Quincas Borba 28/09/2023
Nem os significados são avulsos...
Depois de ler em ordem cronológica os nove romances de Machado, comecei a me aventurar em outra área com a qual ele tem grande habilidade e maestria: os contos. Porém, ao invés de ler cronologicamente, fui direto para a coleção de contos mais famosa de Machado: "Papéis Avulsos", publicado em 1882. Como adverte Machado, apesar do título, os papéis têm sim vários temas em comum.
Na edição da Penguin Companhia, podemos deduzir quais seriam esses temas por conta do excelente texto de John Gledson (cujas introduções servem mais de posfácio; nunca coloque um spoiler numa introdução, nunca! Todo edição da Penguin em que John Gledson escreve a introdução, você deve a ler, ironicamente, depois de finalizar o livro!), que mostram uma nova face e dá um novo sentido pela reunião desses papéis avulsos.
Eu gostaria de poder escrever sobre cada conto, mas, me conhecendo, a resenha ficaria extremamente longa, então eu vou dizer quais foram os meus favoritos!
O melhor conto, que na verdade é uma novela, é "O alienista"; não é à toa que é mais lembrado que vários romances do Machado; um outro destaque é "D. Benedita", que também é um pouco grande, mas é bem divertido; "O espelho" é um conto poderosíssimo, seguido de "Teoria do medalhão"; os mais divertidos são "A chinela turca" e "A sereníssima republica", por terem elementos mais fantasiosos, e por conta de suas críticas.
Mesmo que bom, "O segredo do Bonzo" foi o que menos gostei de toda a coletânea, e na minha opinião, existe uma disparidade enorme entre esse e os outros; mas, nada ruim! (deveria fazer uma resenha específica para cada conto?).
Mal posso esperar para ler outros contos do Machadão.