O que é a Filosofia?

O que é a Filosofia? Gilles Deleuze
Félix Guattari




Resenhas - O que é a Filosofia?


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Vania.Cristina 22/07/2023

O pensamento tem três formas: filosofia, ciência e arte
Achei a leitura bastante difícil e me perguntei várias vezes se não era possível escrever de uma forma mais objetiva. Muita coisa não entendi, me faltou bagagem. No entanto..., fiquei extremamente instigada a compreender, a buscar mais. O que compreendi, me pareceu fascinante. Basicamente os autores estão dizendo que existem três formas de pensamento: a filosofia, a ciência e a arte. Qualquer outra coisa, ou é opinião, que tem pouco valor, ou é caos, que é angustiante. Essas três formas criam e trabalham com experimentação, brigam com o caos e com a opinião, trabalham sobre um plano com agentes. A diferença entre elas está no tipo de plano, agente, resultado e nos objetivos. A filosofia trabalha sobre um plano de imanência, faz uso de personagens conceituais e cria acontecimentos ou conceitos. Seu objetivo é salvar o infinito e lhe dar consistência. A ciência trabalha sobre um plano de cooordenadas, faz uso de observadores, cria funções ou proposições. Seu objetivo é renunciar ao infinito e criar referência. A arte trabalha sobre um plano de composição com figuras estéticas, cria monumentos e sensações. Seu objetivo é criar um finito que restitua o infinito. Das três, é a arte que pessoalmente me interessa mais. Ela tem o poder de registrar e se registrar, e monumento é esse registro, mas ele tem muito pouco a ver com reter ou fixar, ou com memória. Porque é um registro de sensações, afectos e perceptos. Ou seja, são registros que mudam, se movem, conforme a subjetividade da pessoa que está em contato com aquela arte, naquele momento, extrapolando o autor da obra. O conceito de afecto e percepto, usado por Deleuze e Guatari, revela que a arte vai além de percepções, afecções e opiniões. A arte é linguagem das sensações. O pintor nao pinta numa tela vazia, nem o escritor escreve num papel em branco porque eles estão cobertos por clichês preestabelecidos. O que o artista faz é apagar, limpar, rasgar, para deixar passar uma corrente de ar ou uma fresta de luz que vem do caos. E é esse ar, essa luz, que traz visão, sensação. Conclusão da minha experiência de leitura: quero me aprofundar nesses pensamentos, quero entender mais.
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Pablo Paz 05/04/2024

Quem seria o Cristo da Filosofia?

- Quem seria o Cristo da Filosofia?

- "Spinoza é o Cristo dos filósofos, e os maiores filósofos são pouco mais do que apóstolos que se distanciam ou se aproximam deste mistério".
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MartinsDe'Aries 19/12/2013

O INFINITO CAOSMOS DE DELEUZE E GUATTARI
Os filósofos Deleuze e Guattari escrevem que "pedimos por um pouco de ordem", por uma linha de segurança para assim chegarmos a formar uma opinião que nos defenda como um guarda-sol das intensas ondas de Caos. No âmago das formulações humanas há a vontade da ordem e da lógica na existência, a ânsia de concatenar idéias em uma linearidade de espaço e tempo que impeça a fantasia de engendrar suas bestas celestiais na realidade; essa vontade colocou-nos na corda guia, porém, estática, como a forca segura de um morto suspenso, parado. Será necessário construir novas variáveis que possam guiar nossa existência frente ao infinito que, nesse instante, impregna todo o espaço pensável, como a imensidão do incolor. Pensar sem pontos de referência incomoda.
Buscando criar sistemas seguros, onde a repetição implica uma ordem correspondente entre passado presente e futuro, por isso para a espécie humana, adquirir conhecimento sobre a vida é construir um manto que nos impeça de sentir os ventos gélidos da incerteza, a vertigem que insurge quando não se tem mais "o em cima" e "o embaixo" o ar se torna frio e rarefeito. Encontrar a correspondência entre as repetições é a busca para formar uma noção, uma opinião, uma espécie de guarda-sol que nos proteja, que nos de opiniões prontas como diz Deleuze e Guattari. As opiniões são feitas de toda essa busca por um ponto de origem, por uma série fixa, desejo de segurança.
O cientista, como o artista e o filósofo, mergulham no caos infinito, nos vórtices violentos do pensamento, da imanência de desse espaço caótico, a-formal. Retiram do caos suas criações, sem se perder nesse grande oceano revolto do pensamento. O artista, o cientista e o filósofo, embora vivam inerentes a uma comunidade que tem como esteio opiniões prontas, noções já formuladas, que os próprios membros dessa sociedade não conhecem a gênese da criação das noções utilizadas para subsídio, para segurança da vida.
A arte, a ciência, a filosofia vão de um encontro violento a opiniões prontas, a tudo aquilo que se torna obsoleto; o filósofo, o artista e o cientista, mergulham completamente no caos, abrem uma fenda no guarda-sol para que possa passar um pouco do caos, de ar novo, daquilo que tenciona o pensamento obrigando-o a alçar novo voo esse mar caótico do infinito e a trazer dessa rapina uma nova iguaria!
Essa luta contra o Caos é o que nos torna combatentes pelo saber, essa luta, pensam os autores, implica afinidade com o inimigo, porque outra batalha se faz necessária, um "combate contra" a opinião, essa que outrora tentou nos proteger do Caos.
Efetuar destruições para que possa ser visto algo que estava encoberto pelos clichês, que estava imerso na penumbra das opiniões; produzir essas destruições é o que faz o Artista, o Cientista e o Filósofo, mesmo quando parecem lutar contra si mesmo, sabendo que inúmeras opiniões nasceram de perspectivas científicas, mas que se cristalizam, tornam-se estáticas; a afinidade com o caos acaba por empreender uma batalha contra as opiniões prontas, imóveis, que semelhantes à água parada, acabam por definhar e apodrecer.

ARTE. CIÊNCIA. FILOSOFIA. POESIA. CAOS. INFINITO.

Fragmento da pesquisa sobre os Filósofos Deleuze e Guattari.
Trabalho de Conclusão de Curso. FILOSOFIA. De Áries, Felipe Martins.

site: http://martinsdearies.blogspot.com.br/
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umgustavomacedo 14/10/2020

O que é a filosofia?
Na obra ?O que é a filosofia?? temos uma investigação acerca do conceito, bem como um olhar em torno do recorte do caos e das suas principais caóides, a filosofia, ciência e arte. No âmbito da Filosofia, o conceito é um dos temas centrais desse livro. Certos de que o filósofo é o amigo do conceito, os filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari escrevem suas contribuições à Filosofia, e a Pedagogia do Conceito é uma delas, a qual tive o prazer de pesquisar na minha dissertação de mestrado. A leitura é um pouco densa, mas para estudantes de filosofia leituras densas não são novidades. Indico a leitura, acredito que a partir dela serão possibilitadas inúmeras compreensões.
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Alvarenga 30/03/2014

Ode ao Pensamento.
"O que é a filosofia?" é o último livro escrito por Deleuze junto de seu amigo e gêmeo intelectual Félix Guattari. Como os próprios autores dizem em sua introdução, este é um livro da maturidade. Só quando não há mais o que perguntar é que se passa a questionar o próprio labor, o que é que se tem feito por toda a vida, no caso do autores, filosofia. Mas não é apenas a filosofia que é examinada nas páginas de "O que é a filosofia?". A arte e a ciência, como formas de pensamento equivalentes à filosofia, são igualmente analisadas em suas próprias especificidades. Na verdade, "O que é a filosofia?" poderia se chamar "O que é o pensamento?", já que é esse o objeto de interesse dos autores. Pensar é traçar planos sobre o caos, procurar construir-lhe algum sentido. Sem o pensamento estamos como que perdidos no oceano do caos, a mercê das opiniões e informações alheias, submissos à transcendência moralizante e anti-vida. "O que é a filosofia?" é inspirador. Escrito já no crepúsculo do pensamento de Deleuze e Guattari, deve ser lido sempre, com o objetivo de nos lembrar de pensar por nós mesmos e criar nossas próprias verdades.
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ninicas 04/01/2023

A faculdade me obrigou
Li porque a faculdade mandou, mas tudo bem... Eu daria um 7. É um pouco confuso, nada contra os autores, esses franceses parecem bacaninhas.
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Silva 24/01/2022

Filosofar é criar conceitos
Quer desenvolver uma concepção do que é ou do que pode vir a ser a filosofia? Saindo daqueles clichês e da pergunta pra que serve a Filosofia. Leia esse livro. Bem como para poder diferenciar Filosofia (conceitos), Ciência (funções e proposições) e Arte (sentimentos).
Algo que cabei adotando nos meus dias como professor e nas minhas pesquisas acadêmicas.
O problema central do livro pode ser encontrado logo na introdução e confesso que por muito tempo eu não passava dela. Devido, sobretudo, a complexidade da obra. Mas dessa vez fui até o final =D
A Filosofia é a arte de formar, de inventar, de fabricar conceitos. Ela não está nem acima, nem abaixo das ciências ou das artes. Ela é uma forma de pensar que se diferencia pela sua capacidade de formular conceitos, através de um importante tripé: o plano de imanência, os personagens conceituais e a geofilosofia (que só lendo pra entender melhor kkkk)
Nesse sentido, vale ressaltar, que a filosofia não é uma reprodução da História da Filosofia. A meu ver, esse é um dos pontos chaves para entender a obra. Pois, construímos a ideia de que a filosofar seja reproduzir quem foram os filósofos, seus contextos, suas ideias... mas o convite é sair desse comum e, para tanto, temos que resistir, procurar rotas de fuga, novos caminhos, novas perspectivas, etc.
Enfim, a ideia é não “pensar sobre...” ou mesmo “para...”, é aprender a criar, a pensar em meio ao caos, aos devires, aos acontecimentos. Assim, a Filosofia é mais geográfica que histórica, no sentido de que qualquer um pode filosofar, independente do espaço e do tempo.
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jungesartur 09/09/2023

Sorriso sem gato
Deleuze se descreveu/respondeu alguém certa vez dizendo que ele se sentia "totalmente metafísico", tanto que em uma passagem do Mil Platôs - Volume 4 ele até fala "nós, feiticeiros..."
Mas era declaradamente ateu? Imanência em oposição a transcendência me lembra esse embate mundo e terra (meio Heidegger ou fenomenologia isso), crença em Deus ou crença na matéria, mas tem um outro lugar/pensamento essa ideia na filosofia dos dois (Félix e Gilles)... Em uma passagem desse livro Deleuze diz que é pelo "fogo" do filósofo pelo qual se observa a sua imanência... E ao mesmo tempo tem o caráter de um plano, e que precisa ser criado, sempre traçado, não existe fora do exercício da conversação, do pensamento, da reflexão... Mas filosofia não é reflexão, é criação de conceito! O conceito tem sempre uma assinatura e uma cifra, por isso é uma coisa musical, e afirma Deleuze que a "musiquinha" de alguém, de um filósofo, além do charme, é o que nos faz gostar de alguém.
"Toda arte é fundamentalmente poesia", os conceitos são também "sensibilia", a arte dá a ver "entidades espirituais..."
Eu amo Deleuze e Guattari e sou suspeito.
Achei a parte da ciência a mais complicadinha, mas retive a ideia de que a ciência sempre referencia, o pensamento científico busca sempre encontrar seu correlato em algo verificável, e a filosofia contenta-se com seu "sorriso sem gato".
Uma senhora que ia às aulas do Deleuze disse algo assim, que não entendia muita coisa, mas que ela adorava, a fazia se sentir viva. Tô num barco parecido com o dela.
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