isa.fsgomes 25/11/2021
Trem noturno para Lisboa, Pascal Mercier (2004)
Gregorius, um professor suíço, ainda não sabe, mas está cansado da sua vida metódica. Amadeu de Almeida Prado, um médico português falecido prematuramente, que viveu durante a ditadura fascista de Salazar. Um acontecimento peculiar faz com que Gregorius encontre seus escritos, em uma língua que ele não conhece, o Português, mas que o deixa fascinado e o faz sair em busca de algo que ele ainda não sabe exatamente o que é. Ele então inicia uma longa jornada de autoconhecimento, fazendo diversas digressões acerca de questões filosóficas de vida, construção de identidade, amadurecimento e morte.
À princípio, o que me interessou foi a história em si, um homem com a vida totalmente estabelecida, largando tudo e pegando um trem noturno à Lisboa. Um enredo que causa curiosidade eletrizante. Porém, afinal não foi isso que me fez gostar do livro. Me vi, assim como Gregorius, questionando quem sou, porque sou assim, o que estou fazendo, sou quem eu planejava ser? Entre muitas outras reflexões interessantes.
Um livro para ser lido lentamente. Uma escrita muito delicada e introspectiva. Recomendo muito a leitura. E agradeço imensamente meu amigo Marcelo que me presenteou com essa obra linda e tão especial que li com tanto carinho. Espero que mais pessoas possam se interessar e iniciar essa jornada de reflexões também.