Controvérsia

Controvérsia Sinclair Ferguson




Resenhas - Controvérsia


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Pedro Leitor 01/03/2022

Gostei
Um livro para todo aquele que gosta de se envolver em debates teológicos. Os autores nos mostram que dependendo da motivação e o sentimento que nos enche no debate estaremos pecando. A defesa da verdade precisa ser feita em amor e para glória de Deus.
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Mayhara 26/02/2022

Maratona retiro literário ? livro conjunto
Lido na maratona retiro literário 2022 com @evelyn_limaa, @gabriela.bevenuto, @fetulipas, @geogeole, @rafaelpablosilva e @flaviobenedit0 (Instagram's).
Foi o livro escolhido por eles pra lermos igualmente.
Este livreto é bastante interessante pois retrata como devemos nos comportar ao lidarmos com debates: considerando o adversário (coisa que muitas vezes não fazemos, deixando o egoísmo tomar conta e pensando somente em nós), o público (como passar a ideia pro público de modo que deixe transparecer nossa identidade cristã), nós mesmos, fazendo uma espécie de autoanálise e por último, mas não menos importante, a glória de Deus (ao meu ver essa é a consideração mais importante e se associa simultaneamente a todas as outras).
Isso tudo que falei é bem básico, vale a pena ler na íntegra até porque tem outros pontos pra você acompanhar e também porque ele é curtinho e dá pra terminar em pouco tempo.

Citação: "Posicionar-se pela verdade, mesmo se isso cria uma controvérsia, é essencial a todo momento. (...) Tanto cristãos como não cristãos estão nos assistindo. Sejamos, portanto, dispostos a nos posicionarmos firmemente pela verdade de Cristo, mas façamos isto com a sabedoria que discerne as montanhas nas quais deveríamos morrer daquelas nas quais nenhuma verdade essencial está em jogo." Pág. 21

"Se estamos em Cristo, a verdade nos libertou e, portanto, somos chamados para discernir a verdade do erro e também a verdade da meia-verdade." Pág. 23

5*
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Eadlynss 27/02/2022

Sendo Cristãos, em debates
A partir de uma carta de John Newton a um Pastor, 4 escritores cristãos fazem suas considerações em cima do assunto abordado: Controvérsias/debate/apontar o erro.

O início do livro vem com a carta, é claro, e logo após vem o comentário dos demais. Achei isso formidável. Pareceu uma mesa de debates entre amigos, uma avaliação conjunta, ou mesmo um encontro entre cristãos que costumamos fazer (ou deveríamos costumar fazer) para refletirmos sobre situações à luz da Palavra de Deus.

Então, na minha opinião e no meu achar, foi uma leitura rápida, agradável e muito cheia de bons conselhos. Considero cada capítulo como "introduções ao tema", pois foi feito resumidamente ? e muito bem resumidamente! Lendo este livro se pode ter uma boa ideia da amplitude do assunto, afinal, é algo bastante corriqueiro em nossas vidas, as famosas discordâncias, por assim dizer

Porém, o livro não trata de questões frívolas, de brigas de esquina ou de corações partidos de adolescentes. Lá o assunto é profundo, intenso e muito, muito sério. Fala-se sobre a defesa da Verdade, e sobre a nossa responsabilidade como cristãos de sabermos nos portar corretamente, nas discussões, de tal modo que glorifiquemos a Deus.

Queria colocar meio que tudo aqui, mas como o livro é muito pequeno, e rapidinho você o lê, achei que seria mais interessante deixar o suspense. Mas, concluo aqui minhas palavras com dois versículos que ficaram materlando em minha mente, assim que fui concluindo a leitura do livro:

"Portanto, quer vocês comam, quer bebam, quer façam qualquer outra coisa, façam para a glória de Deus. Não ofendam nem os judeus, nem os gentios, nem a igreja de Deus, assim como também eu procuro agradar a todos em tudo que faço. Não faço apenas o que é melhor para mim; faço o que é melhor para os outros, a fim de que muitos sejam salvos."
(1Coríntios 10.31?-?33).
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Kellynha 01/03/2022

Livreto mas é bom
Trata-se de um livreto sobre uma carta escrita por John Newton  aconselhando um pastor sobre o debate de controvérsias com outro pastor.
O livreto não é abrangente, mas me fez ponderar sobre como e quando  expressar minhas opiniões.
Em resumo, como cristãos devemos nos pautar pela paz, pureza e unidade da igreja de Jesus Cristo. Lembrando de sempre evitar agir com provocação e guardar nosso coração dessas situações.
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Lucio 15/07/2014

Eis o resumo e minhas avaliações do livro todo
PREFÁCIO
No prefácio, Yago Martins observa que todos, uma hora ou outra, estarão envolvidos em alguma controvérsia. Portanto, para todos o livro é importante. A controvérisa, a propósito, levada a cabo pelos polemistas no decorrer dos séculos, serviu para que a Igreja se purificasse e progredisse rumo a uma teologia rica, saudável e profunda. Este livro nos orientará sobre como fazer um bom debate.

CARTA SOBRE A CONTROVÉRSIA
Um pastor estava prestes a escrever um artigo contra outro pastor não muito ortodoxo. Ele escreve contando o fato para John Newton, e o que se segue são as respostas que Newton dá diante da situação.
Newton adverte a seu amigo que, uma vez que ele está do lado da verdade, ele já entra triunfante (e, de fato, até mesmo alguém com habilidades retóricas e lógicas inferiores poderia vencê-la, tendo os fatos a seu favor). Mas, o que preocupa Newton é uma vitória deste pastor sob ele mesmo. O debate pode prejudicar o debatedor, e Newton quer prevení-lo de tais mazelas. Três conselhos são o resumo do que Newton quer advertí-lo.
CONSIDERE SEU OPONENTE
É preciso, antes de escrever uma réplica, orar pelo oponente, confiando-o ao Senhor. Tal ato, devidamente executado, impregnará amor no discurso que será preparado para refutar o oponente.
Se o oponente for crente, é preciso considerar o amor de Deus por ele. Isto o faz alguém que deve ser tratado com muito respeito. Não se "deve menosprezá-lo ou tratá-lo com grosseria" (p.12). Ele estará nos céus conosco. Devemos ter nítida esta imagem.
Se o oponente for um descrente, o que deve ser suposto apenas sob influência de boas evidências, ele não é objeto de ira, mas de compaixão da nossa parte. Ele 'não sabe o que está fazendo'. Não somos melhores que os ímpios. Se não fosse o beneplácito de Deus, poderíamos estar no lugar dele, e ele no nosso, defendendo o Evangelho.
O calvinista, por seus princípios, é obrigado a exercer a gentileza e a moderação. Se o homem pudesse abrir seus próprios olhos, e tivesse em si a capacidade de mudar a si mesmo, estaríamos relativamente justificados por nossa indignação. Mas tudo que podemos fazer é esperar que Deus conceda arrependimento para que haja compreensão (2 Timóteo 2:25).
O mesmo texto supra-citado diz que devemos instruir, com mansidão, os opositores. Portanto, não agiremos de modo a afastá-lo. Não devemos "utilizar expressões que podem incendiar as paixões deles, confirmá-los em seus preconceitos e, por meio disso, tornar mais impraticável (do ponto de vista humano) o convencimento deles" (p.13-14) [#OBSERVAÇÃO/DÚVIDA: Mas se tudo depende do convencimento de Deus, qual a diferença deste 'ponto de vista humano'? Seria mais difícil pra Deus convencer um preconceituoso e inflamado? Será que evitar tais erros está dentro da responsabilidade de emitir um adequado chamado externo?].
CONSIDERE O PÚBLICO
Há três tipos de públicos que poderão ver o dabate. O primeiro é composto dos que discordam de nós, a princípio. Têm a mesma opinião do nosso advesário. Os argumentos que usamos servem para eles também. E devemos, igualmente, orar para o convencimento deste público.
Há aqueles aversos à religião. Embora não estejam às vésperas de uma consideração doutrinária, conseguem perceber o que se espera de um crente em um embate. Embora não considerem que as doutrinas na graça possam influenciar o caráter, esperam disto em nós, cristãos, e, quando percebem que nos afastamos das virtudes pressupostas, vêem isto como pretexto para rejeitarem nossos argumentos [#OBSERVAÇÃO: Ad hominem, se os argumentos não estiverem querendo provar exatamente o poder das doutrinas da graça...]. Valendo-se do texto de Tiago 1:20 (a ira do homem não produz a justiça de Deus), Newton conclui que o envolver-se em controvérsias num espírito irascível pode redundar em um desfavor à causa de Cristo [#DÚVIDA/OBSERVAÇÃO: Não estou bem certo se o texto de Tiago é pertinente. Com a utilização de Newto, o texto estaria falando que a ira do apologista não fará Deus justifificar (agraciar) seu oponente?].
As 'armas' do cristão são seus argumentos bíblicos, devidamente orientados pelas Escrituras.
Além disto, devemos deixar claro para nossos adversários que nosso desejo ao contendermos com eles é de fazê-los bem. Embora eles possam discordar de nossos argumentos, ao menos devem aprovar nossas intenções.
Há, por fim, um terceiro tipo de leitor. Estes são os que pensam como nós, e podem ser confirmados em sua fé pelo nosso discurso.
Há um tipo de orgulho que nos faz desprezar todos que discordam de nós. Este espírito pode estar presente nas controvérsias, mesmo "quando pensamos estar apenas mostrando um zelo conveniente na causa do Senhor" (p.15).
Newton diz que vê os argumentos arminianos como provenientes do orgulho humano, mas que ficaria feliz se o contrário fosse provado como verdade. E também crê que as doutrinas da graça [devidamente compreendidas] trarão uma mentalidade humilde a seus compactuantes. Newton mesmo diz conhecer arminianos (receosos em abraçar a doutrina da graça gratuita) muito humildes. Por outro lado, Newton teme que haja calvinistas que, embora profiram falar da incapacidade humana, e exaltarem a glória de Deus, desconhecem o espírito que os dirigem nas contentas. A vanglória está por detrás da noção de que somos sábios por nós mesmos. Os homens estão todos sujeitos a este farisaísmo, que subsiste até nos melhores homens. É a atitude de ter ortodoxia nos lábios mas não no coração. Estamos sujeitos humilhar nossos adversários em prol de bajular-nos por nossas opiniões superiores.
Via de regra, as controvérsias promovem a ira e a revolta dos que deveriam ser convencidos. Portanto, normalmente não é um bem.
Newton pede para que o pastor que ele estava se correspondendo nutrisse seu intuito com esta devida humildade e amor.
CONSIDERE A SI MESMO
A tarefa apologética, que foi benção no passado, é benção em todo o tempo. Somos intimados a fazê-la [Judas 3 é citado livremente].
O perigo que Newton adverte é o de, embora tendo refutado e silenciado o adversário, o faz às custas da humildade e do deleite em Deus. Além disso, há o risco de se envolver demais em questões secundárias, que pouco contribuem para a piedade.
É preciso vigilância e oração, pois o Diabo se levantará contra o apologista.
E, o ímpeto de defender a causa do Senhor pode se tornar uma defesa das próprias causas.
É preciso cuidado para que os ad hominens não venham para o debate. E se formos injuriados, temos que deixar de lado, não revidar, semelhante a Cristo, nosso exemplo (1 Pedro 2:23) [#CRÍTICA: Mas isto não é uma referência específica à crucificação de Cristo?] (cf. 1 Pedro 3:9).
A Sabedoria celestial é pacífica e cordial. Se não for assim, mancharemos nosso labor.
Portanto, que nossos discursos apologéticos sejam repletos de paz, amor e consideração, para que nossos adversários fiquem bem com nossas refutações. E que não busquemos apenas sermos apreciados, mas que divulguemos com intrepidez a verdade bíblica. E, por fim, Newton ora para que o pastor seja uma autêntica testemunha de Cristo, orientado pelo Espírito Santo.
CONSIDERE SEU ADVERSÁRIO
O texto é de Keith Mathison. Ele diz que foi convencido da doutrina reformada no Seminário Teológico de Dallas (o baluarte do dispensacionalismo). Mathison adotou uma postura arrogante e zombeteira para com os dispensacionalistas. Ao chegar ao Reformed Theological Seminary, Mathison ficou por fora das discussões sobre teonomia e metodologia apologética, e permaneceu zombando dos dispensacionalistas. Horton chama o período de 'recém-conversão ao calvinismo' de fase da jaula, pois é um período que todos destes deveriam ser trancafiados para o bem deles e do próximo. Os novos convertidos estão bravos por não terem sido apresentados às doutrinas da graça. Descarregam sua cólera ao sistema antigo que pertenciam. Os despreza como imaturos e burros. É uma fase feia demais, e carregada de orgulho.
Mathison diz que a carta de Newton ampliou sua visão e o ajudou a sair da jaula. Dos três conselhos de Newton (considerar o adversário, o público e a si mesmo), Mathison foca-se, neste artigo, no primeiro item.
Newton começa sua carta recomendando que oremos para os nossos oponentes. Mathison pergunta se já o fizemos. Parece óbvio, mas nos esquecemos, vítimas do 'calor da batalha'. Encaramos nosso oponente como um soldado inimigo, que deve ser eliminado antes que ele nos elimine.
Logo, Newton nos recomenda analisarmos se nosso adversário é crente ou não. Uma vez sendo crente, ele será nosso próximo e íntimo mais do que qualquer melhor amigo que tenhamos agora. Podemos e devemos antecipar este momento para lidar de modo adequado com nosso irmão com quem estamos debatendo. Mas nós constantemente nos esquecemos de ver nosso irmãos em Cristo desta forma, observa Mathison.
Se for um ímpio, devemos ser humildes, percebendo que ele poderia estar no nosso lugar, e só não está por causa do beneplácito de Deus. Portanto, devemos orar por sua conversão, e evitar ser uma pedra de tropeço para ele. Nossa esperança deve ser para que Deus use nossas palavras.
Newton, pois, está nos intimando a agir com nosso adversário assim como gostaríamos que agissem conosco. Ninguém gosta de ser ultrajado ou mal interpretado. Portanto, devemos fazer de tudo para compreender as questões de nossos oponentes. Este ponto, embora não esteja explícito em Newton, está implícito, diz Mathison.
O nono mandamento nos proíbe prejudicar o próximo com mentidas (Êxodo 20:16, cf. Êxodo 23:1, 7; Levíticos 19:11,14 e 16). Mal interpretar alguém é ultrajá-la, que é um uso malígno da linguagem (Tiago 4:11) [#DÚVIDA: Não entendi a relação deste texto com o que Mathison está dizendo]. Valer-se de espantalhos é mesquinho, desonesto e sem sentido.
CONSIDERE O PÚBLICO
Este é um texto de Robert Rothwell. Ele diz que sua experiência atesta que incrédulos, embora embargados pela cegueira espiritual, possuem um certo nível de percepção espiritual. Rothwell se especializou em religião numa universidade secular, e envolveu-se em muitos debates sobre a ortodoxia, dentre os quais, embora normalmente fosse pacifista, tenha exaltado-se em alguns. Rothwell diz que se via, muitas vezes, precipuamente interessado em vencer o debate. Rothwell nos conta sobre seu progresso nesta área, e diz que em um debate que ele teve com um professor, de forma calma e pacífica, acabou sendo elogiado por uma estudante que não concordou com ele, mas, nas palavras do autor, "era quase como se ela estivesse me agradecendo por apresentar meu argumento cristão de, bem, uma maneira cristã" (p. 26). Rothwell diz que tal evento o influenciou muito, e que ele envida muitos esforços para argumentar como um cristão. Estão nos observando, e temos de nos portar desta maneira. Ele, claro, nota que foi isto que John Newton disse na segunda parte de recomendações em sua carta sobre a controvérsia.
Newton fala de três grupos que nos observam. O primeiro é composto dos que, de início, já discordam de nós. Podem ser cristãos ou não. Têm fundamentado em seus corações sua discordância. Quanto a estes, o mesmo princípio de como lidar com o adversário, deve ser aplicado a eles [#OBSERVAÇÃO: Ou seja, considerá-los na confecção de nosso texto e orar para que se convertam].

O segundo grupo é daqueles que, embora não estejam dispostos a receberem nossos argumentos, sabem como deveríamos nos comportar, e, havendo um escorregão, farão dele mais "combustível às chamas de sua rejeição" (p. 27). Mas Rothwell faz questão de esclarecer que esta expectativa em relação ao cristão pode estar equivocada. Alguns interpretam amor e humildade como virtudes antagônicas ao posicionamento crítico (conceitos que podem ser prevalescentes nas igrejas). Newton não está se referindo aos que cometem equívocos desta estirpe. Ele se refere aos que conseguem perceber que a posição a favor de uma questão, a favor da verdade, feita de forma correta, é uma grande demonstração de consideração para com o oponente. Newton diz que devemos contender de modo que fique evidente nosso amor ao oponente, e nossa peleja em prol da verdade, e não meramente de nossas opiniões. Passar a impressão de que queremos ser mais sábios e mais inteligentes é muito ruim, e foge ao objetivo.

O último grupo de observadores são os dispostos a concordar conosco. Estes podem ser edificados ou prejudicados pelo nosso discurso. É fácil atrair pessoas que pensam como nós. Vemos isto em comícios políticos, e.g. Eles podem ter suas convicções confirmadas por nossos discursos. Mas eles não observam apenas o que dizemos, mas como o dizemos. Se quisermos aumentar nossos seguidores mais do que promover o amor pela verdade, acabermos produzindo réplicas que espalharão veneno ao invés de fruto do Espírito.
De fato, é preciso que nos posicionemos a favor da verdade sempre. Mas podemos fazê-lo com um coração farisáico, como observa Newton. Somos, por nossa natureza pecaminosa, propensos a humilhar o adversário, e a exaltar nossos jultamentos como demasiadamente sapientes. Este é um cuidado que temos que tomar.
CONSIDERE A SI MESMO
O texto é de Burk Parsons. Ele nota que a controvérsia existe porque a verdade existe num mundo de mentiras. Somos criados para conhecer a Deus. Mas o homem caiu, e promove todo tipo de mentira [#OBSERVAÇÃO: Romanos 1:20-25]. Por isso, a controvérsia é inevitável. Como luzes, que refletem a Cristo, a luz verdadeira, inevitavelmente nos vemos em confronto com as trevas, que permeiam o mundo caído. Uma vez que estamos em Cristo, somos chamados a discernir entre a verdade e o erro, ou a meia-verdade.
Parsons chama a atenção para a promoção da verdade dentro da própria igreja. Ele nota que existe esta dificuldade no mundo caído. Mas a Igreja também é vítima da mentira. Por um lado, somos obrigados a lutar pela fé (Judas 3), e, por outro, a promover a paz na Igreja (Efésios 4:3). Parsons propõe-se a elucidar que não há contradição entre estes mandamentos, antes, uma complementação. Parsons diz que a unidade e a paz existem justamente por conta da verdaade. Unidade sem pureza doutrinária torna-se anarquia. As controvérsias em prol da pureza doutrinária devem acontecer para que haja paz. Se amamos a Cristo, devemos amar sua Igreja, e querer purificá-la. Mas é preciso sabedoria para saber quais controvérsias devemos comprar, e como devemos nos envolver.
Newton, em sua 'Carta sobre a Controvérsia' nota que não é de muito proveito calar nosso oponente às custas da humildade e do coração que Deus se agrada. Embora Newton tenha escrito no século XVIII, suas recomendações são cada vez mais pertinentes, visto que os meios de comunicação tornaram as controvérsias cada vez mais presentes na vida das pessoas. E, claro, o problema não são os meios ou a própria controvérsia, e sim nós e como nos envolvemos nelas. Assim, Parsons elaborou dez questões que devemos nos fazer antes de iniciarmos um debate.
A primeira pergunta que devemos nos fazer é se já oramos. Embora seja a coisa mais fácil de fazer, é também a mais fácil de esquecer. Devemos orar pelo debate e por quem nos opomos.
A segunda pergunta questiona as intenções de nosso coração. Devemos investigar quais são nossas motivações. Supomos que sabemos as motivações dos outros, mas nem as nossas, muitas vezes, conhecemos.
Devemos, em terceiro lugar, questionar se estamos querendo edificar os outros, ou se estamos querendo apenas demonstrar inteligência.
Precisamos, também, nos aconselhar com outros irmãos mais maduros. Parsons indica até mesmo irmãos que discordam de nós.
Uma ofensa a nós, uma crítica, deve ser pesada e considerada. Às vezes não vale a pena responder. Às vezes um humilde silêncio e uma atitude amorosa cobre toda crítica. [#CRÍTICA/DÚVIDA? Mas Parsons não nos deixa claro quando é que devemos preterir].
Devemos estabelecer de antemão o modo como trataremos os nossos discordantes. É preciso que nos disponhamos a uma atitude de amor.
Estamos diante de uma questão que valha a pena erigir uma controvérsia? É uma questão pública ou privada? Devemos, também, notar se algum santo do passado já se envolveu em torno desta questão.
Devemos questionar se somos as pessoas mais adequadas para falar de determinados assuntos. Somos acostumados a nos superestimar e a sobrestimar os outros. Isto deve ser investigado.
Queremos chegar a quais objetivos? Queremos algo mais do que provocações? [#OBSERVAÇÃO: Esta e outras questões acima poderiam ser expansões do questionar as motivações].
Por fim, devemos buscar angariar mais admiradores de Cristo, e não nossos.
CONSIDERE A GLÓRIA DE DEUS
Este último texto é de Sinclair Ferguson. Ferguson nos informa que, apesar de Newton, que viveu a maior parte de sua vida no século XVIII, ser conhecido por hinos como o Amazing Grace, ele era conhecido em sua época como um escritor de cartas. Eram tão famosas, que ele as publicou, e elas fizeram muito sucesso. Ele falava muito sobre as controvérsias, as quais não lhe agradavam. Ele não só não era afeiçoado com o ato, mas também se sentia inapto. Mesmo assim, isto não o obstruía para dar conselhos bíblicos sobre o assunto (foi ele que auxiliou William Wilberforce na questão da controvérsia a favor dos Escravos). Era perfeitamente conscio de que os calvinistas, por natureza, estavam à deriva de controvérsias. Portanto, Newton considerou que haveria uma necessidade de haverem controvérsias. O importante, e o que domina as reflexões de Newton, era se poderíamos glorificar a Deus com tais empreendimentos.
Newton nota que, embora podemos estar professando debater para a glória de Deus, a forma como o fazemos demonstra motivações omitidas. Quando se visa e se foca na glória de Deus, até mesmo a forma de debater muda. Ferguson demonstrará três exemplos de controvérsias, nas quais a primeira exige de nós o silêncio; a segunda exige o confronto; e a terceira exige paciência.
MANTER O SILÊNCIO
Em Isaías 36 temos o ataque de Senaqueribe a Judá. Rab-Shakeh, um oficial assírio, falou para afrontar o Deus vivo (Isaías 37:17). Porém, os líderes, obedecendo ao rei Ezequias, ficaram calados (Isaías 36:21). O resultado foi a derrota dos assírios, tendo uma baixa, de um dia para o outro, de 185.000 soldados, vitimados pelo Anjo do Senhor. Ferguson busca explicar o porquê de o silêncio ter sido mais eloquente do que a controvérsia.
Primeiro, uma afronta direta ao Senhor como aquela exigia que o próprio Deus defendesse sua glória. Depois, defendemos melhor a fé falando, primeiro, a Deus sobre os homens incrédulos do que aos incrédulos sobre Deus (cf. Isaías 37:20, onde se pede para que Deus mesmo resolva a controvérsia, para que todos saibam que ele é Deus). Em terceiro lugar, podemos trazer deméritos a Deus ao invés de defender sua glória pois, como observa Newton, o insulto, da parte do ímpio, a Deus não é calado pelo insulto, de nossa parte, ao homem.
FALAR DIRETAMENTE
Ferguson fala de um evento menos famoso, mas muito importante. Pedro estava comento com os gentios, quando alguns 'da parte de Tiago' chegaram e Pedro, seguido por outros, inclusive Barnabé, se afastaram deles (Gálatas 2:11-14). Paulo lhes resistiu 'na face' (v.11). Ferguson propõe-se a explicar porque aquela foi uma atitude que glorificava a Deus, mesmo diante do potencial constrangimento e da possível divisão na Igreja.
Primeiro, era um grupo de crentes. Além disso, Paulo não esperou para falar mal nas costas. Ele fez o mais difícil, e bíblico: falou-lhes diretamente (Mateus 18:15; Tiago 4:17). O 'coração do Evangelho' estava em risco (cf. Gálatas 2:15-21). Por fim, eram ministros ordenados, que seriam imitados e seguidos por outros, o que exigiu de Paulo, em prol da unidade da Igreja, uma atitude de confronto.
RESPONDER PACIENTEMENTE
Alguns anos depois, Paulo encontrou uma situação parecida. Havia uma controvérsia na(s) igreja(s) romana(s) em relação a 'dieta e dias'. Uns evitavam certos alimentos e observavam alguns dias como sendo dias especiais. Outros (os gentios), não. A igreja era composta, principalmente, por gentios, uma vez que os judeus haviam sido expulsos de Roma, cf. Atos 18:1-2. Paulo, apreciador da glória de Deus, gostaria que os dois grupos louvassem a Deus com uma só voz.
Para tal, ele recomendou que os fortes, que sabiam de sua posição superior, aceitassem e saudassem os fracos, que não conseguiam viver em paz sem que se adequassem às suas posições (Romanos 14:14).
Além disso, são servos de Cristo, e não nossos. Por isso, depreciá-los por serem fracos é depreciar ao próprio Deus (cf. Mateus 25:40)!
Por fim, o discurso de liberdade que leva alguém a não conseguir deixar de se adequar a regras é falso, pois não se pode abdicar em nome do amor. Cristo mesmo, nosso exemplo, não buscou agradar a si mesmo (Romanos 15:3)!

Embora estes três exemplos, nota Ferguson, não sejam exaustivos, são ilustrações adequadas para alcançar seu respectivo fim. Em suma, o cristão deve usar do bom senso e do raciocínio bíblico para discernir quando deve entrar numa controvérsia, e como deve-se portar. E, o principal, deve-se buscar a glória de Deus acima de tudo, e o coração deve ser guardado. Esse conselho sempre é bem vindo.
[#OBSERVAÇÃO: Portanto, segundo Ferguson, deve-se evitar a afronta quando ela desafia diretamente a Deus em algo que é ele que deve fazer algo, e não nós. Logo, o que devemos fazer é apresentar os ofensores a Deus, e não, primeiramente, Deus aos ofensores. #DÚVIDA/CRÍTICA: Mas e no caso dos 'desafios divinos'? Não devemos responder, mesmo que com brandura, que é uma falácia?
Falar diretamente, para Ferguson, é quando o discurso evita maiores problemas na Igreja, posteriormente; quando se está em jogo questões essenciais; para o bem dos ouvintes; quando se visa a glória de Deus. #DÚVIDA: Ferguson pareceu dizer que só falaremos diretamente a crentes... mas não era isto que Paulo fazia quando afrontava os judeus e até mesmo os filósofos no Areópago (Atos 17).
E, em casos onde podemos ficar calados sem que haja prejuízo, é bom que fiquemos, para evitar controvérsias desnecessárias.].
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