Toda poesia

Toda poesia Paulo Leminski




Resenhas - Toda Poesia


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Arsenio Meira 24/04/2013

Incenso Fosse Música


isso de querer

ser exatamente aquilo

que a gente é

ainda vai

nos levar além

PAULO LEMINSKI


Leminski, aos 19 anos (em 1963) e sem ser convidado, pediu a palavra no meio de um Congresso, comandado por altos intelectuais, no caso os bambas/mestres da Poesia Concreta (os irmãos Campos, Pignatari e etc). E naquele momento, quem era mestre, de repente aprendeu.

Poeta gigantesco, tradutor de Whitman, Joyce, Lennon (era fissuradíssimo nos Beatles), Mishima e Beckett, redator publicitário, letrista (escreveu letra de música com Caetano, mas com Guilherme Arantes também: quem foi que disse, que eles podem vir aqui?! NAS ESTRELAS FAZER XIXI, XIXI!).

E mais: escreveu breves, mas consistentes, biografias de Cruz e Souza, Lennon, Bachô e Jesus Cristo.

Paulo arriscou também um romance: Catatau, uma obra até badalada pela crítica. Mas aí são outros quinhentos: é experimentalismo demais pra minha cabeça. Foi autor de livros infanto-juvenis e morreu em 1989 (morreu mesmo?), com a mesma idade de Fernando Pessoa. Causas idênticas. Cirrose hepática.

Casado durante 21 anos com a poeta Alice Ruiz, que lhe deu três filhos (Miguel, Áurea e Estrela) e com quem conheceu o lado único do amor.

Um dos ícones da poesia brasileira, forjada nos anos 70, conhecida como poesia marginal. O termo marginal (ou magistral, como diria Chacal), polêmico desde o embrião, rendeu ensejo aos mais variados significados: marginais da vida política do país, marginais do mercado editorial, e sobretudo, marginais do cânone literário.

Foi uma geração (a dele, de Chacal, Ana Cristina César, e tantos outros), que cresceu despretensiosa. Mas os versos que escreveram colocaram em pauta questões graves e relevantes: o ethos de uma geração sacaneada pelo cerceamento de suas possibilidades de expressão graças ao crivo violento da censura e da repressão militar.

Obviamente, na época, bradaram os críticos obsequiosos e babacas: vocês não prestam!

No entanto, Leminski e cia. mandaram esses críticos à merda. E a própria historia pôde nos surpreender: hoje, a poesia marginal é reconhecida pela historiografia literária, como a expressão por excelência da poética dos anos 70 no Brasil.

E Leminski sabia latim, mas era cachorro-louco (alcunha de sua própria autoria), escrevia em guardanapos, em bares, táxis, viadutos, em pé, sentado no meio fio, sóbrio como um menino, ou mesmo dentro de uma garrafa. Poemas rápidos, geniais, cortantes, fatais. Haicais mortais no entediante mundo do desatento leitor.

Chorou a morte do filho, causada por leucemia, 1979. Foi o que detonou a sua devastação. Pois a tragédia deu-se quando ele estava começando a ficar limpo, numa árdua batalha contra o álcool.

Sangrou pra sempre, mas Leminski renasce cotidianamente e aproxima a terra do Sol, compõe o verde e rasga a palavra mentira.
Leminski, que lá de cima nos vê.

Sorri. De mãos dadas com o filho Miguel.

Olha demoradamente Alice, contempla Áurea e brinca com Estrela. Troca uma ideia com Drummond, joga conversa fora com Cacaso, abraça Quintana, aperta solenemente as mãos de João Cabral, não tira o olho de Ana Cristina, e acena pra nós, apontando um caminho de pó e esperança.
23/08/2013minha estante
Arsênio adorei sua resenha. Você nos contou detalhes de uma maneira simples como se vc fosse um vizinho próximo à Leminski. Gostei! Gostei muito


Arsenio Meira 23/08/2013minha estante
Oi Sú,
Muito obrigado pelas generosas palavras.
É a poesia do Leminski!
A gente lê, e no mesmo instante, sente o estalo da proximidade que só os poetas, escritores conseguem estabelecer de modo definitivo com o leitor. Um grande abraço pra você


Mateus 22/05/2014minha estante
Excelente resenha!!!


Arsenio Meira 22/05/2014minha estante
Oi Mateus, obrigado! O Leminski era craque demais.
Abraços
Arsenio


Ana Carolina Santos 21/06/2014minha estante
Nossa, que texto lindo! Parabéns! Me deu mais vontade ainda de ler esse mestre.


Arsenio Meira 21/06/2014minha estante
Obrigado, Carol. Vá em frente, sem pestanejar. A poesia do Leminski vale a pena. Um abraço


ellitron04 29/11/2014minha estante
Demostrou além de conhecimento do autor e sua obra, a sensibilidade que Leminski nos faz alcançar..abrços


Arsenio Meira 30/11/2014minha estante
Valeu, ellitron. Leminski é um poeta daqui até a eternidade.
Grande Abraço


Erânio 29/04/2019minha estante
"Poeta é quem se considera"

Leminski


Maida Alcântara 27/06/2020minha estante
Bacana demais sua curta biografia desse poeta maravilhoso. Leminski é potência, gênio dos trocadilhos, gigante das palavras. Vc citou o livro das biografias, o Vida, trocou Trotski por Lennon ou quis se referir a alguma biografia que ele fez do Jonh?


Duda 14/06/2021minha estante
Mano como q faz pra ler?


Ana Carolina 21/01/2022minha estante
Que resenha linda! Estou em um processo de reconexão com a poesia desse cachorrolouco e ler tudo o que você disse me ajudou muito com isso. O que me toca ainda mais são duas sutis coincidências: Incenso fosse música é meu grande lema de vida e sua resenha foi postada no dia do meu aniversário de 13 anos, no ano em que eu ganhei Toda Poesia.


Yasmin 05/09/2022minha estante
?


Luwn 04/10/2022minha estante
Qual é a classificação indicativa?


Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Parabéns pela resenha, não imaginava que ele tivesse uma tão rica história de vida.


Lucas 24/12/2023minha estante
Meu Deus, Arsênio, você mandou muito muito bem aqui. Obrigado! Saravá grande Leminski!




rfalessandra 23/10/2022

Lendo uns poemas de Leminski eu já havia gostado muito dele, mas depois de ler esse livro estou completamente apaixonada. Não sei nem explicar direito, só lendo pra saber mesmo. Ele escreve de uma forma que você consegue sentir o que ele fala, incrível demais!
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Clio0 06/01/2023

Leminski é um daqueles poetas que todos concordam ser genial, porém de quem poucos falam. Uma pena.

Brincando com o concretismo, seus poemas são originais, criativos. O surpreendente é que o autor não parece se esforçar nessa função... cada verso, cada rima brotam como que do inconciente, contando histórias e pensamentos que normalmente não veriam o papel, mas o fazem para nossa fortuna.

Toda Poesia é uma coletânea da obra do artista, infelizmente reduzida por sua morte prematura. Por algum motivo, a Companhia das Letras decidiu não colocar um indíce e, o autor às vezes se vale do Inglês, Espanhol e alguma outra língua que não identifiquei - tudo sem tradução - assim, uma visitinha a algum tradutor pode ser necessária.
Cleber 07/01/2023minha estante
????




Vania.Cristina 21/11/2023

Tanto e pouco
Vou confessar que é minha primeira resenha de um livro de poesia. E que tarefa difícil! Ainda mais depois que li a de Ana Pacheco, que é completíssima. (@anapachecoeumsm). De qualquer forma, tenho algumas coisas a dizer.

Li pela primeira vez Paulo Leminski quando eu era adolescente, um livrinho chamado Caprichos e Relaxos. Foi quando descobri os haicais, que me encantaram. Eles são poemas tradicionais japoneses bem curtinhos, que Leminski domina e para os quais trouxe brasilidade. Conheci também a poesia concreta em Caprichos e Relaxos, e descobri que é possível desenhar com palavras e, dessa forma, expressar um jeito de ver o mundo.

Essa edição da Cia das Letras reúne todos os livros de poesia do autor, publicados em vida e postumamente:
Quarenta Clics em Curitiba, de 1976;
Caprichos e Relaxos, de 1983;
Distraídos Venceremos, de 1987;
La Vie en Close, de 1991;
O ex-estranho, de 1996;
Winterverno, de 2001.
A edição traz ainda alguns poemas extras do autor e textos de Alice Ruiz (poeta e companheira de Leminski), José Miguel Wisnik, Caetano Veloso, Haroldo de Campos e Leyla Perrone-Moisés.

Vocês já viram fotos ou vídeos de Paulo Leminski? Ele faleceu em 1989 e era uma figura! Com seu grande e absurdo bigode. Seu pai era de origem polonesa, sua mãe trazia sangue de português, negro e índio. Junta-se a isso o fato de Leminski ter sido faixa preta de judô e um estudioso da cultura japonesa, fluente em seis línguas estrangeiras, e ter vivido numa comunidade hippie durante alguns anos. Influenciado por Trotski, pelo Tropicalismo, pela contracultura e por Jesus Cristo. Misture tudo isso e o que vocês tem? Um cara único, multicultural, com bagagem erudita, valores orientais e cristãos, postura política, atento, criativo e em sintonia com o seu tempo.

Lendo suas poesias percebo o quanto ele buscava a simplicidade. E reconheço o esforço e a importância dessa busca. Tanta coisa é dita com poucas palavras! Com leveza, brincando com as sonoridades, com os significados, com a distribuição das letras no papel...

Como é possível tanto com tão pouco? Ser muitos, sendo um só?
Silvia Cristina 22/11/2023minha estante
Amei sua resenha. Um dia talvez me arrisque a ler um livro de poesias.


Vania.Cristina 22/11/2023minha estante
Poesia não é minha zona de conforto, Silvia. Leio pouco. Quero mudar isso, porque tenho até amigos poetas. Resolvi investir de onde comecei quando adolescente, daí a escolha de reler Leminski. Ainda estou aprendendo a ler poesia, é diferente de ler prosa. Não tirei da cabeceira esse, por exemplo. Acho que vou mantê-lo por perto um tempo, quem saber reler páginas aleatórias. Vou tentar outros autores, quem sabe...


Vania.Cristina 22/11/2023minha estante
Se você arriscar, Silvia, pode achar um poeta que lhe encante. Experimente e depois conte pra gente.


Cleber 22/11/2023minha estante
Que resenha incrível! Adoro os livros do Leminski, já quero ler esse tbm


Carla.Floores 22/11/2023minha estante
Resenha que deixaria Leminski orgulhoso, viu! Amei! Parabéns! Comecei a assistir ao documentário "Ervilha da fantasia" mas não terminei. Vou concluir. A sucinteza dele é coisa de deixar a gente pasmo. Meia-dúzia de palavras deixa a gente digerindo como se tivesse lido 700. ?


Regis 22/11/2023minha estante
Que resenha perfeita! Parabéns, Vânia. ????


Gustavo Coelho 22/11/2023minha estante
Muito legal!! Tenho muita curiosidade em ler o livro de esboços biográficos dele (em que aparece essa mistura de influências que tu cita). Muito bacana tua resenha! Depois vontade de ler ele! Abraço!


Vania.Cristina 22/11/2023minha estante
Obrigada, Cleber! ?


Vania.Cristina 22/11/2023minha estante
Obrigada, Carla! Vou ver se acho esse documentário, ainda não assisti. ?


Vania.Cristina 22/11/2023minha estante
Obrigada, Regis! ?


Vania.Cristina 22/11/2023minha estante
Gustavo, obrigada. Eu também tenho curiosidade em conhecer o lado biógrafo do Leminski. Vou ver se consigo e aí a gente conversa sobre esse também.


Yorgos 22/11/2023minha estante
Eu amo Leminski ??


Vania.Cristina 22/11/2023minha estante
Eu também amo, Cristina!




Cinara... 24/10/2020

" olinda wischral
pessoas deviam poder evaporar
quando quisessem
não deixar por aí
lembranças pedaços carcaças
gotas de sangue caveiras esqueletos
e esses apertos no coração
que não me deixam dormir"

Simplesmente devorei este livro!
Quero ver a criança dos anos 90 que não conheceu a poesia do Paulo Leminski nas leituras feitas pelo Gato Pintado na biblioteca do Castelo Rá-tim-bum? Por isso meu amor pelas poesias dele vem de longa data!! Com certeza (até o momento?) meu poeta favorito da vida!
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Renata CCS 02/10/2013

Os bigodes do Leminski
É sempre muito difícil resenhar um livro de poesias. É também muito difícil resenhar algo de Paulo Leminski. Seja falando da vida ou de si mesmo, ele é hábil na escolha das palavras, mesmo quando brinca com elas, e sabe aonde quer chegar. Toda sua poesia é abundante de interpretações. É provocador, ousado, nem sempre harmonioso ou romântico, mas sacode o espírito, fala verdades e conta mentiras. Ele te prende no começo e te conquista antes de chegar ao final. Leminski escreve o mundo em poucas linhas. Leminski é caleidoscópico.

Não há o que dizer de poesia que já diz tudo.

Use-a aleatoriamente e sem moderação.
Mona 02/10/2013minha estante
Que resenha sedutora! Gosto muito de ler poesia e fiquei com vontade deste livro.


Renata CCS 03/10/2013minha estante
Leminski-se, Mona!


Jayme 03/10/2013minha estante
Daria para escrever um novo livro baseado nas impressões que ele, Leminski, consegue provocar na gente.


Arsenio Meira 04/10/2013minha estante
Bacana demais, Renata. Uma pintura esse trecho de sua resenha: "(...) ele é hábil na escolha das palavras, mesmo quando brinca com elas, e sabe aonde quer chegar. Toda sua poesia é abundante de interpretações. É provocador, ousado, nem sempre harmonioso ou romântico, mas sacode o espírito, fala verdades e conta mentiras."

Escrevestes tudo ou quase tudo (uma vez que Literatura não se esgota e menos ainda a poesia), em poucas, certeiras e belas palavras.


Renata CCS 07/10/2013minha estante
Obrigada Arsenio, estava inspirada pelo livro. A poesia é isso: é o colorido que às vezes falta à vida!


sonia 28/10/2013minha estante
Adoro Leminski - o homem sintetiza em poucas linhas tantas idéias: 'o grafite é o limite`


Dija Darkdija 13/11/2013minha estante
perei na parada
me leminskei todo
demorei tanto
mas tanto
que o que hera
virou lodo

Dija Darkdija

quando eu achei esse cara foi identificação total. Nasci no mesmo dia, escrevo umas maluquices parecidas e minha namorada é poeta também. Eu fiquei "uhu, sou uma reencarnação dele!". Nunca serei. Mas quero ser que nem esse cara quando crescer. Adorei o livro, terminei de ler na parada de ônibus (por isso o poema). Adorei Leminski. Virou meu mentor. Por isso escrevi

Toda poesia
é meioumuito viajosa
leminski é um poema
que virou a minha prosa

D.D.


Paty 21/01/2014minha estante
Uma resenha que gostaria de ter escrito para um livro que gostaria de ter escrito. ;D


Natalia597 10/02/2014minha estante
Fiquei impressionada. E com mais vontade de ler esse livro.


Renata CCS 28/03/2014minha estante
Um atrevido adorável! Adorei conhecer mais de Leminski.


@apilhadathay 21/04/2020minha estante
Excelente resenha!


Leandro.Bonizi 19/12/2022minha estante
Realmente, parece que escrever poesias é uma brincadeira para ele




Sara 12/10/2021

Eu sei que nunca vou ler poesia tão boa como as do Leminski. Não é parte da minha rotina ler poesias e afins, mas esse livro me fez abrir um pouco mais o coração para o gênero, foi muito bom ler essas poesias reunidas nesse livro e não só aleatoriamente como antes fazia
O livro é rápido, mas tentei ler em pequenas doses para ter durante mais tempo esse prazer. Terminei de ler no Kindle e já comprei o livro físico, pq quero passar para frente e deixar mais gente apaixonada por Leminski como eu fiquei quando o li pela primeira vez :)
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Davi Teixeira 19/02/2024

Bom e diferente
Apesar de não ser o estilo de poesia que eu gosto, achei um bom livro. É inegável a originalidade do Leminski, nunca li nada parecido com o que ele escreveu. O estilo haicai é novo pra mim, gostei da simplicidade e da objetividade contidas em alguns poemas.
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nikkelodeon 19/05/2023

Eu achei que o bigode na capa era um cabelo...
Esse foi o meu primeiro contato com o autor, mas já posso dizer que eu amei tudo sobre as poesias dele. A leitura é fluida, mas assim como na maioria dos poemas, ás vezes você precisa parar um pouco a leitura para pensar sobre o que esta lendo, além é claro, de que algumas poesias exigem de você um pouco de contexto de época e conceitos básicos de história para conseguir entender. Algumas poesias mexeram muito comigo e eu recomendo muito esse livro (e também poesia em geral, ler poesia é muito engrandecedor, juro).
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Luciano 14/05/2020

Nosso grande samurai malandro!
Apesar de, no geral, eu não ser muito fã de poesia, os versos do Leminski me são sempre um deleite.
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Lucas1429 24/01/2023

Um misto entre o óbvio e o nunca visto
Leminski definiu a sua poesia, contraditória, nos paradoxais anos 60-70 - ditadura, repressão, cultura e resistência - como definiu as demais pré-futuras e futuristas existentes. Na fuga do parnasianismo “chic”, quisto e veículo do antro acadêmico e literário-literal, pajeou sua própria criatividade e expressionismo curitibano: ora é sobre o amor, o amar, a dor, a inconsistência no viver, suas indexações, nervosismos, subjetivismos, aforismos e, quando em tempo, flerte ao publicitário, na rapidez e fluência. Reuniu no cerne em vida o essencial para o pós-vida, eternamente resgatado neste único volume.

O seu intento vinha das interpolações criativas e mentais que afligiam a luminosidade talentosa que era posta à prova em papel, na máquina, na composição total. Escreveu poucos títulos até, mas de trajetória infinita, contínua no marulhar das cabeças poéticas de seus admiradores. Consumiu o trecho, o extenso, os mais elaborados, que logo desertaram da comumente poética vista nas páginas líricas e rítmicas de colegas idem, e escorregões, que desfazem a aura de perfeição que ele detestaria macular – sabia o que era, e humano qual seus endereçados leitores, preenchia de notáveis fraquezas suas mãos maestras. Mas sempre um autor em cheio.

Suas coleções dignificam tua glória erudita pop e contraventora, ainda admirador, ou precursor, do coloquialismo proseado, que até no soar piegas, o óbvio, merece o visto e o revisto. Incompatibilizou seus títulos, “Caprichos e Relaxos”, “Distraídos Venceremos” e o mímico “Não fosse isso e era menos, não fosse tanto e era quase”, inferindo neles traços da não seriedade para ultrapassar a zona mortuária do metódico fazer-se poeta. Era sensível, desaforado, brincalhão, apaixonado, vivente; e emocionados - saímos nós. Um pouquinho de tudo, para todos. Continuem o invocando.

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Carla.Floores 30/12/2023

Minimalismo poético
Leminski economiza palavras, até porque o mais importante elas não exprimem. Ele fala muito com o mínimo e preenche o vazio de significado.
Ao contrário do volume de seus haikais e poemas, Leminski é grande!
Vania.Cristina 30/12/2023minha estante
??




Jessica 08/04/2023

Eu queria amor...
Sempre que leio um livro que não gosto muito, eu acho que o problema sou eu. Foi exatamente o que aconteceu em Toda Poesia... Quando eu leio um livro de poesia, fico esperando algo mais romântico e sentimental e neste teve poucas passagens assim. Durante boa parte da leitura eu não consegui compreender exatamente do que o autor estava falando, então nada fazia muito sentido. Apesar disso, ficava claro em como Leminski conseguia brincar com as palavras e trazer uma rima muito estruturada. Mas, minhas expectativas eram mais românticas.
Resumindo, a leitura não foi para mim. Acredito que futuramente, na releitura, a interpretação seja melhor para meu entendimento.
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Rafazlopes 22/08/2022

Gostosin!
Foi uma leitura agradável e reflexiva como a poesia para mim deve ser!
Texto fluido e sagaz!
O livro ideal para se ter na mochila e ler no metrô!
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DeborahDelancy 29/12/2013

Terminei de ler o livro "Toda Poesia" do Paulo Leminski
Como o título diz, tá ali toda a poesia da vida do homem (até agora, daqui a pouco acham um envelope dobrado dentro dum sapato e fazem outra edição... igual o da Mafalda ~inédita~ que tem as obras que não tá no da Mafalda Completo - SIM, ACHEI ISSO UM DESAFORO, AFF!
Ao longo do livro fui fazendo um rabisco ao lado de cada poesia que eu gostei. A ideia maluca inicial era fazer uma resenha estatística e decidir se gostava ou não dele pelos números de rabiscos. Lá pelas quantas eu descobri que isso seria muito furado porque não dá pra quantificar as que "gostei", "gostei muito", "GOSTEI PRA CARAMBA!" ao passo que as que não gostava eu achava totalmente ruim nossa que saco que que tem a ver? Enquanto passava pelas primeiras 100 páginas ia pensando que as pessoas idolatram demais o Leminski.. e que tinha muita poesia ali que era praticamente uma piada interna, dizer que gostei seria como fingir rir quando não entendo uma piada. Os rabiscos foram gradualmente aumentando. Quando cheguei em uma tal página "sol-te" (125), senti que ele subiu uns 4 degraus de uma vez. Tive pra mim que ali era realmente uma obra.. e não um rascunho. Além do recurso palavras, tinha a inferência gráfica e espacial ali. Isso eu achei incrível.. além dele, só pude pensar em Millôr (Lindo) Fernandes fazendo isto tão bem. O primeiro livro póstumo dele achei INCRÍVEL! Acho que rabisquei todas as poesias... fiquei pensando o que ele tinha na cabeça pra não ter lançado esses antes.
Mesmo que você não tenha lido nenhum livro dele, com toda certeza do mundo já viu algo pelas páginas do facebook (como o meu) ou pichado nos muros. Na maioria da obra é mais presente os poemas curtos, como que fazendo um cosplay de haikai. Leminski não é tão rígido com as métricas - enquanto que os japas são sim. Além disso ele é dessa leva que não quer nada com nada e explodam-se as métricas, as maíusculas as pontuações eu pulo linha a hora que quero sim. Tal qual a galera da geração mimeógrafo que eu amo (só que essa galera é mais corajosa). Mesmo que o pai fosse polonês e a mãe brasileira e negra, eu falaria que ele tem mais de japa do que de qualquer outra coisa. As temáticas são bem orientais (e ao mesmo tempo universais), como os fenômenos da natureza, estações.. quando foge disso é sobre comportamento (basicamente o relacionamento dele com Alice Ruiz), a poesia em si ou um trocadilho de apartamento... não posso negar que ele é bom, apesar da cosmovisão de apartamento, mas eu moro em um apartamento.. então não desgostei. É algo que é absorvido por qualquer cultura, comum a qualquer um.. mas que não soaria tão bem se não na língua em que Leminski escreveu. Já que o bicho escreve até em código morse (na verdade essa eu -acho- que não).
Uma coisa que achei bem bizarra - posso estar sendo super injusta nisso, mas vou falar mesmo assim - foi que achei ele um baita covarde. Ele pegou uma baita eferverscência política. Curitiba tinha um movimento anti-ditatorial monstro, e o único escrito falando sobre a "dita dura" foi numa obra póstuma. Acho que se eu tivesse lido na época rabiscaria um "Agora não adianta mais, né, queridinho?"

Sobre as "estatísticas": Ele escreveu 587, eu marquei que gostei de 297. (50,6%) Acho que isso justifica o sentimento de mais ou menos.

Agora é a hora que você diz: ai, Déborah, mas tudo isso é baseado em juízo de valor. E eis que vos digo: azar.
Patrick 28/02/2014minha estante
boa resenha deborah. mas discordo quando tu diz que ele foi um baita covarde. leminski sabia da força política da poesia, e isso fica claro nos seus versos

en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras
noches
poemas

porém, cada um com a sua obra. nenhuma arte precisa, necessariamente, carregar um discurso ideológico.

mas fora isso, o que eu acho mais legal no leminski é essa capacidade de tocar todo tipo de gente com as palavras... se tu ler a obra dele, fica difícil pensar que esse cara era erudito pra caralho. ele faz poesia parecer coisa fácil, o que, de fato, não é.


eueradeborah 29/06/2014minha estante
Pois é, eu fiquei pensando nisso, mas é uma inquietação artística minha de se manter inerte ao que acontece na sociedade e descontei no leminski. Óbvio que não desmerece a obra dele.. mas foi algo que eu fiquei refletindo a respeito e quis comentar.




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