Daiani.Cris 28/11/2013Sonhe Mais - Reconstruindo a vida após a perdaRecebi este livro logo que perdi meu pai então pude entender a escritora, pois sabia que nossas dores eram parecidas, e é certo que muitas outras pessoas ainda irão se identificar com ela também.
Jai e Randy se conheceram na Universidade da Carolina do Norte onde ela trabalhava e apesar de ter 30 anos e já ser divorciada, Randy não pensou duas vezes e se entregou á paixão.
Ele sempre foi uma pessoa inteligente e encantadora que com pequenos gestos e simples atitudes sempre deixou bem claro à sua própria família, e à família de Jai o amor que sentia por cada um.
Apesar de morarem longe um do outro, estavam sempre juntos.
Casaram-se, e seis anos depois veio a notícia de que Randy tinha um câncer.
“Eu rapidamente aprendi que não há pronunciamento mais assustador do que ‘você tem um câncer’, a não ser que seja ‘a pessoa que você ama tem um câncer’”.
A partir daí o casal fez de tudo para reverter o quadro clínico e aproveitar ao máximo a vida junto com seus três filhos, pois se acontecesse do organismo de Randy não responder aos tratamentos agressivos que estava sendo submetido ele teria pouco tempo de vida.
Algum tempo depois, Randy passou por uma cirurgia e Jai se viu dividida entre cuidar de seu esposo que estava passando por um tratamento quimioterápico e que fazia questão de que sua esposa fosse a sua cuidadora, ou ficar em casa com seus três filhos pequenos; a solução então foi se desdobrar para ficar com os filhos nos finais de semana e cuidar do esposo durante o tempo restante, mas isso a deixou muito atarefada, sem tempo até para respirar, mas ela não desistia, estava sempre se esforçando para conseguir equilibrar os afazeres do hospital com os das crianças.
“É preciso procurar bem lá no fundo, mas ela está lá, esperando para ser trazida à tona: uma força indescritível”
Infelizmente o câncer de Randy sofreu processo de metástase e em julho de 2008 ele faleceu.
“O câncer faz mais do que se apossar do corpo; ele tira o tempo, controla a agenda, toma conta do dia. O paciente e o cuidador estarão completamente nas mãos dele.”
Neste momento Jai se afasta das dores do tratamento do esposo e é consumida pelas dores do luto, do funeral e da vida que terá pela frente sem seu esposo.
* * *
Com o tempo, é claro, aprendemos a viver com a ausência, a dor, o espaço vago que fica dentro de nós. Sabemos que mais ninguém poderá substituir este vazio e que essas pessoas nunca sairão de nossas vidas, apesar de já não estarem presente fisicamente.
O livro é muito bom! Quem já passou por isso se sente narrando o livro juntamente com Jai, mesmo que o caso clínico não seja o mesmo, mas a dor da perda é igual para todos independente de como ela aconteça.
A realidade é que a morte é a única certeza que temos, então sabemos que um dia todos nós iremos para o mesmo lugar, mas é certo que ninguém esta preparado, nem para ir, nem para se despedir de alguém, porém, para minimizar a dor, deve-se pensar que nossos entes queridos agora estão livres de dores, de pressões, de tristezas, e que não deixamos de amá-los, e eles continuarão sempre conosco .. nos iluminando!
“A vida é um dom precioso e não pretendo desperdiçá-la nem um só dia. Passei por uma tragédia? Sim, passei. Mas seria outra verdadeira tragédia se não me recuperasse da tristeza que senti e se não sentisse saudade dos muitos momentos felizes ao longo da jornada. Meu sonho foi destruído? Sim, foi. E isso acontecerá de novo. Mas, quando acontecer, recolherei os cacos e criarei algo novo. Sempre sonharei novos sonhos.”