revistagalaxy.com/2014/03/resenha-menina-que-fazia-nevar.html
Beth 10/03/2014minha estante
Espero que a estória seja realmente boa, pois na primeira vez que li a sinopse ele não havia despertado minha atenção. Vou ler por causa de sua resenha. Beijos.


Andréia 10/03/2014minha estante
Quero ler esse livro a resenha dele está ótima


Gy 15/03/2014minha estante
Esse livro parece ser muito bonito, trás um tema inspirador e emocionante...


Dani 21/03/2014minha estante
Que pena que o livro deixou a desejar, mas ainda sim parece ser uma estória bem emocionante e cativante, acho que eu leria!


Dani 21/03/2014minha estante
Que pena que o livro deixou a desejar, mas ainda sim parece ser uma estória bem emocionante e cativante, acho que eu leria!


Belle 21/03/2014minha estante
Eu achei que o livro não é lá essas coisas, não é bom e nem ruim, mas acho que vou dá uma chance a esse livro, vou lê-lo...


laysa dniz 23/03/2014minha estante
acho que eu leria


Gizeli 25/03/2014minha estante
Fiquei encantada com sua resenha, deu vontade até de ler o livro.
Ultimamente estou procurando história assim, que deixam um ensinamento para a gente. Já vou adicionar ele a minha lista.


Gizeli 25/03/2014minha estante
Fiquei encantada com sua resenha, deu vontade até de ler o livro.
Ultimamente estou procurando história assim, que deixam um ensinamento para a gente. Já vou adicionar ele a minha lista.




Tahbooks 11/04/2023

O livro trata de fé, bulling, imaginação e milagres.

Judith tem 10 anos e vive só com o pai, e leva a vida na igreja ao lado do pai, sai para pregar a palavra , faz leitura toda noite com o pai da bíblia, não tem amigos na escola e sofre bullying devido a crença que tem...
Para fugi disso usa a imaginação e cria a terra gloriosa de sucata e lá fica imaginando como sera o paraiso e encontar a mae la quando o mundo acabar.
Varios acontecimentos ao seu redor a mesma acredita que faz milagres e com a voz na sua cabeca falando que é Deus , orientando ela a fazer as coisas e acreditar que foi a culpada... emocionando os acontecimentos porém não é meu estilo de leitura... mais todos tem que ler, pois nao a certeza absoluta.
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Alessandra Costa 04/05/2013minha estante
Super chateada com o fim do livro.


Danielle 16/06/2013minha estante
Fiquei chateada com o final também.


Mah 15/12/2013minha estante
Qual a diferença entre a fé e a nossa imaginação? Essa foi a pergunta que ficou na minha mente após o final da história...




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Roberta Stieven 09/08/2021

Forte e comovente
Tenho esse livro na minha estante desde 2013, e só agora em 2021 que me incentivei a ler.
Tem um cunho bastante religioso, e falo aqui como uma pessoa não religiosa, mas que busca se espiritualizar, que acredita em Deus e no Universo, que tem fé na vida. Mas esse aspecto do livro não me incomodou, gosto de ler sobre outros pontos de vista.
É um livro bem pesado, por conta das coisas que acontecem com a filha e o pai. Me comoveu em diversas partes, me fez ficar reflexiva, me fez questionar algumas convicções.
Acredito que não são todas pessoas que vão gostar, mas também acredito que existe um momento certo na vida para lê-lo e para que ele faça sentido, por isso demorei tanto para ler ele, por isso ficou tanto tempo encalhado na estante?
Indico para pessoas que gostam de ler sobre fé, que gostam de ser tiradas da sua zona de conforto, e que estão abertas para ler algo diferente.
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Aline 25/04/2021

Esse livro me surpreendeu bastante! Comoveu a ler sem muita expectativa q fosse bom, mas a leitura é bem fluida, e a história bem interessante!
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Oliver 27/02/2013

A MENINA QUE FAZIA NEVAR
"A fé é um salto: você está aqui, a coisa que você quer está lá. Há um espaço
entre você e ela. Você só tem que saltar. Andar sobre as águas, mover
montanhas e trazer os mortos de volta à vida não é difícil. Você dá o
primeiro passo e o pior já passou, você dá o segundo e já está na metade
do caminho". [pág 352]


A MENINA QUE FAZIA NEVAR é um dos melhores livros que já li, sem dúvida alguma. Judith tem 10 anos e vive reclusa numa casa com seu pai cheia de lembranças da sua mãe que ela nem chegou a conhecer. Visita todos os domingos a igreja e passa o maior tempo no seu quarto, brincando com sua maquete de mundo que ela construiu com sucata. No que as pessoas vêem lixo, Judith ver criação. Tudo começa a mudar quando ela enche a maquete de espuma de babear e a cidade aparece coberta de neve. Coincidência? Milagre ? Judith sabe que milagres nem sempre são grandes, e que reconhecê-los é um dom de poucas pessoas.

A história parece ser simples, mas, é super grandiosa e perfeita. Perdi a conta de quantas vezes chorei; o livro te faz pensar em tudo o que você já fez e no que vai fazer. As parábolas, as metáforas e as comparações te fazem o tempo todo refletir. Judith sofre tanto que ás vezes dá vontade de tirá-la das páginas; conviver com um pai que mal a toca e mal fala com ela, sofrer chacotas na escola , tudo isso não é fácil quando se tem dez anos.

O Fanatismo é outra entre linha instigadora, existem tantas pessoas que se deixam cegar pela religião; e se tudo não passasse de pura imaginação? O livro é meio complicado e te faz refletir sobre Deus ( criar tudo e depois destruir, colocar vários testes e se você errar um, você está condenado) ; São várias facetas que o livro proporciona. O mais interessante é a FÉ, você tem que ter e nunca deixar de acreditar que algo vai ser possível, que você não deve imaginar o paraíso sem se imaginar nele.


"Então sempre deixe alguma coisa amarrada. Se você quiser ir mais alto, é só dar um pouco mais de corda". [pag.370]
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Vanessa Vieira 07/03/2013

A Menina que Fazia Nevar_Grace McCleen
O livro A Menina que Fazia Nevar, de Grace McCleen, nos conta a história de Judith McPherson, uma garotinha de dez anos. Judith leva uma vida pacata e simples ao lado de seu pai, e as únicas pessoas que os visitam são os irmãos da congregação cristã da qual fazem parte. Ela não teve a oportunidade de conhecer sua mãe, e isso lhe faz muita falta. Na escola, ela é frequentemente maltratada e humilhada por Neil Lewis, além de ser alvo de gozações dos demais colegas. Quando chega em casa, a garota se refugia em sua maquete de sucata, a qual intitulou Terra Gloriosa. Formada por objetos que a olhos nus são meramente lixo, Judith consegue idealizar um panorama utópico, e visualiza entre anéis de lata, grampos, retalhos de tecido, dentre outros apetrechos, um verdadeiro paraíso, no qual acredita que reencontrará sua mãe em um belo dia.

Apesar de ainda ser uma criança, Judith é um verdadeiro exemplo de fé. Ela consegue enxergar o divino, Deus, em quase todas as coisas e nisso encontra sua inspiração para arquitetar ainda mais a sua Terra Gloriosa. Ela constrói bonecos remendados de pano e prepara para cada um deles histórias felizes e repletas de esperança. O que a doce garota não poderia imaginar era que o seu passatempo favorito talvez não fosse apenas uma simples maquete...

"Eu sei como é a fé. O mundo no meu quarto é feito dela. Com fé bordei as nuvens. Com fé recortei a lua e as estrelas. Com fé colei tudo junto e fiz todas essas coisas cantarolando. Porque a fé é igual à imaginação. Ela vê uma coisa onde não há nada, dá um salto e de repente você está voando."

Em um determinado dia, Judith cobre a Terra Gloriosa com espuma de barbear, e, como num passe de mágica, no dia seguinte a cidade amanhece coberta por gelo. Ela interpreta tal façanha como um milagre. Não algo avassalador e de imensas proporções, mas como um pequeno e importante milagre.

Outros sinais mostram para Judith que os seus feitos na Terra Gloriosa são poderosos. E como todo poder, este também vem carregado de suas responsabilidades. Assim que toma conhecimento do que pode fazer, o primeiro pensamento da garota é tentar se livrar dos ataques e agressões que sofre por parte do temível Neil Lewis. Toda ação traz uma reação e isso não será diferente na vida de Judith, que colherá os frutos de sua semeadura...

"A semente de mostarda é a menor das sementes, mas, quando ela cresce, os pássaros dos céus vêm pousar em seus galhos. Um grão de areia vira uma pérola, e as orações que começam com pouco ou quase nada têm que ser ditas, porque, se há um mínimo de alguma coisa, ela já começa a crescer e, se há mais que o mínimo, algo grandioso vai acontecer, algo que já estava lá desde o início, de um jeito bem pequeno."

A Menina que Fazia Nevar é apaixonante! Um livro carregado de ternura e com momentos de muita tensão, que nos deixa, acima de tudo, uma lição imprescindível e importante. Narrado em primeira pessoa, acompanhamos a visão que Judith tem sobre o mundo, juntamente com a sua inocência e a sua esperança voraz.

Judith é uma garota extremamente inteligente e que consegue enxergar além. Além dos conceitos impostos pela sociedade, além do mundo físico, além do caos contemporâneo, além da imaginação. A Terra Gloriosa é a sua válvula de escape de um mundo frio, consumista e egoísta, que se preocupa muito mais com a aparência do que com o realmente ocorre no seu interior. E essa garota brilhante surge para nos mostrar o que é ter fé, como adquiri-la em Verdade e Espírito. Sim, muitos alegam ter fé porque frequentam uma determinada instituição religiosa esporadicamente, porque entre quatro paredes se lembram de Deus e cumprem o seu papel perante os demais irmãos de sua religião, mas quando estão em casa, na rua, no seu trabalho, se esquecem do que aprenderam durante o final de semana na igreja, e não exercem a sua fé. São pessoas amargas, deterioradas pelos problemas da vida, mas que todo domingo estão batendo o cartão na sua prelazia religiosa, apesar de não fazerem uso da fé em seu cotidiano. O pai de Judith se encaixa bem nesse termo. Ele lê uma passagem da Bíblia todos os dias para a sua filha, frequenta avidamente a sua congregação, mas é alguém que não consegue demonstrar o seu amor, que não consegue dialogar, enfim, é uma pessoa amargurada, seca e infeliz, assim como demais pessoas que eu e você conhecemos, não é mesmo?

"Vivo dizendo para mim mesma que as coisas pequenas são grandes e as coisas grandes são pequenas, que as veias correm que nem rios, que os cabelos crescem feito grama, que um monte de musgo parece uma floresta para um besouro, e que, do espaço, os contornos dos países e das nuvens parecem as cores de uma bolinha de gude. Penso em como o formato de uma nebulosa de oxigênio e hidrogênio parece o respingo de uma gota de leite, quando os lados se erguem em forma de coroa. Penso nas imagens de pedras, de pó e de galáxias no espaço, elas não parecem mais que flocos de neve em uma nevasca, e os buracos negros são como pérolas em conchas fundas, superaglomerados parecem espuma de banho - parecem favos de mel, as células de uma folha, as ranhuras do nariz de um zangão. Penso que as espirais de uma nebulosa e as cavernas de uma chama brilham com a mesma luz e que os olhos se avivam e se enchem ao olhar para as duas, do mesmo jeito."

Brilhantemente construído, A Menina que Fazia Nevar possui uma bela e arquitetada narrativa que encanta, emociona, e sobretudo, nos leva a refletir. Judith enfrenta sérios problemas que assolam a nossa geração, como o bullying, a falta de diálogo em casa, a reclusão, dentre outros, que assim como as suas mazelas, passam despercebidos pela sociedade. Acompanhar a sua visão acerca do mundo, tanto no que concerne ao meio ambiente como na atmosfera religiosa é enriquecedor e comovente. A capa do livro é muito bonita, numa tonalidade creme e com alguns dos elementos que fazem parte da Terra Gloriosa e a diagramação está excelente, sem quaisquer erros. Um livro tocante, profundo e que com certeza, se você ainda não acredita, te fará acreditar em milagres. Recomendo, com certeza.

http://www.newsnessa.com/2013/03/resenha-menina-que-fazia-nevar-grace.html
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Carolina165 31/03/2019

PROFUNDO, PODEROSO E PRECIOSO
Esse livro é tão especial para mim, que é difícil expressar em palavras o quanto ele é maravilhoso. Nunca me apeguei tanto a uma personagem como me apeguei na Judith. Judith é uma criança de 10 anos, que tem uma sabedoria que a torna bem madura pra sua idade. Mas não é aquela maturidade pedante, que a gente vê em muitas crianças na televisão, que querem ser adultas de qualquer jeito. A maturidade da Judith vem da própria inocência dela, ela sente e vê as coisas de uma maneira diferente. Cada detalhe tem um significado maior para ela, e é isso que a torna tão especial. Ela é sábia sem deixar de ser criança. É uma menina doce e meiga, e durante todo o livro quis protegê-la, pegá-la no colo e consolá-la, sofri e me identifiquei com ela durante toda a leitura.
Esse livro tem tantos quotes lindos que cheguei a grifar um capítulo inteiro.
"A menina que fazia nevar" vai ficar no meu coração pra sempre e agradeço por esse livro ter chegado em minhas mãos, me trazendo mensagens tão lindas.
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Thais.Carvalho 12/03/2022

Uma história tocante! Judith é uma menina muito inteligente, mas sofre bullying na escola por conta de sua religião. Logo ela descobre que consegue fazer milagres e a história é emocionante.
DANILÃO1505 09/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




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