HISTÓRIA DE UMA VIAGEM PARA SE ENCANTAR

HISTÓRIA DE UMA VIAGEM PARA SE ENCANTAR FRANCISCO ALEXSANDRO DA SILVA



Resenhas - HISTÓRIA DE UMA VIAGEM PARA SE ENCANTAR


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Julielton 26/09/2014

Severino é o décimo primeiro filho de Antônio e Zefa, natural da Chapada do Araripe e trabalhador braçal ao lado do pai e dos irmãos, vive a sonhar com uma vida melhor, e um dia quando o pai vai a cidade e compra uma rapadura traz a mesma embalada em um papel cheio de letrinhas e com um retrato esquisito de um riozão enorme, mas tarde o pai lhe explica que aquele pedaço de papel se chamava jornal e que o riozão grandão se chamava mar.
Daquele dia em diante Severino passou a sonhar em um dia encontrar o mar e ser um homem do mar e, é na escola que ele aprende o caminho para o mar.
Decidido o menino Severino deixa para traz seu torrão natal, o pai, a mãe e os irmãos e segue em direção ao tão sonhado mar, pelo caminho inúmeras armadilhas o aguarda, todas engendradas por Dona Morte.
Ela é uma senhora bem magra e com vestes pretas e roxas, é aquela que carrega a vida-morte sertaneja, que castiga o sertão e leva o descanso final aos sertanejos cansados. Porém Severino não está sozinho ao seu auxilio corre a bela Dona Vida, e ainda todos os santos do céu e Maria Mãe de Jesus que sempre o estão a proteger.
Mesmo guarnecido de tanta proteção Dona Morte ainda apronta muito, ela de-seja aquele menino, quer destruir o seu sonho e impedi-lo de encontrar o mar. Sendo assim Severino precisa recorrer a desconhecidos que por felicidade ou obra do destino estão sempre dispostos a ajuda-lo.
Pessoas como o Sertanejo com o carneirinho, Dona Ana Senhora das Carrancas e seus amuletos de proteção, o Transeunte, o Velho Chico, Lampião, a Dançadeira de Coco, o Vendedor ambulante da Feira de Caruaru, o Caboclo de Laça, o Velho Bedegueba do Pastoril Profano e outros tantos.
Mesmo sendo protegido por muitos, Dona Morte sempre aparece, ora auxiliada pela Escuridão da Noite, ora pelo Nego dAgua, finalmente consegue desviar o garoto de seu caminho.
Mesmo com tantos percalços o menino conhece a linda Cumade Florzinha que transformada pelo vendaval escolhe o caminho de Severino para trilhar e passa a alegrar seu triste caminhar.
Quando finalmente chega a Recife acompanhado da Florzinha, Severino inocente cai na última armadilha de Dona Morte, uma armadilha cruel e fatal que nem mesmo Dona Vida pode evitar e seu sonho de ver o mar é interrompido ali a poucos metros do mar, ou não. Precisa ler pra descobrir.
Apresentado em forma de peça teatral o autor nos convida a acompanhar a aventura do pequeno garoto sertanista que tudo que deseja é conhecer o mar e pedir um inverno verdejante para o seu torrão natal que a muito tempo é castigado pela desertificação.
Pelo caminho conhecemos um pouco mais do sertão pernambucano e da vida sofrida de seus habitantes, de forma quase poética e com canções belíssimas nos emocionamos com a dor da perda de Zefa mãe de Severino, ou com o próprio desgosto do garoto sempre que se via a mercê da morte.
Uma leitura rápida marcada por belíssimas ilustrações de Thais Linhares conseguimos vislumbrar essa peça encenada em um belo palco e com cenários incríveis, é uma leitura divertida, emocionante e com certeza única.


site: http://dialeticaproposital.blogspot.com/2014/09/resenha-historia-de-uma-viagem-para-se.html
alexsandro.silv 09/03/2023minha estante
Julieton gratidão por esse olhar tão sensível para o meu texto!! Bom saber que ele cumpre a missão almejada!




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