Anna Laitano 29/06/2013Gênio?Como a maioria das pessoas que leu
A Culpa é das Estrelas, fiquei curiosa para ler mais do autor. Embora o primeiro livro não tenha me levado às lágrimas - diferente de muitos - pelo menos foi uma leitura rápida e muito gostosa, que pude recomendar a todos. Então, aproveitei que a Intrínseca estava lançando O Teorema Katherine, e decidi partir para o que deveria ser uma ótima leitura. Infelizmente, talvez minhas expectativas estivessem muito altas.
Não,
O Teorema Katherine não é de jeito nenhum um livro ruim. Mas, tampouco é o livro genial que ACEDE foi. Embora os personagens sejam interessantes, nenhum deles é tão cativante quanto os do primeiro. Colin, o protagonista, pode chegar a ser um pouco irritante, inclusive.
Os capítulos se intercalam entre o presente - após o último fora que Colin levou de K-19 - e lembranças do passado dele com todas as outras Katherines. Muitas dessas histórias porém, poderiam facilmente ser tiradas. Sim, elas dão a noção de quanto Colin é ruim para relacionamentos, mas não fariam falta se não estivessem ali tampouco. A histórias das principais Katherine seriam o suficiente, em minha opinião.
Os cálculos também são uma parte bastante importante da história, uma vez que Colin é um menino prodígio e está tentando colocar a tendência dos relacionamentos em uma fórmula que poderá prever não apenas quando um relacionamento irá terminar, mas também quem do casal irá terminá-lo. Para explicar os cálculos, o autor recorre a diversas notas de rodapé, que por vezes se misturam com as notas de tradução e desviam o foco da história principal. Aliás, há um apêndice no final para explicar a matemática aplicada no livro. Não é que você precise entender matemática para entender o livro, mas entender o funcionamento do Teorema, ajuda a compreender o caminho que o personagem está tomando, então as notas te deixaram no mínimo curioso.
O cenário principal é o Texas, que como retratado anteriormente em diversos filmes, é um estado quente e com um estilo mais "interior". Os personagens têm até sotaque! Achei bem legal, embora pareça um pouco forçado quando traduzido.
O romance é um pouco óbvio, mas não chega a ser exatamente forçado. Confesso que não me fez suspirar ou ansiar, mas tampouco me fez torcer o nariz. Ficou na média, como todo o resto.
Por fim, não posso deixar de comentar que a tradutora fez um excelente trabalho com este livro, especialmente visto que Colin também tem o talento de anagramatizar e que tal tarefa não foi simples, pois não basta uma mera tradução. Em casos como esse, o tradutor tem que recriar, mantendo o sentido fiel ao original, o que pode se revelar um trabalho e tanto para ele, mas fiquei bastante satisfeita neste quesito.
Então a dúvida que fica é a seguinte: John Green é tão genial quanto dizem, ou teve apenas uma história de sorte? Pretendo ler outro livro dele para tirar essa dúvida o mais rápido possível. Então, em resumo, este livro pode decepcionar como primeiro contato, se você ouviu mil e uma maravilhas sobre o autor. E, se você já o conhece, talvez seja melhor mergulhar sem expectativas, assim você só poderá ter a ganhar.
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