Terra sonâmbula

Terra sonâmbula Mia Couto




Resenhas - Terra Sonâmbula


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Camila Felicio 14/04/2024

Maravilhoso!
Que leitura maravilhosa!!!!
Se Kindzu, Tuahir e Muidinga são personagens incríveis, não menos incrível é a escrita do autor!!
O Mia presenteia-nos com uma obra cheeeia de realismo mágico e uma prosa bem poética enriquecida de neologismos SENSACIONAIS!
Vencidas quaisquer possíveis dificuldades apresentadas seja por termos locais ou algumas invencionices linguísticas, nos deparamos com uma narrativa que dificilmente não marcará o leitor, fazendo que cada minuto de leitura valha a pena!
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pietropdv 06/04/2024

Maravilhoso
Ler esse livro foi uma experiência interessantíssima, a forma com que Mia Couto escreve seus livros me obriga a abdicar a forma que penso histórias, sempre as aproximando da realidade. O realismo mágico tem suas próprias regras malucas, e é dentro de seus paradígmas surrealistas que a obra oferece que é possível realmente apressiar a obra. Esse livro me fez perceber a hipervalorização que temos pela adaptação de animações para live actions. Tal qual o livro, as animações tem liberdade para suas intenções artísticas, as adaptações tentam ser fíeis enquanto o próprio formato em que se apresentam não tem essa capacidade.
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Eduardo 29/03/2024

Ensinar alguém a sonhar em uma terra devastada
Sonhar quando tudo ao redor se parece mais com um pesadelo. Terra sonâmbula traz de forma poética e melancólica, com boa dose de realismo fantástico, os horrores da guerra em Moçambique. Guerra que começa na tentativa do país africano de escapar da colonização portuguesa até a guerra civil. O autor, que foi testemunha de tudo isso, inventa vocabulários, toma posse a língua do colonizador e ainda mistura fantasia com realidade.

A obra conta a a travessia de Muidinga, a criança, e Tuahir, um honem mais velho, que não possuem vínculo familiar algum, buscam sobreviver aos horrores da guerra. E no meio do caminho encontram um machibombo queimado (ônibus) e, dentro do veículo, cadernos são encontrados por eles, esses cadernos eram de Kindzu, que já se encontra morto. Os cadernos contêm a história de Kindzu, o qual tinha um sonho de lutar a favor do povo africano contra os colonizadores.

A prosa poética de Mia vem da esperança de um povo sofrido, que mesmo com a guerra que destrói e rouba-lhe tudo, segue buscando um país livre, e sem perder jamais a capacidade de sonhar.
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Antonio843 29/03/2024

Das dores da guerra
Não é uma leitura fácil, mas altamente rica. Final surpreendente. Ótimo para aprender vocabulário e estruturas do português de Moçambique
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talita :) 25/03/2024

Livro d escola
Primeiro eu me assustei por ser de moçambique, ai eu pensei q era dificil porem é mais facil doq um machado de assis KKKKKKK

a historia é interessante porem n gostei dessa mistura de fantasia com realidade

farida é a melhor parte da história!!
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Karina 24/03/2024

?
Eu tinha uma expectativa diferente com essa leitura. Como eu gosto muito de história da África (tento de ler quanto de ensinar), eu imaginei que devoraria o livro. O português moçambicano me pegou muito, em alguns momentos não entendia o que estava acontecendo. Gostaria de ter gostado. Mas entendo que é um livro importante e que a narrativa funciona para muitas pessoas.
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Milena.Bessan 06/03/2024

"Terra Sonâmbula", o primeiro romance de Mia Couto, revela-se como uma obra-prima que transcende as páginas, oferecendo aos leitores uma verdadeira aula sobre a ancestral arte de contar histórias. Ambientado no Moçambique pós-independência, dilacerado por uma guerra civil devastadora, a narrativa desenrola-se em meio a um ônibus incendiado, onde encontramos refúgio para os personagens principais: o velho Tuahir e o jovem Muidinga, fugindo desesperadamente do conflito que assola o país.

A trama inicia-se com a descoberta de um corpo à beira da estrada, ao lado de uma mala contendo os preciosos "cadernos de Kindzu", o diário extenso do falecido. A partir desse ponto, duas narrativas entrelaçadas se desdobram: a jornada de Tuahir e Muidinga, que buscam escapar das garras da guerra, e, em flashbacks, a odisseia de Kindzu em sua procura pelos naparamas, guerreiros tradicionais abençoados pelos feiticeiros, representando a última esperança do garoto contra os senhores da guerra.

O contexto histórico do Moçambique, marcado por uma guerra civil prolongada de 1976 a 1992 após uma década de conflitos anticoloniais, fornece a base para a trama rica e complexa de Mia Couto. O autor utiliza uma prosa poética que ecoa a maestria de Guimarães Rosa, transportando os leitores para um universo repleto de misticismo e realismo mágico.

Mia Couto tece uma narrativa que transcende as fronteiras do real, incorporando elementos da tradição narrativa africana. "Terra Sonâmbula" é um romance em abismo, onde as histórias entrelaçadas mergulham o leitor em uma jornada única, desafiando-o a refletir sobre a resiliência humana diante das adversidades.

A reedição pela Companhia das Letras no Brasil destaca a atemporalidade e a relevância dessa obra, corroborada pelo reconhecimento internacional ao ser considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX pela Feira do Livro de Zimbabwe. Couto demonstra que, mesmo nas condições mais adversas, o ato de sonhar é um elemento indispensável para a continuidade da vida. "Terra Sonâmbula" é uma bela fábula que nos convida a mergulhar nas profundezas da imaginação, reafirmando a importância da esperança em meio ao caos.
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Francys 01/03/2024

A literatura do Mia tem meu coração
Este livro do Mia é uma narrativa fictícia que nos apresenta a jornada de cidadãos moçambicanos após conflitos que devastavam suas casas e cidades. A história é super envolvente e apresenta muito realismo fantástico, típico da literatura africana. Ao final, tem um plot twist incrível!
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Pedro.Malini 27/02/2024

Livro incrível é que rompe completamente para quem só lê Brasil e Europa. Tem traços fantásticos, mas te apresenta um pouco as relações e as diversidades em Moçambique sob um contexto complicado. A alternância de contexto em cada capítulo é interessante.
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valentina 24/02/2024

"Nós dois estávamos divididos entre dois mundos. A nossa memória se povoava de fantasmas da nossa aldeia. Esses fantasmas nos falavam em nossas línguas indígenas. Mas nós só sabíamos sonhar em português. E já não havia aldeias no desenho do nosso futuro."

Livro muito poético, fantástico e fantasioso, intenso e real. Traz o questionamento de quem "pertence" a uma terra colonizada e arrasada pela guerra? A terra pertence ao povo originário, mas são questões um pouco diferentes. Quem se identifica positivamente com um cenário desses? Quem se sente completo, são no meio disso tudo?

Outro tema importantíssimo na história que me marcou muito é a questão da tradição oral, a necessidade de manter suas histórias vivas. No meio da guerra, da morte, alguns personagens só desejam contar suas histórias antes de morrerem, uma prova de que já existiram.

É um livro bem melancólico e em alguns momentos a linguagem pode ser um pouco cansativa, mas é bem curto e vale muito a pena
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Biblioteca Álvaro Guerra 20/02/2024

Ancorado em cuidadosa carpintaria poética e fabular, Terra sonâmbula é uma verdadeira aula sobre a velha arte de contar histórias .

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535927016
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cocpfc 17/02/2024

Os sonhos são os olhos que a guerra nos tira
Terra sonâmbula nos mostra que Mia Couto sabe como contar uma história e, como se não bastasse, sabe contar sonhos.

A obra nos permite acompanhar, por meio de duas narrativas distintas, diversos personagens e suas histórias. Por meio de tantas tragédias, viagens e sonhos, Mia Couto mostra não somente que o mundo é um lugar pequeno -- com tantas histórias se cruzando em diferentes momentos -- mas principalmente como a guerra é capaz de acabar com o próprio mundo.

Todos os personagens aqui são fugitivos, dispersam-se num país em ruínas enquanto fogem da guerra, de fantasmas, de um mundo cruel e até de si mesmos. Algumas páginas são carregadas de esperança, de amor e de sonhos; outras são preenchidas por uma tristeza e desistência que apenas a exaustão de sobreviver é capaz. Em tempos de guerra -- como era moçambique, como é o mundo hoje e como talvez sempre tenha sido -- as páginas de Kindzu, Muidinga e Tuahir tornam-se as palavras da própria terra que rasteja por aí buscando renovar-se nos homens capazes de sonhar em meio a tiros.

Em suma, Terra Sonâmbula é um dos exemplares da literatura moçambicana ao retratar o estado de guerra que assolou o país durante o século XX, guerra essa que recheia cada página, cada vida, com o gosto da morte iminente, pois quem sofre de verdade são aqueles que não colocam as mãos e armas. A única possibilidade de paz ofertada a eles parece ser virar sombra.

" [...] tinha que haver guerra, tinha que haver morte. E tudo era para quê? Para autorizar o roubo. Porque hoje nenhuma riqueza podia nascer do trabalho. Só o saque dava acesso às popriedades. [...] Pode até acabar no país, Kindzu. Mas para nós, dentro de nós essa guerra nunca mais vai terminar." Sexto caderno
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Rafaela 14/02/2024

Mto bom! Leitura super interessante
Demorei um pouco pra ler esse livro, mas foi uma leitura realmente supreendente. É uma história cheia de detalhes curiosos e é muito legal conhecer história de Kindzu e Farida.
Achei o plot incrível e nada esperado. Queria mto que tivesse um epílogo com uma cena do Muidinga :(
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Manu368 14/02/2024

Fantástico
"Terra Sonâmbula" é a estória de três homens vivendo em um período de guerra. Ambientado no Moçambique, Mia Couto tece sua narrativa misturando elementos históricos com o mundo fantástico, cheio de coincidências arrebatadoras.

É um livro que te prende do início ao fim. Recomendo demais.
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Krishna.Nunes 12/02/2024

Uma nação em busca do despertar
No final do século XX, Moçambique era como o título desse livro: uma terra sonâmbula. Recém independente do seu colonizador europeu e mergulhado numa guerra civil, era uma nação fragmentada, com muitas culturas e muitos idiomas, que tentava despertar de um estado de dormência.

Fugindo dos constantes ataques de bandos paramilitares que disputavam o poder no país, o velho Tuahir e Muidinga, um garoto que foi salvo da morte, encontram abrigo num ônibus carbonizado à beira da estrada. Ao lado do ônibus estava o corpo de um homem que não morrera no incêndio, mas a tiros. E junto a ele havia uma mala contendo cadernos com os relatos de suas viagens. É através deles que conhecemos o terceiro protagonista, Kindzu, em sua busca para se tornar um guerreiro espiritual e tentar acabar com a guerra.

O livro entrelaça assim duas narrativas que, de maneira dramática e comovente, apresentam ao leitor um cenário de violência e devastação, mas abrigam histórias de amor, magia e esperança. A jornada dos protagonistas é uma experiência intensa de questionamento do ser humano e de si mesmos, enquanto buscam a conexão com as complexidades do mundo ao redor. O conceito de que a terra tem vida e que a estrada se move enquanto os personagens, meros passageiros, estão dormindo, é uma poderosa metáfora. Com sua linguagem inovadora, o texto explora essa relação entre homem e natureza como forma de evidenciar a brevidade das vidas humanas face à obstinação do mundo.

Diante da ameaça da fome e da violência, os diários de Kindzu são como uma fuga da realidade para o menino e o idoso. Um sopro de esperança em que as lendas, a cultura, as línguas e a literatura do seu povo vêm resgatar aquelas duas mentes das lutas do dia-a-dia. A narrativa se desenrola numa corrente sublime, que se vale de lirismo e muita delicadeza para, no final, unir as duas histórias num único fluxo que transforma passado, futuro e onírico em uma só entidade.

Páginas que se transformam em terra e sonhos que se convertem em realidade vão amalgamar Tuahir, Muidinga e Kindzu ao infinito de força e magia que tentarão acordar o país de seu estado de sonambulismo.
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