Lahlavrac 04/02/2024
Pequeno em tamanho, grande em importância: uma leitura de Maquiavel Pedagogo, de Pascal Bernardin
O livro Maquiavel Pedagogo, de Pascal Bernardin, oferece uma análise perspicaz e crítica das diretrizes educacionais globais, conectando-as a sistemas totalitários e esboçando uma estrutura mundial de doutrinação, controle e domínio psicológico das massas. Ao examinar a obra, é possível compreender a profundidade das preocupações do autor em relação aos impactos nefastos de abordagens não-cognitivas na educação, o que sugere uma perda significativa na formação intelectual das gerações futuras.
O autor inicia sua exposição revelando experimentos psicopedagógicos perturbadores, destacando a relevância desses eventos não apenas como narrativa ficcional, mas como acontecimentos reais enfrentados por educadores e estudantes. Essa introdução chocante prepara o terreno para uma análise mais aprofundada da revolução psicopedagógica e sua relação intrínseca com os objetivos do globalismo.
A construção histórica e lógica apresentada por Bernardin destaca a interconexão entre a revolução psicopedagógica, as ideias criptocomunistas e os princípios democráticos. De maneira convincente, o autor argumenta que a psicologia moderna está sendo aplicada sistematicamente para minar a educação tradicional, favorecendo o ensino não-cognitivo em detrimento da formação intelectual. Essa análise contextualiza as práticas educacionais contemporâneas e instiga uma reflexão sobre os rumos da pedagogia.
A abordagem crítica de Bernardin não se limita a uma visão localizada, estendendo-se às influências internacionais, como evidenciado pelos trechos de documentos da Unesco e do Conselho da Europa. Essas citações revelam a presença marcante de diretrizes que visam não apenas à educação, mas à própria psique das sociedades. A resolução de 1992 do Parlamento Europeu, por exemplo, destaca a ênfase na implicação dos pais na educação das crianças, revelando uma abordagem que visa a reduzir a “resistência à mudança."
A crítica de Bernardin também se estende ao papel dos grupos de pares na socialização e formação das crianças, sugerindo que a crescente influência desses grupos é resultado de uma política deliberada de socialização deliberada. Esta análise não apenas lança luz sobre o impacto das práticas educacionais, mas também questiona a autonomia de pensamento e a formação de opinião independentemente de doutrinações precoces.
Ao examinar as influências ideológicas, o autor aborda a figura de John Dewey como uma peça-chave na pedagogia moderna. Destaca-se a crítica contundente de Dewey à inteligência e à cultura, apontando para a desvalorização do pensamento individual e da instrução em favor da socialização. Bernardin, ao vincular Dewey à formação da Unesco, ressalta a importância dessas conexões intelectuais na propagação de ideias revolucionárias.
A obra culmina com a apresentação de citações da Unesco que propõem uma dicotomia educacional entre a massa e a elite. Essa visão, segundo Bernardin, perpetua a dualidade social e a submissão psicológica, indicando que a sociedade moderna, sob certas perspectivas, prescinde de um grande número de pessoas instruídas.
Em conclusão, Maquiavel Pedagogo, de Pascal Bernardin, é um trabalho penetrante e crítico que lança luz sobre as intricadas relações entre a educação contemporânea, o globalismo, as ideologias criptocomunistas e a democracia. A obra incita uma reflexão profunda sobre os rumos da pedagogia, evidenciando a importância de preservar a formação intelectual e a autonomia de pensamento em meio a um cenário educacional global em constante evolução.
Nota 8,0 para esse livrinho.