O inocente

O inocente Ian McEwan




Resenhas - O Inocente


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edu basílio 03/03/2020

os culpados

apesar de não estar entre os livros do ian mcewan mais conhecidos e comentados no brasil, em minha opinião é um dos melhores dele que eu já li (e já li quase todos).

ambientado na alemanha ainda de "ressaca" no pós-segunda guerra, a narrativa tem por eixo o envolvimento de um jovem funcionário britânico com uma mulher presa a outro relacionamento tóxico e violento... enquanto explora questões como o choque cultural no cenário mais amplo, o autor nos introduz na intimidade desse casal, até que um evento inesperadamente violento -- com direito a descrições anatômicas ultra-minuciosas, capazes de revirar o âmago e o estômago do leitor mais sensível... -- coloca os protagonistas em uma situação muito delicada, cujo desfecho só um gradiose como ian mcewan saberia conduzir com tamanha maestria, segurança e propriedade.

recomendadíssimo.

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Marselle Urman 13/03/2013

Com mais uma ambientação refinada, McEwan nos apresenta Leonard Marnham, O inocente. Até pouco além do meio do livro, acompanhamos seu aprendizado na Berlim pós guerra, seus erros e seu aprendizado em "se tornar um homem".
Então algo ocorre, um acidente com terrível impacto em sua rotina, que embora dupla, era pacata. O elemento visceral foi inédito pra mim nas leituras do autor, e surpreendentemente bom.
A sensação final foi uma mistura de "Crime e Castigo" de Dostoievsky com "Os Maias" de Eça de Queiroz. A vida continua, segue em frente sempre. Essa inexorabilidade cega, muito mundana.
E como sempre, a marca do autor, o triste mal-entendido.
Leitura muito boa.
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Aguinaldo 07/05/2012

o inocente
Inspirado em um fato verídico da guerra fria, em "O inocente" Ian McEwan apresenta ao leitor uma experiência limite, uma leitura daqueles momentos da vida onde todos os envolvidos se redefinem, se descobrem. Dez anos após ofinal da segunda grande guerra, um jovem espião, especialista em telecomunicações, é enviado a Berlin. Ele participa do projeto de construção de um túnel de interceptação de uma importante linha de transmissão telefônica das tropas de ocupação soviética. Esta operação envolve muitos recursos financeiros e logísticos, numa colaboração entre os serviços secretos ingleses e americanos. A operação realmente aconteceu (foi conhecida como Operação Ouro) e antecede a construção do muro de Berlin, que é de 1961, mas o que McEwan explora (metaforicamente) é a reconstrução alemã, e a progressiva aproximação de americanos, ingleses e alemães, à luz do envolvimento afetivo de Leonard (o jovem engenheiro inglês) com uma jovem alemã, Maria. McEwan constrasta o comportamento de Leonard com o de um espião americano, responsável pela segurança do projeto, Bob Glass. Berlin ainda é uma cidade de escombros e vergonha; as relações entre os indivíduos sempre tensas e artificiais; a comunicação, engessada pela memória dos anos terríveis da grande guerra, inviável e codificada. Como sempre nos livros de McEwan não há enfeites ou concessões, seus personagens são vívidos, experimentando com naturalidade as delícias do sexo e as agruras da dor. Não é o melhor McEwan que já li, mas ainda assim é um bom livro. [início 01/05/2012 - fim 04/05/2012]
"O inocente", Ian McEwan, tradução de Claudia Martinelli Gama, Rio de Janeiro: editora Rocco, 1a. edição (1992), brochura 14x21 cm, 258 págs. ISBN: 85-325-0122-2 [edição original: The innocent (Londres: Jonathan Cape) 1990]
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JP 28/05/2011

A beleza no sofrimento
É tão difícil descrever o que se sente enquanto se lê "O Inocente" que qualquer resenha deve ser escrita de forma cuidadosa. Apesar do meu incipiente repertório literário, este romance pode ser definido como uma obra-prima. O que pode parecer exagero pelo fato de este livro estar relegado em meio às outras obras publicadas por McEwan.

Ao ler as orelhas da edição publicada pela Companhia das Letras, este livro parece tratar-se de um romance de guerra, mas ela não passa de um pretexto. Antes de mais nada, "O Inocente" é um livro que trata das relações humanas e, fundamentalmente, do amor. O amor como reflexo da imaturidade, o amor como consolo para quem sofreu todas as desgraças da guerra e parece não ter outra saída para escapar da solidão.

Leonard Marnham, "O Inocente" que dá título à história, é um jovem inglês recém-saído da casa dos pais vivendo na Berlim devassada pelos horrores da guerra. Enquanto trabalha num projeto em parceria com os norte-americanos, ele conhece Maria Eckdorf, uma mulher mais velha que parece destinada a ser alvo de todos os preconceitos celebrados pela mente humana. É nessa mulher mais velha e aparentemente frágil que ele encontrará o caminho que o levará a sair da fronteira que o separa da vida leve e ingênua que levava em Birmingham para a vida adulta, a vida dos homens maduros que são obrigados a responder pelos seus atos, mesmo que isso se dê da forma mais dura e cruel.

A história é permeada por momentos leves, puros, líricos, como quando McEwan descreve a visão de Leonard, em que ele projeta a ideia de sua amada andando de bicicleta pelas ruas de Berlim. E outros capazes de arrepiar, tal é a perícia do autor em descrever as sensações e o estado psicológico dos personagens, como quando Maria é colocada na iminência de um estupro, onde podemos sentir seu pavor e sua angústia.

Envolvente, belo, lírico e chocante.
edu basílio 14/05/2014minha estante
resenha bacaníssima :-) sou fã do mcewan, ainda não li "o inocente" e a vontade bateu forte agora! abraços!


Ivan.Carmo 13/02/2022minha estante
Acabei de finalizar a leitura e é incrível!




Lula Carneiro 07/01/2010

Interessante porque mostra a situação de Berlim pouco depois do fim da guerra, antes da construção do muro - como era a vida dos dois lados da cidade e, principalmente, como era a convivência dos alemães com os soldados dos exércitos de ocupação.
Também gostei da forma como o autor apresenta o choque cultural entre americanos (que tinham acabado de se firmar como a maior potência do ocidente) e ingleses (que ocupavam essa posição antes da guerra).

Em tempo: o impasse no final é de arrepiar! Coisa de mestre.
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