eriksonsr 21/05/2013
O livro é ótimo e chocante, isso para quem não faz ideia e não acredita que governos e órgãos de espionagem monitorem a Internet e armazenam informações de usuários, expondo como os E.U.A, além de outros governos, vigiam e censuram as atividades na Internet, agindo contra as próprias leis censurando e condenando usuários, muitas vezes sem julgamento e sem alguma acusação formal.
Além disto também é contada a história de como o Julian Assange foi perseguido, como criaram acusações falsas contra ele e porque foi preso simplesmente por ter se tornado um “inimigo” dos E.U.A, ao expor documentos, relatórios, etc, que mostram toda a sujeira que permeia a política externa do mesmo, além de denunciar torturas de prisioneiros e como mostra a capa do livro, o vídeo em que militares americanos de dentro de um helicóptero Apache atiram em pessoas inocentes.
Ao final do livro, fica claro e sem margem a dúvidas que governos, órgãos de segurança e empresas monitoram e armazenam todas as informações de usuários na Internet, e não só a Internet, o mesmo ocorre nos sistemas de telefonia, além de perseguir e censurar pessoas e entidades que exponham o que eles não querem que seja visto.
Se o objetivo do Julian Assange era alertar e abrir os olhos das pessoas, de que a poderosa ferramenta de informação, organização, conteúdo e conhecimento livre que é a Internet esta ameaçada... Concluindo a leitura, ele consegue isto.
Concluindo por aqui, fica o lema dos Cypherpunks: “Privacidade para os fracos, transparência para os poderosos”.
Abaixo, algumas citações e pontos interessantes:
“Na era da internet, qualquer um pode ser produtor de notícia”;
“Não é segredo algum que, na Internet, todos os caminhos que vão e vêm da América Latina passam pelos E.U.A. E não há leis contra espionar cidadãos estrangeiros”;
“A Internet, nossa maior ferramenta de emancipação, está sendo transformada no mais perigoso facilitador do totalitarismo que já vimos. A Internet é uma ameaça à civilização humana”;
“O Wikileaks é financiado por doações de apoiadores. Em Dezembro de 2010, Visa, MasterCard, Paypal e Bank of America, cederam à pressão não oficial norte-americana e passaram a negar a prestação de serviços financeiros ao Wikileaks, bloqueando transferências bancárias e todas as doações realizadas com os principais cartões de crédito”;
“É difícil desassociar vigilância e controle”;
“Hoje a ultima palavra em termos de serviços de inteligência do governo/indústria de vigilância em massa é armazenamento em massa, todo tráfego de dados, todas as maneiras pelas quais se consomem os serviços de SMS, bem como conexões à internet – em algumas situações, pelo menos limitado a e-mails”;
“O programa de espionagem nacional sem ordem judicial da NSA, foi mantido em sigilo até 2005, quando foi exposto pelo The New York Times”;
“Chegamos a um estágio no qual a população humana dobra aproximadamente a cada 25 anos, mas a capacidade de vigilância dobra a cada 18 meses”;
“Países africanos estão ganhando toda uma infraestrutura de Internet, incluindo cabos de fibra óptica e switches de backbone, de presente dos chineses. Naturalmente os chinês têm interesse nos dados, de forma que não precisam ser pagos em dinheiro, ele recebem em dados, a nova moeda”;
“A história da humanidade e a história da cultura são histórias de ideias copiadas, alteradas e processadas, e é hipocrisia chamar isso de roubo”;
“A prensa tipográfica ensinou as pessoas a ler; a internet ensinou as pessoas a escrever”
“Hoje em dia, quando você compra uma passagem pela internet, eles registrarão tudo, desde de seu endereço ip, até o seu navegador”
“Esta é a coisa mais perigosa que pode acontecer aos governos nos dias de hoje, as pessoas terem ideias melhores que as políticas deles”;
“Ainda sobre The New York Times, provavelmente o caso mais flagrante foi quando o The New York Times usou como fonte um registro oficial de 62 páginas sobre o programa de mísseis da Coreia do Norte no qual se especulava se eles venderam ou não mísseis aos iranianos e pinçou dois parágrafos para argumentar, em um artigo, que o Irã tinha mísseis capazes de atingir a Europa, sendo que o texto original completo argumentava justamente o contrário”;
“Privacidade para os fracos, transparência para os poderosos”.