Sueli 21/06/2013
O Vilão Somos Nós!
De repente eu me vi arrastada em uma corrida louca, muito antes do término do primeiro capítulo, deste que foi um dos livros mais aguardados dos últimos meses.
A princípio não temos nenhuma dica sobre o motivo pelo qual o famoso professor Robert Langdon e a jovem médica Sienna Brooks iniciam essa jornada que irá se estender pelas próximas vinte e quatro horas.
Sim, leitor, toda a ação presente se passa em um período de vinte e quatro horas, mais ou menos. Nosso herói, temporariamente desmemoriado, é obrigado a lutar por sua vida e a de sua companheira, tendo perdido a lembrança de fatos que ocorreram nas trinta e seis horas anteriores.
Resenhar um livro que alcançou cem milhões de exemplares vendidos é praticamente suicídio moral! Já pensou desagradar um desses milhões de fãs de Dan Brown? Essa questão esteve presente em grande parte da minha leitura, pois como bióloga eu estava muito incomodada com as imprecisões nos trechos científicos do livro, apesar de estar me divertindo muitíssimo! Mas, Dan Brown é conhecido por seus livros polêmicos que abordam temas controversos, e por suas imprecisões. E, dessa vez não foi diferente! Portanto, resolvi relaxar e o resto, você sabe...
Como de hábito, não darei nenhum spoiler, principalmente porque qualquer comentário mais específico poderia tirar de você a delícia de se ver enganado por esse escritor rápido e criativo. Algumas vezes, fui obrigada a dar um tempo na leitura, e descansar um pouco do seu ritmo frenético, tentando absorver a sua mensagem, que deveria ser um assunto discutido com mais seriedade por todos nós.
A trama é um jogo de espelhos, em que nada é o que parece. Até mesmo o grande vilão, que a meu ver agiu de forma muito mais humanitária que os organismos responsáveis pelo controle populacional de nosso planeta, criando um vírus, que acabou sendo, para mim, a grande surpresa dessa história. E, se você me permite dizer, cheguei ao final desse livro admirando, e desejando que houvesse realmente uma organização transumanista. E, tenho certeza que você também irá me dar razão.
Mais que qualquer outra coisa, é um livro escrito por alguém terrivelmente apaixonado por arte, e que adora provocações, ou descobriu que provocando polêmicas aumenta muitíssimo a venda de seus livros, e ainda tem a chance de ironizar a autora E. L. James. Não precisava, mas foi muito simpático! A gincana que os protagonistas realizam através de Florença, Veneza e Istambul, nos oferece com riqueza de detalhes, um guia turístico dessas cidades. E, é possível vislumbrar os outros produtos, que certamente serão lançados na rasteira de Inferno.
Segundo o próprio autor, a Sony Pictures estaria interessada em filmar Inferno, e há pouco, eu vi que existe uma edição ilustrada de O Código Da Vinci. Portanto, o meu desejo poderá se realizar em um futuro próximo, já que é impossível ler Inferno sem desejar que ele fosse ilustrado. Dan Brown, assim como Marina Fiorato, no livro O Soprador de Vidro, faz com que Veneza nos pareça um dos lugares mais incríveis do mundo.
Antes de terminar, gostaria de elogiar o trabalho de tradução e revisão, que me proporcionou uma leitura sem tropeços, e com apenas dois erros notados por mim, e que relato aqui, mais no intuito de colaboração, do que por crítica. Na página 326, décima sétima linha foi grafado cheio, em vez de cheiro. E, na página 411, na vigésima primeira linha, grafou-se pensando, no lugar de pensado.
No mais, uma capa muito bem elaborada, para esse livro que é garantia de diversão e emoção.