Resenhas - Nem Preto Nem Branco, Muito pelo Contrário

manumoura18 21/03/2024

Um livro curtinho que fala um pouco sobre a história da miscigenação no Brasil.

Apesar de ser um livro antigo, onde não traz dados atuais, vale a pena a leitura, para se ter ideia de como foi o processo de miscigenação e como isso foi encarado no Brasil.

Magda.Marilise 14/03/2024

"Inclusão cultural e exclusão social"
Desde a faculdade não leio a prof Lili e foi uma grata surpresa ler sobre os apontamentos, quase que em forma de conversa, onde se torna claro que o racismo é sentido mto mais na esfera privada aqui no Brasil. Recomendo.

Juliana 06/02/2024

A autora faz um resgate histórico sobre os termos raça e cor, passando pelo mito da democracia racial, pelas músicas e cultura. Apesar de não usar dados estatísticos atualizado, já que é um livro de 2013, vale a pena conhecer.

IndieIngrid 21/01/2024

O livro é muito bom, curtinho, bem explicado e com uma linguagem não muito difícil, desde que você tenha certa bagagem teórica quanto a história da escravidão pra acompanhar os acontecimentos não ditos, tá tudo certo.

Mas foi a minha desgraça acadêmica da semana...

Leila267 04/09/2023

As cores das marcas e peles de um Brasil cicatrizado.
Gosto de livros que me desafiam, que me ensinam e me tiram da zona de conforto. Essa obra de Lilia Schwarcz é um livro de pouco mais de 100 paginas, mas um livro extremamente denso de analises, informações e dados, merece ser lido com calma.
A autora nos trás uma analise histórica das varias facetas do racismos desde da pós-abolição aos dias atuais.

Aborda o projeto de embranquecimento da população brasileira que é real, e diria que assustador, com o darwinismo racial, o laboratorial racial brasileiro, e as teorias racistas do médico Nina Rodrigues, que fez das suas teses não uma questão pessoal, mas uma matéria de ciência. Rodrigues não acreditava que todos os grupos humanos fossem capazes de evoluir igualmente e chegar ao progresso e a civilização.
Nos finais do sec XIX e inicio do XX, o ambiente nacional estava impregnado e favorável a eugenia e a esterilização da população mestiça. Tese compatuada por muitos cientistas , geneticistas e cientistas sociais da época.

Aborda também mito da demogracia racial, o Censo e os contrassenso ocorridos nas pesquisas censitárias. O racismo atual enraizado, e disseminado de forma dissimulada e sutil. Dificil de flagrar, normalizado e estruturado.

Trás ainda, inúmeros fatos, dados e temas que nos fazem refletir sobre o contexto social e econômico atual do país.

Esclarecimento como esses que remetem a desigualdades raciais e sociais atuais da população brasileira.

francezju 31/07/2023

A Lilia não deixa nunca a desejar, sério. Nesse livro ela trata basicamente do mito da democracia racial existente aqui no Brasil, e de um dos principais mitos fundadores (ou seja, histórias ajustadas ou reescritas de acordo com o que convém a quem está contando) que baseia nossa identidade nacional na miscigenação que gerou essa nossa grande diversidade "racial".
Ela fala também sobre o racismo "velado" presente na nossa sociedade. Leiam esse
livro, vale muito a pena.

Bibliotecadabri 30/05/2023

Nem preto, nem branco
A maioria das pessoas afirmam não serem racistas, mas apontam conhecer alguém que seja.

Enquanto isso, os números não mentem. Jovens pretos são assassinados diariamente pelos órgãos de poder. Pessoas pretas são barradas nas ruas e em lojas e, muitas vezes, acusadas de roubo. As cotas raciais não são o suficiente para garantir o acesso de negros e negras ao ensino superior. Mulheres pretas são sexualizadas. Os parâmetros de raça e classe andam juntos e pretos no poder é uma minoria.

Se a maioria não se considera racista, onde escondem eles então? A verdade é que o sistema é estruturado de maneira racista.

No livro "Nem preto, nem branco: muito pelo contrário", a historiadora Lilia Schwarz trata do racismo estrutural desde as origens coloniais até os dias de hoje. Ela aponta o mito da convivência pacífica e da exaltação da miscigenação e mostra que, na prática, a ideia de embraquecimento nunca foi totalmente deixada de lado.

É um país marcado por um tipo de racismo muito peculiar: negado publicamente e praticado na intimidade. Ela pontua pelas teorias deterministas raciais, teorias de branqueamento e miscigenação e o mito da democracia racial.

A verdade é que pouca coisa mudou e a gente enxerga isso de forma velada, mas também explícita. O assassinato sistemático, poucas oportunidades de acesso, mas também a empregada negra da casa que é "bem recebida, tratada como da família e que vem até aos finais de semana".
É aquela ideia: para você ter seu pão e seu conforto pela manhã alguma parcela acordou antes do sol nascer. Precisamos ser críticos e enxergar: quem está quase sempre servindo os brancos? Quantas pessoas negras estão ocupando o mesmo espaço que o seu? Por que pretos e pretas no poder, com uma pequena ascensão social, incomoda tanto?
Lilia Schwarz sempre bem didática e crítica.

Enaia 20/02/2023

"Apesar de grande parte da população permanecer alijada da cidadania, a convivência racial é, paradoxalmente, inflacionada sob o signo da cultura e cada vez mais reconhecida como um ícone nacional"

Eu achei este livro muito completo, mesmo que curto, capaz de lançar muitas reflexões. Trata do tema da raça por uma variedade de ângulos, apelando tanto à bibliografia acadêmica quanto às manifestações culturais. E foi o capítulo a respeito da construção da identidade nacional da miscigenação, em 1930, que mais me agradou, por meio do resgate da música popular e análise de suas letras (samba).

Enfim, por aqui aprendemos que raça no Brasil é cor, e cor muda conforme a classe social. Preto rico no Brasil é branco e branco pobre é preto. Reproduzo aqui o relato da docente universitária negra, quando era entrevistada para o recenseamento: "Mas a senhora não é professora da USP?".

Indie.Ingrid 07/12/2022

Interessante
O livro é muito bom, curtinho, bem explicado e com uma linguagem não muito difícil, desde que você tenha certa bagagem teórica quanto a história da escravidão pra acompanhar os acontecimentos não ditos, tá tudo certo.

Mas foi a minha desgraça acadêmica da semana...

Danielle 06/12/2022

Uma vez comentei com uma pessoa meus questionamentos sobre cor/raça e como não me sentia nem la nem ca e ela me recomendou um perfil no Instagram, que me levou a ler esse livro.

Adiava a leitura achando que não iria entender nada que seria difícil e etc. Até que comecei a ler e percebi que a dificuldade não é a escrita, é o conteúdo.

O primeiro capítulo já é um soco no estômago ao mesmo tempo que traz uma narrativa e referências importantíssima e brilhante. O trabalho deste livro é incrível, muito bem pesquisado e feito. Por vezes muito denso, muito cruel mas também muito lindo.

Vi nessas páginas todo meu amor e todo mundo ódio pelo Brasil e brasileiros. Ele mergulha na história da cor do Brasil do "descobrimento" aos tempos mais atuais. Traz referências e citações de cartas, livros históricos, samba, poesia e é tudo muito lindo.

Como disse, o livro é muito bem escrito e acabou que casou com meu TCC então provavelmente usarei nas referências. É um livro muito importante para a história do Brasil que por vezes quer maquiar ou esquecer o passado e fingir que o presente não é tão grave assim.

Uma leitura espetacular importante e reflexiva. Super recomendo a todo mundo.

Alessandra 24/11/2022

Sempre bom ler Lilia
O livro é uma boa introdução ao tema e, como tudo que já li da Lilia - desde livros aos posts no Instagram -, ela tem uma forma de se expressar muito gostosa para quem lê. Contém certa ironia, as palavras parecem *desenhadas* às vezes e não faltam referências e bom embasamento ao texto.

Renata.g 03/07/2022

RECOMENDO ?
O livro foi uma indicação de uma amiga, não tinha lido nenhum livro com esse tema, fiquei um pouco com o pé atrás por achar que poderia ser chato, o que não é, então demorei para começar a ler.
Já no início te choca com uma estória que é contada, e é revoltante e a cada página mostra como o racismo se iniciou no Brasil.
O livro também contêm dados estatísticos, trechos de músicas e livros. Enfim, um ótimo livro para quem quer entender melhor o racismo no Brasil. Uma leitura curta, rápida e importante.


Lido em 01/07/22

vanessamf 18/01/2022

Interessante e com ótimo título
Escrito pela historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, esta obra traz algumas considerações sobre nosso passado racial, sendo a principal delas, a meu ver, o fato de que todos sabem que racismo é errado, todos conhecem alguém racista, mas ninguém se autodenomina como tal. Ou seja, no Brasil, o racismo é um pouco envergonhado, embora não menos letal e deletério à nação.

Para mostrar isso e outras considerações, a escritora traz muitos dados estatísticos, propagandas antigas, imagens, relatos, estórias populares, passando por teorias, como a de branqueamento do início do século XX, as ideias da mestiçagem dos anos 1930, assim como a ideia falsa de que no Brasil as “raças” convivem em harmonia, etc.

Enfim, não é um livro super fácil de ler, mas importante para quem deseja ter mais embasamento sobre o assunto.

site: https://leiturasdetarologa.wordpress.com/2022/01/11/tecnico-nem-preto-nem-branco-muito-pelo-contrario/

alicemxdo 09/01/2022

E ainda tem gente que diz que não existe racismo no Brasil?

O livro contém muitos dados estatísticos, músicas, livros e histórias que mostram com o racismo é encarado pela sociedade brasileira. Vale a leitura!