Loucos e Degenerados

Loucos e Degenerados Sandra Caponi




Resenhas - Loucos e Degenerados


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Bia 20/12/2022

é um livro denso de ler. fala sobre a psiquiatria com um viés histórico, tem muitos autores citados (o q me fazia parar e procurar sobre cada autor).
resumidamente discorre sobre o processo de biologização da psiquiatria e problematiza os regimes contemporâneos, que nos levam a tomar como natural o intensificado processo de patologização de comportamentos. como antídoto a esse processo de medicalização da existência, em lugar do rivotril com café, a autora conclui o livro falando do filósofo canguilhem. ele fez de seu pensamento uma arma de resistência a toda forma de fascismo (ele se abrigou na 2GM num hospital psiquiátrico) ele vai de contramão ao kraepelin e seus seguidores ao falar sobre as variações presentes na sociedade, estas que multiplicam as possibilidades da vida para além das universalizaçasões ocas e autoritárias.
eu terminei o livro totalmente bluleblueblue das ideias, pq até então eu achava q o kraepelin era o cara kkkk
gabriel 21/12/2022minha estante
Me interessou bastante.




Rivanio.Raimundo 03/02/2015

Uma pequena história da teoria da degenaração.

"Do tratamento moral à psiquiatria Ampliada
A construção do poder psiquiátrico a partir do século XVII e XVIII, tendo a espaço asilar com elemento de disciplina e cura e no século XIX um novo saber sobre o corpo e o domínio sobre o mesmo. A psiquiatria clássica, com a demonstração da dicotomia loucura/razão e os diagnostico baseado em elementos de atitude moral disciplinar. Que faz uma diferença entre a metodologia de trabalho da medicina e da psiquiatria, onde a grande diferenciação é a análise do corpo feita pela primeira.
O conceito de biopolítica em Foucault, que é a estratégia de intervenção psiquiátrica na população que se caracteriza-se pelo controle do corpo e suas manifestações. O surgimento da psiquiatria clássica com Pinel e seu método de trabalho pelo domínio do corpo e sua exclusão asilar como mecanismo de cura e de controle social, sobre endividou e sua vida. Ai Pinel inaugura o tratamento moral como forma de cura, o isolamento como terapêutica de cura e de harmonia social.
Neste momento começa a se configurar o poder do médico psiquiatra sobre a vida do considerado louco, dando o diagnóstico de loucura/razão. O poder psiquiátrico se consolida com o tratamento moral e o poder disciplinar sobre os caracterizados como loucos, e o asilo é a consolidação do poder psiquiátrico neste período histórico. Foucault e o conceito de biopoder, que era o poder disciplinar ou a anatomopolítica do corpo humano e as populações
"Clima, cérebro e Degeneração em Cabanis.
Cabanis tenta dá um fundamento científico a ciência do Homem, quando aprofunda a teoria da degeneração no contexto do século XVIII, com o desenvolvimento da história natural, ou, ciências naturais, neste contexto de desenvolvimento científico, quando se estuda a influência do clima e outras condições ambientais sobre a humanidade e as consequências para a humanidade, por exemplo a formação das raças, e nos estudos de Cabanis os efeitos sobre a saúde das populações e a formação de doenças.
Neste contexto a forma de realização dos diagnostico é bastante diferente dos antigos gregos, que não fazem por motivos religiosos não faziam a dissecação dos corpos, coisa que agora era feita pelos modernos, diante disso o corpo humano passou a ser examinado pelo médico. Nesta nova forma de domínio do corpo e do tratamento para a regeneração da doença aparece a figura do médico psiquiatra, como a pessoa que detém poder de cura com a estratégia terapêutica de isolamento asilar e de métodos profilático sobre as populações

A teoria da degeneração de Morel e a emergência da psiquiatria Ampliada.
O século XIX tem um aumento do internamento em instituições psiquiátricas, tendo o tratamento moral como método terapêutico para a enfermidade mental. Neste período existe uma dificuldade de classificação das patologias mentais, como resposta para este problema Morel desenvolve a teoria da degeneração.
A teoria da degeneração surgi no contexto do desenvolvimento da História natural, a teoria da evolução e a evolução cientifica deste período influência os estudos sobre a saúde mental e seu tratamento. Morel, neste interim propõe um tratamento diferente de Pinel e de Esquirol, propondo uma pluralidade de causas da degeneração Entre elas, destaca a proveniente do alcoolismo.
Morel é influenciado por pensamento religioso que defende uma degeneração do homem pelo pecado, ele defende uma degeneração por causas diversas de patologias e uma moralidade.
Morel propõe seis tipos de degeneração:
1 – degeneração por intoxicação;
2 – degeneração resultantes do meio social;
3 – degeneração resultantes de uma afecção mórbida ou temperamento malsão;
4 – degeneração derivada da imoralidade;
5 – degeneração proveniente de doença congênita ou adquirida na infância;
6 – degeneração relacionada as influências hereditárias.
Para Morel o cérebro é o centro articulador do homem, sendo o órgão da alma, chegando a relacionar o temperamento do indivíduo as lesões celebrais.
A herança dissimilar em famílias que deixam para seus descendentes, patologias que permanecem de geração em geração, nesta sucessão de degeneração familiar a alienação mental é o ponto final da herança patológica.
Em relação ao tratamento da doença mental Morel enfatiza nos anunciadores da doença. Aparece a ação preventiva tanto do médico psiquiatra, quanto da instituição responsável pelo tratamento, o Asilo, que ele defende a internação não somente de enfermos mentais, mas também de cegos e surdos, outra categoria de indivíduos. Nesta instituição tem o tratamento agudo, era a intervenção médica sobre a doença, físicas, morais e sociais, e o tratamento moral como estratégia mais relevante de intervenção médica no indivíduo e na sociedade.
A teoria da Degeneração é uma organização da psiquiatria que passa a ter uma consolidação como ciência para intervir na sociedade, personalizada pelo médico psiquiatra, que começa a ser a pessoas capaz de resolver os problemas de saúde, moral e harmonização social.
A consolidação de um programa de pesquisa: Magnan e as patologias Hereditártias.
Em1885 tem uma tentativa de classificação da doença mental, para este fim surgi o programa frutífero de pesquisa que congregava médicos, neurologistas e psiquiatras. O sucesso deste programa se destaca com as patologias não clássicas. O grande objetivo era a definição das patologias em razão de suas causas.
Neste programa destaca as pesquisas de Magnan com os estudos do cérebro, estabelecendo um diálogo entre medicina e a neurologia. O tema mais recorrente é sobre o alcoolismo, com doença que também afeta os descendentes do alcoólatra.
Sobre a degeneração e desequilíbrio cerebral, é criado duas categorias. Os idiotas, imbiqueis e débeis mentais e os loucos morais. Ele ver a doença mental como patologia hereditária, que demonstra traços e conjuntos de comportamentos de doente, uma espécie de interpretação dos atos do doente mental, onde esta enfermidade é definida pelo desequilíbrio, pois para Magnam por traz da patologia está o desequilíbrio mental.
O lugar da degeneração são as múltiplas formas de classificação do desequilíbrio que Magnam chama de síndrome, que é dividida em três grupos: as loucuras hereditárias; as loucuras intermitentes e o delírio crônico. Dessa forma a doença mental teria um caráter hereditária, como um quadro sistemático que se repete de geração em geração.
No século XIX a psiquiatria é influenciada pela teoria da degeneração, que é compreendida como uma forma de entender a anunciação da alienação mental, Assim, esta teoria permitir o tratamento por internação, de forma que surgi a denominação de Psiquiatria Ampliada.
Emil Kraepelin e a persistência da degeneração na psiquiatria moderna.
Emil Kraepelim é considerado o fundador da psiquiatria moderna, onde propõe uma metodologia de pesquisa de transtorno mentais, inaugurando um novo modo de classifica as patologias mentais, utilizando estudos nas patologias cerebrais com dados estatísticos comparativos de diversas regiões.
A aproximação entre Morel e Kraepelin, está na classificação das patologias mentais e na teoria da degeneração. Aparecendo uma coincidência entre as teses de Morel e de kraepelin, a primeira e o aumento de internados em instituições psiquiátrica e a segundo a utilização de estudo comparativo e estatísticos.
A teoria da degeneração é usada no estudo de individuo dos centros urbanos, onde aparece uns incidentes de patologia mentais, com destaque para a paralisia e o alcoolismo. Ai aparece uma relação entre os fatos sociais e as transformações biologias, ela Sífilis, doença mental e a heranças estudo os efeitos nocivos da vida urbano, principalmente nos grandes centros e como a vida moderna produz na saúde mental.
Kraepelin faz uma correlação entre a Sífilis, doença mental e a herança para seus descendentes, em seu discurso aparece vinculado o processo de degeneração, a sífilis e o álcool, com a influência de fenômenos físicos.
A influência do Neolamarkismo em Kraepelin, na visão da permanência e a hereditariedade de fenômenos não adaptativos, aparecendo ai as marcas sociais deixadas pelo corpo, numa relação de processo Biológico e Sociais.
1908 a teoria de degeneração deixa de ser o marco explicativo aparecendo os estudos sobre os processos hereditários, era adaptação das leis de Mendel na psiquiatria. Kraepelin, desejando uma legitimação de seus postulados inclui em seu projeto de trabalho quantitativo e qualitativo, construindo um conjunto de dados comparativos entre regiões e países, com indivíduos em instituições psíquicas e suas patologias. Este estudo teria uma dupla função:
1 – ampliar as estatísticas da psiquiatria;
2 – criar uma marca cientifica e objetivo das patologias e das questões de degeneração.
Este trabalho de Kraepelin construiu um conjunto ou rede de dados sobre patologias de diversas regiões e de indivíduos, o propósito era classifica as enfermidades mentais. Assim com seu trabalho. Ele criar a psiquiatria preventiva.
A Herança Mórbida, Magnan, Kraepelin e os Neokraepelianos.
A problemática da degeneração faz parte da classificação da doença mental, como forma de tentar uma condição de diagnostica e tratar a doença. Ai tem duas peculiaridades da doença mental: 1 –o caráter hereditário; 2 – o caráter evolutivo da doença e do sofrimento. A partir daí a psiquiatria ganha uma abordagem médica.
Kraepelin publica o manual de Psiquiatria com a classificação das patologias, com uma sucessiva atualização de acordo com as sucessivas edições. Um tema bastante recorrente neste Manual é hereditariedade mórbida, o alcoolismo nas constituições do criminoso. A grande contribuição de Kraepelin foi o método unificado de examinar os pacientes, com uma rotina definitivas com os pacientes. A grande dificuldade deste trabalho da teoria da degeneração é a dificuldade de cura ou a sua impossível. Em s terapêutica de tratamento propõe duas formas, uma a empatia e a outra cientifica. Portanto para este autor o único registro da patologia valido para a doença é o sintoma.
Portanto este livro tem como objetivo estudar as condições históricas do desenvolvimento da teoria da Degeneração e como esta teoria influenciou a Psiquiatria e a forma como está ciência desenvolve seu trabalho no tratamento terapêutico no doente mentais,




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