joaoggur 15/03/2024
Pororoca de informações; um mar de nada.
Neste pequeno livro de Stephen King, suas marcas registradas fazem um sincretismo com a decadência de um parque de diversões, homônimo ao título.
Devin, um estudante universitário, tentando superar o coração partido do primeiro amor, se candidata a uma vaga de emprego num parque de diversões; mas ele mal sabia que um crime ali ocorrido quatro anos antes iria lhe perturbar profundamente.
King sempre flertou com as narrativas detetivescas em suas obras de horror; entretanto, a amostra de terror neste livro é tão irrisória que o considero muito mais como um livro de mistério do que em relação ao gênero carimbado do autor.
E, na verdade, por a história como ?misteriosa? é uma certa hipérbole; Joyland peca por não conseguir ter um norte, um foco, uma ideia central. Primeiro desenvolve-se o suposto sobrenatural, depois o tangível, logo após o amadurecimento do protagonista, e chega a um ponto em que todos os tópicos foram apenas tangenciados, mas jamais desenvolvidos.
A dosagem das páginas também me incomodou, seja nas omissões em momentos chaves (o final é completamente Deus Ex Machina), no letárgico desenvolvimento de assuntos inócuos para o funcionamento da obra (como o primeiro relacionamento do protagonista), e, principalmente, por faltar páginas em momentos essenciais e vice-versa; se abundarem em momentos monótonos.
King tem trabalhos muito melhores. Obra que não passa da mediocridade.