Resenhas - A Dama das Camélias

Luciano 16/04/2020

"Um documento social, mas sobretudo um belo hino ao Amor."
Fica difícil evitar comparações entre Marguerite e a protagonista de Lucíola, do Alencar. Tanto a Dama das camélias quanto Lúcia eram boas demais para a sociedade em que viviam, contra qualquer expectativa daqueles que as viam apenas como cortesãs.

Thiago Duarte 08/11/2022

O ofício do amor
"Mas ser realmente amado por uma cortesã é uma vitória muito mais difícil. Nessas mulheres, o corpo desgastou a alma, os sentimentos queimaram o coração, a devassidão endureceu os sentimentos."

Escrito por Alexandre Dumas (filho), A Dama das Camélias é um romance que narra a história de uma paixão tragicamente impossível entre as personagens Armand Duval e Marguerite Gautier. Emocionante e apaixonante, Dumas (filho), sob uma influência das características românticas, retrata nessa obra não só o "documento social", como diz a sinopse dessa edição, mas também a sensibilização do amor, o qual é visto como controverso, entre as personagens e mais do que isso a humanização da nossa queria heroína Marguerite Gautier.

A história é contada por um narrador desconhecido que, ao visitar o leilão do imóvel e móveis da nossa heroína Marguerite Gautier a qual logo na primeira página já é dada como morta, compra um objeto de grande valor que foi lhe dada. É a partir desse momento que temos então Armand Duval cheio de remorso indo ao encontro desse narrador para conseguir de volta esse objeto de grande valia e assim contando a história a conturbada história que tivera com madame Gautier para o contador da história, fazendo então com que ele narre a história da forma mais verídica possível ao leitor.

Nessa narrativa ambientada em Paris, temos Armand Duval um jovem burguês formado em direito que, indo ao teatro um dia, se depara com Marguerite Gautier o que o faz ficar apaixonado por ela. Por sua vez, Gautier era, na infância, uma menina pobre e simples, mas que, quando se tornou jovem, além de ficar bela, tornou-se cortesã, ou seja, tivera como ofício a prostituição, o que a proporcionou uma vida bem luxuosa e ser a mais cobiçada pelos parisiense, porém também uma vida cheia de dívidas. É nesse conflito de diferença de castas que Dumas (filho) fará o leitor mergulhar em uma profunda história de amor e infelicidade.

Talvez um dos pontos mais marcantes dessa leitura é o contraponto que o autor traz ao retratar as nossas personagens. Em Duval, por mais que tenhamos um mocinho apaixonado e que fará de tudo para conquistar a nossa heroína, temos também a maldade que causa a Gautier devido a seu constante ciúme, mesmo Marguerite fazendo um acordo com ele de que não poderá ter esse sentimento pois esse é seu ofício e ela não quer que ele pague para tê-la como sua mulher, mas sim apenas a ame. Por sua vez, embora a nossa heroína Marguerite leve uma vida imoralmente libertinosa por conta do seu ofício de prostituta, ela é tratada como uma mulher diferente de todas as outras, sendo assim humanizada a todo momento por conta de seus sentimentos por Armanda já que o objetivo dela é quitar todas as suas dívidas para assim não precisar mais trabalhar como prostituta e poder viver com Armand.

marianasb 10/08/2020

O que leva um livro, depois de tanto tempo, permanecer um clássico da literatura mundial? Seriam as palavras tão bem escolhidas que compõem cada linha e parágrafo? Seria os sentimentos dos personagens, que acabam nos envolvendo ao ler? Seriam as aventuras que vivem e as lições que podemos tirar delas? Talvez seja tudo isso. A história de Marguerite e Armand é incomum, e se mostrou em muitas situações uma paixão excessiva e problemática. Mas tirando isso, gostei muito da leitura e indico para quem quer sentir essa atmosfera de uma sociedade parisiense de antigamente.

Guilherme 06/03/2021

Bom
Um bom livro até aqui, acredito que muito progressista para época em que foi escrito.

Ju 26/08/2021

Incrível
Primeiro livro que leio desse autor, já virei fã.
Alexandre Dumas Filho conta a história de um rapaz que se apaixona por uma cortesã linda e elegante.
Pela capa vc diz, - vai ter senas eróticas.
Só que não. A história é linda de chorar.
Amei a escrita, amei a personagem.
Dumas Filho escreveu uma parte de sua vida nesse livro.

Bia 25/04/2022

Dama das camélias
Confesso que ao escolher essa obra esperava encontrar um romance rebuscado e moralista. Porém minha surpresa se deu ao me deparar com uma leitura descomplicada, além de apresentar uma história clássica, com direto a personagens de sentimentos intensos, prontos a qualquer momento para um sacrifício em razão de remição ou por motivos egoísta que só a paixão explica.
Armand e Marguerite cada um com o seu jeito de sentir, separados por uma tabu, fruto de seu meio com estigmas sobre o ombro, mais do que eles próprios era ali um burguês uma cortesã.

Beame 17/04/2023

Uma história intensa sobre um relacionamento distorcido
Tenho pena de Marguerite, que teve um final tão triste.

Armand mesmo sabendo desde o início como era sua vida, vivia com tanto ciúmes que sempre estava punindo ela e depois se ajoelhando em seus pés para pedir perdão.
Nos últimos capítulos do livro fica nítido a infantilidade dele.

Não inválido o que sentiram um pelo outro, muito menos um livro tão clássico, mas é claramente um relacionamento cheio de furacões.

@blogcoisasdepaloma 28/09/2020

A dama das camélias #blogcoisasdepaloma
A Dama das Camélias foi escrita por Alexandre Dumas Filho e publicada em 1848. É importante não confundi-lo com Alexandre Dumas, seu pai, autor de O Conde de Monte Cristo e Os Três Mosqueteiros.

Eu sempre tive curiosidade em ler este livro mesmo antes de saber sobre o que a história se trata, mas acabei esquecendo-o durante um tempo, como sempre fazemos com vários livros.

A Dama das Camélias conta a história de amor entre Marguerite Gautier e Armand Duval, dois jovens que viveram um amor proibido, pois a moça era cortesã, uma mulher da vida? ou seja, uma prostituta, que acumulara dívidas pra sustentar o seu luxo.

O primeiro detalhe que me chamou a atenção, é que Armand narra sua história de amor para um conhecido, que escreve para nós como um intermediário. Há também riqueza de detalhes e exageros melancólicos. Tanto Marguerite quanto Armand são dramáticos, expoem seus sentimentos de maneira avassaladora como se não pudessem perder um segundo sequer de amor.

Ambos sentem um amor juvenil, imediatista, exacerbado, imprudente? são capazes de fazer loucuras para ficarem juntos, sem medo das consequências. Mas, há muitas coisas que impedem essa união e o casal precisa tomar uma decisão.

"Quando a existência adquire um hábito como o daquele amor, parece impossível que tal hábito se perca sem que se percam, ao mesmo tempo, todas as outras forças da vida"

clara.acalegari 22/03/2021

É possível se apaixonar por personagens.
Não se pode criticar a vida. Esse livro é uma história real, eu até poderia reclamar de algumas atitudes dos personagens, mas não faz sentido para mim.

"Por menor seja o tempo que me resta viver, viverei por mais tempo que irá me amar."

Só saibam que é um livro muito belo e que vale a pena ser lido, que triste fim Marguerite teve!

Ari Phanie 27/03/2024

Comovente


Não sou grande fã de livros de histórias românticas. Leio uma vez ou outra, mas normalmente me decepciono. No entanto, quando se trata de histórias de amor clássicas, quase nunca isso acontece. Mesmo quando a temática já tenha se repetido em outros livros, é quase certo que eu vá gostar. E o mais legal quando se trata de clássicos é que eu provavelmente vou curtir todas as categorias: enemies to lovers, friends to lovers, slow burning, etc. A Dama das Camélias está na categoria "amores impossíveis", e esse já foi um tema bastante batido entre autores contemporâneos com suas histórias de namorados com doenças terminais, e etc. O clássico mais conhecido nessa categoria é, sem dúvida, Romeu e Julieta. Mas felizmente, eu gostei mais da história de amor fadada ao fracasso do Dumas Filho do que do Shakespeare.

A sinopse do livro é simples: jovem fidalgote sem muita grana se apaixona por uma cortesã cara e super cobiçada. Logo de início, sem delongas, já sabemos que a história não vai ter nenhum final feliz. E eu até achei que assim era melhor, mais fácil para que não houvesse como me apegar, mas na metade da história, eu já estava tão envolvida pelo caso de Marguerite e Armand que estava torcendo para um final diferente. Claro, não há um, mas toda a trajetória é bem bonita de acompanhar. Confesso que Marguerite é muito mais interessante que Armand, que ora sim, ora não tem um ataque infantil e faz caca.

Acho que a única coisa que eu diria que falta a esse livro é ênfase na trajetória de vida da Marguerite. Há muito pouco sobre como ela chegou até ali, o que aconteceu para que ela se tornasse quem era. Foi apenas casualidade ou algo mais? Não há muitas respostas. No entanto, isso não desfavorece a história que é singela, triste e comovente. É um livro bem rápido de ler, com narrativa simples. Um livrinho para ler em tardes chuvosas e tranquilas.

"(...) sou daqueles que acreditam que o muito está no pouco. A criança é pequena, mas encerra o homem; o cérebro é estreito, mas abriga o pensamento; o olho não passa de um ponto, mas abrange léguas."

EsterCristina 15/08/2021

Eu estava gostando demais, dificilmente clássicos me prendem logo de primeira mas A Dama das Camélias conseguiu
Mas páginas foram passando e acabando e eu não imaginava um final em tão poucas páginas e foi o que aconteceu; o livro acaba abruptamente sem um desfecho da própria narrativa do personagem ou um desfecho da história em si, tentei imaginar eu mesma o que teria acontecido dali em diante mas não consegui já que o amante dela louco de amor nunca teria a abandonado pra ir trabalhar com a Margarida tão doente, além de q pareceu que o próprio Armando estava morrendo.
Gostei mas esperava um final melhor, ou melhor, um final

Angel 09/05/2023

Extremamente envolvente e encantador. Carregado de emoções desde as primeiras páginas, despertando o interesse em descobrir a razão de cada um dos acontecimentos. Só pelo nome do autor, já é possível concluir que se trata de uma grande obra. Feliz por ter conhecido mais um de seus trabalhos.

natália rocha 20/03/2022

acho que o que mais me deixa triste sobre esse livro é que ele é uma história verdadeira, e se foi tão doloroso ler, eu (tento) imaginar o quão doloroso deve ter sido para o autor viver e escrever sobre.

eu tinha dito em algum momento que esse livro se encaixa no estilo típico de romance água com açúcar de meados de 1800, mas não. nesse tipo de romance, além do amor exacerbado e que se forma rapidamente, temos um final feliz.

em ‘’a dama das camélias’’ começamos pelo fim, que não nos arrebata tão fortemente. mas lendo, entendendo os percalços e obstáculos desse relacionamento, tentando nos colocar no lugar desses amantes, vamos nos apegando a esse amor e sofrendo junto. o final nos destrói com uma descrição da agonia em primeira pessoa. quase que sufocamos junto com a personagem.

sobre o enredo: um jovem, estudante de direito, relativamente bem de vida, se apaixona por uma das cortesãs mais cobiçadas de paris, e ela o corresponde. a partir disso, tem início diversos dilemas que desafiam o andamento desse amor.

não acho que seja um must read, mas foi uma ótima leitura, fiquei vidrada nas páginas por diversos capítulos - o que é deveras raro.

Marlo R. R. López 30/12/2009

Acima de tudo, A Dama das Camélias é um ótimo livro. Gostei bastante. Tem o caráter e a forma de uma obra de Machado de Assis - intrigas amorosas em primeiro plano - e, como todo romance europeu da primeira metade do século XIX, tem também passagens de declaração de amor efusivas e exasperadas, quase irreais.

Um bom livro. As gerações de hoje talvez não o achem interessante, mas é uma boa história, sim.

Resenha completa em: www.artigosefemeros.blogspot.com