Beatriz B. 16/01/2014É fã de 2° Guerra até em livro para relaxar? Você está no lugar certo.Caros aspirantes de Segunda Guerra, caso não seja torne-se já, escolhi esse livro (porque eu quis), pois precisava ter resenha dele por aqui. Ele é perfeito tanto para quem gosta de histórias dinâmicas só para apreciar o tempo, quanto para fãs de livros densos quando procuram algo mais suave sem abandonar o tema pesado.
Boa parte das críticas negativas que li a respeito do livro foram de pessoas que esperavam algo impactante e se decepcionaram. Tendo isso em mente, eu iniciei o livro sem expectativas para não ficar julgando o tempo todo se está me agradando ou não. E afirmo que essa foi uma ótima decisão e me fez apreciar muito mais a obra, já que superou as expectativas, afinal, tudo o que viesse seria lucro. #dicadica.
Pois bem, o livro é narrado em 3° pessoa, mas o autor soube como nos manter ligados na história, sem aquela sensação de "intangível". E a cada iniciação de capítulo, a história vai para um foco diferente, então ou era 3° pessoa ou era 3° pessoa. Sim, o autor escolheu bem.
Enfim, como todos nós sabemos, e com "nós" quero dizer "bons apreciadores de história", a 2° Guerra foi marcada pelo uso de espiões dos "dois lados" da guerra. Especialmente crianças, já que levantavam menos suspeita. E isso também é um aspecto que caracteriza o livro, uma boa história sobre espionagem juvenil.
Certo, como todo bom espião possui uma identidade secreta, durante todo o livro não sabemos os nomes reais dos protagonistas, e são é revelado na última página, no último diálogo, literalmente, o que achei super diferente e instigante.
Otto (cujo nome real não sabemos) vive numa espécie de reformatório na Inglaterra, já que sua família foi capturada pelos nazistas e ele nunca mais teve notícias. Leni (insira nome verdadeiro aqui, quando você descobrir) vive com sua família refugiada e acolhida pelo governo inglês. Ambos só se conhecem depois que um sargento os convoca para ajudar na guerra, alegando terem de pagar a dívida que tinham pela ajuda do país.
Depois de algum treinamento, recebem sua missão: resgatar Angelika, uma menina de 9 anos que vive em um convento alemão de freiras. Eles não entendem porquê de a menina ser tão importante a ponto de definir o futuro da guerra, mas suas opções de escolha são limitadas (meio que inexistentes). Tudo que lhes resta e entrar no avião que os levará para Alemanha e depois manter o disfarce funcionando até entregarem a menina para seu superior. Mas há vários desafios e duras decisões que Otto e Leni passam. Muitos deles decidindo se permaneceram vivos. E ainda tem o conhecimento que ambos adquirem conforme se cinhecem. Tudo isso muda por completo seus planos iniciais. Mas o objetivo de salvar Angelika permanece.
O que mais chamou minha atenção foi toda pesquisa e preparo que o autor teve. É como se ele introduzisse sua história no passado. O uso de várias personalidades histórias, como os 'companheiros' mais próximos de Hitler, o mapa do local onde a história se passa e descrições da Europa da década de 40 contribuem para esse efeito. Junto com os diálogos precisos, eu fiquei imaginando o ótimo filme que esse livro daria (quem sabe por que o autor seja roteirista).
Mas um último aviso é não esperar muita veracidade sbre a política da época. A maior parte do livro se passa pelo ponto de vista de jovens e a escrita é voltada para o público juvenil. Então não espere uma Lista de Schindler. Leia para se divertir, sentir o suspense e se surpreender (assim espero), com as revelações.
Sobre o trabalho da editora: páginas creme, letra tamanho aceitável, mas pecaram nessa capa emborrachada. Eu enlouqueci minha mania toc de ficar limpando toda hora as marcas de dedos. Mas a mensagem que a capa passa só dá para entender por completo depois de ler e foi uma arte muito inteligente, congratulations.
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http://soleitoressabem.blogspot.com.br/2013/12/livros-entre-linhas-o-anjo-de-hitler.html