Em busca de um final feliz

Em busca de um final feliz Katherine Boo




Resenhas - Em Busca de um Final Feliz


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Ká Guimaraes 27/09/2013

Resenha feita pela Carolina Durães
Simplesmente apaixonante. Eu não sabia o que esperar quando iniciei a leitura de "Em busca de um final feliz". Como a autora trabalha como redatora em um jornal eu esperava um texto em um ritmo mais direto, seco, e o que eu encontrei foi uma narrativa envolvente e um livro repleto de personagens cativantes.
Com um cenário de pobreza extrema, no caso do livro na Índia (mas que poderia ser em qualquer lugar no mundo), acompanhamos personagens que sonham, aspiram e lutam por uma qualidade de vida minimamente necessária. É impossível não relacionar com cenários em diversos locais, inclusive no nosso país. O livro além de emocionar também levanta a situação das desigualdades sociais e das dificuldades que as pessoas enfrentam.
Cenários reais, retratados de maneira direta, tirando o fôlego do leitor:

"O marido de Fátima adorava as filhas e lamentou-se ao vê-las indo embora. Mas ele trabalhava quatorze horas ao dia, separando lixo e, às vezes, os bêbados locais abusavam das menininhas que ficavam sozinhas em casa, em Annawadi". (p.146)

Emocionante, tocante e verdadeiro. Uma leitura impactante.
Em relação a revisão diagramação e layout, a editora está de parabéns. Encontrei uns dois errinhos de digitação, mas nada que atrapalhasse a leitura. A capa é perfeita para o livro, não tenho palavras para definir o que eu senti ao vê-la pela primeira vez.
Espero que tenham gostado da resenha.
Aguardo comentários.
Beijos
Carol

site: http://www.acordeicomvontadedeler.com/2013/08/resenha-em-busca-de-um-final-feliz-vida.html
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Josiane 02/10/2013

Na Estante: Em Busca de um Final Feliz
Em Busca de Um Final Feliz não é um livro fácil. Quando lemos sobre o livro – que nos apresenta aos moradores da favela de Annawadi, localizada a menos de 200 metros do aeroporto internacional de Mumbai na Índia – é fácil compara-lo ao filme “Quem quer ser um milionário”. Mas, ao contrário do longa vencedor do Oscar na categoria Melhor Filme em 2009, no livro da jornalista americana Katherine Boo, não há fantasia, e escapar da miséria e da fome é um sonho em uma terra onde poder sonhar é um privilégio.

Embora o livro de Katherine seja uma narrativa de não ficção, o jeito como a história nos é apresentada - com seus personagens muito bem construídos e a ausência do tom de reportagem no livro – nos lembra um bom romance. Mas não se engane, Boo apenas utiliza os elementos do jornalismo literário, sem se perder em sentimentalismos ou se basear em opiniões pessoais.

Tem mais sobre o livro Em Busca de um Final Feliz no meu blog. Dá um pulinho lá. Me faria muito feliz.

site: http://tendenciacoletiva.blogspot.com.br/search/label/Na%20Estante
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brumiranda 03/10/2013

Impressionante
Em Busca de um Final Feliz é um livro não fictício. Todas as informações, eventos e personagens são reais. Eu sabia disso antes de começar a ler, mas a ficha não caiu de verdade até eu ler a autora repetindo isso na Nota da Autora no fim. Até eu ler a última palavra e fechar o livro não tinha caído a ficha que tudo aquilo era verdade.

O livro se passa em Annawadi, uma das centenas de favelas de Mumbai (Índia), construída ao lado do aerporoto internacional e rodeada por alguns dos hotéis mais luxuosos do país. A história é sobre os moradores dessa nada especial favela; entre eles, Abdul Hussein e sua família que sofre preconceito religioso na comunidade, Asha, mãe e esposa que vive da política e corrupção, e Fátima, mais conhecida como Perna Só, que ganhou fama na favela por seu jeito escandaloso e inúmeros amantes.

Existe um foco um pouco maior em Abdul e sua família porque eles parecem ter mais conexões na favela. Abdul, que não sabe a própria idade e largou a escola desde pequeno, é quem sustenta a família trabalhando em um dos ramos mais lucrativos da região: lixo. É da coleta (ou roubo) de lixo que vivem grande parte das famílias de Annawadi.

(...)

Para ler o resto da resenha, clique no link abaixo:

site: http://www.umpoucodissoeaquilo.com.br/resenha-em-busca-de-um-final-feliz-katherine-boo/
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Aline/Blog SLMP 14/10/2013

Histórias reais
Livro: Em busca de um final feliz
Autora: Katherine Boo
Editora: Novo Conceito
Número de Paginas: 288

Sinopse: Em Busca de um Final Feliz, de Katherine Boo, é um livro brilhantemente escrito. Através de uma forte narrativa, descobrimos como é o dia a dia dos moradores de Annawadi, uma favela à sombra do elegante Aeroporto Internacional de Mumbai, na Índia. A história de seus habitantes nos faz rir e chorar, porque “o que é celebrado neste livro não é o que poderíamos chamar toscamente de ‘o encanto da lama’, mas a riqueza das pessoas que — para o bem e para o mal — compõem um tronco social que está cada vez mais presente no nosso mundo moderno”. (Zeca Camargo, em prefácio a esta edição).
O leitor vai se apaixonar por Sunil Sharma, o menino catador de lixo que quer ficar rico, por Manju, a moça mais bonita da favela, que quer ser professora, e até pela tresloucada Fátima, a Perna Só, que só quer um pouco de atenção.

Resenha: Este é o primeiro livro de Katherine Boo, jornalista americana que passou um longo período na Índia fazendo uma pesquisa social nas favelas de Mumbai, mais precisamente na favela Annawadi, lugar escolhido para seu trabalho. Lá, ela acompanhou de perto os dramas vividos por seus personagens.

Localizada ao lado do aeroporto internacional de Mumbai, Annawadi é formada por três mil moradores, que em sua maioria ganham o sustento da família coletando lixo. Ao se verem também diante de tantas situações precárias, muitas crianças se incluem nessa lista de catadores, deixando de lado os estudos, ainda que de baixa qualidade, pelo trabalho pouco lucrativo feito minunciosamente.

Esse livro traz uma narrativa brilhante sobre a vivência dos annwindianos que lidam dia após dia com injustiça, corrupção, assassinatos e diferenças religiosas entre mulçumanos e hindus que dividem o mesmo espaço.

“O que estava acontecendo em Mumbai estava acontecendo em outros lugares também. Em uma era de capitalismo de mercado global, as esperanças e queixas eram universalmente concebidas, o que levava a uma situação difícil comum a todos. Os pobres não se união, competiam entre si por lucros tão escassos quanto breves. E esta luta na cidade baixa era apenas uma marola no contexto da sociedade como um todo.” (pág. 268)

Esse é um livro maravilhoso, que trás histórias reais, com pessoas reais, em situações reais de sobrevivência. É triste, mas me acalmou pensar que, apesar de enfrentarem todos os dias as injustiças daquela região, algumas daquelas pessoas sempre estiveram e ainda buscam um final feliz.

“O pai de Abdul tinha desenvolvido um hábito irritante de falar sobre o futuro como se fosse um ônibus:
− Está passando rápido e você pensa que vai perdê-lo, mas então você diz espere, talvez eu não vá perdê-lo, só tenho que correr mais rápido do que eu já corria antes”. Só que agora estamos todos cansados e humilhados, portanto, quão rápido podemos realmente correr? Você tenta pegá-lo mesmo quando você sabe que não vai alcançá-lo, quando talvez fosse melhor deixá-lo ir embora...
Abdul não queria fazer parte dessa loucura. Felizmente rinha trabalho correto para fazer. De manhã bem cedo ele começava, humildemente, conversando com os supervisores nas grandes favelas industrias.
− Alguma coisa para levar para os catadores?” (Pág. 27)

MIcaela Oliveira
Colunista do blog: http://sobrelivrosemaisumpouco.blogspot.com.br/
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Ka 16/10/2013

Tocante
Em Busca de um Final Feliz é um livro não ficcional que retrata a vida de alguns moradores em Annawadi, na Índia.
Eu não sei exatamente o que falar sobre esse livro... É muito, tocante sabe? Magnífico e de leitura obrigatória, Em Busca de um final Feliz nos traz a realidade desses moradores de Annawadi, e apesar de ser uma realidade dura e forte, Katherine consegue nos prender ao livro com a sua narrativa.
Ela fala principalmente de Abdul, Asha e Manju. Abdul e sua família são catadores e revendedores de lixo e conseguem melhorar, ainda que pouco, a sua condição de vida. Só que isso desperta muito a inveja de seus vizinhos.
Asha é uma mulher ambiciosa que tenta de tudo para se aliar aos corruptos que fazem a política de Mumbai, tudo para livrar a sua família da miséria.




Manju, filha de Asha, é uma jovem simples e de bom coração, a única mulher de Annawadi a entrar na faculdade. Ela quer melhorar de vida, mas não é como sua mãe.




Confesso que algumas vezes eu esquecia que aquele relato não era ficcional, porque a gente pensa, como que pode ter tanta miséria em apenas um lugar. Tá, tudo bem, eu sei a gente vê na televisão reportagens e documentários sobre isso, mas... Não sei explicar, é como se o livro realmente nos colocasse ali, em Annawadi, junto com Abdul e sua família, junto com Asha e Manju.
Como ja mencionei anteriormente, Em Busca de um Final Feliz é de leitura obrigatória, e eu recomendo a todos.
Beijos




site: www.achoquecresci.com
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Rosem Ferr 26/02/2015

Em busca de um final Feliz


Preparem os seus corações para uma jornada ao mundo real.

Mumbai- favela de Annawadi- Um crime, uma mulher agoniza ao solo, um jovem em fuga, a policia em seu encalço, duas famílias arruinadas, o luxo e o lixo, emoções exaltadas, parece até cena de filme noir em cenário exótico, no entanto os fatos são reais, as personagens são de carne e sangram.

Somos alertados na sinopse, no prefácio, e até na entrevista em que a autora fala de seu processo criativo sobre o conteúdo da obra, no entanto nenhum alerta é suficiente para os relatos( “causos”) e descrições que defrontaremos nos 17 capítulos seguintes, diante da visceralidade de Katherine Boo, ao expor poeticamente as entranhas da sociedade como um todo, pois é das Mumbais do mundo que ela vai falar.

Abdul esta em fuga, e nós irremediavelmente pegos.

Com um prólogo absolutamente cativante, talhado para nos fisgar ao primeiro paragrafo, mergulhamos em uma escrita mágica, nos afundamos na lama e nem percebemos.

Annawadi é um paradoxo, uma favela entranhada entre um aeroporto internacional e hotéis de luxo, que desenvolveu-se a partir de um alojamento das obras de construção dos leviatãs que a circundam, e se são eles que a alimentam com seus despojos, somente o fazem para inacreditavelmente e ao arrepio de qualquer princípio de moralidade, alimentar-se dela em sua insaciável sede de poder.

O luxo se alimentando do lixo ? É possível ?

É isso que vamos descobrindo no decorrer da narrativa densa, em que o eixo central é a família Husain, mas especificamente Abdul Hakim Husain, nosso guia e herói improvável neste mundo de degredados.

Os moradores de Annawadi sobrevivem do descarte, em condições precárias, insalubres, sem qualquer apoio social, em um cenário dantesco, sub-humano chegando a beira da surrealidade, as situações que desenrolam-se são bizarras, nos estarrecem a cada momento que saímos do transe e chocados nos lembramos que trata-se de uma não ficção e isso é real.

Levando-se em conta que a autora conviveu com essas pessoas, podemos perceber a delicadeza das cores com que ela tece a trama para identificarmos as mais brilhantes, as opacas e mesmo a inexistência de cor, no enredo armado contra a família Husain, contra Abdul.

“...Os pobres não se uniam, competiam ferozmente entre si por lucros tão escassos quanto breves. E essa luta na cidade baixa era apenas uma marola no contexto da sociedade como um todo...”

Em busca de um final feliz, é uma grande história, uma das melhores que já li, pessoas como o inesquecível Abdul, Fátima, Sunil , Manju, Karam, Zehrunisa, Meena, Mirchi, Rahul, Kalu, Asha, são palpáveis nas esquinas e becos escuros das periferias das grandes metrópoles, para onde escorre o sumo das coisas que já não queremos possuir ou pior ver, nas palavras do pequeno Mirchi:


“ -Tudo ao nosso redor são rosas. - Era como o irmão caçula de Abdul, Mirchi,colocava as coisas. - E nós somos a bosta no meio disso.”

Mas esse ainda não é o trunfo de Katherine Boo, a exclusão, racismo, violência, inveja, traição, corrupção é apenas o tempero do que em minha opinião foi sua grande cartada: a revelação do esquema de propina e desvio de verbas públicas, inclusive com participação de ONGs, nos projetos de transferência de renda para populações menos favorecidas.

Fica a dica:

Tendo em vista que nossa política não difere tanto assim da India, eis a grande chance para entender todo o processo e rever nossos valores na escolha de nossos representantes políticos nas próximas eleições.

Direto, inquietante, esclarecedor.
Leitura NECESSÁRIA!
Pois quando eu mudo, o mundo muda.

By Rosem Ferr

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Angela 06/01/2014

Paradoxos da felicidade
BOO, Katherine. Em busca de um final feliz. São Paulo: Novo Conceito, 2013. 287p.

Ler um livro-reportagem é sempre uma oportunidade de passar por uma grande experiência, que não faz parte do seu dia a dia e por isso mesmo é muito especial: faz você sentir-se parte ou perto do que está distante.
Neste livro, o primeiro da experiente jornalista Katherine Boo, é possível viver muitas experiências, com direito a sensações e sentimentos de um extremo a outro. Em busca de um final feliz é a história de pessoas que tentam lutar contra todas as incertezas da vida apresentadas a elas para serem felizes.
A jornalista, depois de vivenciar algumas experiências em comunidades pobres no seu país, os EUA, foi buscar essa experiência em uma favela na Índia, chamada Annawadi. Ela queria entender o que faz ou forma essas comunidades, como as pessoas que vivem lá fazem para negociar em uma economia globalizada, como fazem para seguir adiante e o que impede alguns de não conseguir fazer a mesma coisa.
A história contada por Katherine Boo leva-nos até a favela, face a face com seus moradores e faz-nos sentir o desconforto e a injustiça de viver sob condições desumanas. As moradias são péssimas, o esgoto é a céu aberto, os ratos circulam o tempo todo – passeiam pelas casas durante a noite, principalmente, enquanto seus moradores dormem -, a higiene é praticamente inexistente, não há comida nem emprego. Crianças são constantes vítimas de picadas dos ratos e outros bichos e vivem com feridas no corpo.
Seria fácil concluir que esse é um círculo vicioso: não há educação nem saúde nem segurança, as crianças nascem assim e morrem do mesmo jeito porque não há perspectiva de mudar. Mas de onde vem isso tudo? Nada disso é novidade, mas o livro causa indignação diante de tal situação porque ainda não se solucionou esse problema.
Ao ver o quadro todo descrito na história de vida das pessoas daquela favela, é possível compreender que não é a passividade dos moradores de lá, justificativa utilizada por muitas pessoas, que os mantêm nessa situação caótica de sobrevivência. O que os mantêm lá é o sistema político e econômico, excludente por definição, que favorece aos que têm acesso a ele, provocando um grande movimento de corrupção em toda a estrutura social.
Desse modo, os pobres que podem um pouco mais se sobrepõem aos pobres que podem um pouco menos exigindo dinheiro para resolver problemas relacionados à saúde, à educação e à segurança, deveres políticos e morais dos governantes, que, por sua vez, não estão conectados com o sentido de justiça social e democracia, apesar de dizerem que é isso que defendem.
Apesar de o nível de corrupção indiano ser explícito e parecer muito mais arraigado à cultura do povo daquele país, toda a história contada por Katherine Boo e, principalmente, o modo como ela se perpetua na frágil estrutura social indiana, fizeram-me pensar no Brasil, este país tão forte, bonito, rico e injusto.
As pessoas com mais acesso à educação e aos recursos econômicos e sociais costumam, no Brasil, responsabilizar a camada menos favorecida por resultados eleitorais ruins, por exemplo. No entanto, muito semelhante ao relato da jornalista sobre a Índia, não há, na pobreza, chance para desmontar tamanha estrutura de corrupção instaurada no país. Não são os pobres, aqueles que vivem à margem de tudo o que sistema oferece ou deveria oferecer, que criaram o “jeitinho” para resolver os problemas – de toda ordem. Historicamente, a elite é que procura a corrupção como uma maneira de ganhar mais, de obter vantagem sobre os outros da mesma classe social, e criou um conceito cultural bastante difícil de ser desfeito: “só levando vantagem sobre o outro pode-se manter o estado atual ou elevá-lo”. E, assim, nessa roda viva, salva-se quem pode.
Apesar disso, as pessoas pobres criam modos de sobrevivência e algumas conseguem prosperar e, muitas delas, a maioria, vivem e morrem tentando encontrar um modo de viver dignamente.
A obra de Katherine Boo foi bem construída, tem estrutura e redação literária que prendem a atenção do leitor do início ao fim. É leitura de um fôlego só, sentindo na pele e, muitas vezes, no estômago a vivência de cada personagem. O livro é uma boa maneira de conhecer a realidade indiana, apesar de não corresponder ao todo dessa realidade, como ressalta a própria autora. É, também, uma oportunidade para jornalistas e estudantes de jornalismo entenderem a produção de uma reportagem e seus paradoxos.
De modo geral, o livro é triste. Não há como ler as histórias de vida dos moradores da favela, na maioria crianças e adolescentes, sem pensar que não há muita esperança para eles e para os que virão. Há pouca esperança para mudar essa situação, seja em qual for o lugar do mundo no qual se pense.
Ao mesmo tempo, esse livro também fez-me ter certeza de que é preciso pensar mais em ser do que ter, é preciso ser humano e ajudar a preservar seus semelhantes, com dignidade. Pode parecer lugar comum, e acho que é mesmo, mas ainda não conseguimos colocar isso em prática, então é preciso repetir, repetir, repetir até que entendamos que estamos agindo errado.
Acima de tudo, o livro trata do que a humanidade é capaz de fazer consigo mesma, sem aparente remorso, pelo menos dos mais favorecidos – sejam eles ricos ou pobres.

Angela Farah – 5 de janeiro de 2014

Observação: Não é uma resenha, é mais um comentário sobre o livro.
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Guigui 08/04/2014

A corrupção nua e crua.
Acabei de ler o livro Busca de um Final Feliz, e conforme ia lendo o livro tive dimensões diferentes sobre os diversos problemas que afetam aquele país e seus habitantes. Mas quando comecei a analisar seus problemas políticos, judiciais e sociais, vi que é exatamente igual o Brasil, tem vários trechos do livro que quase me esqueci de que se tratava da Índia e não do Brasil mais um em particular me chamou atenção esta voltado para questão politica, judicial e social.Como o caso das Ongs que desviam dinheiro das verdadeiras causas, vendas de apartamentos, tráfico e corrupção de todos os aspectos. Vereadores de diversas cidades (Sumaré) que fazem as benfeitorias apenas quando estão próximos das eleições, títulos eleitorais que se tornam moedas de trocas e em locais que a pobreza é mais gritante, pois ali seus poder de compra de votos sera bem maior.
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Aninha 04/05/2014

"Ser pobre em Annawadi ou em qualquer favela de Mumbai, era ser, invariavelmente, culpado de uma coisa ou outra."

Katherine Boo, redatora da revista The New Yorker, um dia se apaixonou por um indiano e, apesar de na época já ter feito reportagens sobre comunidades pobres nos EUA, não conhecia a realidades dessas comunidades na Índia.

Por isso, decidiu viajar para Mumbai e relatar o dia a dia dos moradores de Annawadi, uma favela com 3 mil moradores, que fica próxima ao aeroporto internacional de Mumbai.



A vida na favela não é fácil: falta água, falta emprego, as crianças vivem mordidas por ratos, há inveja, fofoca e maledicência. Ninguém pode confiar plenamente no outro, seja na vizinhança, seja em sua própria casa. Os suicídios são comuns e as mortes sem investigação policial, idem. É um mundo cão, num país em ascensão econômica, que ainda registra "um terço da pobreza e um quarto da fome no planeta."

O ponto de partida é o suicídio de Fátima, a Perna Só, que culpa seus vizinhos de tê-la espancado momentos antes de decidir pôr fim à sua vida.

Abdul, um garoto que "tinha 16 anos, ou talvez 19" que comprava e vendia lixo reciclado, seu pai e sua irmã vão parar na cadeia por causa disso, apesar de não haver provas contra eles. Pelo contrário, a própria filha da vítima os inocentou. Mas, o que conta é quem pode pagar e subornar mais, quem tem cacife e conhecidos na polícia e na política. Enfim, vence quem se submete a esse esquema sujo e corrupto do mundo.



"Perceber como o mundo funcionava, além das mentiras, era para ele uma armadura." (pág. 61)



Além da família de Abdul Husain, muçulmana, conhecemos a família de Asha, líder da favela, que capitaliza o que pode com as desgraças dos vizinhos. Casada, mãe de 3 filhos, ela ainda ganha algum dinheiro na noite, com policiais corruptos. Sua filha, Manju, dá aula para as crianças que não podem frequentar a escola regular



Há ainda Sunil, Rahul, Meena, Zehrunisa, Mirchi, Kalu... que não são apenas nomes diferentes para nós acidentais, mas são personagens reais, que carregam seus sonhos e tem suas histórias de vida relatadas com muita sensibilidade. Histórias que aconteceram entre Novembro de 2007 a Março de 2011 e foram presenciadas em sua maioria pela autora.

O resultado é comovente e, com certeza, irá provocar muitas lágrimas para quem acompanhar tudo até o fim.

Imperdível.









site: http://cantinhodaleitura-paulinha.blogspot.com.br/2014/05/em-busca-de-um-final-feliz.html
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day 04/06/2014

reflexivo.
Um livro que fala da realidade de umas das maiores favelas de Mumbai.
Fatos baseados em histórias e personagens reais que nos deixam perplexos e comovidos.
Um ambiente de miséria,sujeira,desespero e porque não esperança?
É um daqueles livros que ou você ama ou odeia.
Vale muito a pena ler,muito bem escrito e uma obra maravilhosa.

site: escreverdayse.blogspot.com.br
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Rafa 17/08/2014

Esse é um romance de não-ficção, escrito pela jornalista Katherine Boo, sobre os anos em que ela morou em Annawadi, em Mumbai na Índia. Annawadi é uma espécie de favela ao lado do aeroporto de Mumbai, onde várias pessoas buscam a sobrevivência como podem.

O pano de fundo é a história de Abdul e sua família, que foram acusados de colocar fogo em Perna Só, outra moradora da vila e sua vizinha. Abdul mantém sua família através de seu negócio como catador de lixo, separando-o para reciclagem. Com esse negócio ele consegue dar um padrão de vida para sua família que em muito supera a média dos outros moradores, inclusive, eles sonham em comprar um terreno afastado dali e recomeçarem a vida de maneira mais digna.

Perna Só, ou Sita, é uma moradora de Annawadi também. Ela tem uma deformidade na perna, o que trouxe inúmeras consequências para a sua vida, como dificultando um casamento futuro. Ela acaba se casando com um bêbado, porém, fica amargurada com a vida e inveja a família de Abdul. Talvez por isso que ela tenha colocado fogo em si mesma e acusado os vizinhos.

Esse é o pano de fundo básico da história, porém, conhecemos ao longo da história alguns outros moradores da favela. Como Asha, que é uma espécie de política da região, que tenta subir na vida através da corrupção, desviando verbas que deveriam ir para a educação. Sua filha, Manju, que ao contrário da mãe, acredita em um mundo melhor, tenta ser uma mulher seguidora das regras da religião e ensina as crianças vizinhas. Ou Sunil, menino órfão que tem que cuidar de sua irmã e flerta entre seguir sendo catador ou se tornar ladrão.

Essas histórias são verídicas e apuradas pela autora desde 2008, através de documentos indianos e depoimentos dos moradores. Seu relato, além da história chocante, vão além. Eles retratam a politicagem, a corrupção, a religião e costumes.

Ao longo do livro, até eu perdi a esperança de um final feliz para aqueles personagens, aquelas pessoas. Alguns desistem da luta e eu, através da leitura, fiquei numa apatia sinistra. Ao mesmo tempo em que os personagens pareciam deixar de se importar, eu também me senti assim. São situações tão diferentes da realidade que eu convivo, que não puderam passar batidas, deixaram marcas.

Além de uma história muito emocionante, esse livro tem um valor cultural excepcional. É um retrato daquela sociedade. É um convite para pensarmos nos limites capitalistas, em preconceitos e na eterna luta por justiça social e inclusão.

site: http://arrastandoasalpargatas.blogspot.com.br
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Poly 07/07/2013

Quando pedi o livro não sabia que se tratava de uma história verídica, quis ler por causa da sinopse excelente e não me arrependi.
A narrativa é no formato de reportagem, a linguagem é bem clara e fácil de ser entendida. É um livro tão bem escrito que diversas vezes eu tive que parar, pensar em outra coisa e depois voltar para a leitura, pois devido à riqueza de detalhes eu me transportava diretamente para a favela com seus cheiros, barulhos e medos.
Além desses detalhes, o livro também traz à tona o maior problema da pobreza: corrupção. E todas as vezes que o assunto aparecia era impossível não fazer um paralelo com o Brasil e pensar se aqui não acontece do mesmo modo.


No ocidente, e entre alguns da elite indiana, esta palavra, “corrupção”, tinha conotações puramente negativas; era vista como uma barreira para as ambições da Índia moderna e global. Mas para os pobres de um país onde a corrupção roubava um número enorme de oportunidades, essa mesma corrupção tornava-se uma das oportunidades genuínas que restavam.
P. 54

Um pouco da cultura indiana também foi bem demonstrada, nada belo como as novelas da globo, mas a simples realidade de milhares de pessoas.


Os transgêneros ou transexuais, os hijras, de Mumbai eram tão temidos quanto atraentes. Eles traziam má sorte por serem ambíguos sexualmente, e acreditava-se que a má sorte era contagiosa. Quando transexuais vinham à porta da sua casa, você tinha que pagar para eles irem embora. Você pagava um pouco mais se quisessem que eles atirassem fezes na frente de seu inimigo. E assim que as fezes fossem atiradas, o mau-olhado permaneceria, mesmo que seu inimigo contratasse um baba para queimar três palitos de incenso num copo de arroz com pó vermelho salpicado por cima.
p. 83


Em Délhi, os políticos e intelectuais reclamavam, confidencialmente, da irracionalidade das massas ignorantes da Índia, mas, quando o próprio governo fornecia respostas falsas para as preocupações mais prementes dos cidadãos, boatos e conspirações tomavam asas. Algumas vezes, as teorias da conspiração tornavam-se um consolo para a perda.
p. 203

Dentre os livros da categoria, foi um dos melhores que eu já li. Vivo uma relação de amor e ódio com livros-reportagem porque todos os que eu li traziam realidades muito tristes e isso me deixa meio tocada por tempo e sempre digo que não quero ler outros do gênero. Por outro lado, eles são tão bem escritos e enriquecedores que eu sempre acabo dando uma chance para eles.


site: http://polypop.net/livro-em-busca-de-um-final-feliz/
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Ericona 11/10/2014

Em Busca de um Final Feliz, livro que levou o maior prêmio literário dos Estados Unidos, o National Book Award, na categoria não-ficção. Katherine é uma jornalista investigativa, muito bem conceituada por seu trabalho extremamente honesto e bem feito. Segundo as minhas pesquisas, Boo ganhou um Prêmio Pulitzer no ano 2000, pela sua cobertura sobre o estado lastimável dos locais públicos que tratam de deficientes intelectuais. Ainda não tive oportunidade de conhecer esse trabalho dela, mas tive, felizmente, contato com o seu livro de não-ficção sobre a vida, a morte, a esperança e uma outra gama de sentimentos sobre os moradores da Annawadi, uma das muitas favelas indianas. Livro cedido a mim pela Editora Novo Conceito, parceira do blog. Não é a mais populosas da Índia nem a mais pobre, de acordo com o que pesquisei, no entanto a dura realidade vivida por seus moradores é tão contundente quanto qualquer outra, de qualquer outro local.
Katherine retrata a realidade dos moradores de Annawadi tal como ela via, sem maquiagem, sem eufemismo, mas, em compensação, com muita sensibilidade. Os moradores de Annawadi, uma favela escondida, por trás do aeroporto e hotéis luxuosos de Mumbai, visualizavam a disparidade do luxo que era ostentado bem "nos seus narizes" e, no fundo, se imaginavam saindo da miséria e ter a chance de desfrutar, mesmo que em uma dose menor, toda aquela vida glamourosa que se dava a poucos metros deles. Boo tem o dom de captar até mesmo o que não pode ser captado pelo olhar ou a lente da sua câmera fotográfica.
Entre tombos na lama do esgoto a céu aberto de Annawadi, nas suas horas de filmagem do cotidiano da favela, e repetidas entrevistas com os moradores do local, Boo construiu uma história que causa comoção, compadecimento, ira e revolta.
Pode-se verificar que aqueles moradores vivem no limite: ignorados pelo sistema corrupto, pelo governo que, além de não garantirem o mínimo possível para que eles tenham uma vida digna, no sentido de terem os seus direitos assegurados, de moradia, saúde e segurança, ainda os extorque ao máximo. Devido a essa corrupção desmedida e cruel, os moradores passam a ver nos outros um rival, alguém que também deve ser extorquido, porque vence o mais esperto, ganha as batatas quem tirar maior vantagem dos outros. E quando digo isso, não os culpo, porque eles não conheceram outra vida. É o meio pelo qual eles entendem que podem sobreviver, que podem resistir num sistema tão implacável. Destroem-se uns aos outros não pelo prazer de serem cruéis, mas sim porque entendem, que, por tudo que já viveram, é o único modo de seguir adiante.
É difícil "manter-se gelo" (se vocês lerem, entenderão essa expressão usada por Abdul) quando fazem de tudo para que você derreta e seja mais um deles. É difícil ser bom e justo quando o sistema massacra tudo, com sua sanguinolenta (usarei agora um termo muito usado pela minha amiga Jaci, do blog Uma Pandora e Sua Caixa) política.
Por tudo que disse aqui, creio que vocês puderam perceber que não é um livro fácil, no sentido de ser uma distração do cotidiano, abstração dos problemas ou coisa que o valha. É um livro extremamente válido, por jogar na nossa cara uma realidade que muitas vezes a gente conhece, na teoria, mas que não paramos para pensar de verdade e denunciar, seja por meio de um livro, seja por meio de um movimento de revolta, de exigência de mudanças. Ninguém quer viver à margem da sociedade, porque é duro, é cruel, é impossível, é deprimente. As pessoas querem ter oportunidades, querem ser vistas como gente. Porque, pelos relatos de Boo, a maior parte dos moradores de Annawadi se sentem à parte do mundo. Cada um deles, por consequência do modo bruto e nada amistoso como são tratados pelo sistema policial local, calcula a sua vida como sem importância alguma. Durante o livro, temos a tristeza de conhecer como funciona o policiamento de Mumbai. As coisas funcionam à base de ameaças, de extorsão e morte.
Fátima, a annawadiana de uma perna só, extremamente vaidosa e tão carente de afeto e atenção. Por um momento a detestamos por ela culpar e castigar quem não tinha nenhuma culpa pela sua desolação e mazelas. Porém, ao mesmo tempo, se formos analisar a sua infância e toda a sua vida, de maneira cautelosa, podemos entender, ainda que minimamente, as suas ações. Quando digo entender, não digo que isso justifica fazer o que ela fez. Porém, não podemos colocar as "Fátimas" da vida num poste e linchá-las até a morte. Esse não é e nunca será o caminho. Abdul, um menino retraído, que não conhecia nada da vida a não ser um trabalho, precisou conhecer os outros lados da vida e ampliar a sua visão de mundo em decorrência de uma terrível injustiça pela qual passou. A vida às vezes lança peças em nós que verdadeiramente não são justas, porém, de um modo louco e inexplicável, nos faz crescer e maximizar o que conhecíamos por vida. Asha, mulher que deixou que seu coração fosse ressecado pelas as suas vivências na infância e adolescência, o que a tornou uma mulher extremamente racional e inescrupulosa. Manju, filha de Asha, cheia de sonhos, mas, sempre que as suas asas parecem surgir, é impedida de voar por não ter ousadia de peitar o sistema e o que quer que seja para ser quem ela quer ser. Sunil, um garoto inteligentíssimo, que tanto queria ser feliz, sair da favela, para ter uma condição melhor de vida. Acabou que esse menininho passou por maus bocados, trilhou por caminhos tortos até poder voltar ao caminho correto, ainda que seja o caminho mais rechaçado pelo sistema regente em Mumbai.
Poderia falar com mais detalhes de cada um dos personagens. Todos, à sua maneira, me tocaram e ficaram em minha memória. A miséria, a fome, o trabalho incessante, que dava um lucro tão pouco, mas tão pouco, que mal dava para aquela gente se alimentar.
Katherine falou de favela, de pobreza, mas, sobretudo, de seres humanos, que, ainda que destituídos de riquezas materiais, tentam preservar um fiapo de esperança em dias melhores em seus corações e, principalmente, são inteligentes, criativos e dão o seu jeito de sobreviver em meio ao caos.
Esse livro de não-ficção é indicados para mim, para você e para todos que não temem conhecer uma realidade dolorosa, mas, principalmente, real e que precisa ser mudada. Não porque ser pobre é feio. Não há nada de errado em ser pobre, a não ser pela pobreza, pela falta de oportunidades, pela luta desumana para sobreviverem. A pobreza deve ser combatida porque todos, todos sem exceção, merecem ter seus direitos garantidos. Os governantes nos devem isso. É uma tarefa difícil? Sem dúvida, especialmente quando a corrupção impera. Nós também temos a nossa parcela de culpa pela corrupção e desmandos do governo imperar. Quando nós nos dermos conta da força que temos, e, unidos, lutarmos contra quem não quer mudar a nossa realidade, talvez possamos fazer um mundo melhor.

site: http://ericaferro.blogspot.com.br/2014/04/resenha-em-busca-de-um-final-feliz.html
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