No Escuro

No Escuro Elizabeth Haynes




Resenhas - No Escuro


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cheledrum 07/11/2013

Ótimo
Gostei muito deste livro.
Claro que você vai matando o que pode ocorrer no livro mas isto não tira o brilho pois o drama psicológico sofrido pela protagonista realmente te deixa agoniado.
No meio eu achei um pouco enfadonho mas logo a autora retomou o ritmo, e o final... fechei um livro com um brilho no olho.

Super recomendado.
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Janaina Vieira - Escritora 04/10/2014

Escuridão apavorante...
Esse é o segundo livro que leio de Elizabeth Haynes e mais uma vez ela conseguiu me surpreender o tempo todo.

A história é muito bem escrita, permeando lá e cá, no passado e no presente, a vida da mesma personagem. Muito interessante é a sensação que temos de que se trata de duas pessoas completamente diferentes, tal é a mudança pela qual ela passou após tudo de ruim e apavorante que foi obrigada a enfrentar quatro anos antes. Ou seja, a Cathy de antes era uma, a Cathy de hoje tornou-se o seu oposto, em tudo. A de antes era alegre, festeira, tinha várias amigas e amigos, vivia cada dia como se fosse o último. Até conhecer Lee... A Cathy de hoje tem TOC, pânico e sobrevive graças ao seu trabalho e à sua feroz determinação de se proteger de qualquer perigo. Não tem mais amigas, vida social ou alegrias cotidianas. Até conhecer Stuart...

O suspense nos leva a roer as unhas! À medida que conhecemos a história passada de Cathy, ao mesmo tempo percebemos que o seu momento presente poderá levá-la de volta ao passado, sem que ela possa evitar isso. A cada página uma revelação, sem pressa, e justamente por isso mais e mais assustadora a história se torna.

Recomendadíssimo!
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Crislane 29/05/2014

Sem Ar
Não consigo encontrar palavras para descrever minha opinião sobre esse livro. Simplesmente eu precisava saber se tudo ia acabar bem o mais rápido possível!
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Marcia 02/10/2014

No Escuro
Trata-se da história de Cathy, uma moça que fora vítima de violência doméstica no passado e busca refazer sua vida poucos anos depois em outra cidade. Porém, após todo o sofrimento, ela desenvolve um alto grau de TOC. Com a chegada de um novo vizinho no andar de cima, sua vida começa a entrar nos eixos e com ele, ela consegue relaxar um pouco.

A forma como o livro é contado é diferente, cada capítulo trata do passado e depois do presente, depois volta pro passado e aí pro presente, etc.

A obra tem a capacidade de prender muito fácil, mas a partir de um determinado momento, essa narrativa do passado passa a ficar massante.

Porém, o desenrolar de uma parte importante de seu passado, simplesmente não foi narrada no livro. E os capítulos do passado de Cathy simplesmente desaparecem justamente quando queria saber o que aconteceu logo em seguida.

O final achei meio a desejar, foi meio previsível.

É um ótimo livro, adorei o casal formado pela Cathy e Stuart, e toda a forma que ele utilizou para ajudá-la a encarar e a superar o TOC e seus fantasmas do passado.
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Mari 30/09/2014

Magnifico
Nossa esse livro é muito bom. Você sente o medo junto com a personagem, a ansiedade, tudo. Super indico para quem gosta de suspense!
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Anderson 22/09/2014

No Escuro
Sinopse:
Catherine aproveitou a vida de solteira por tempo suficiente para reconhecer um excelente partido quando o encontra: lindo, carismático, espontâneo Lee parece bom demais para ser verdade. Suas amigas concordam plenamente e, uma por uma, todas se deixam conquistar por ele. Com o tempo, porém, o homem louro de olhos azuis, que parece o sonho de qualquer mulher, revela-se extremamente controlador e faz com que Catherine se sinta isolada. Amedrontada pelo jeito cada vez mais estranho de Lee, Catherine tenta terminar o relacionamento, mas, ao pedir ajuda aos amigos, descobre que ninguém acredita nela. Sentindo-se no escuro, ela planeja meticulosamente como escapar dele. Quatro anos mais tarde, Lee está na prisão e Catherine, agora Cathy, tenta reconstruir a vida em outra cidade. Apesar de seu corpo estar curado, ela tornou-se uma pessoa bastante diferente. Obsessivo-compulsiva, vive com medo e insegura. Seu novo vizinho, Stuart Richardson, a incentiva a enfrentar seus temores. Com sua ajuda, Cathy começar a acreditar que ainda exista a chance de uma vida normal. Até que um telefonema inesperado muda tudo. Ousado e poderoso, convincente ao extremo em seu retrato da obsessão, No escuro é um thriller arrebatador.

Catherine aproveitou a vida de solteira por tempo suficiente para reconhecer um excelente partido quando o encontra: lindo, carismático, espontâneo Lee parece bom demais para ser verdade. Suas amigas concordam plenamente e, uma por uma, todas se deixam conquistar por ele. Com o tempo, porém, o homem louro de olhos azuis, que parece o sonho de qualquer mulher, revela-se extremamente controlador e faz com que Catherine se sinta isolada. Amedrontada pelo jeito cada vez mais estranho de Lee, Catherine tenta terminar o relacionamento, mas, ao pedir ajuda aos amigos, descobre que ninguém acredita nela. Sentindo-se no escuro, ela planeja meticulosamente como escapar dele. Quatro anos mais tarde, Lee está na prisão e Catherine, agora Cathy, tenta reconstruir a vida em outra cidade. Apesar de seu corpo estar curado, ela tornou-se uma pessoa bastante diferente. Obsessivo-compulsiva, vive com medo e insegura. Seu novo vizinho, Stuart Richardson, a incentiva a enfrentar seus temores. Com sua ajuda, Cathy começar a acreditar que ainda exista a chance de uma vida normal. Até que um telefonema inesperado muda tudo. Ousado e poderoso, convincente ao extremo em seu retrato da obsessão, No escuro é um thriller arrebatador.
Elizabeth Haynes trabalha como consultora para o serviço de informações confidenciais da polícia e desde pequena demonstrou interesse pela leitura. A sua primeira obra Into the Darkest Corner conhecida no Brasil como No Escuro foi publicada em 2011 e conquistou o prêmio de melhor livro da Amazon do Reino Unido. O sucesso é tanto que o livro já foi publicado em mais de trinta países e traduzido para vinte idiomas.


No Escuro conta a história de Catherine Bailey, uma mulher que tenta lutar contra os traumas do passado. Foi assim que ela aprendeu a ser uma sobrevivente. Sua rotina é sempre a mesma, principalmente pelo fato de ela ser portadora de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e Estresse Pós-Traumático (EPT). Ao recomeçar a sua vida em Londres, Catherine prometeu que não cometeria os mesmos erros de antigamente. Tentava ser exemplar no trabalho e mantinha distância de amizades ou relacionamentos. Sua mente ainda guardava memórias do inferno que a sua vida era quando o conheceu.

Tudo mudou há três anos, quando Cathy vivia em Lancaster e era uma jovem baladeira que não se importava com as consequências de seus atos. Ir para cama com estranhos e acordar em lugares desconhecidos se tornou algo comum em sua rotina. Quando ela decidiu visitar uma boate com suas amigas, conheceu o misterioso Lee. O tipo de homem que faria qualquer mulher cometer loucuras por ele. Assim que o conheceu, Cathy sabia que os seus casos de uma noite estavam prestes a acabar. Lee possuía todas as características do homem perfeito, sendo sedutor, inteligente e romântico. Ele prometeu que a adorável Cathy viveria um relacionamento dos sonhos, com encontros em lugares fantásticos e momentos surpreendentes. Entretanto, Lee evitava comentar sobre o seu passado ou sua profissão que o fazia sumir por dias. Após alguns meses, ele passou a controlar a vida de sua amada, seguindo os seus passos e a punindo quando não o obedecia. Os segredos do passado aos poucos estavam sendo revelados.

Narrado em primeira pessoa, No Escuro é um thriller que possui o lado da cruel realidade dos relacionamentos abusivos. O passado e o presente são alternados em capítulos, sendo o passado entre os anos de 2003/2004, e o presente entre os anos de 2007/2008. Os primeiros anos relatam o que fez com que a protagonista ficasse tão fria e distante da sociedade. Como uma jovem divertida e cheia de vida se tornou uma mulher vazia e sem esperança de um mundo melhor.A autora conseguiu construir personagens com características que dominam a narrativa. A descrição dos acontecimentos é direta e objetiva, não poupando o leitor. O conto de fadas de tantas tramas é substituído por situações chocantes, intensas e cruéis. Os malvados são punidos, mas se possuem poder, logo são liberados de suas sentenças. As vítimas, por outro lado, buscam apenas a sobrevivência dentro de um mundo de falsas promessas. A esperança, neste caso, fica de escanteio.

No geral gostei muito do livro, e principalmente da escrita da autora, to louco por outros livros da mesma, não é cansativa, a leitura nos prende, sem mais, indico a qualquer um que gosta de um romance mais ''apimentado'' de todas as formas...rs

site: comandoliterario1.blogspot.com
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Duan Baptista 01/09/2014

Um ótimo Thriller!
Eu esperava um livro diferente do que realmente foi "No escuro". Mas a personagem é tão palpável, tão verossímil que seus mais simples medos criaram uma tensão que me prendeu até o fim. Foi um pouco estranho ler da forma que a autora apresentou a história, alternando antes e depois do ocorrido que deixou a personagem num estado obsessivo-compulsiva, mas depois isso não foi problema.
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Luciana 29/08/2014

Vontade de ler tudo de uma única vez
Simplesmente surpreendente, a autora consegue desenrolar cada capítulo de forma que ao final de cada um deles você queria ler mais e mais.
Estou adorando a leitura, recomendo muito.
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Caverna 29/08/2014

Catherine é uma jovem de 24 anos, sem família, que adora festa, bares, danças e bebidas. Ela aproveita sua vida de solteira ao máximo com suas amigas, até o dia em que encontra um cara lindo e carismático em um bar... Lee. E melhor: ele parece afim dela também. Para melhorar seu conto de fadas, algum tempo depois eles se encontram na academia e ele a convida para sair. Maravilhada com sua sorte, Catherine mergulha em um conto de fadas que faz com que todas as suas amigas tenham inveja.

Até ele mostrar a sua verdadeira natureza: um agressor.

Ao mesmo tempo, Haynes nos apresenta uma Catherine quatro anos mais tarde, com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), que precisa verificar todas as portas, janelas e cortinas seis vezes, para ter o mínimo de certeza de que está segura dentro de seu próprio apartamento. Uma Catherine ansiosa, quieta e contida. O retrato de uma mulher que sofreu abuso.

Divido não em capítulos, mas em dias, o livro alterna seus dias entre passado (Catherine alegre e cheia de vida) e presente (Catherine com TOC e medo). Aos poucos, vamos entendendo tudo o que aconteceu com nossa personagem no passado, desde quando conheceu Lee, até o dia que o conheceu de verdade, passando por momentos de tensão e pavor, até sua quase morte. Enquanto ela no presente tenta com todas as forças levar cada dia de uma vez, verificando suas portas, janelas, cortinas, talheres e fazendo cada dia uma rota diferente para seu trabalho, tentando convencer a si mesma de que ninguém a está seguindo.

Lee é um personagem que, de início, parece um príncipe encantado. Cavalheiro, bonito e atencioso. Mas vamos descobrindo buracos em sua vida, pedaços de seu cotidiano, que ele esconde de sua então namorada, que começam a deixá-la intrigada. Porém, é só Lee sorrir e levá-la para cama, que parece que tudo parece sumir numa nuvem de fumaça. Aos poucos, então, ele se mostra: uma pessoa extremamente transtornada e possessiva, que poderia até sofrer de algum tipo de transtorno psicológico. Manipulador e violento, quando ele está longe de casa a trabalho, para que Catherine possa saber que ele está sempre a observando, ele entra em seu apartamento sem que ela saiba e muda pequenas coisas de lugar: talheres, móveis. Uma maneira de controlá-la.

Esses eventos mudam Catherine definitivamente e, no presente, mesmo com Lee trancado às sete chaves na cadeia, ela ainda possui aquela sensação de perseguição e necessidade de verificar tudo, para ter certeza de que ninguém entrou em sua casa durante sua ausência. E é no meio de uma de suas verificações que ela conhece Stuart, um psicólogo que está mudando para o apartamento acima do seu. De maneira inesperada, ele entra em sua vida e começa a tentar revolucionar algumas coisas, como um bom psicólogo e uma boa pessoa, tentando ajudá-la a superar seu trauma.

site: http://caverna-literaria.blogspot.com.br/2014/08/no-escuro.html
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LuizClaudio 19/08/2014

Psicologicamente perturbador
Como eu posso descrever o que eu senti enquanto li esse livro?? Agonia, angustia, nervoso, raiva, pena, excitação... Elizabeth é ótima em nos fazer sentir, pelo menos foi o que aconteceu comigo. História bem elaborada,ela encerra cada capitulo de maneira surpreendente. Não conhecia nada sobre TOC e TEPT antes de ler esse livro. Com certeza valeu cada página.
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skuser02844 07/08/2014

Que livro Incrível
Ainda estou sob efeito dos último capítulos.
Que livro maravilhoso, incrível, genial,
Os personagens são tão reais que precisava me lembrar o tempo todo que estava lendo uma ficção e que apesar da adrenalina dos acontecimentos, nada era real, mas sim uma incrível história elaborada por uma escritora espetacularmente competente.
Pra quem adora romance com uma pitada de suspense e mistério, esse livro é perfeito.
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Bárbara 06/08/2014

Fantástico!
Ao começar a leitura, fiquei impressionada como a escritora Elizabeth Haynes abordava um assunto bastante comum: As agressões a mulher. E mesmo assim, não perdia a sutileza do tema.

Ela conta a história de Catherine(Cathy), uma mulher de 24 anos que adora sair com as amigas para balada, namorar, beber, enfim... curtir a vida como qualquer outra pessoa. Até que conhece um homem lindo por acaso que acaba se interessando por ela e eles engatam um namoro. Pronto. E daí que a vida dela muda radicalmente.

A escritora conseguiu deixar a história no passado e no presente ao mesmo tempo sem deixar confuso, como por exemplo, chamar a mesma pessoa de "Catherine" a de 24 anos e a "Cathy" a de alguns anos depois. Conseguiu ser concisa ao falar sobre o TOC de Cathy e todos os demais sintomas que a personagem tinha depois de sofrer os abusos de seu ex-namorado.

Um livro que eu diria forte, sem contradições, e que faz você passar mal e querer saber o desfecho de toda a história. Um final surpreendente em minha opinião e recomendo.
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PorEssasPáginas 02/10/2013

Resenha No Escuro - Por Essas Páginas
Olá! Hoje a resenha dupla será com um thriller bastante angustiante, de dar calafrios. Para quem é fã do gênero suspense vai gostar. As opiniões da Karen serão em verde e as da Lucy serão em azul. (Cores na resenha original no blog)

Mais um livro que adquiri em e-book no começo do ano e só agora consegui lê-lo (isso acontece muito). Eu achei interessante a narrativa do livro, primeiro porque não mostra tudo o que aconteceu de uma vez só. A angústia do leitor aumenta quando você descobre que aconteceu alguma coisa, mas você não sabe da intensidade do que aconteceu e isso só será mostrado aos poucos – isso até me irrita um pouco, mas de forma positiva para a leitura, porque ela flui mais depressa devido à minha curiosidade (estranha, eu? Só um pouco).

Também adquiri o livro há algum tempo, mas demorei para ler, apesar de estar bem curiosa. Como a Lucy, achei bem interessante o método narrativo. As informações são cedidas ao leitor em conta-gotas, de maneira muito sutil, mas diferente da Lucy, isso não me irrita; é uma técnica ótima para um thriller. O que mais dá medo, seja numa leitura ou num filme de horror é exatamente o desconhecido. Por isso esse método é tão efetivo, pois vai construindo lentamente a angústia, de um jeito quase perverso – com os personagens e com o leitor.


O livro é narrado por Catherine/Cathy, exceto três capítulos. Como eu disse antes, a autora revela o que aconteceu aos poucos, intercalando os capítulos que são divididos pelas datas em que aconteceram: um capítulo retrata a vida de Cathy em 2007/2008 e outro capítulo retrata a vida de Catherine em 2003/2004. Isso foi outra técnica brilhante utilizada pela autora. As personagens – que na verdade são a mesma pessoa - contrastam de maneira excepcional, como opostas, e às vezes até dão a impressão de serem pessoas completamente diferentes. Até aqui a autora teve o cuidado ao nomeá-las de maneira diferente: Catherine, no passado, Cathy, no presente. E o mais incrível é que o leitor, angustiado, vai acompanhando as duas até que elas convergem e se transformam na mesma pessoa, e você ali, tentando entender como isso aconteceu.

A vida de Cathy em 2007 é de uma pessoa que olha para todos os lados antes de sair de casa e sempre verifica seis vezes se a porta da rua está fechada e se está bem lacrada, sem falhas. Além de estabelecer um padrão sobre posição de móveis, talheres e cortinas, ela também muda de itinerário todos os dias, para ter certeza de que não será seguida. Isso tudo é causado pelo estresse pós traumático do que ela sofreu anos antes; o trauma foi tanto que ela desenvolveu TOC (transtorno obsessivo compulsivo), que faz com que seja necessário que repita todos os procedimentos repetidas vezes para ter certeza de que está segura. Caso ela falhe em alguma de suas verificações, ela sente o pânico aumentar, culminando em uma crise que ela não consegue controlar tão cedo.

O trabalho de pesquisa da autora sobre os transtornos foi notável. O resultado final foi muito realista. É lendo algo assim que a gente percebe o quanto a pesquisa é importante na escrita e o quanto ela é capaz de deixar as coisas mais verossímeis e, nesse caso, assustadoramente reais.

Se eu não escolher um itinerário de volta diferente toda noite, fico achando que alguém vai me seguir. Dá para imaginar viver assim? Não é nada agradável. (…)

Mas aquelas verificações não me davam prazer algum, nunca deram; era mais uma espécie de alívio – uma ausência temporária de terror.

Já a vida de Catherine de 2003 é a de uma jovem despreocupada com a vida, que gosta de sair para beber com as amigas e encontrar caras na festa com quem ela pudesse curtir a noite e ir embora no dia seguinte. Até ela conhecer Lee.

Você confia em alguém que se mete em uma briga e depois se recusa a contar o que houve?

Ela o conheceu em um pub, ele trabalhava na segurança. Até então, ela se sentiu lisonjeada por ele se aproximar dela. Logo eles estavam juntos, ela sem saber muito de sua vida. O relacionamento era intenso, Lee muitas vezes era atencioso até demais, mas Cathy percebia algumas peculiaridades em Lee, como sombras, que ela não gostava muito. No começo era apenas a sensação de algo fora do lugar que, aos poucos, foi crescendo e se tornando maior e mais assustadora. É interessante como a angústia da protagonista passa pelo livro e chega até o leitor. Aos poucos, apesar de não conseguir largar o livro, eu me sentia angustiada apenas por lê-lo. Não são muitos escritores que conseguem essa façanha.

Toda mulher gosta de brutalidade – disse ele – As que dizem que não são mentirosas.

(…) me peguei pensando: Isso é loucura – o que é que estou fazendo? O que estou fazendo?

Muitas vezes ela deixava passar essa má impressão que tinha de Lee. Afinal, ele tinha seus altos e baixos, normal. Bem… Nem tanto. Quando ela viu que não aguentaria mais a pressão do relacionamento não apenas controlador mas abusivo, percebeu que não seria tão fácil assim se livrar dele. Mesmo porque, todas as suas amigas estavam a favor de Lee.

A primeira vez que Catherine se deu conta disso – através do telefonema quase histérico de uma de suas amigas – eu achei pouco verossímil. Como assim uma amiga agiria daquela maneira? Mas depois refleti mais um pouco e percebi que sim, isso é possível, se o cara for manipulador e encantador o suficiente. Quantas vezes não vemos mulheres completamente dominadas por caras aparentemente perfeitos, sem nem perceber que isso ocorre? Eu com certeza já vi. E a amizade pouco significa nesses momentos, infelizmente. A insegurança, a solidão, a carência… todas as outras pessoas e coisas se tornam pequenas perto disso. Já vi garotas que namoram com caras assim e se afastam por esses motivos, e também vi amigas que abandonam a amiga que está namorando pelo mesmo motivo e talvez até por inveja. As amigas de Catherine sentiam inveja pela relação aparentemente perfeita dela, mas as coisas não eram bem assim. Desconfie do que é perfeito.

Eu não achei pouco verossímil, porque sei como é horrível perceber como as pessoas podem tomar partido de outras sem sequer ouvir o outro lado da história. É frustrante, você se sente insegura, sem saber em quem confiar. Eu notei que apenas uma das amigas de Catherine estava disposta a ouvir o que ela tinha a dizer, mas Catherine já não tinha mais esperança de escapar.

Não sobrara mais ninguém. Ninguém. Agora era somente ele e eu.

Em 2007/2008, Cathy sabe que precisa lidar com esse medo, esse pânico que cresce de forma irracional. Ainda sem esperança, ela parecia conformada, porém infeliz. Stuart, seu novo vizinho, conseguiu convencer Cathy a procurar ajuda profissional, ciente de que ela não conseguiria se livrar do TOC sozinha. Cathy precisaria ir a um hospital, outro local que ela também relutava em ir, por fazer parte de um de seus traumas.

Eu queria me lembrar de como era me sentir livre.

Como um fantasma que aparece à noite, Cathy recebe a notícia de que Lee cumprira sua sentença e seria solto em breve. Embora ela ainda estivesse em processo de tratamento e sentir o pânico crescer cada vez mais, ela sabia que teria que agir contra o TOC, mesmo tendo certeza de que Lee passaria a persegui-la novamente, apesar de aparentemente não saber sua localização atual.

É interessante como a autora mexe com nossos sentimentos aqui, algumas vezes até nos dá alguns tapas na cara. No começo eu via Cathy e pensava: ok, você é doida, meu bem. Chegava a ficar irritada com as verificações dela, que levavam páginas inteiras. Puro preconceito. À medida que o livro avançava e Cathy tentava se livrar da obsessão ao mesmo tempo que o perigo aumentava ao seu redor, eu chegava a pensar: é melhor você olhar, é melhor verificar. E ficava insegura quando ela algumas vezes era descuidada – ou apenas normal, tentando se curar – porque você percebe que Cathy, apesar de ter uma doença, também tem motivos muito reais para sentir medo. No final, o leitor se torna quase tão transtornado quanto ela. E o irônico é que ela está se tornando mais corajosa e tentando se ajustar, exatamente quando estamos nos tornando paranoicos do jeito que ela era.

Desde o começo, eu já sabia que ela sofria de algum transtorno de ansiedade ou Síndrome do Pânico. Depois que Stuart mencionou o TOC foi que eu percebi que o pânico e a ansiedade eram os sintomas. Eu fiquei com muita pena por ela não se sentir segura, mesmo sabendo que Lee estava preso, isso para vocês terem noção do que é o TOC. Quando ele foi solto, eu acho que ela soube trabalhar seu TOC quanto ao verdadeiro risco que corria. É como quando temos medo do escuro, você tende a se esconder debaixo da coberta e fechar os olhos até pegar no sono. Para passar o medo, você deve se sentar na cama e observar para ver o que acontece. E foi o que Catherine fez.

A questão não é saber se ele vai descobrir onde estou, a questão é saber quando isso ocorrerá. (…)

Mais uma vez, Cathy se sente um tanto vulnerável e sozinha, porque parece que nem Stuart consegue acreditar nela e em suas suspeitas, quando coisas estranhas começam a acontecer ao seu redor e pequenas pistas de que Lee a estava perseguindo. Mas o próprio Stuart começa a suspeitar de que há alguma coisa errada e passa a apoiar mais ainda Cathy.

Eu precisava aprender a não agir como uma vítima dessa vez – de mim mesma ou de qualquer outra pessoa.

Eu fiquei chocada com várias cenas do livro e me via quase chorando com o terror que Catherine passou com Lee e com as sequelas que apareciam nos capítulos em que ele não representava um perigo iminente. Ele não era simplesmente obcecado por Catherine, ele se revelou um verdadeiro psicopata, que sabe o que fazer quando quer se livrar de um obstáculo para conseguir o que quer.

O que eu posso dizer de Catherine? Ela é uma guerreira, isso sim. Muitas mulheres passam pelo que ela passou e não conseguem sobreviver ou manter o mínimo de sanidade. Isso é algo que a gente só se dá conta ao avançar na leitura. Cathy era muito mais corajosa do que parecia. A evolução dela, desde a Catherine do início até a Cathy do final é notável. Gosto muito quando o personagem evolui durante a narrativa; na realidade, nem é que eu goste, isso é necessário em um bom livro.

Sempre achei que mulheres que continuavam levando adiante um relacionamento violento e abusivo só podiam ser umas idiotas. (…) Notei que se afastar não era uma alternativa simples, afinal de contas.

No momento que li essa parte do livro senti outro tapa na cara. Quem nunca viu uma história de assédio, abuso, violência doméstica e não pensou “porque essa mulher não vai simplesmente embora?”. Quem nunca olhou para uma amiga com um relacionamento destrutivo, e nem precisa ser tão destrutivo, e jamais pensou “o que ela está fazendo com ele?”. A resposta é que talvez as coisas não sejam tão simples quanto a gente, de fora, pensa. Há vários fatores envolvidos. Para quem está de fora é fácil julgar. Para quem está vivendo na pele a situação… não é fácil.

Eu tenho arrepios de pensar que isso possa estar acontecendo com alguém da minha família ou algum conhecido nesse exato instante. Catherine teve sequelas físicas e psicológicas, mas luta contra elas todos os dias. Em uma parte do livro, ela ainda se culpa por ter se envolvido com Lee, pelo fato de ela ter uma vida “mundana”, com festas e sexo sem compromisso regularmente. ISSO É ERRADO. Seu passado “desregrado”, digamos assim, não faz dela culpada pelo que lhe aconteceu, por não ter enxergado o tipo de homem que ele era ou por não ter se afastado definitivamente quando deveria; NADA justifica o que ela passou. Se vai ter cura? Não sei, não tem como saber. Se alguma mulher alguma vez se viu livre das sequelas de um relacionamento assim, então Cathy tem chance também. Esse ponto que a Lucy tocou é importantíssimo: aqui, Cathy é uma vítima, não a culpada. A sociedade e as pessoas tendem a colocar a culpa na vítima, especialmente e principalmente na mulher. Uma mulher que sofre violência não é a culpada: é a vítima.

Stuart foi um tipo de anjo da guarda, não que ela se sentisse mais segura com ele – não apenas isso. Ele a convenceu a procurar ajuda, a quebrar um tabu que se auto-impôs sobre hospitais, disse que isso tinha de partir DELA e ele não interferiu em momento algum em suas decisões, não simplesmente por questões éticas (ele também é psicólogo), mas por respeitar o espaço dela.

Gostei de Stuart também. Apesar de ele ser ótimo, não era um cara perfeito, dava a impressão de ser um cara real, de carne e osso, e isso o fazia ainda mais especial. Mas gostei ainda mais de ele ser um conforto para Cathy, mas não sua tábua de salvação. Apesar de tão fragilizada, Cathy ainda conseguiu encontrar sozinha força dentro de si para proteger a si mesma. Ela não era uma mulher desamparada, apenas estava apavorada, mas algumas vezes cheguei a pensar que, apesar de destrutivo, o medo também a fortaleceu.

Eu gostei muito do livro, achei angustiante e o modo em que foi narrado realmente me prendeu. Para quem tem estômago fraco não recomendo, muito menos para menores de 18 anos, o livro é extremamente chocante e você fica aterrorizada com o que acontece, torcendo para que termine logo. Mostra uma realidade que atinge muitas mulheres e que algumas sequer saem vivas. Sobre o final, só posso dizer que é como se não houvesse um final. Mas não se assustem ou torçam o nariz: isso é ótimo. É o tipo de final que fecha sem fechar, mas não frustra. É o suficiente. Uma conclusão brilhante para um livro brilhante.

E realmente o livro é chocante. Mas não sei dizer se não recomendaria, como disse a Lucy. Pode parecer horrível, mas acredito que às vezes a gente precise ler/ver essas coisas, para que algo entre em nossa cabeça, para causar um certo choque de realidade. Na verdade, nem todo mundo pode concordar comigo aqui, mas eu acho esse livro ótimo para abrir os olhos de muitas pessoas: ultimamente, com esse monte de livros eróticos (onde o problema certamente não é o sexo), mostram-se personagens controladores e manipuladores como homens incríveis e românticos; a realidade, gente, é bem diferente. Um homem controlador, que segue você por todo lugar e controla seus passos, o que você come, o que você veste, não é bonito. No Escuro não é um livro de horror, mas certamente mostra um tipo de horror – o mais real, aquele que realmente pode acontecer em algum lugar, agora mesmo, enquanto você lê essas palavras. E é isso que mais perturba: saber que aquilo é sim real em alguma escala, em algum lugar, apesar de ser mera ficção.



site: http://poressaspaginas.com/resenha-dupla-no-escuro
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Maressa 19/10/2013

No Escuro - Elizabeth Haynes
"No Escuro" é um livro de Elizabeth Haynes lançado no Brasil pela Editora Intrínseca. A narrativa em primeira pessoa conta a história de Catherine Bailey - uma jovem que saiu de um relacionamento traumático e ainda carrega consigo os efeitos dessas experiência. Atormentada pelo TOC e alimentando o temor de que um dia seu ex-companheiro Lee volte para torturá-la, Catherine busca forças Stuart - psicólogo e também seu vizinho do apartamento de cima. Conforme o tempo passa, os sintomas de Catherine vão ficando cada vez mais fortes e o fantasma daquele relacionamento obsessivo e violento parece voltar a fazer parte de seus pesadelos.

Sem fazer nenhum esforço é possível classificar "No escuro" como totalmente perturbador. Isso porque a autora desenvolveu um tipo de narrativa em que passado e presente são narrados simultaneamente. Assim, em dado momento da história o leitor fica prestes a descobrir qual será o destino de Catherine, ao mesmo tempo em que desvenda a origem da compulsão da mulher por verificar portas, janelas, objetos e gavetas.

A narrativa ganha um tom assustador nas próprias palavras de Cathy e é impossível não sentir asco nas cenas de tortura e abuso. Numa outra perspectiva, o livro é interessante também porque responde a muitas perguntas feitas em relação à violência doméstica. Por isso, se o leitor quiser entender porque muitas mulheres vítimas de violência não conseguem simplesmente se livrar de seu companheiro e agressor basta ler este relato impressionante.

"No escuro" é o tipo de narrativa que oferece a oportunidade de enxergar como é se sentir vítima da crueldade de um homem violento e como se desenvolvem os transtornos e traumas causados por esse tipo de experiência. Um livro excelente e absolutamente preciso.

site: http://desconstruindoaspalavras.blogspot.com.br/2013/10/resenha-no-escuro.html
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CooltureNews 22/07/2014

CooltureNews
Acredito que não tenha visto ainda um livro que descreva com tanta perfeição e frieza a violência doméstica e suas consequências como este. E não importa muito que os personagens sejam inventados, porque o que Haynes descreve em suas páginas não é um suspense, mas sim uma história de terror.

A maneira como a autora escolheu narrar a história é sem dúvida o que a torna ainda mais impressionante, como se os detalhes macabros não fossem o suficiente. Temos duas linhas de tempo, uma mostrando Catherine no passado e outra a acompanhando no presente, e a narração em primeira pessoa nos permite ficar ainda mais perto dos sentimentos da personagem.

Então temos uma Catherine alegre, feliz, e outra amedrontada demais para ter uma vida. E no desenrolar da trama vamos entendendo como a primeira se torna a segunda, num retrato verídico o suficiente para nos fazer temer pela personagem.

Dos outros personagens acabamos sabendo apenas pinceladas sob a ótica da narradora, mas nos permite antever o quanto sua relação com as outras pessoas sofreu e ainda sofre com as sequelas da violência sofrida. Além disso, Haynes ainda trabalha com algumas das consequências psicológicas, que no livro se traduz no transtorno de estresse pós traumático – TEPT, e o transtorno obsessivo – compulsivo – TOC. Tais transtornos são trabalhados de forma enfática, bem como a luta de Catherine em primeiro assumir a doença, e depois em lidar com o tratamento e suas compulsões.

Com tudo isso a sendo trabalhado ao mesmo tempo, alguns detalhes ficaram um exagerados em sua dramaticidade, mas foi capaz de juntos construírem um retrato cruel e verídico.

E mesmo que sua qualidade narrativa caia em alguns momentos, isso não diminui a sensação de desconforto que a leitura proporciona, principalmente naqueles momentos mais brutais descritos ao longo da obra.

O que se deve ter em mente ao final da leitura desse livro é o quanto a questão da violência doméstica contra a mulher está entranhada em nossa sociedade, e principalmente, em como muitas vezes suas vitimas são tratadas.

Esta pode até ser uma obra de ficção, mas retrata uma verdade cruel que muitas vezes é escondida em nossa sociedade. Admiro Haynes por ter tratado desse assunto de uma maneira objetiva e clara, estampando em seu livro a história de diversas outras mulheres desconhecidas.

site: www.coolturenews.com.br
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