Camis 13/06/2013Intenso e incrívelÉ Melhor Não Saber é um daqueles livros que destroem seu emocional. Fazem seu coração acelerar, seu pé ficar balançando freneticamente a cada página, e suas unhas serem roídas. Um thriller agoniante, angustiante, intenso, e que vale a pena do início ao fim.
Sara Gallagher nunca se sentiu realmente parte da sua família. Com exceção da mãe que lhe dedicava um amor incondicional, seu pai era um bruto e arrogante que a culpava por tudo, sua irmã Lauren simplesmente fingia não ver as maldades do pai com Sara, e Melanie era a queridinha do pai que a havia metido em mais encrencas do que ela podia se lembrar.
De acordo com a psiquiatra que Sara frequentava, "para se ter um futuro é preciso aceitar seu passado". Mas como aceitar um passado se você não o conhece? Foi por causa disso que Sara finalmente decidiu procurar por sua mãe. O que ela encontrou, no entanto, foi uma mulher apavorada, resignada e que mal aguentava olhar para a filha que havia abandonado. Como Julia, a mãe biológica de Sara, não aguentava se quer conversar com ela, Sara buscou um investigador para que pudesse descobrir quem era seu pai e um pouco mais sobre seu passado. O que ela nem desconfiava é que ele descobriria que ela é filha do Assassino do Acampamento.
O Assassino do Acampamento é um serial killer procurado a mais de 30 anos, que matou e estuprou uma série de garotas que acampavam no verão. Quando a notícia de quem é o seu pai vaza para a imprensa, o Assassino do Acampamento resolve que é hora de conhecer a filha que não imaginava ter. Tudo o que John (o serial killer) queria era estabelecer um vínculo com Sara, e falar sobre as tantas coisas que poderiam ter em comum, mas Sara tinha outros planos para ele.
Com a ajuda da polícia, Sara terá que jogar um jogo perigoso de mentiras e emboscadas, enquanto prepara seu casamento e esconde de toda sua família que seu pai biológico resolveu manter contato. No entanto, Sara tem Evan (seu noivo) e Ally (sua filha de 6 anos), enquanto John não tem ninguém, é por isso que ela sabe que tem que ser mais cautelosa do que nunca, porque se algo der errado, se John desconfiar que Sara está armando pra ele, ela terá muito mais a perder.
Eletrizante e intenso. Chevy Stevens soube brincar muito bem com as emoções do leitor. Em vários momentos entramos na pele de Sara e sentimos suas dúvidas e inseguranças como se fossem nossas. Um livro que mexe com você ao ponto de começarmos a distorcer nosso próprio bom senso e discernimento. Em vários momentos me vi torcendo por John, odiando os policiais, e cheguei até a pensar: “coitadinho do serial killer”.
Chevy desenvolveu sua narrativa de um jeito peculiar: o livro é narrado pela própria Sara como se ela estivesse contanto os relatos para sua psiquiatra, Nadine, e vemos muitas vezes uma pequena interrupção na história, em que Sara conta a Nadine sobre seus ataques e angústias e até mesmo pede conselhos. Isso faz com que em muitas vezes o leitor se sinta no papel de Nadine, tendo Sara lhe contanto diretamente sua história.
Com capítulos curtos e subdivididos em partes ainda menores, um final surpreendente, um enredo muito bem construído, uma narrativa ativa, uma revisão impecável feita pela Arqueiro e personagens mais reais do que nunca, É Melhor Não Saber é uma indicação perfeita para quem adora um bom thriller.
- Elas estava escondendo algo, isso é certo. E essa situação está me deixando louca.
- E se for algo que você não iria querer saber? Ela pode ter um bom motivo para não lhe contar. (Página 26)
Hoje cedo eu estava no ateliê, lixando a arca de mogno, tentando me esquecer de tudo, e isso funcionou por algumas horas. Então cortei o dedo. Enquanto o sangue jorrava, pensei: Corre em mim o sangue de um assassino. (Página 37)
http://nolimitedaleitura.blogspot.com.br/2013/06/e-melhor-nao-saber.html