Lili Machado 02/03/2011“Não importa o que você esteja esperando. Vai ser pior.” Gretchen LowellEsse livro tem uma estória peculiar. Eu já havia lido antes, faz uns dois anos, mais ou menos. Porém, quando minha amiga me deu de Natal, eu não me lembrava de o ter lido. Não sei porque, eu simplesmente, deletei de minha mente e da prateleira da minha estante, já que eu havia trocado, aqui mesmo no Skoob, o exemplar anterior. Alguma coisa que eu ainda não sei o que foi, me fez passar por cima dessa interessante serialkiller, a ponto de trocar o livro por outro – pena não me lembrar qual foi.
Bem – passou – quem sabe, depois eu descubro - o problema agora era somente um: não consigo começar a ler uma trilogia ou dupla de livros, sem ter todos à minha disposição. Esse negócio de esperar pela continuação, por meses, nunca foi comigo. Recebi esse primeiro de Natal, troquei o segundo e ganhei o terceiro de aniversário.
Pronto.
Agora, mãos a obra.
Uma serialkiller mulher. Tirando, talvez a Carrie Grethen de Patricia Cornwell, há muito tempo que não lia nada desse tipo. O perfil normal (se é que podemos chamar de normal) é o de homens maduros solitários que sofreram abuso sexual durante a infância – mas, afinal, porque não?
O livro começa dois anos após o detetive Archie Sheridan, que comandava as investigações dos crimes chamados de “Beleza Mortal”, que assolaram Portland, por 10 anos, ter sido, ele próprio, capturado pela criminosa, Gretchen Lowell, uma enfermeira que se fez passar por psiquiatra, oferecendo seus serviços profissionais à polícia - torturado, as costelas quebradas a martelo, forçado a beber “diabo verde”, peito desenhado a faca com a assinatura de um coração, viciado em anfetaminas e analgésicos, baço retirado cirurgicamente, paralisado, morto e ressuscitado através de transfusão de sangue e administração de fluidos intravenosos – tudo no espaço de 10 dias."
Ela está presa, agora, em prisão perpétua, mas outro criminoso retraça seus passos – e somente Gretchen pode levar Sheridan a elucidar esses novos crimes. Numa simbiose doentia, Archie/Gretchen bailam uma dança macabra que está apenas começando, neste primeiro volume da trilogia.
A cada visita que Archie lhe faz, na prisão, ela revela o paradeiro de um dos corpos assassinados e ainda por serem descobertos. Há muitos assassinatos ainda por revelar (ele foi o de número 200). Ele só tem que procurar onde ela indica. Para tanto, Archie conta com a participação entusiasmada e ajuda apaixonada da jovem jornalista punk, de cabelos cor de rosa, Susan Ward, ela também, uma das novas vítimas.
Não dá para fazer resenha desse livro sem ser spoiler, portanto, deixo algumas frases de Gretchen, soltas, retiradas do texto:
“Você sabe o que vem depois, não sabe?”
“O que você quer fazer hoje? Estou aberta a sugestões, é claro.”
“Quero que você pense no que vamos mandar para eles. Vou deixar você escolher.”
“Posso retalhar você e mandá-lo pedacinho por pedacinho, para seus filhos.”
“Abri um buraco na parede abdominal e puxei o intestino delgado aos poucos com uma agulha de crochê.”
“O que mais me impressiona é o fato de as pessoas acordarem, irem para o trabalho, voltarem para casa e nunca matarem ninguém.”
“Não sou uma pessoa violenta.”
Detalhe: a foto da escritora, na orelha do livro, me faz pensar... A escritora Chelsea Cain é estranha... (começou a se interessar por temas mórbidos ainda criança, quando criou um cemitério de animais no quintal da casa)... Mas, não o somos, todos, um pouco?