Léo Araújo 04/04/2023
O lugar perfeito está apenas nos sonhos
Explicitamente, o livro faz uma dura crítica ao sonho americano. Implicitamente, três assuntos são abordados de forma audaz: senso de pertencimento (o sonho), diferenças e isolamento.
E esses assuntos estão muito bem desenvolvidos em seus personagens. Uau, não consigo expressar em palavras o tamanho do impacto que sofri em seus diálogos!
Quando se é diferente de outras pessoas, sempre pulsará a necessidade de um lugar para se encaixar no mundo, o sonho de pertencer a algum lugar. No entanto, pessoas serão isoladas, se isolarão e os sonhos que eram tão esperançosos, se desfazem como a poeira ao vento.
Uns terão a expectativa alta desse pertencimento (sonho), outros, serão apenas massa de manobra; alguns, terão uma faísca, uma fagulha de esperança, porém se apaga com o menor obstáculo ou confronto a frente. Daí, se isolam.
Qualquer pessoa ficaria maluco não tendo ninguém por perto, independente de quem é a pessoa, seja um louco, um psicopata, um demagogo, um velho, um inválido, desde que ele esteja com você (até mesmo um cachorro velho e cego).
O homem foi feito para ter relacionamentos e quando ele fica só, ele adoece.
Esse livro remonta a pintura A jangada do Medusa, de Géricault, onde cada personagem representa a intensidade do fio da esperança de ser salvo da solidão e do isolamento.