Terra sonâmbula

Terra sonâmbula Mia Couto




Resenhas - Terra Sonâmbula


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Andre.Trovello 09/08/2021

Tsamina mina eh eh Waka Waka eh eh ... This time for Africa
Ei psiu, você aí! ?
Você mesmo, segurando o celular agora ?
NANANÃO PERAI, NÃO ROLA A PÁGINA PRA BAIXO AINDA ??
Calma, vamo conversar
Isso, abaixa esse polegar devagar ???
Seja lá pelo que você esteja passando, pular essa resenha NÃO é a solução pro seu problema
iiisssooo, respira

Pronto, ta mais calmo?? ?

Ótimo, porque vou te levar numa jornada sensorial repleta de conflito ?, amor ?, lendas ? e muita reflexão ?.
E ai, se interessou???
MARAVILHA
Então segure minha mão, suba nessa reluzente carruagem dourada e vamos de encontro à literatura de elevadíssima qualidade.

"Terra Sonâmbula" é uma obra do gênero realismo mágico (segundo eu mesmo, pois não consultei essa informação, só estou perpetuando meu achismo pelos 4 cantos do mundo), trazida a ele pelo continente que nos forneceu "Mayombe", de Pepetela, e a colossal Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, evento que iluminou a indústria musical com a maior canção da história, Waving Flag - K'NAAN, e culminou na gloriosa ascensão de Shakira, imperatriz-mor da dinastia dos Waka-Wakas.

Tal obra foi cunhada pela bela escritora negra Mia Couto a qual, ao longo de minha trajetória com seu livro, descobri que:
1. É um homem
2. É branco
3. É biólogo
Não que alguma dessas informações tenha impacto na experiência de leitura, mas acho importante mostrar como nomes e estereótipos podem nos fazer ter uma ideia completamente diferente das pessoas.

Enfim, moving on...

No enredo, acompanhamos de perto (bem perto mesmo, ao ponto de, em certos trechos você pensar "ok, eu realmente não precisava saber disso.") a jornada do jovem Muidinga e seu não tão jovem parceiro Tuahir, na luta pela sobrevivência em uma Moçambique tomada pela Guerra Civil.
Logo de início, os protagonistas encontram um "machimbombo", (também conhecido pela classe operária como busão, uma das maiores máquinas de tortura contemporâneas, quando adentrado em horário de pico) queimado e cercado por cadáveres. Ao vasculhar um deles, Muidinga se depara com os diários de Kindzu, aparentemente um dos homens cujo corpo jaz ali e, como um glorioso fofoqueiro, passa a lê-los e descobrir a história de vida do companheiro.
A partir daí, o livro passa a alternar entre capítulos sobre Kindzu e os apuros de Muidinga e Tuahir, misturando realidade com fantasia para revelar todo o passado e presente dos personagens, atando quaisquer pontas soltas que possam estar na cabeça do leitor (e são muitas), entregando um desfecho bastante impactante e bonito.

Mas a trama não se limita apenas aos indivíduos. De uma forma geral, Mia Couto consegue, com sua escrita poetica, descrever as dores da guerra e os gritos de sofrimento, não só de um povo, mas também de uma terra acostumada a sangue e violência, virgem de paz, dando ao leitor um panorama singelo de como é estar sujeito a essa realidade.

Dito tudo isso, leiam esse livro, acho q é uma boa forma de iniciar na literatura africana e conhecer mais sobre esse continente com uma cultura fenomenal, mas que foi tão explorado e marcado por conflitos ao longo do tempo.

VALE MUITO A PENA!

OBS: Na ultima página dessa edição que tá aí, existe um glossário das palavras em idioma africano presentes no livro. Só compartilhando a informação caso alguém não perceba e passe a leitura toda completamente aquém, rodeado pelos fantasmas da ignorância e pela consciência pesada de não ser um poliglota.
(Não que isso tenha acontecido comigo, claro, longe de mim.)

É isso, abraço ?
Bigu 09/08/2021minha estante
Eu amei a abertura


Andre.Trovello 09/08/2021minha estante
Obrigadooo ? kkkkkkkkkkk


Eduarda.Silva 09/08/2021minha estante
eu li na semana passada, eu amei demais ?


Andre.Trovello 09/08/2021minha estante
Ai, ele é sensacional né??


Giselle.Albuquerqu 09/08/2021minha estante
meu deus eu tô rindo muito desse começo KKKKKKK
TUDO ?


Andre.Trovello 09/08/2021minha estante
KKKKKKK obgg ? fico feliz q vc gostouu!!


Anaju 09/08/2021minha estante
Eu amei essa resenha ?? me pegou muito de surpresa ????


Andre.Trovello 09/08/2021minha estante
KKKKKKK obrigadooo ?? amei que vc curtiuu!!


Beatriz 09/08/2021minha estante
Mais uma resenha perfeita do André e choca um total de 0 pessoas? São as melhores da vidaaaa! Queria uma resenha sua para cada um dos livros que já li e para os que tenho vontade de ler também ?


Andre.Trovello 09/08/2021minha estante
Aaaaaa, vc é demaisss ?
Eu q queria ler suas resenhas sobre os livros, isso sim kkkkkkkkk arrasa mtooo


Tenara 11/08/2021minha estante
Achei que ia morrer, muito marketeiro
Arrasou


Andre.Trovello 12/08/2021minha estante
Kkkkkkkkkkkkkkk q bom q vc gostouu, Tenarinha!


annaju 12/08/2021minha estante
Guri, tuas resenhas são geniais! hahahaha ?


Andre.Trovello 12/08/2021minha estante
MT OBG ?? kkkkkkkkkkkkkkkkkk


meumundinhodoslivr 15/08/2021minha estante
AMEI A RESENHAAAA


Andre.Trovello 15/08/2021minha estante
MUITO OBRIGADO ?


Nai 21/08/2021minha estante
Que resenha maravilhosa kkkkkkkk arrasou demais, parabéns!!!! Queria ter lido antes pra saber a info do glossário ???


Andre.Trovello 21/08/2021minha estante
Obggggg ???
Eu tb, fiquei mt frustrado quando descobri kkkkkkkkkkkkkkkk


Geovana Rodrigues 12/09/2021minha estante
Se não é uma das melhores resenhas que eu já li!


Andre.Trovello 12/09/2021minha estante
Kkkkkkkkkkkk mtooo obgggg ???


Anne 14/09/2021minha estante
Mano a resenha me pegou de surpresa,amei ?


Andre.Trovello 14/09/2021minha estante
Aaaaaaa, mttt obrigadooo ???


hylle 21/09/2021minha estante
Ok, agora eu quero ler esse livro só por essa resenha incrível


Andre.Trovello 22/09/2021minha estante
KKKKKKK MT OBG ?
Leiaa, vale mt a penaa!


thali 14/10/2021minha estante
Acho que foi a resenha mais divertida que eu já li! Hahahaha


Andre.Trovello 14/10/2021minha estante
Mt obggg ???
Eu amei seu perfil no insta tbb!!!


Helena 26/10/2021minha estante
li "Venenos de Deus, Remédios do Diabo, do Mia Couto. Acho importante pontuar que ele é um homem branco! Também fiquei com essa impressão, acredito que os livros dele sejam bastante "sensoriais"(?) ansiosa pra ler Terra Sonâmbula! Ótima resenha


Andre.Trovello 26/10/2021minha estante
Obrigadooo moçaa ??
Espero q vc gostee, a escrita dele é mt gostosa!


Tiii 15/12/2021minha estante
Mds essa é a melhor resenha que eu já li na minha vida!!!!


Andre.Trovello 17/12/2021minha estante
Aaaaa, mto obgg ???


Lu 05/02/2022minha estante
essa foi a melhor resenha que eu já li


Andre.Trovello 07/02/2022minha estante
Aaaaa obrigadoooo ???


@refugionasestrelas 27/02/2022minha estante
Essa é definitivamente a melhor resenha de todos os tempos KKKKKK ??


Andre.Trovello 01/03/2022minha estante
@refugionasestrelas MTMT OBGG ??


Biggie 03/03/2022minha estante
Me convenceu kkk


Andre.Trovello 04/03/2022minha estante
@Biggie q bommm manooo kkkkkk leia, vale mt a pena!!


Rachel.Takahashi 14/04/2022minha estante
SENSACIONAL!!! (haushaushshshdhahaush)


Andre.Trovello 14/04/2022minha estante
@Rachel OBRIGADOOO ??


Gabs 19/08/2022minha estante
A melhor resenha que eu li na vidaaa sem dúvida nenhuma
Ja sei q livro vou comprar na book friday KSKSKWJ


Andre.Trovello 27/08/2022minha estante
@gabs KKKKKK mto obgg moçaaaa!!
Espero q vc compre e gostee!


Emi 13/03/2023minha estante
Hahahahahaha pronto, quero ler o livro e um SEU tb, cadê? Hahahahah melhor resenha


Andre.Trovello 29/03/2023minha estante
@Emi mto obrigadooo ??
Mas acho q um livro meu vai ser dificil de sair, viu kkkkkkk


Emi 01/04/2023minha estante
Lendo aqui todas as suas resenhas lkkklk amandoooo kkkkk


Andre.Trovello 07/04/2023minha estante
@Emi aaaaaaaa, mto obrigadoooo ??????


Natty 10/04/2023minha estante
Rapaz, você me deixou mais curiosa pra conhecer a escrita do Mia Couto.


Lua 24/11/2023minha estante
A resenha inteira é simplesmente incrível! Parabéns. Deste autor só li "O último vôo do flamingo", alguns contos e poemas esporádicos. Terra sonâmbula está lista com certeza, principalmente depois dessa dose de motivação.


Lua 24/11/2023minha estante
Queria enviar essa resenha para algumas amigas. Como faço? ?




Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

Terra sonâmbula, de Mia Couto – Nota 10/10
Publicado em 1992, no mesmo ano em que teve fim a guerra civil moçambicana, o primeiro romance de Mia Couto é o relato da busca pela identidade de uma nação assolada pela guerra. Considerada uma das melhores obras da literatura africana do século XX, o cenário da narrativa é a terra árida e destruída, povoada por indivíduos sem memória ou perspectiva de vida. Com uma escrita extremamente poética e onírica, o autor consegue transmitir ao leitor a sensação de caos e abandono vivenciada por cada um dos personagens por ele construído.

A história tem início com as andanças - sem destino - de Muidinga, um jovem que esqueceu seu passado, e Tuahir, um velho sábio. Tentando fugir da guerra, os dois personagens se deparam com um ônibus queimado, repleto de corpos carbonizados. Próximo de um dos corpos, Muidinga descobre um diário e logo começa a lê-lo. O diário foi escrito por um jovem chamado Kindzu, que vivenciou por muitos anos a guerra civil que destruiu seu país. A partir disso, os capítulos vão se alternando entre, de um lado, a relação do garoto e do velho sábio, e, de outro, as aventuras de Kindzu.

Ao longo de toda a obra, Mia Couto mistura de uma forma incrível a realidade com a fantasia. Na verdade, tanto para Muidinga e Tuahir, como para Kindzu, a fantasia e o sonho servem como uma fuga para a dura realidade em que vivem. Enquanto a leitura do diário pode levar o garoto e o velho para um outro cenário, em que a fome e a solidão não são nem mesmo sentidas, Kindzu sonha em ser um guerreiro lendário, como se isso pudesse dar um sentido à própria vida.

Nesse meio tempo, somos apresentados a novos personagens, alguns mais marcantes que outros, mas todos com uma mensagem a ser passada. A leitura não é fácil, com frases densas e repletas de figuras de linguagem, o que demanda uma atenção maior. O leitor deve se deixar levar pela imaginação poética de Mia Couto, sem se importar com o que é ou não real - se é que podemos fazer essa distinção. Só assim será possível perceber a excepcionalidade da obra que se tem nas mãos.

site: https://www.instagram.com/book.ster/
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DIRCE 09/01/2014

Terra Sonambula: poesia que brotou da terra.
Eu sempre me considerei um tanto quanto Gabriela( ... Eu nasci assim, eu cresci assim/Eu sou mesmo assim/Vou ser sempre assim/Gabriela, sempre Gabriela...), mas meu gosto literário mudou de forma vertiginosa nos últimos tempos.
Literatura fantástica (excetuando A Casa dos Espíritos da Isabel Allende) era algo que eu não conseguia entender e tampouco gostar – Cem Anos de Solidão que o diga. Porém, fui seduzida por esse gênero de literatura, quando conheci a literatura de José Luiz Peixoto por meio do livro Nenhum olhar. Que bom para mim! Que bom ter sido seduzida por esse gênero de literatura! Que bom que JLP, assim como Mia Couto, sejam escritores de língua portuguesa! E é dele: de Mia Couto que vou “falar”.
Mia Couto, desde o primeiro livro que li, entrou na galeria dos meus favoritos e a leitura que fiz o livro Terra Sonambula serviu para reiterar minha admiração por esse escritor de sensibilidade impar.
Logo nas primeiras linhas da leitura do romance, me vi refletida em um verso de uma música do Jorge Mauter: “ ... O coração tem moradia certa/Bem aqui no meio do peito/Mas é que comigo/A anatomia ficou louca/E sou todo, todo, todo, mas todo... Coração)
E todinha coração, me vi transportada para a década de 90 para uma terra violentada pelas guerras (da libertação do domínio colonial e civil) e, é nessa terra inóspita que surgem o menino Muidinga e seu salvador: Tuahir. Ambos buscam refúgio em um ônibus queimado onde encontraram corpos carbonizados e ao enterrá-los, Muidinga se depara, próximo a um cadáver, com um caderno – era o caderno do Kindzu, o jovem que queria se tornar um naparama para combater os fazedores de guerra. Esses são os narradores: Muidinga, Tuahir e Muidinga, Tuahir. Narradores que contam histórias de um povo sofrido que se confronta com vilões difícil de serem combatidos: guerras, enchentes, estiagem, ódio, solidão e miséria, restando-lhe nada além da ousadia – ousar em seu sonhos e desafios.
As histórias são contadas por meio de alegorias, tanto pelas vozes do Muidinga e Tuahir como pelo caderno do Kindzu. E existem alegorias comoventes como Farida - a bela mulher filha do céu, e o ancião Siqueleto que queria semear pessoas.
Bem, comecei este meu comentário falando de mudanças, e as mudanças estão presentes no romance: vidas que se entrelaçam e se modificam, paisagens (ainda que Muidinga e Tuahir caminhem apenas em círculos) sofrem continuas transformações e também os olhares das personagens são modificados. Terra Sonambula é também um livro de viagens e eu fui conduzida a uma viagem por meio de uma prosa escrita com poesia que brotou da terra.

Observação em 02/11²019: E eu não me lembrava da pulguinha atrás da orelha que Mia deixou nesse livro ( relativo ao irmão, de fato, do menino Muidinga)
Renata CCS 13/01/2014minha estante
Nossa Dirce! Pela sua resenha, o livro parece apaixonante!


Ladyce 28/01/2014minha estante
Vai para minha pilha, graças à sua resenha... Obrigada!


Catharina 28/01/2014minha estante
É uma obra incrível, sem dúvida. Compartilho de suas impressões.


Arsenio Meira 24/02/2014minha estante
Opa Dirce, que ler sua resenha deu vontade de reler o Mia! (principalmente esse trecho: "... Esses são os narradores: Muidinga, Tuahir e Muidinga, Tuahir. Narradores que contam histórias de um povo sofrido que se confronta com vilões difícil de serem combatidos: guerras, enchentes, estiagem, ódio, solidão e miséria, restando-lhe nada além da ousadia ? ousar em seu sonhos e desafios. "

No alvo.
Abraços
Arsenio


Zouza 22/12/2015minha estante
Não usaria outras palavras para descrever a escrita de Mia Couto.
Ótima resenha,Dirce,


Diego361 04/10/2020minha estante
Qual o melhor livro para ler primeiramente dele? Estou em dúvida se começo por "Terra sonâmbula" ou "Um rio chamado tempo...". De quebra, vc pode me dizer qual dele é o seu favorito? rs




Katia Rodrigues 09/03/2023

Hipnotizante
Leitura maravilhosa!!! Mia Couto é um hipnotizador... Suas páginas poéticas, subjetivas de infinitas fantasias como num sonho nos aproximam, com o imediatismo de uma obra de ficção, a transmutar a realidade da vida em tempos de guerra em uma maravilhosa viagem onírico.

"Rindo as alegrias acontecem"

Traço curioso da literatura de Mia é que mesmo se fosse ruim seria bom (kkkkkkk). Isso porque Mia faz parte do grupo de autores nos quais a maneira de contar iguala forças ao que se está contando. Por vezes até assumindo o foco a ponto de quase abolir a importância do que está sendo contado. Portanto, você tem o dobro de chances de gostar dele.

Ig: @_katia__rodrigues_
Emilia 10/03/2023minha estante
Já vou botar na minha lista ??


Katia Rodrigues 10/03/2023minha estante
Yeahhhhhhhh! Q massa! Espero q goste ?


gabriel 11/03/2023minha estante
Meu interesse por Moçambique tem crescido com o mais recente "boom" de canais sobre o tema no YouTube. Mia Couto está na minha lista com ctz. Valeu pela resenha! (PS: grandes autores realmente ganham uma "autoridade", são capazes de fazerem o ruim, bom).


Katia Rodrigues 11/03/2023minha estante
Gabriel, acrescenta na lista os livros de poesia dele. Infelizmente, publicados aqui no Brasil só tem dois " Tadutor de chuvas" e "Poemas escolhidos" ??


Katia Rodrigues 11/03/2023minha estante
Ahhh! Tem vários livros dele disponíveis no Biblion ( Biblioteca digital gratuita de São Paulo)


gabriel 11/03/2023minha estante
Bom dia! Valeu, vou checar


Katia Rodrigues 11/03/2023minha estante
?


Anthony 28/03/2023minha estante
Mia couto é bom demais. Esse livro é perfeito.


Katia Rodrigues 28/03/2023minha estante
Concordo, Anthony! Tô planejando ler vários dele esse ano. O próximo vai ser O fio das missangas.




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Daniel.Prattes 15/04/2022


Mia Couto escreveu um livro sobre estradas. A estrada na narrativa do homem e do menino atravessa um terreno desolado e despovoado, com veículos incendiados e bandos de saqueadores.

A estrada nos cadernos que eles encontram é o caminho entre as linhas escritas à mão em direção ao amor e ao seu significado, em parte em um mundo espiritual por um jovem chamado Kindzu.

O caos e o sofrimento causados pela Guerra Civil Moçambicana revelam o quanto muito de sua população se encontra desolada em sua própria terra. As sequências de sonhos e momentos do mundo espiritual elevam esta história acima da dura realidade do mundo, mas não removem os personagens dela, assim como o sono não apaga a dor que o corpo ainda guarda.

É um livro bonito, mas melancólico.

A história, neste caso, nem sempre é tão importante quanto a forma como é contada. Acho que esse pode ser o erro de quem acha o livro monótono. No universo etéreo do livro, alimentado pela tradição oral, a racionalidade da palavra escrita é deixada de lado para favorecer uma abordagem mais imediata - a da sensação, não do pensamento -, a do gosto pela palavra ainda na boca.

É um livro cujo enredo é formado pelas sensações que causa, no movimento etéreo de mostrar o elemento antes dele dissolver-se no próximo parágrafo.

Mia Couto não deve ser lido pela complexidade e entretenimento de uma história coesa e sequencial, mas sim pela qualidade contemplativa que está presente em cada página, evitando os adjetivos, mas exemplificando o coser de sua arte através do uso de verbos.

É uma escrita traumática, esvicerada por poesia.
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Rocier 20/07/2021

Mia Couto e sua esplêndida escrita.
"O destino que é senão um embriagado conduzido por um cego?"
Não há mais nada o que dizer dessa fábula. Mia escreve de um jeito leve e pesado ao mesmo tempo que tudo é simples e/ou complexo.
A forma como a história é contada também ajuda a entender muito sobre seu objetivo com este livro. Não há nem o que dizer sobre o desfecho, o autor te faz pensar que coisas ficam no ar, entretanto, no fim tudo se entrelaça.
Uma história que vale muito a pena de ser lida. Com certeza esse foi o primeiro de muitos de Mia Couto que lerei.
Sara Sousa 20/07/2021minha estante
Amo tanto Mia Couto ? gostou do livro?


Rocier 20/07/2021minha estante
Amei demais.




Dadá 20/12/2021

Maestria de Mia Couto
Li esse livro com um grupo de leitura coletiva e foi meu primeiro contato com o Mia Couto. Fiquei apaixonada com a "poesia" (vou chamar assim) que ele cria ao fazer junção de palavras e inserir um contexto.
O livro conta a história de um homem adulto e um menino fugindo da guerra em Moçambique que encontram um ônibus numa estrada e se refugiam ali. Ao encontrarem alguns cadernos, eles passam o tempo lendo a história.
No decorrer do livro, o leitor brasileiro pode sentir dificuldade por ter palavras do português moçambicano e também pelo entrelaçamento da história, mas vale a pena persistir na leitura, conhecer outra cultura e imergir neste país.
Guilherme.Gomes 20/12/2021minha estante
Oi


Guilherme.Gomes 20/12/2021minha estante
Tem interesse em trocar alguns livros?


Edu 20/12/2021minha estante
é um livro belíssimo, já li três do Mia Couto e todos foram incríveis


Dadá 20/12/2021minha estante
Boa tarde, Guilherme! Sim, possuo alguns para troca.
@Edu você tem razão. Gostei e pretendo ler outros.


Guilherme.Gomes 20/12/2021minha estante
@dadá quais vc tem?


Guilherme.Gomes 20/12/2021minha estante
@dadá me chama no Instagram guilherme_gomes0608




Geraldo Marçal 11/06/2021

Terra Sonâmbula, busca a paz e restauração do nó existencial
Terra Sonâmbula é um romance do escritor africano Mia Couto, que foi publicado em 1992. É considerada uma das melhores obras africanas do século XX. O título da obra faz referência à instabilidade do país e, portanto, à falta de descanso da terra que permanece ?sonâmbula?.

Sonâmbula, a terra se embrenha em uma dolorosa jornada em busca da paz roubada pela querra e em busca da restauração do nó afetivo instalado no peito, com o qual todos nascem e se perde no parto.

A jornada dramática e dolorosa da terra, inevitavelmente, arrasta consigo seus residentes, marcando profundamente seus corpos, almas e corações, fazendo-os experimentar os mais terríveis sentimentos .
Gica Brombini 27/01/2022minha estante
Li "Terra Sonâmbula" para uma matéria da faculdade, e devo dizer que me apaixonei. É um livro muito bom, e que cresceu ainda mais depois do estudo que fiz da obra.




Daniel Pedrosa 04/04/2022

A dor da guerra...
Um livro que faz uso do realismo fantástico para mostrar a dor de um país que viveu mais de 15 anos em guerra...

Resenha em vídeo no link: https://youtu.be/yEIenmp3byQ
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giovana 28/09/2022

?não é o destino que conta mas o caminho.?
uma história que traz reflexões sobre o nosso presente. o livro é cheio de passagens que te fazem pensar e questionar não só o ?você? como indivíduo, como também o ?você? na visão de uma sociedade.

apesar da linguagem ser bem complexa e gerar um pouco de confusão devido à presença de vários personagens, a leitura em um geral foi bem interessante. definitivamente esse foi o meu preferido de todos os livros da fuvest que li até o momento!
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Krishna.Nunes 12/02/2024

Uma nação em busca do despertar
No final do século XX, Moçambique era como o título desse livro: uma terra sonâmbula. Recém independente do seu colonizador europeu e mergulhado numa guerra civil, era uma nação fragmentada, com muitas culturas e muitos idiomas, que tentava despertar de um estado de dormência.

Fugindo dos constantes ataques de bandos paramilitares que disputavam o poder no país, o velho Tuahir e Muidinga, um garoto que foi salvo da morte, encontram abrigo num ônibus carbonizado à beira da estrada. Ao lado do ônibus estava o corpo de um homem que não morrera no incêndio, mas a tiros. E junto a ele havia uma mala contendo cadernos com os relatos de suas viagens. É através deles que conhecemos o terceiro protagonista, Kindzu, em sua busca para se tornar um guerreiro espiritual e tentar acabar com a guerra.

O livro entrelaça assim duas narrativas que, de maneira dramática e comovente, apresentam ao leitor um cenário de violência e devastação, mas abrigam histórias de amor, magia e esperança. A jornada dos protagonistas é uma experiência intensa de questionamento do ser humano e de si mesmos, enquanto buscam a conexão com as complexidades do mundo ao redor. O conceito de que a terra tem vida e que a estrada se move enquanto os personagens, meros passageiros, estão dormindo, é uma poderosa metáfora. Com sua linguagem inovadora, o texto explora essa relação entre homem e natureza como forma de evidenciar a brevidade das vidas humanas face à obstinação do mundo.

Diante da ameaça da fome e da violência, os diários de Kindzu são como uma fuga da realidade para o menino e o idoso. Um sopro de esperança em que as lendas, a cultura, as línguas e a literatura do seu povo vêm resgatar aquelas duas mentes das lutas do dia-a-dia. A narrativa se desenrola numa corrente sublime, que se vale de lirismo e muita delicadeza para, no final, unir as duas histórias num único fluxo que transforma passado, futuro e onírico em uma só entidade.

Páginas que se transformam em terra e sonhos que se convertem em realidade vão amalgamar Tuahir, Muidinga e Kindzu ao infinito de força e magia que tentarão acordar o país de seu estado de sonambulismo.
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Pavozzo 18/12/2021

Realismo mágico
É uma história circular, que termina onde começa e explica (será mesmo?) a origem de algumas coisas.

Há muita criatividade na escrita e no estilo que, apesar de "realista", mistura o sensível com o onírico.

A atmosfera de desesperança e da ausência de sentido, no entanto, sugam-me o vigor e o entusiasmo de dar uma nota mais alta.
gustavo 23/12/2021minha estante
Eu fiquei um pouco perdido no meio do livro... Não tenho problema com a experimentação da linguagem de nenhum autor, mas nesse livro, especificamente, eu achei bem cansativo o uso pela ausência de sentido em muitas partes da história


Pavozzo 23/12/2021minha estante
Oi gustavoh! Se me permite dizer, suspeito que essa "ausência de sentido" seja, em parte, proposital.

Já que a história se passa durante os fins da guerra entre Moçambique e Portugal, imagino que o autor procurou transmitir-nos essa sensação de "crise de identidade" - o não saber quem você é - que o povo do país dele passou naquele momento histórico.

O país segregava-se de Portugal, pois bem: o que é ser Moçambicano? Precisavam de uma identidade nacional e não tinham...

Note que a história segue uma personagem que está busca de um "dever" - o querer ser alguma coisa. Enquanto que uma outra quer saber sobre o seu próprio passado - quem ele já é? (Ou era!).

Mesmo aceitando essas considerações, não fiquei entusiasmado com a história. Eu esperava um "fim" ou, melhor dizendo, uma solução para essa desesperança que permeia o livro.

Espero não estar viajando muito. E desculpe-me pelo longo texto. ?


gustavo 24/12/2021minha estante
Faz sentido, eu não tinha parado para pensar dessa forma. Mesmo assim, a história não me conquistou muito?




Mari.Zaneti 30/10/2022

O que falar sobre esse livro?
É verdade, eu li esse livro só porque fui obrigada, mas querendo ou não foi uma experiência doida.
Esse livro foi surto atrás de surto, lendo sem querer ler, quase desisti umas 5 vezes, mas eu terminei.

O livro tem uma história muito fantasiosa mas muito real também, e não foi ruim, mas foi estranho?... n sei nem descrever o que foi.
Enquanto eu lia eu realmente me perguntava se o livro que eu tava lendo era pra escola, porque tinha cada cena que ??
Spoiler daqui pra baixo
Tinha morte de tudo que é tipo, o véio que morreu colocando o dedo no ouvido, o próprio Muidinga que quase morreu de batata zuada, o cara que morreu de mijo, além da pura pegação, mesmo que em cenas um pouco implícitas, era todo mundo dormindo com todo mundo, até com fantasma (tbm n entendi), enfim, por isso foi um misto de emoções ler esse livro

Quer ler algo diferente do que você lê normalmente, leia esse livro?
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Sayuri 16/07/2021

O retrato da guerra
Esse livro é inserido no contexto da guerra em Moçambique. Gostei da estrutura do texto ser uma parte da relação entre o menino e o tio e no outro ser as histórias lidas nós escritos que eles encontraram. A escrita do Mia Couto é bem fantasiosa, o que condiz bastante com o escape que todos os personagens fazem na tentativa de dar significado à vida em um contexto de guerra, de degradação da condição humana e das relações sociais.
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